Fazia frio lá fora, mas mesmo assim eu pegava minha jaqueta mais grossa e meu cachecol e saia de casa sem um rumo, apenas caminhava pelas ruas do bairro. O tempo estava nublado, eu não conseguia enxergar quinhentos metros a minha frente, as ruas estavam escuras fazendo tudo a minha volta parecer um filme de terror ou suspense como se a qualquer hora fosse aparecer algum assassino psicótico para correr atrás de mim. Minha imaginação que sempre foi tão fértil faz um arrepio passar por todo meu corpo, acelero meus passos a procura de uma rua mais movimentada e iluminada.

Após alguns minutos acho a rua principal que não ficava tão distante assim de minha casa. O ar e vibe ali já era outro e completamente diferente das ruas que cruzavam. A cada passo eu observava a vida noturna dali, jovens com suas vidas sem preocupações, alguns casais brigando, mendigos pedindo algum centavo e com alguma sorte ganhando valores um pouco altos, lojas fechando por já passar do horário, barzinhos cheios de pessoas rindo, amigos se reunindo e conversando alto, casais em seu primeiro encontro tímidos olhando um para o outro.

Me encolho mais abraçando minha jaqueta ao sentir o sereno da noite bater em meu rosto, isso poderia me afugentar e fazer eu voltar para casa e me aninhar na minha cama junto com meu gato e cachorro que provavelmente já estavam nela dormindo calmamente. Mas o tempo não me assusta e eu precisava e adorava passear mesmo que a pé durante a noite e claro que era uma amante desse tempo gélido.

Após uma hora andando pela rua principal, encontrando alguns amigos no meio do caminho e parando para cumprimentá-los, alguns apenas passava e sorria sem mostrar os dentes, mesma coisa que fazia para algumas crianças e velhinhas que passava carregando suas compras ou apenas passeando igual a mim. Encontro um barzinho de construção simples de madeira escura, havia ali na frente algumas motos estacionadas e também alguns grupos pequenos de pessoas com seus copos de cerveja na mão conversando. Resolvo entrar para pegar uma garrafa de água ou até para conhecer o local que ficava na esquina de uma das ruas que cruzava ali, nunca havia notado aquele local.

Dentro do pequeno bar, era tudo iluminado com algumas luzes de LED coloridas ajudando a dar uma iluminada no local que havia mesinhas redondas afastadas umas das outras, noto haver poucas pessoas ali dentro, ao fundo estava o balcão do bar e logo atrás a cozinha, ao lado do balcão havia as geladeiras lotadas de cerveja.

Resolvo me sentar em uma das cadeiras que ficavam a frente no bar, peço uma cerveja, a ideia era uma água, mas ver todas aquelas cervejas geladas me deu água na boca. Logo sou servida com um copo, bebo o liquido após fazer um brinde com o ar. Tocava ao fundo musicas aleatórias, mas percebia que tocava muito mais um rock leve, os quais conhecia, muitas das bandas era fã de já ter ido a alguns shows.

_ Acertei então no repertorio ? – Sou retirada dos meus devaneios com uma voz grossa, olho para a minha frente notando o homem atrás do balcão me olhando divertido e com seu lindo sorriso.

Sorrio de volta.

_ Acerto em cheio – Rio para ele.

Noto que o homem era muito bonito, ele aparentava estar na casa de seus quarenta anos, com seu cabelo claro com fios fino, tinha uma barba cheia. Vestia um motetom azul escuro com as mangas até os cotovelos.

_ Notei você cantarolando baixinho enquanto pedia mais um copo de cerveja Pilsen – Eu seguro para não arregalar os olhos por ver que ele estava me observando de longe, eu até poderia me sentir mal com isso, mas pelo contrario.

_ Me observando ? – Rio para não criar um momento constrangedor

_ Juro que não era minha intenção, mas sua beleza, você cantarolando baixinho um rock e claro tomando meu tipo preferido de cerveja – Ele aponta para meu copo que agora noto estar quase vazio - Eu te observei por alguns minutos, foi sem querer.

Sorrio tímida olhando para baixo.

_ Trabalha aqui ? – Mudo de assunto

_ De alguma forma sim.

Olho confusa.

_ Sou dono daqui – Ele responde após perceber minha confusão

_ Então poderia servir mais uma cerveja para mim ? – Sorrio divertida

_ Com toda certeza – Ele se afasta indo até as geladeiras pegando a cerveja que estava tomando desde que cheguei.

Ouço a voz de uma de minhas amigas na minha cabeça falando para eu não deixar um homem deste escapar e que seria para mim me jogar em cima dele, na cama de preferência, sorrio com esse pensamento e logo percebo o tal homem por enquanto sem nome servindo meu copo e noto mais um copo ao lado do meu.

_ Aceita uma companhia ? – Ele diz com certa timidez.

_ Fique a vontade – Ele sorri e serve seu copo e brindamos em seguida.

_ Tom , prazer – Ele estende sua mão para cumprimentar

_ SN, prazer – O cumprimento

E a noite se estende com nós dois conversando sobre musicas, arte, cerveja e sobre nós mesmos no famoso clichê "quem você é" que é a bendita pergunta que não saberia responder mas com ele inexplicavelmente eu sabia exatamente o que falar, e a cada palavra ele prestava atenção e ouvia tudo e quando foi a sua vez de responder eu fazia o mesmo e me interessava pela resposta que estava sendo dada, ele era um homem magnífico, e sim, eu já poderia dizer isso no mesmo dia que eu estava o conhecendo.

Essa é a parte 1 de 4 de um imagine.
Eu pequei essas partes de uma história minha que abandonei e para não deixar criando teia nos meus documentos, trouxe em forma de imagine.
Espero que gostem, curtem e comentem.
E avisar que aquele capítulo que pedi para deixar nomes para imagine não era para pedido viu? Então não irei trazer todos que foram ditos, apenas queria saber quem vocês querem mais.
É isso!

Ainda não superei a nossa eliminação e me doeu mais ver os meninos chorarem. Mas 2026 é nosso!
Beijos e até a continuação..