✦ 023. ✦
ISABEL LAPORTA
capítulo vinte e três
— mas, vocês pretendem ter filhos por agora? – a mãe se João pergunta, fazendo com que eu me engasgue –
— calma – João fala me ajudando, me entregando um copo se água –
— vai matar a coitada, antes mesmo dela te dar um neto – escuto Hugo murmurar e João o encara, segurando a risada –
— pelo amor, Carla – Carlos, pai de João fala – ainda não é hora para se perguntar sobre isso, eles recém começaram a namorar sério
— mas já estão tendo um caso tem um tempo – Carla fala – pensei que, já poderia fazer esse tipo de pergunta
— a real é que, eu e Isabel ainda não conversamos sobre isso – João fala –
— mas pretendem ter? – ela pergunta e Carlos o encara com reprovação, negando com a cabeça –
— mulher, deixa de falar sobre esse assunto – ele fala, fazendo eu querer rir –
— a gente pretende sim, né João? – falo sorrindo –
— é, pretendemos ter três – ele fala e eu me engasgo novamente, com o suco dessa vez –
— desculpa – murmuro, me recuperando – três? – murmuro para que só João escutasse –
— foi o que veio na minha cabeça – ele responde no mesmo tom, deixando um beijo na minha testa –
— bom, vamos para a sobremesa – Carlos fala, vendo Carla abrir a boca e logo fecha, encarando o marido – francamente mulher, você faz perguntas demais – escuto ele falar, saindo da sala de estar junto da mulher –
— quase que você morre – Hugo me encara – e você fica viúvo – encara o irmão, que ri –
— ainda bem que seu pai tava nos ajudando – João fala com o braço em volta do meu pescoço –
A mãe de João volta com uma sobremesa que não me era estranha, porém não lembrava o nome. Só lembrava que havia comido junto de Henri.
— que sobremesa é essa? – Hugo pergunta curioso – tá dando até água na boca
— torta holandesa – fala colocando a forma encima da mesa – é uma torta de origem brasileira, criada em Campinas
— parece ser uma delícia – Hugo fala –
— e realmente é uma delícia – Carla fala – já comeu alguma vez? – fala me encarando –
— já, mas faz tempo. Eu tenho um amigo brasileiro, que me trouxe um pedaço uma vez – respondo –
Cada um pega um pedaço da torta e se senta. João mantia uma de suas mãos em minha perna, me causando alguns arrepios.
— é uma delícia – Hugo fala – poderia fazer mais vezes né, mãe? – encara a mulher –
— com certeza irei fazer mais vezes – fala sorrindo –
— realmente é uma delícia – João fala me encarando e de relance vejo Hugo reprimir um riso –
— verdade, uma delícia – dou um sorriso, encarando meu namorado –
— querem mais? – a mãe de João pergunta inocentemente – caso queiram, pode pegar
— estou satisfeita já – falo a encarando –
— eu também – João fala levantando, pegando meu prato e o dele –
João sai da sala em direção a cozinha junto de seus pais. Hugo, que até então estava quieto, me encara rindo.
— achei que vocês estavam falando da torta, até olhar pra vocês e ver que não estavam – fala rindo e eu reviro os olhos, rindo logo em seguida – vocês dois não prestam
— relaxa cunhadinho, daqui uns dias é você com a sua namorada – falo vendo João se aproximar –
— quem é que vai querer namorar um cara desse? – João pergunta em tom brincalhão –
— cara, se te doida pra te querer – Hugo fala e eu o encaro, fingindo estar atingida – desculpa cunhada, mas pra querer o João, tem que ser muito doida – fala e em seguida rimos –
🇪🇸
— e como foi? – Henri pergunta assim que entra na minha sala – conte tudo
— senta primeiro né – falo rindo, vendo ele pulando pra se sentar à minha frente –
— pronto, conta – me encara – mas vá direto no assunto, não conta desde quando chegou lá até a hora de ir embora. Quero saber só a hora do jantar
— a mãe do João perguntou se eu e ele iríamos ter filhos – começo a falar – na hora que ela fez essa pergunta, eu me engasguei e João me ajudou – falo e o vejo reprimir um riso – foi desesperador – falo com os olhos levemente arregalados – eu e João nunca nem sequer falamos sobre isso e do nada, pá, a mãe dele pergunta – falo o encarando – só que até aí, tava tudo bem
— tudo bem? Você quase morrendo e vem me falar que tava tudo bem – fala cruzando os braços –
— é porque a pior parte vem agora. Quando a mãe de João perguntou quantos filhos íamos querer ter, João respondeu que três – faço o número três com a mão – e eu me engasguei de novo – falo cruzando os braços –
— caralho Isabel, você é muito lesada – Henri fala rindo –
— foi desesperador, eu gelei, eu congelei, eu fiquei sem reação – falo encostando as costas na cadeira, encarando o teto – nunca fiquei tão nervosa, como fiquei ontem
— parece até que era a primeira vez que você conhece a família de um namorado – fala e eu o encaro óbvia – a, eu esqueci – fala rindo e eu reviro os olhos, voltando a olhar pro teto –
— João me trata tão bem, cada dia eu fico mais apaixonada por ele – abro um pequeno sorriso –
— você apaixonada é insuportável – Henri murmura – mas, ver você vivendo um amor recíproco é tão bom, é uma terapia pra mim – fala segurando minhas mãos – só nós e Deus sabemos o quanto você sofreu na mão de caras que não sabiam o que queria e ver que agora você está com um cara que deixa claro o que é, é reconfortante – fala sorrindo – eu não sei demonstrar o quanto estou feliz por você, mas é uma felicidade imensa, que não cabe no peito
— obrigada por sempre se manter ao meu lado – sussurro o encarando – mesmo a gente vivendo coisas diferentes, nos permanecemos juntos e unidos
— sempre estarei do seu lado, Isa – fala sorrindo – serei eternamente grato por ter me ajudado assim que eu cheguei aqui – me encara – mesmo eu tendo achado você meio louca e talvez um pouco psicopata
— por que me achou psicopata? – pergunto cruzando os braços –
— a gente tinha acabado de se conhecer e você me chamou pra ir morar com você – ele fala óbvio – achei que você iria, sei lá, me matar e vender meus órgãos no mercado negro
— que horror, Henri – falo com uma careta –
— foi a primeira coisa que veio na minha cabeça – da de ombros – eu, sozinho, tinha acabado de vim morar em Barcelona e do nada uma doida que eu nunca vi na vida, me chamou pra morar com ela – completa e me encara –
— eu fiz uma caridade pra você – arquio a sobrancelha – te achei meio mendingó e você todo ingrato
— mendigo – me corrige – e eu não fui ingrato, só achei estranho – completa – tanto é que agora, quem faz caridade é eu de ser seu amigo
— aí Henri, sai da minha sala – falo rindo, sendo acompanhada por ele –
De todas as minhas amizades, Henri foi o único que permaneceu ao meu lado. Serei sempre grata a todas as coisas que ele me faz.
001. Amo a amizade da Isabel e do Henri, com os diálogos deles, me sinto íntima já kkkkk.
002. Isabel quase indo de arrasta e Félix ficando viúvo, me racho.
003. Votem e comentem o que estão achando.
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