JOÃO FÉLIX
capítulo cinco

— por que não disse que era filha do Joan Laporta? – pergunto encarando Isabel, que estava parada em minha frente –

— você não perguntou – da de ombros, dando um sorriso – como descobriu aonde eu morava? – pergunta me encarando, parada encostada na porta, com os braços cruzados –

— Mônica e Henri me falaram – falo pondo as mãos no bolso – me disseram que você estava em casa e que não queria sair por nada. Aí me obrigaram a vim aqui – explico e ele nega com a cabeça, rindo levemente –

— entra aí – fala se desencostando da porta e entrando na casa, entro também e fecho a porta, seguindo a garota – não sabia que você vinha aqui, se soubesse, teria me arrumado pra ficar mais apresentável – se vira pra mim –

Não havia nem sequer percebido que ela estava de pijama com desenhos de vaquinha. Dou um sorriso olhando pra roupa e volto a olhar nos olhos dela.

— nem tinha percebido – falo dando de ombros – tava fazendo o que?

— assistindo Shrek – aponta para a TV, que até então estava com o filme pausado e eu a encaro segurando o riso – o que? Sou uma adulta com espírito de criança – da de ombros – vem, senta aqui pra gente assistir

A garota se arruma um pouco pro lado e eu me sento ao lado dela no sofá. Estava um tempo frio em Barcelona. Isabel estava embrulhada com uma coberta, ela tira um pouco a coberta do sofá e depois que eu me sento ao lado dela, ela joga a manta por cima de mim, colocando o balde de pipoca entre nós dois.

Meio sem jeito, coloco meu braço por volta do pescoço da garota. Isabel deita a cabeça sobre meu ombro e eu começo a fazer carinho nos cabelos dela.

O filme passava e um pouco antes do meio dele, Isabel já estava dormindo. Continuo o carinho nela.

Hugo me manda mensagem perguntando aonde eu estava, respondo o mesmo e desligo o celular, logo pegando no sono.

🇪🇸

Sinto meu corpo sendo balançando levemente. Abro um pouco os olhos e vejo que era Isabel.

— acorda – ela fala me balançando mais uma vez –

— hum? – pergunto em um sussurro, sentando no sofá –

Isabel pega a coberta que estávamos embrulhados e a dobra. Caminha até o sofá novamente pegando o balde que estava a pipoca que comemos.

Via ela fazendo tudo isso, tentando raciocinar.

— o café já tá pronto – ela fala após finalmente parar e me encarar – tava esperando você acordar pra gente tomar ele junto – da um sorriso estendendo a mão para mim –

Dou um sorriso e pego na mão da mesma. Isabel me puxa para a cozinha e me coloca em pé ao lado da mesa.

Nos sentamos um ao lado do outro e começamos a tomar nosso café em silêncio. Assim que terminamos, ela tira a mesa e eu lavo a louça.

Retornamos para a sala e a garota se joga no sofá, paro em frente a ela com os braços cruzados.

— tá afim de fazer alguma coisa? – pergunto a encarando –

— pode ser – da de ombros – podemos ir aonde?

Por mais que ontem a noite tivesse frio, hoje já amanheceu um dia fresco. Não estava tão sol, porém não estava frio.

— praia? – dou uma sugestão –

— San Sebastian? – ela pergunta – é uma das praias mais tranquilas de Barcelona

— ok – falo – espero você se arrumar e a gente vai pra minha casa, pra mim me arrumar

— tudo bem – sorri se levantando –

Me sento no sofá e começo a mexer em meu celular. Conversava com Hugo e com Vinicius, ambos assuntos sobre eu estar quase assinando contrato com o Barcelona.

Percebo os passos de Isabel se aproximarem e levanto o olhar para encara-la. Ela usava um conjunto de moletom preto e no pé, um tênis branco.

— vambora Jota – fala passando por mim, sorrio me levantando e seguindo ela –

Assim que entramos no meu carro, a garota liga o som e coloca algumas músicas para tocar. A distância da casa de Isabel para a minha era pouca.

Paro o carro em frente a casa e aviso que não demoraria. Subo até meu quarto e ponho um conjunto de moletom cinza escuro e no pé um tênis branco.

Volto para o carro e o ligo novamente.

— você e o seu pai não se parecem – falo, quebrando o silêncio entre nós dois –

— eu pareço mais com a minha mãe – ela responde e de relance, vejo ela abrir um pequeno sorriso –

O silêncio volta a se fazer presente. Não era um silêncio constrangedor.

Não tínhamos muito assunto a se falar. Não sei nem de onde tirei coragem pra ir até a casa dela ontem.

Assim que chegamos na praia, descemos juntos do carro. Por instinto, Isabel segurou em minha mão até chegarmos na areia.

Sentamos em um canto um pouco afastado e calmo. O vento que batia, acabava deixando a gente com frio. Isabel cruzou os braços e deitou a cabeça no meu ombro, coloco um dos braços por volta dela, a puxando para mais perto.

— qual é seu maior sonho? – ela pergunta de repente, me fazendo a encarar –

Isabel olhava fixamente para o mar, estava meio distraída e não viu que eu a encarava.

— ah, meu maior sonho eu já realizei – falo sorrindo – era se tornar jogador – a vejo balançar a cabeça confirmando – e o seu?

— me tornar fisioterapeuta do Barcelona – fala sorrindo – meu pai disse que se eu me sair bem trabalhando no departamento do Edgar, ele me leva pra trabalhar lá

— entendi – sorrio confirmando com a cabeça – gosta de praias? – pergunto puxando assunto –

— sim, vinha muito quando era criança – fala se aconchegando sobre meu corpo – e você, gosta de praias?

— gosto – dou um pequeno sorriso – porém com a vida de treinos e jogos, não tenho muito tempo pra vim

Isabel me encara. Nossos rostos estavam centímetros de distância. A garota desce o olhar entre meus olhos e lábios.

A puxei para perto, selando meus lábios no dela. Senti meu coração acelerar no mesmo momento, colocando minha mão na nuca dela enquanto a outra, estava por dentro do moletom que ela usava. Senti o corpo de Isabel se arrepiar com o choque da minha mão gelada sobre sua pele quente.

Dávamos leves sorrisos entre o beijo. Me arrepio ao sentir a mão dela tocar minha pele por dentro da camiseta, passando as unhas em meu peito.

Se afastavamos ofegantes. O rosto de Isabel estava vermelho, seguidos pelos lábios dela que estavam da mesma cor. Sorri, levando a mão até uma mecha do cabelo dela e o colocando atrás da orelha. Colo nossas testas, sentindo nossas respirações se misturaram.

Dou um sorriso e abro os olhos, ainda com nossas testas coladas. Isabel estava com os olhos fechados e um sorriso no rosto. Me afasto e deixo um beijo na testa dela, fazendo a mesma abrir os olhos e me encarar com um sorriso no rosto.

001.Precisava de mimos deles e então agilizei esse processo.

002.João já tá todo to love por Isabel kkkkkk.

003.Votem e comentem o que estão achando.