
་ ،، ࣪ ☣️ 03 : CHÁ E O MERDA DO ROBERT. ❜ 🧟♂️
𝄒🧟♀️ ִֶָ𝖙𝒉𝒆 𝒍𝒂𝒔𝒕 𝒐𝒇 𝒖𝒔 ⭑ุ᎔
capítulo 3, ceomdr¡
written by dixstark...
AS ESTRELAS BRILHAVAM junto à lua novamente quando Amaya forçou os olhos a se abrirem. A mulher piscou diversas vezes sentindo seu corpo doer — como se toda a dor interna estivesse passando para forma física junto à exaustão. Relembrou dos últimos acontecimentos e qual era o local em que estava, respirou algumas vezes sem se mover na cama e não virando-se de barriga para cima.
Moveu os olhos pelo local observando o papel de parede com desenhos de flores que ela conseguia enxergar mesmo estando escuro, olhou a cômoda e um guarda roupa pequena feitos de madeira. A janela ficava logo ao lado da cama — o que permitiu que ela enxergasse a noite do lado de fora. Talvez tivesse ficado tempo demais da mesma forma, então levantou-se se sentando na cama e passou a mão pelo rosto. Prendeu os fios de cabelo em um coque e saiu do quarto.
Ela parou na porta do cômodo assim que enxergou Joel parado em frente a pia enquanto comia alguma coisa de pé. Ele não se virou mas parecia saber que ela estava ali.
— Onde ela está? — Amaya perguntou, apenas agora percebendo que em momento algum havia perguntado seus nomes. E se sentiu mal por aquilo, de alguma forma. O Miller ergueu minimamente a cabeça.
— Tess? — Ele interrogou e a mulher balançou a cabeça concordando, meio incerta. — Tomando banho.
Ela concordou e colocou-se a andar novamente. Observou o sofá que parecia de couro falso ao seu lado em tom amarronzado, no pequeno rádio sobre uma estante pequena colada à parede com duas janelas sobre ela, um livro grande repousava ao lado do rádio. A Howard não teve tempo mais tempo de olhar o restante do local com atenção, porque a porta do banheiro se abriu e a mulher de mais cedo saiu de lá de dentro.
— Ei... — Cumprimentou erguendo a mão direita. Tess sorriu pequeno parecendo cansada.
— Ei... Quer comer alguma coisa? — Amaya negou com a cabeça agradecendo em seguida — Você praticamente se drogou pra dormir. Tem que comer. — A outra juntou as sobrancelhas — É, nós sabemos dos remédios que você tomou. São nossas mercadorias, sabemos quando algumas somem.
— Desculpa. — Mordeu o lábio inferior e viu a Servopoulos balançar os ombros.
— Não foram encomendadas, de qualquer forma. Vou fazer um chá para mim, você quer? — Ela andou até a pia pedindo licença para Joel para que pudesse abrir o armário.
— Quero, quero sim. Precisa de ajuda?
— Não, 'tá de boa. — Amaya se aproximou da pia e pegou um copo de água para beber. Se sentiu observada e virou para Joel assim que abaixou o copo.
— O quê? — Perguntou juntando as sobrancelhas enquanto o Miller parecia se forçar a dizer algo. Ele limpou a garganta e endireitou a postura.
— Sinto muito... Pela garota. — Tess ergueu as sobrancelhas parecendo surpresa enquanto continuava a fazer o chá.
A mulher havia falado para o homem ser mais gentil, principalmente com aquele fato e perda que Amaya estava tendo que lidar no momento, mas não esperava que ele fosse agir de tal maneira tão rapidamente. A Howard piscou os cílios e balançou a cabeça para ele, tentando se impedir de derramar lágrimas.
— Obrigada. — Puxou o ar e começou a mover os olhos pela pia para procurar pelo açúcar ou adoçante, colocou dentro das xícaras procurando algo para de distrair.
Joel havia seguido para o quarto a fim de, muito provavelmente, adormecer. Tess puxou uma cadeira e se sentou sendo seguida por Amaya assim que terminaram de fazer o chá. A Servopoulos apoiou um braço na mesa e a olhou.
— Já é um avanço. — Apontou na direção do quarto, onde o homem começava a cochilar.
— Eu imaginei que fosse um. — Ambas sorriam até que a mais nova se lembrasse — Meu Deus, me desculpa. Eu nem perguntei o nome de vocês, principalmente o seu. — Amaya coçou a testa desconfortada.
— Sou Tess, e o grandalhão sem humor é o Joel. Você é...?
— Amaya. — Estendeu sua mão e ela pegou. A Howard tomou um gole do chá. — O nome dela era... — A mulher engoliu uma saliva, procurando coragem em dizer o nome da falecida filha.
— Não precisa dizer agora, fala quando estiver confortável.
Amaya colocou o rosto sobre as mãos sentindo os olhos arderem, o sufoco se alastrando pelo corpo todo. Mas focando apenas no peito. A forma como aquela sensação e sentimento parecia lhe arrancar o ar, como se fosse incapaz de fazer o mínimo para sua sobrevivência: respirar. Ela não conseguia respirar, e o aperto do lado direito no peito cresceu a cada segundo.
E quando a mulher percebeu, ela estava sufocada com o próprio choro e a náusea começara a aparacer quando o ar não adentrava seus pulmões. Tess já estava ao seu lado agachada e falava algo que Amaya não conseguia escutar, mas então a mulher se ergueu quando outra pessoa apareceu em seu campo de visão.
Joel estava quase adormecido por completo quando escutara o início da crise da Howard, mas achara ser apenas um choro normal ao se lembrar da menina. Mas então escutou Tess conversando com ela e como tentava a acalmar, e em seguida o sufoco de Amaya se intensificou.
No segundo seguinte ele já estava de pé e logo depois se agachando na frente da mulher, dando as instruções certas para que a onda de pânico passasse. Porque ele sabia o que fazer e o que falar, foram noites e manhãs e dias que aquilo acontecera com ele próprio após a morte de Sarah.
— Respira devagar, sei que parece uma burrice estúpida. Mas precisa fazer isso, e esse aperto aqui... Vai se tornar melhor com o tempo. — Apontou para o peito de Amaya, que tinha os olhos de lágrimas e até mesmo elas pareciam se impedir de sair. Ela tentou fazer o que lhe foi pedido. — Mais uma vez.
Amaya fechou os olhos sentindo o peito subir e descer rapidamente diversas e diversas, Joel continuava a repetir de maneira baixa como deveria respirar e até onde contar os numerais. Quando a mulher abriu os olhos novamente as lágrimas caíram por fim, e o ar voltou para dentro de si junto ao alívio. A Howard piscou demoradamente levando a mão em direção ao peito ao mesmo tempo que se curvava minimamente na cadeira.
— Termina o chá, ele é de camomila. Vai te ajudar a acalmar mais. — Joel havia se levantando e pegado a xícara, estendendo em sua direção.
Amaya pegou-a com as mãos trêmulas e levou até os lábios. Tess repousou uma mão em seu ombro perguntando se estava melhor, a mulher respondera afirmativamente e tomou um gole. O Miller estava prestes a entrar no quarto novamente quando a Howard o impediu.
— Aí... — O chamou. O homem se virou e a observou em silêncio. — Obrigada, de verdade. — Joel balançou a cabeça e entrou por fim no quarto.
— Vem, vamos lavar esse rosto. — Tess estendeu a mão em sua direção, Amaya deixou a xícara sobre a mesa e aceitou a ajuda.
Ao amanhecer, Amaya estava encostada na parede com os braços cruzados acima do peito. Observava o dia claro pela janela e em como os pássaros voavam pelo céu. Por um segundo não conseguiu se impedir de lembrar de Liana, já que a garota amava os animais e a manhã.
A Howard mais nova era completamente apaixonada pelos domingos, mesmo não sabendo direito quais eram os dias certos mas sempre que o céu estava em um azulado lindo e o sol se destacando, a garota falava que aquele dia estava parecendo manhã de domingo. Amaya nunca entendeu muito bem, mas sempre concordava com a filha e continuavam a seguir seus caminhos.
Passos lentos e pesados soaram na ala da pequena sala conjunta à cozinha, fazendo a mulher olhar para o lado e enxergar Joel que havia acabado de se levantar. Tess mexia em alguma coisa na cozinha e a Howard suspeitou ser algum café que ela fazia. Na noite anterior, depois que tudo se acalmou e o Miller fora se deitar, as mulheres haviam terminado o chá e conversado por mais algum tempo sentadas no sofá.
Amaya havia feito perguntas sobre ela e Joel, mas a Servopoulos dissera que não havia nada entre eles, a não ser uma grande amizade. Tess perguntara sobre a vida da Howard e sempre tentava fazer perguntas sobre Liana ou quem poderia ser o pai da menina de forma gentil, não querendo Amaya tendo outra crise. Ela respondeu que o pai de Lia não era ninguém especial, e que haviam se separado — por opção de Amaya com o desejo de ficar sozinha. Perguntou sobre o roxo e os machucados no rosto da Servopoulos, pronta para matar Joel caso fosse ele o causador das feridas. Mas Tess dissera ser alguns moleques filhos da puta que a atacaram durante aquele dia.
Ela havia sim derramado lágrimas ao falar de Lia para a mulher, mas isso aconteceria quase sempre por um tempo. Tess confortara a mulher antes de ir dormir, mas Amaya não voltou a adormecer por já ter dormido o dia inteiro. Então ficara apenas deitada aguentando o seu luto, levantara apenas uma vez para resgatar a blusa que Liana usava de dentro da mochila, se abraçou ao pano e ficou daquela forma por horas. Quando amanheceu ela se levantou e ficou na janela, até que Tess acordasse.
A Servopoulos pegou os três copos que continham café dentro e seguiu para a mesa, colocando um na frente de Jel que havia se sentado ali e chamou Amaya para se sentar. O Miller ergueu finalmente a cabeça e sua expressão mudou assim que enxergou o rosto da mulher à sua frente.
— Eu fui atacada, por dois caras. — Começou.
— Que caras?
— Dois moleques. Eu falei besteira, devia ter ficado quieta. — Ele analisou as feridas e Tess pegou seu copo.
— Posso ver isso? — Amaya perguntou para a mulher, ela concordou colocando a cabeça para o lado e dado visibilidade para a outra. A Howard se ergueu e caminhou até a pia pegando um pano limpo junto ao whisky na pia. — Para, você sabe que quem nasceu depois da pandemia não sabe conversar. Já partem pra agressão. Uns pirralhos de merda de dezenove anos — Falou quando Joel bufou.
— É um milagre você estar viva.
— É um milagre qualquer um estar vivo. — Amaya molhou o pano voltando para a mesa e colocou sobre o rosto da mais velha.
— Não é recente. — A mulher observou.
— Não. Eu fiquei presa na FEDRA o dia todo. — Explicou, Joel a olhava sério ao seu lado e a Howard parou os movimentos com o pano olhando para a mulher, também em silêncio. — Enfim... Não importa.
Retirou o pano de seu rosto e respirou fundo, virando-se para o Miller.
— Eu quero que você respire. — Pediu para o homem.
— O que foi? — Ele perguntou.
— Joel...
— O que foi? — Perguntou mais alto e erguendo as sobrancelhas. Tess suspirou.
— A galera que me atacou era do Robert. ele vendeu a bateria pra outra pessoa. — Amaya pegou o seu copo de café e tomou um quantidade, era a segunda vez que citavam o homem. Joel afastou a cadeira repousando a cabeça nas mãos juntas. — Nem tudo está perdido, você sabe que essas merdas acontecem. Agora vamos deixar pra lá, e vamos pegar os cartões de volta ou a bateria...
— Eu preciso da bateria, Tess. — Disse raivoso e bateu a mão na mesa se levantando — O carro não anda sem ela. E se eu não chegar no Tommy logo, ele vai morrer lá fora.
Amaya piscou, reconhecendo o nome por um segundo com as sobrancelhas juntas. Mas logo balançou a cabeça, existia milhares e milhares de pessoas que se apelidavam Tommy ou se chamavam Tommy pelo mundo inteiro. Poderia ser apenas uma coincidência.
— 'Tá, foda-se. Vamos pegar o dinheiro e a bateria. — Tess se levantou indo atrás de Joel até o quarto. — Mas, Joel, escuta. O Robert morre de medo de você. Se chegar lá pagando o Clint Eastwood, ele vai ficar sabendo e sumir. — O Miller ergueu a cabeça a olhando novamente — Você precisa respirar.
Amaya parou de escutar a conversa que ocorria no cômodo ao lado, terminou o seu café e seguiu até a mochila aproveitando para trocar de roupa ali na sala antes que eles voltassem. Quando Tess apareceu novamente ela já amarrava os cadarços do coturno sem salto.
— Nós vamos sair, precisamos descobrir algumas coisas sobre um cara. Você vem com a gente, não acho que seria uma boa ideia você ficar aqui sozinha sem conhecer ninguém e com o perigo de ter outro ataque de pânico. — Explicou quando a encontrou no sofá.
— 'Tá bem. Vamos lá. — A Howard se levantou pegando a Glock de dentro da mochila e colocando atrás de suas costas, Joel a olhou sério parecendo não confiar na mulher com a arma.
Então ele andou até a porta e as mulheres o seguiu em seguida, o Miller fechou-a e o trio seguiu pelo corredor para fora do prédio.
— Você não é muito de falar, né? — Se virou para Joel que estava com os braços cruzados enquanto eles esperavam Tess voltar.
Haviam parado em algo que poderia ser uma ideia de mini restaurante ao lar livre. E a Servopoulos conversava com um cara ao fundo, sentados em uma mesa enquanto a mulher fazia perguntas sobre Robert.
— Eu preciso falar alguma coisa? — Olhou para Amaya que deu de ombros. Antes que ela pudesse retrucar, um homem parou ao lado deles.
— E ai... — Cumprimentou. Ambos olharam para o desconhecido com as expressões sérias. Amaya juntou as sobrancelhas. — Relaxem eu não quero nada.
— Não é como se fôssemos dar a você se pedisse alguma coisa. — A mulher murmurou voltando a olhar para Tess. Ele pareceu rir baixo.
— Mas se estiverem perdidos...
— Se você nos mandar procurar a luz, eu atiro na sua cara.
— Se você nos mandar procurar a luz, eu quebro a sua cara. — Amaya e Joel pronunciaram juntos, o que os fez se entreolharem e avaliassem um ao outro de maneira rápida. O homem havia arregalado os olhos brevemente e se afastou vagarosamente. Alguns segundos mais tarde Tess apareceu na frente deles e o trio começou a andar.
— Bom, custou uns cartõezinhos mas... achei. Parece que ele está levando a bateria para um prédio marcado em vermelho. Mas escuta essa: na esquina da Stillman com a Cross. — Contou. Amaya juntou as sobrancelhas.
— O que tem esse lugar? — A mulher perguntou e Tess se virou para ela, mas Joel quem respondeu em seguida.
— O prédio que Miguel usava.
— Também acho que é. — A Servopoulos concordou. — Ele é um contrabandista que trabalhava fora da zona de quarentena de Boston. — Explicou por fim para a Howard que concordou com a cabeça. Se fosse para ser arrastada pela dupla, então gostaria de ao menos entender o que eles estavam fazendo. E sobre o que conversavam. — A gente pega o túnel do metrô de Haymarket, entra no prédio por baixo e pega o Robert de surpresa.
— Vamos pegar esse merda.
⃝☣️ . ࣪˖ . 01﹕oi, meus amores. Como vocês estão?
⃝☁️ . ࣪˖ . 02﹕talvez, o capítulo 4 saia amanhã mesmo. Estou tentando alcançar a série para começar a seguir o padrão de publicações.
⃝💉 . ࣪˖ . 03﹕me digam se tiveram alguma parte preferida no capítulo. Até o próximo 💙☣️
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