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4.01- THE BASKETBALL GAME

“Querida Natalie,

As coisas aqui na Califórnia estão ótimas! Sinto falta de vocês, mas não posso deixar de lado o quão divertido tudo está sendo aqui. Uma pena que você e Amber não possam vir junto com Mike e Harry, estou cheia de saudades. Você iria adorar conhecer meus novos amigos aqui, são muitos, muitos mesmo, mas todos muito legais!

Não posso negar que queria muito ter sua ajuda, tenho muita dificuldade em todas as matérias. Tenho uma apresentação nas próximas semanas. De história. Espero que dê tudo certo.

Will está pintando como nunca. Os desenhos e as pinturas estão cada vez melhor. E o Jonathan… Bem, ele me proibiu de continuar escrevendo sobre ele para você. Mas ele está bem! Está ótimo!

A tia Joyce também está com saudades, pediu para te mandar um beijo. Disse que quer que venha nos visitar assim que possível e perguntou se precisam de alguma coisa.

Finalmente aprendi a andar de patins. Nunca iria imaginar que algo poderia ser tão mais difícil de se equilibrar do que uma bicicleta. Não tão difícil quanto o skate de Max, mas ainda é bem difícil.

Estou com saudades.

Com amor sua irmã de coração, Jane Hopper.”

Natalie terminou de ler a carta que recebeu naquela manhã quase no mesmo momento em que o café em sua caneca acabara.

Os cantos de seus lábios se curvaram um pouco conforme seu pequeno sorriso crescia. Jane estava bem. Era bom saber que ela finalmente estava em paz, longe de Hawkins.

Mesmo assim sentia sua falta de forma imensurável. Era estranho não a ter por perto mais. Mas, também sabia que era melhor assim. Ao menos ela estava, finalmente, feliz.

— A El que enviou? – Amber perguntou ao entrar na cozinha

A mais velha concordou com a cabeça.

— Sim, ela quem enviou. – Natalie respondeu

A mais nova abriu a porta da geladeira em busca de uma garrafa de água logo após alcançar um pote com uvas verdes.

— Só para você dessa vez?

— Sim. Deve ter levado bronca por mandar para todos nós. Você sabe como é caro.

Amber concordou com a cabeça, comendo algumas frutas enquanto se sentava perto da irmã. Era possível sentir o quão animada ela estava pela banda tocar na final dos jogos de basquete.

A maquiagem em seu rosto era quase imperceptível diante do uniforme verde que ela guardava na bolsa. Provavelmente era esse o objetivo.

Natalie esticou a mão para pegar algumas uvas de sua irmã.

— Ou ela está brava comigo. – Amber supôs – Porque chamei ela de Eleven ao invés de Jane… Deve ser horrível para vocês ouvirem o número que o laboratório deu. Devo mandar uma carta me desculpando? Ou tentar ligar…

Quase não conseguiu engolir a uva com a angústia que tomou seu corpo. Apenas ouvir a palavra laboratório foi o suficiente para Natalie querer fugir e se esconder.

Gostaria de esquecer tudo aquilo. De acordar e descobrir que nada daquilo havia sido mais que um sonho ruim.

Encarou seu pulso. O lugar onde antes ficavam os 3 zeros tatuados, agora substituídos por um par de sapatilhas de rubi, em homenagem ao Mágico de Oz, desenhado por Will.

Negou com a cabeça.

— Não, ela não está brava com você. Pode ter certeza. – Natalie disse, se levantando – Ela não ficaria brava com isso.

— Você ficaria. – Amber pontuou

— Ela não sou eu. – Natalie andou para fora da cozinha

— Graças a Deus… – murmurou Amberly

Zero olhou para o horário no relógio em cima da pequena mesinha da sala. Se Harry não se levantasse logo, o garoto iria se atrasar demais para a aula.

Sem hesitar andou até a ponta da escada e, então, gritou:

— HARRY! DESÇA LOGO, PRECISA COMER ANTES DE SAIR.

Ao invés de uma resposta do seu irmão mais novo, quem respondeu foi sua irmã:

— Ele já saiu de casa.

Amber disse com uma naturalidade absurda enquanto caminhava até o sofá, procurando por sua garrafa de água. Natalie franziu o cenho, segurando para ela.

— O que?

— Ele acordou mais cedo. Ouvi ele levantando. – Amber falou – Eddie passou aqui para buscá-lo.

O suspiro de decepção saiu antes mesmo de Natalie formular um pensamento.

— Claro que o Eddie passou. – murmurou

Amber quem franziu o cenho dessa vez. Ela levantou o olhar para a irmã mais velha, totalmente confusa.

— Achei que ele fosse seu amigo. – Amberly falou

— E ele é. – Natalie cruzou os braços – Mas ele não podia levar o Harry daqui escondido. Não sem falar comigo antes.

Desde os acontecimentos do ano anterior Harry estava diferente. Era óbvio que ele tentava não mostrar o quão afetado estava. Pelo menos não no início.

Até Will ir embora.

Não soube qual o real culpado. O luto. A ausência do melhor amigo, também o garoto que era obviamente apaixonado. A adolescência…

Harry se distanciou um pouco de suas irmãs. Se fechou completamente e entrou para o Hellfire Club.

De todas as pessoas de Hawkins, Natalie era a única que nunca havia tido uma opinião negativa sobre o pequeno clube de D&D. Até a influência de Eddie deixar Harrison ainda mais rebelde.

Ele descoloriu o próprio cabelo, deixando-o branco, e passou a ignorar toda e qualquer lição de verdade. Tudo o que importava para ele agora era o D&D.

Harry já não era mais o mesmo ou tentava não ser.

— Então qual o problema? – Amber perguntou

— Eu sou legalmente responsável pelo Harry, eu deveria saber onde ele foi, com quem e quando saiu. – Natalie respondeu

— Qual é! Você é a irmã mais velha, não deve ter tanta responsabilidade assim. – Amber deu de ombros – o Senhor e a Senhora Wheeler, Sinclair e Henderson são literalmente pais dos outros e não ficam um terço preocupados.

— E é por isso que os filhos deles quase morreram três vezes e eles nem ficaram sabendo. – Rebateu Natalie

Amber abriu a boca tentando formular alguma resposta para aquilo, mas desistiu. Morte ainda era uma coisa que ainda a assustava.

— Foi mal.

— De qualquer forma… – continuou Amberly – É só uma fase. Harry é uma criança e passou por muita, muita coisa. Logo ele volta a ser o que era. Lembre-se como eu era um porre na época hétero normativa. Pré-demogorgon. – ela colocou a mochila nas próprias costas – Vou sair agora ou chegarei muito atrasada.

Natalie suspirou. No fundo sabia que Amber tinha razão, mas ainda era difícil de aceitar.

As vezes ela se perguntava se Harry havia passado a odiá-la depois de tudo isso. Principalmente pela culpa da morte de seus pais ter sido dela.

— Posso te dar uma carona na Baby. – Natalie ofereceu

A mais nova deu uma risada irônica.

— Não, tô tranquila. Aquela lata velha não deve chegar nem na metade do caminho da escola e eu me sinto mais segura indo de bicicleta do que com você dirigindo. – Amber provocou, fazendo a irmã mais velha revirar os olhos – Você deu perda total em dois carros. Nunca esquecerei disso.

— Você é cruel. Sabe disso, né?

Ela abriu um sorriso, mexendo os ombros para cima e para baixo.

— Dou o meu melhor para ser assim. – Brincou – Única desvantagem de ir de bicicleta é meu cabelo ficar bagunçado para tocar ao lado da Robin, mas fazer o que. Prefiro isso do que chegar com um carro batido.

Natalie deu uma pequena risada.

— Deveria falar para ela que está afim dela.

— Não até eu ter certeza que gostamos da mesma coisa. – Amber se referiu a outras garotas

Natalie suspirou. Ela havia sido proibida de falar sobre a sexualidade de Robin para Amber e vice-versa. Mesmo sabendo que ambas gostavam uma da outra, precisava ficar de bico calado.

Aparentemente elas preferiam ficar na dúvida do que serem tiradas do armário por ela. Então, Nat ficava no meio daquela confusão amorosa.

— Não acho que Robin criaria caso se não gostasse de você de volta. – Natalie disse – Mesmo se ela for hétero… – se esforçou para não fazer uma careta com a hipótese – Acho que ela não espalharia para a cidade toda.

— Ou espalharia. Ela tem boca de sacola, poderia fazer sem querer e então eu seria a fofoca da vez. – Amber disse – Prefiro morrer só a tentar fazer algo sozinha.

Natalie ia abrir a boca para rebater, mas Amberly a interrompeu:

— Preciso mesmo ir. Beijos, te amo. – e ela fechou a porta

— Beijo! – Natalie se despediu, sentando-se no sofá em seguida

Ainda faltavam alguns minutos para o horário de abrir a locadora e não queria ficar na rua por muito tempo. Mesmo depois de quase um ano, ainda conseguia ver os olhares de pena voltados a ela na rua.

Era óbvio que Hawkins não se esqueceria de tamanha tragédia tão cedo. Um “incêndio” daquela proporção em uma cidade minúscula, cujo tirou a vida de dois policiais… Seria estranho se não comentassem sobre.

Ainda odiava tudo aquilo.

Deu um pequeno pulo no sofá ao ouvir o barulho de uma porta batendo. Franziu o cenho ao ver a porta de um dos banheiros, anteriormente aberta, fechada.

Sozinha em casa, não teria como outra pessoa ter feito isso. Tentou se convencer de que era apenas o vento, até começar ouvir uma voz estranhamente familiar chamando por:

“Zero.”

A Goodwin levantou-se do sofá em passos quase silenciosos, prendendo o ar em seus pulmões tentando fazer o mínimo de barulho possível.

A tensão no ar era palpável. Foi chamada pelo seu número por alguém dentro de sua casa, sendo que estava sozinha.

Seria possível ser outra criatura do Mundo Invertido? Haviam fechado o portal, Hopper morreu para garantir que fechassem. Mesmo assim, se via em mais uma situação assustadora.

Se aproximou da porta. Ergueu a mão para tocar na maçaneta, então…

O telefone tocou.

Natalie virou a cabeça atrás do barulho repentino e quando olhou para frente novamente, a porta estava totalmente aberta.

Piscou algumas vezes, confusa.

— É, eu enlouqueci de vez. – murmurou para si mesma, correndo até o telefone em sua parede

O levou até o ouvido quase no mesmo instante.

— Oi, Harry? – Era a voz do Lucas

— Natalie. – Ela respondeu

— O Harry está aí? – Lucas perguntou

— Não, ele saiu mais cedo. – respondeu a Goodwin

— Ah…

O desânimo na voz do garoto era óbvio. Natalie se apoiou de costas na parede, olhando a porta aberta do banheiro.

— Está tudo bem, Lucas? – ela perguntou

— Sim… Quer dizer, acho que sim. – Ele respondeu – Na verdade, hoje é a final dos jogos de basquete da escola. Acho que você sabe…

— Eu sei… Amber vai tocar. – Natalie comentou – Você vai jogar, não vai?

— Eu costumo ficar no banco. – ouviu ele murmurar

— Mas está no time. Tenho certeza que vai jogar.

— Espero que sim. Vou perder o final da campanha do Eddie para ir ao jogo.

— Ele não mudou a data?

— Ele não vai querer mudar… Acho que não. Queria saber se o Harry vai assistir o jogo ou se vai ficar com o Hellfire…

Natalie permaneceu em silêncio durante alguns segundos. Tinha a resposta para aquilo na ponta da língua, ela era óbvia: Harry iria jogar D&D.

Se perguntou se nenhum dos meninos ia assistir um jogo tão importante no qual Lucas iria participar por causa de uma partida de RPG. Eddie nunca gostou muito de qualquer esporte, mas ele se negaria a deixar as crianças a ver seu próprio amigo jogar? Era imaturo nesse nível?

O tempo em silêncio foi como uma resposta para Lucas.

— Isso foi um não, né?

Natalie suspirou.

— É. Acho que ele não vai. – ela disse

O silêncio veio por parte do Lucas. A voz de Erica no fundo conversando com sua mãe era o único som que ouvia da outra parte.

Imaginou o quão triste aquilo era para Lucas.

— Você pode ir? – Lucas perguntou – No jogo… Você pode ir assistir o jogo?

Natalie deu um pequeno sorriso.

— Claro que eu vou. Não perderia isso por nada. – Natalie respondeu

— Não coloque tanta expectativa, quero dizer, eu possivelmente não vou jogar. Mas se… Se eu jogar, quero que você esteja lá para ver. – Lucas disse

— Eu irei estar, Lucas. Eu prometo. – Natalie jurou – Agora vá para a escola, se você se atrasar os Tigers vão te comer vivo.

Lucas riu do outro lado da linha.

— Preciso que prometa uma coisa. – pediu ele

— O que? – ela franziu o cenho

— Aconteça o que acontecer, não use seus poderes para tentar me ajudar. Se eu entrar e… Se eu ganhar… Quero fazer isso por mim mesmo. – Lucas pediu

Natalie abriu um sorriso orgulhosa, mesmo sabendo que Lucas não conseguiria ver.

— Combinado.

— Valeu, Nat! Você é incrível. Até a noite.

— Até. – e ele desligou

Iria naquele jogo mesmo sem o convite de Lucas. Fazia anos que os Tigers não chegavam em uma final e queria presenciar uma possível vitória.

Mas com o Sinclair fazendo o convite, não perderia aquele jogo por nada.

Principalmente por saber que os amigos dele não apareceriam.

Colocou o telefone de volta no gancho, dando uma última olhada para a porta aberta do banheiro antes de andar até a cozinha e pegar as chaves do carro. Estavam ao lado da caixa de remédios para dor de cabeça que haviam tomado ao acordar.

Natalie dirigiu até a locadora, entrando no local e organizando tudo o que precisava antes de abrir oficialmente. Robin e Amber estavam de folga naquele dia, pela escola durante o dia e o jogo a noite.

— Precisa de ajuda com alguma coisa? – Steve perguntou assim que chegou

Ele não a olhava diretamente, a dinâmica dos dois estava meio estranha desde o dia em que saiu do hospital.

Natalie negou com a cabeça.

— Não, acho que já fiz tudo o que deveria. – ela pegou as chaves – Só falta destrancar e virar a plaquinha para “aberto”.

A Goodwin jogou as chaves no ar para Steve pegar. Assim que as agarrou, ele andou até a entrada.

— Só o mais importante. – o Harrington brincou

— Se achar que isso é mais importante do que verificar o caixa. – a morena deu de ombros – Deu carona para Robin?

— Dei. Você deu para Amber? – ele perguntou

— Não, ela preferiu ir de bicicleta. Aparentemente era mais seguro do que ir comigo dirigindo. – Natalie respondeu

A risada que saiu dos lábios de Steve foi totalmente genuína.

— Não posso julgar, no lugar dela faria o mesmo. – o Harrington falou

Natalie fez uma pequena careta.

— Eu não dirijo tão mal assim. – ela se defendeu

— Você é péssima. – Steve falou

A mais velha abriu a boca indignada, cruzando os braços. O movimento fez Steve abrir um sorriso ainda maior, analisando a garota.

Ela ficava tão… Graciosa daquela maneira.

— Vocês sabem que o Billy quem bateu em mim né? E o carro dele eu bati de propósito. – Natalie rebateu

Steve riu novamente.

— Sei, mas é engraçado te ver indignada por isso.

Natalie também riu, revirando os olhos em seguida. Ela apontou com o indicador para Steve.

— Vocês são pessoas horríveis. – Natalie brincou

Ele deu de ombros.

— Se você diz. – Steve se apoiou no balcão, a encarando por um segundo – Mas se somos pessoas horríveis, você não deve ser tão diferente, não acha? Vive andando com a gente para cima e para baixo.

Natalie também se apoiou no balcão. Os olhos dos dois se encontrando quando ela perguntou:

— Está insinuando que eu também sou uma pessoa horrível?

— Posso garantir que não é uma boa influência para nós. Devo lembrar que você roubou um açougue a uns dois anos? – brincou o Harrington

— Isso são águas passadas. Sou uma nova mulher. – Natalie deu de ombros

O sorriso orgulhoso pousou em seu próprio rosto, ainda próxima de Steve.

— É claro que é – Steve ironizou. Ao dar um pequeno sorriso travesso, atraiu o olhar de Natalie para seus lábios que os encarou inconscientemente. – Se fosse assim, não continuaria sendo uma péssima motorista, como era nas “águas passadas”.

Natalie fez um pequeno, dando de ombros.

— Posso ser péssima no volante, mas sou ótima com outras coisas.

— Tipo…?

Ela ficou pensativa por um instante.

— Sou uma ótima dançarina. E cantora.

Ele riu.

— Muito útil. – brincou Steve

— É mesmo, lembra das minhas coreografias para líderes de torcida? Mandavamos muito melhor torcendo do que vocês jogando! – Natalie provocou

Steve piscou algumas vezes, parecendo se lembrar dos jogos no Ensino Médio.

— Não posso negar. – os dois estavam perto um do outro

Perto até demais.

— Falando nisso, vai no jogo hoje a noite? · perguntou Natalie

— Vou passar para pegar a Linda e vamos sim. – Steve respondeu, o sorriso de Natalie quase sumindo ao ouvir aquilo – Você vai?

Precisou de muito esforço para que a Goodwin não demonstrasse o quão incomodada ficou com a menção da mais nova quase namorada do Harrington.

Ela não poderia se sentir assim, seria hipocrisia pura. Afinal, ela quem havia colocado um limite na amizade com o Harrington.

Ela quem não queria admitir os sentimentos e tentar um namoro.

Natalie não poderia o obrigar a ficar sem sair com ninguém para esperar até ela estar pronta. E também não poderia se incomodar com as ficantes do homem.

Ela se afastou do balcão, mordendo o lábio inferior nervosa.

— Vou. Lucas me pediu para ir ver ele jogar. – Natalie deu de ombros – Aparentemente meu irmão e o resto da gangue não vão comparecer para jogar D&D.

Steve fez uma careta, se afastando do balcão e cruzando os braços.

— Coisa de nerd.

— Eu culpo o Eddie. Ele poderia mudar a data do fim da campanha, mas como não vai com a cara do time de basquete, marcou justamente para o mesmo horário. – Natalie disse

— Eu não sei o que vocês vêem no Munson. – resmungou Steve – Ele não pode ser tão legal a ponto de você, Dustin e Harry preferirem ele a mim.

— Tá bom, agora você foi dramático demais. – Natalie riu

— Não fui, beleza? Sou amigo daqueles pirralhos a anos e eles me deixaram de lado para brincar de tabuleiro em um clube de esquisitos. – Steve reclamou

Natalie revirou os olhos, odiava ver outras pessoas falando do clube Hellfire daquela maneira.

— Talvez seja melhor assim, vai por mim… Adolescentes são um porre. – Natalie reclamou  – Vou ver se os filmes estão separados por sessão.

E ela deu a volta no balcão para fugir daquela conversa.

O dia passou rapidamente. Natalie deixou Steve sair um pouco antes para conseguir pegar Linda em sua casa e fechou a locadora sozinha.

Havia tido pouco movimento na locadora, a maioria das pessoas estavam focadas demais no fim do campeonato de basquete que ocorreria na escola naquele dia.

Dirigiu com seu Impala até a escola. Suspirando ao estacionar ele e o analisar com calma. Aquele carro trazia uma enxurrada de lembranças, negativas e positivas. Mas Natalie ainda tentava o manter intacto, afinal, era a última coisa que havia ganhado de seu pai, levar ele até ali era como se ele estivesse junto para ver os Tigers ganharem.

Ele e Ayla. Sabia que eles estariam ali. Sabia que estariam torcendo pelas crianças.

Também sabia que ambos não estavam ali por culpa dela e isso a matava por dentro. Sabia que era culpada pela morte deles.

Suspirou, saindo do próprio carro e trancando. Não iria mudar muita coisa permanecer no estacionamento da escola se lamentando por coisas que já haviam acontecido.

Ao menos estavam em segurança agora.

Era possível ouvir o coro de apoio aos Tigers quanto mais se aproximava da quadra. Natalie entrou no local, procurando pelo seu irmão, Max ou qualquer um dos meninos. Nenhum deles estava lá.

Suspirou cansada. Eles não poderiam apoiar Lucas pelo menos uma vez na vida? Iria conversar com seu irmão e com o Eddie assim que tivesse a chance.

Natalie procurou sua irmã com o olhar, ela já tocava animadamente. Sorriu andando em direção a parte da arquibancada onde ela estava.

Seu sorriso vacilou ao perceber Steve com Linda não muito longe de lá. Respirou fundo. Não poderia ter ciúmes dele, afinal, ela quem havia deixado claro que não teriam nada… Certo?

Esperou alguns minutos até o horário do jogo. Praticamente toda a cidade estava ali, todos animados com uma possível vitória dos Tigers.

O diretor da escola logo arrumou o microfone no meio da quadra, pedindo a atenção de todos:

— Por favor, todos de pé para nosso hino nacional. – ele pediu – Nossa voz de hoje é uma convidada muito especial vinda diretamente de Nashville. Nossa querida… Tammy Thompson!

Natalie precisou colocar uma mão em frente a boca para não soltar uma gargalhada. Especialmente quando virou seu olhar para Robin e a viu abrir a boca em choque, trocando olhares com Steve e Natalie.

Amberly estava alheia a toda aquela cena com uma careta no rosto. Ela odiava Tammy Thompson por puro ciúmes de Robin com ela não ensino médio.

Ao ouvir Tammy começar a cantar, Natalie virou-se para frente. Ela cantava igualzinho a um Muppet, mais especificamente a Miss Piggy. Sem dúvidas igual a Miss Piggy.

— Que voz incrível, você não acha? – Natalie franziu o cenho ao ouvir Linda falar aquilo

Virou para trás quase instantaneamente, percebendo que Steve buscava o olhar dela para julgarem a loira com quem ele estava saindo juntos.

Ele praticamente pedia socorro com o olhar quando sibilou “Ela acha que a Tammy canta bem?” E Natalie respondeu “E não canta?” Abrindo um sorriso divertido em seguida.

Se virou de volta para a quadra, batendo palmas quando finalmente acabou a tortura de ouvir Tammy cantar. Natalie fez um joinha para Lucas assim que percebeu que ele a observava.

O Sinclair sorriu, aparentemente, aliviado que ao menos uma amiga havia ido.

O jogo não demorou para começar com Lucas no banco. O ritmo seguia praticamente o mesmo para os dois times, quando um marcava, o outro ia lá e fazia ponto em seguida. Era uma disputa bem acirrada no ponto de vista da Goodwin.

O jogo seguia tranquilo até um dos jogadores do time rival empurrar um dos Tigers contra o chão. Jason foi o primeiro a correr até ele, peitando o mesmo. Conseguiu perceber ele reclamando com o juiz quando levou uma bronca pela discussão.

Natalie encarou o jogador saindo machucado até perceber quem estava sendo chamado para substituir ele. Ela abriu um sorriso.

— VAMOS, LUCAS! – gritou animada quando o garoto se preparou e correu para o meio da quadra

— VOCÊ CONSEGUE, SINCLAIR! – ouviu Steve gritando praticamente atrás de si

O jogo seguiu equilibrado mesmo depois de Lucas entrar, assim como os Tigers marcavam pontos, também tomavam na mesma proporção. Já estava quase acabando o jogo quando o Carver pediu por mais tempo e reuniu o time.

A ansiedade tomava conta do corpo de Natalie. O jogo estava empatado, quem fizesse o ponto naquele momento, ganharia. Bateu um pé contra o chão algumas vezes, mordendo a própria unha esperando o time voltar a quadra.

Foi quando aconteceu. Faltavam alguns segundos para o fim do jogo, passaram a bola para Jason que a jogou na cesta. A bola girou algumas vezes e saiu para fora, caindo nas mãos do Sinclair que a protegeu antes de a jogar contra a cesta.

Faltava apenas um segundo quando Lucas marcou o ponto da vitória.

— ISSO! – Natalie comemorou, orgulhosa

Todos na quadra pulavam e batiam palmas. Todos comemorando a primeira vitória dos Tigers em anos. O time de basquete inteiro correu até Lucas, praticamente se jogando em cima dele.

A cidade inteira estava em festa com a vitória quando foram liberados a sair da quadra. Natalie andava em direção a saída quando percebeu o Sinclair correndo em sua direção.

Ele segurou ela por um dos ombros.

— Lucas! Parabéns! – ela disse

— Você não usou seus poderes, usou? – o sorriso no rosto dele era grande, sua felicidade era quase palpável quando ela negou com a cabeça – Então fui eu mesmo?

— Foi! Foi você! – Natalie disse, animada – Você é ótimo! Lucas, você mandou muito bem!

Ela deu um abraço rápido no garoto.

— Obrigado! Eu… – ele iria falar alguma coisa quando o time de basquete o puxou de volta – Nos falamos depois!

— Vai lá! – Natalie falou, rindo

A Goodwin voltou a andar em direção a saída, sendo parada mais uma vez. Dessa vez por Amber.

— Você deveria ter aceitado o convite e vindo cantar o hino. – A irmã mais nova disse – A Tammy Thompson é horrível… Meus tímpanos quase explodiram.

Natalie deu risada.

— Quem sabe na próxima. – deu de ombros – Vai demorar a ir embora?

— Ah. Sobre isso… Eu não vou para casa, tudo bem? As meninas da banda combinaram de fazer uma festa do pijama para comemorar a vitória, então vou para a casa da Tina. – Amber disse

Natalie concordou com a cabeça.

— Tranquilo! Se divirta. – Zero disse

— Obrigada. Fale para o Harry que eu mandei que ele tivesse juízo durante a viagem. – Amber falou – E que não é para influenciar o Will a pintar o cabelo também.

A gargalhada que saiu dos lábios de Natalie foi sincera.

— Mais alguma coisa?

— Vê se dorme essa noite. – Amber disse– Ouvi você acordando de um pesadelo de madrugada.

— Não prometo nada. Vá se divertir, tchau tchau. – Natalie se despediu

— Tchau! – Amber disse, virando- se para se encontrar com o resto da banda

Natalie finalmente conseguiu sair, percebendo os garotos do clube Hellfire saindo quase ao mesmo tempo.

Teve dificuldade para sair do meio da multidão e correr até eles. Eddie abriu um sorriso ironico em direção a amiga quando ela o chamou com a cabeça para se afastar do grupo.

Ele andou até ela.

— Natalie! O que te trás até aqui? Chegou um pouco tarde para a sessão. – Eddie disse

— Ah, você sabe para o que eu vim. – Natalie falou, cruzando os braços – Custava adiar a sessão?

— Sim! Custava! Nos preparamos o ano todo para isso. – Eddie disse

— E tinha que deixar justo para o dia do jogo do Sinclair? – Natalie perguntou

— Ele nunca joga! – respondeu o Eddie

— Hoje ele jogou e marcou o ponto da vitória! – Natalie rebateu

Eddie fez uma careta olhando para o time ao longe.

— Bom pra ele. – O Munson disse

— Bom? Nenhum dos amigos dele estava lá para ver porque você os prendeu aqui. – Natalie falou

— Não é minha culpa se todos preferimos jogar D&D ao invés de ver um bando de moleques jogando meia suja na cesta. – Eddie disse – Inclusive seu irmão e a irmã do Sinclair.

Natalie revirou os olhos.

— Lucas se importa tanto com o time quanto com a campanha e ele merecia que os amigos pudessem ter visto o jogo dele. – A Goodwin disse

— Basquete não tem tanta emoção quanto derrotar o Vecna na batalha final. – Eddie fala

— Sério, Eddie? Só um dos dois jogos pode dar uma bolsa na faculdade para o Sinclair e não me assusta ele preferir esse. Até porque ele não quer…

Ela parou de falar, sabendo que o que iria dizer poderia ferir os sentimentos do amigo. Ferir até demais. Mas Eddie entendeu o que ela iria dizer e a encarou.

— Ficar igual a mim? – o Munson perguntou

Natalie suspirou.

— Se você fosse um pouco mais flexível e não colocasse o D&D como prioridade… As coisas poderiam estar melhores. – Ela tentou se justificar

Eddie negou com a cabeça.

— Você ficou mesmo igual a eles.

Natalie franziu o cenho.

— Igual a quem?

— Steve Harrington. Amber. Qualquer um desses babacas. – Eddie falou – Mas quando foi expulsa das líderes de torcida, quem estava do seu lado? Exatamente! Esse esquisito aqui!

Natalie abriu a boca indignada, cruzando os braços.

— Me desculpa se eu queria que você tivesse uma visão do futuro só invés de repetir o último ano de novo. – Natalie falou – Ou se eu estou tentando se responsável aqui, coisa que você com certeza não sabe o que é!

Harry percebeu que a irmã estava discutindo com o Munson enquanto conversava com seus amigos. Ele suspirou, correndo até eles.

O mais novo colocou a mão no ombro da irmã.

— O que pensa que está fazendo? – Harrison perguntou

— Tentando colocar alguma coisa na cabeça do Eddie. – Natalie respondeu, se virando para o amigo – Você precisa amadurecer um pouco.

— Para, Nat! Chega! – Harry exclamou

— Não, Harry. Vocês sabem que eu amo vocês. Vocês dois. – Natalie apontou alta o Mundo que deu risada – Mas não dá para continuar assim. Sabemos que ele marcou o fim da campanha para hoje por pura implicância com o time de basquete.

— Ninguém queria ver esse jogo idiota. – Harry reclamou

— O Lucas queria que vocês vissem. – Natalie rebateu

— Só o Lucas. Não temos que fazer as coisas só porque ele quer! – Harry respondeu

Natalie o encarou antes de respirar fundo.

— Precisam aprender a valorizar os gostos do Lucas também. Ou se não… – ela foi interrompida

— Ou o que? Você não é minha mãe, Natalie. – As palavras de Harry a atingiram como facadas em seu coração, sabia que não era sua mãe, mas ainda assim… Precisava cuidar dele. – Não aja como se fosse.

Natalie abaixou o olhar por um instante. Eddie olhando de um irmão para o outro sem saber o que fazer.

— Harry… – Natalie começou

— Eu vou dormir na casa do Mike. – anunciou ele – Passo lá em casa amanhã cedo para pegar minhas malas. Pare de brigar com o Eddie.

E ele deu meia volta, saindo de perto da Natalie bravo.

A Goodwin mais velha respirou fundo.

— Tenso… – Eddie comentou

— Você poderia tentar ajudar ele a melhorar ao invés de ajudar a se rebelar. – Natalie o acusou

— Acredite em mim, a melhor forma dele melhorar é se rebelando. – Eddie disse, saindo de perto da Goodwin

Ela sabia que Harrison não estava errado em estar tão revoltado. Que direito Natalie tinha de tentar mandar nele? De tentar fazer o papel de mãe?

Nenhum. Não quando ela era a culpada pela morte de sua mãe mesmo.

Tentou não demonstrar o quão abalada estava ao caminhar até o próprio carro, totalmente sozinha. Ela deu a partida sem muita dificuldade e começou a dirigir rumo a própria casa.

As janelas estavam ligeiramente abertas, permitindo que o ar frio entrasse enquanto dirigia, tentando a acalmar. Sabia que suas emoções seriam levadas junto com um bom banho quente. A estrada estava totalmente deserta quando uma luz começou a piscar no painel do carro. Era o símbolo do motor, mostrando que algo estava errado.

— Não agora… – murmurou a garota

Mas o carro começou a perder a potência com o motor falhando. Ela apenas conseguiu encostar o carro perto de algumas árvores antes dele morrer por completo.

Desceu do veículo irritada, batendo a porta com força. Como essas coisas só aconteciam com ela?

Andou até o capô do carro. Assim que o abriu, muita fumaça saiu de dentro do mesmo voando para cima, incluindo seu rosto.

A tosse foi espontânea.

— Merda. – xingou enquanto tentava abanar para levar a fumaça para longe

Natalie ficou alguns minutos ali, tentando entender o que havia acontecido ou ao menos resolver. Sem sucesso. Ela abaixou o capô, sentando-se no chão.

Não tinha muito o que fazer. Teria que pedir para o guincho pegar o carro no dia seguinte para levar ao mecânico novamente.

O que significava que ela teria de voltar andando para casa sozinha. Ou permanecer dentro do carro até o dia seguinte.

Nenhuma das opções agradava ela.

Natalie não acreditava em qualquer criatura divina, mas se existisse uma, ela tinha certeza que a odiava. Ou que descontava todas suas frustrações em si.

A mulher percebeu um carro conhecido vindo ao longe e suspirou aliviada quando percebeu Steve dentro dele. O homem parou o carro próximo a ela, abaixando o vidro.

— Tá tudo bem? – ele perguntou, confuso

— O motor do carro morreu. De novo. – Natalie respondeu

Ele assentiu.

— Quer carona?

Não foi preciso perguntar mais uma vez. A morena entrou no banco do passageiro, trancando o próprio carro e colocando o cinto.

Encostou a cabeça contra a janela gelada.

— Você tá bem? – Steve perguntou

— Discuti com o Harry. – Respondeu Natalie – Porque os garotos não foram no jogo do Lucas…

— Entendi… Ele tá passando por uma fase difícil. – Steve disse – Logo vocês voltam ao normal.

Natalie suspirou. Queria concordar ou simplesmente acreditar no que o Harrington dizia, mas era quase impossível.

— Eu espero que sim. – Ela admitiu – As vezes acho que ele me odeia porque…

Steve a olhou de relance, evitando tirar os olhos da estrada escura.

— “Porque” o que?

— Porque eu fui a culpada pela morte dos nossos pais. – disse simples

Steve quase parou o carro no mesmo momento.

— Você não foi não.

— Fui.

— Não! Foram os russos e o maldito Devorador de Mentes. – Steve disse – Você não teve culpa alguma.

Ela deu de ombros.

— Podemos mudar de assunto? – ela perguntou – Amber estava morrendo de ciúmes de Robin.

— De novo? – Steve perguntou

— Por causa da Tammy Thompson. – Natalie respondeu

Steve deu uma risada nasalada.

— Estava com ciúmes do Muppet?

— Elas viviam grudadas. – Natalie deu de ombros – Amber não me escuta quando falo pra ela se declarar para Robin. Ela acha que a Robin é hétero, da para acreditar?

Steve deu uma pequena risada.

— O mesmo com a Robin. Ela se maquiou toda para encontrar com a Amber. – Steve diz – Mas ainda tem medo de levar um fora dela e cair na boca da cidade.

Natalie suspirou.

— Elas não enxergam o óbvio. – a Goodwin resmungou

— Da para ver de longe que as duas se gostam. – Steve disse – Mas elas não vêem isso. Não vêem que estão perdendo tempo, que ao invés de estarem cheias de ciúmes uma da outra, poderiam estar juntas de vez.

Ele estacionou o carro na frente da casa dos Goodwin. Natalie percebeu que ele já estava fazendo esse trajeto ao ver os instrumentos da irmã na parte de trás do carro.

Eles desceram do carro, pegando os instrumentos tanto de Amberly quanto de Robin que ficariam ali.

— Talvez elas tenham medo. De acontecer alguma coisa uma com a outra… De não ser recíproco… Ou simplesmente de se machucarem. – Natalie disse, enquanto ambos andavam em direção a sua casa – Pode ser uma desculpa. Porque se admitir os próprios sentimentos, já não dá para voltar atrás. E quando coloca as coisas em ações… Ou palavras… Tudo vira real.

Steve a encarou por alguns instantes, vendo-a abrir a porta e deixar os instrumentos no chão perto da entrada.

Assim que ela se virou para ele, percebeu que estavam mais próximos do que de costume. Sabia que deveria se afastar, mas assim que os olhares de ambos se encontraram, foi quase impossível se mexer.

— Talvez… Ela estejam esperando pela hora certa. – Natalie disse – Quando tudo ficar… Em segurança.

— Talvez não exista hora certa. – Steve falou,  se aproximando um pouco mais – E elas só estejam perdendo tempo por medo de arriscar…

A tensão em volta deles era óbvia. Natalie sentia seu coração disparar e sua respiração pesar com a proximidade.

Steve tentava se controlar olhando dos olhos de Natalie para sua boca.

As no começo estavam falando sobre Amber e Robin, o rumo da conversa desandou na metade. Era óbvio que estavam usando elas para falarem de si mesmos.

— Talvez elas tenham medo. Porque é mais fácil de lidar com a frustração de nunca ter do que com o sentimento de perder. – Natalie sussurrou

— Ou elas podem usar isso como disfarce porque tem medo de se decepcionarem. – Steve disse no mesmo tom – Mas elas deveriam deixar tudo isso de lado… Deveriam tentar…

— É, elas deveriam… – Concordou Natalie

No entanto, mesmo com ambos em uma proximidade nunca vista antes - nem mesmo quando quase se beijaram no elevador russo - nenhum dos dois ousou quebrar a curta distância que existia entre eles.

Natalie olhava nos olhos de Steve, o olhar era recíproco. Ela queria o beijar, como queria. Mas não achava justo com ele fazer isso. Não depois de dar um fora nele no último verão.

Mas então ele se abaixou um pouco, diminuindo devagar a distância de ambos. Natalie fechou os olhos, esperando que os lábios tocassem um no outro.

Nada aconteceu além de um afastamento repentino de Steve Harrington. Como se percebesse o que estava fazendo e tomasse juízo novamente. Se lembrando de que ela não o queria.

Ela suspirou frustada ao perceber ele se distanciando, andando de costas pela porta ainda aberta.

— Te vejo amanhã. – Steve disse

— Amanhã. – ela concordou

Assim que ele saiu da casa, ela fez menção de fechar a porta. Mas parou. Natalie encostou na madeira ainda aberta olhando ele se afastar devagar. Seria loucura enganar a si mesma daquela maneira, por mais que quisesse admitir que não. Eles estavam certos durante aquela conversa.

Ela sentia alguma coisa por Steve, algo além de amizade, isso era óbvio.

Queria colocar suas mãos ao redor dele. Queria sentir o sabor de seu beijo. Queria tê-lo. Sabia disso agora.

Continuar ignorando o desejo… A paixão. Que sentia por Steve seria ridículo. Não tinha motivos para tal. Ele não tinha dado motivos para isso. Precisava fazer alguma coisa. Precisava ir atrás dele.

Ela abriu a porta novamente.

— Steve! – ela o chamou, correndo até ele

Assim que ele se virou, seus olhos se encontraram. Não houve dúvidas: precisavam admitir seus sentimentos.

Natalie deu passos rápidos na direção de Steve, mas foi ele quem levou suas mãos até a cintura da Goodwin, a puxando para um beijo. Natalie ergueu uma mão a colocando no pescoço de Steve enquanto fechava seus olhos com os seus lábios colados ao dele, moveu a cabeça para o lado sentindo a língua dele tentando entrar em sua boca. Ela rapidamente deu espaço para que o fizesse.

A falta de ar se fez presente em alguns segundos, mesmo ofegantes, Natalie não deixou de dar uma pequena mordida no lábio inferior de Steve.

A respiração ofegante de ambos era o único som que ouviam, até o Harrington decidir falar:

— Natalie, eu…

— Podemos conversar depois.

Ela o beijou novamente fervorosamente, subindo ambas as mãos para a nuca de Steve. Os dois deram passos até a porta da casa e entraram, ainda se beijando. Ela enrolou alguns dedos por seu cabelo e os puxou levemente. As mãos de Steve passearam da cintura da Nat por suas costas, até descerem e pararem em sua bunda.

Em um ato rápido, a garota deu um pulo para cima, passando suas pernas pelo corpo de Steve que a segurou firmemente ainda com as mãos no mesmo lugar, a apertando. A porta da entrada fechou-se com os poderes de Natalie, trancando em seguida. Steve colocou-a contra a parede, ainda em seu colo.

Natalie virou um pouco a cabeça para respirar de maneira ofegante sentindo a boca do Harrington descer para seu pescoço devagar. Ela sentiu-o fungar, sentindo o cheiro da essência que ela usava antes queo mesmo distribuísse alguns beijos pelo local. Sentiu-o sugar sua pele algumas vezes, sabendo que alguns chupões também ficaram ali.

Natalie voltou a beija-lo. Steve a apoiando em cima de um armário que ficava entre a sala e a cozinha. A garota ainda mexia no cabelo do Harrington enquanto ele passeava as mãos pelo corpo da mesma, passando uma delas para dentro da camisa que ela usava, ele parou uma das mãos sobre o peito direito da mesma, mesmo coberto com o bojo, o movimento ainda assim a fez arquear um pouco o corpo. Principalmente o toque da mão fria do garoto em si.

Ela se curvou um tanto, deixando sua boca bem próxima do ouvido de Steve e, então, sussurrou:

— Steve… – sentiu ele se arrepiar por completo – Vamos para meu quarto.

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O próximo capítulo é curto, tem apenas o hot. Não tem nenhuma informação que realmente vai agregar a história. Então se não se sentem confortáveis ou simplesmente não gostam de ler coisas do tipo, podem pular a vontade.

(Não sou profissional escrevendo isso, então não me julguem).

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