
3.06- DISCUSSION
— VAMOS AMBER! – Natalie gritou da escada, Harry estava sentado no sofá – Tem certeza que não quer vir pro shopping? Tenho certeza que o Dustin vai estar lá.
— Tenho… – Harry falou
A morena se aproximou do irmão mais novo, se sentando ao seu lado no sofá. O garoto estava emburrado desde a briga do dia anterior.
O walkman do mesmo estava desligado e todas as vezes que o telefone tocava, ele desligava.
— Olha, não pode ficar assim só porque brigou com os garotos. – Natalie falou
— Posso sim. – Harry disse – Você não faz ideia de como eles estão… Insuportáveis!
— Mas sei que brigas durante a amizade acontecem. Vocês são amigos de verdade, já enfrentaram a quase morte juntos duas vezes. Vão se resolver logo. – Nat disse
Harry olhou para sua irmã mais velha.
— Vou tentar falar com o Will. – O Goodwin mais novo afirmou
— Isso, depois vocês combinam o que fazer. – Natalie disse, ao ouvir sua irmã descendo as escadas se levantou – Achei que ia morar no banheiro.
— Eu estava terminando de me arrumar. – Amber diz
Natalie pegou a chave do carro, andando até a porta.
— O pai foi para a cidade vizinha ontem, provavelmente volta mais tarde. – Ela avisou – Tem comida na geladeira, só esquentar. Cuidado de for mexer com o fogo.
— Tá bom, Nat. -– Harry diz – Bom serviço para vocês duas.
— Obrigada. – Amber agradeceu
— Se cuida. – Natalie disse
Alguns minutos depois que as mais velhas saíram, a campainha disparou. Alguém batia na porta sem parar, parecendo estar desesperado.
Harrison sabia que eram os garotos querendo falar com ele, então ignorou por algum tempo. Eles não pararam. Ele reuniu coragem e se levantou, abrindo a porta com raiva.
A confusão tomou conta de Harry quando ele viu Will junto com Mike e Lucas.
— Ele voltou. – Will disse
Os olhos de Harry se arregalaram assim que o garoto disse a frase. Ele entendeu no exato momento.
— Qual deles? – O Goodwin perguntou
— O Devorador de Mentes. – O Byers respondeu
(...)
Amberly estava sentada no fundo da sorveteria com Steve, Robin e Dustin. A garota de cabelos escuros olhava com tédio para o menino de boné.
Ele era a pessoa quem mais estava ansiosa para descobrir os planos dos russos, sem dúvida alguma.
— Aquele cartão abre a porta, mas infelizmente o russo que carrega ele também está armado. – Dustin disse
— Deve ser alguma coisa bem importante que tem naquele lugar, pelo jeito eles não querem que ninguém encontre. – Amber fala
A loira suspirou.
— Deve ter outro jeito de entrar lá. – Robin comenta
Steve jogou seu chapéu em cima da mesa, se ajeitando na cadeira que estava sentado.
— Olha, então… – O Harrington disse, sério – Posso apagar ele.
O olhar sério de Amberly se transformou em uma grande gargalhada com a fala de Steve.
— Apagar quem? – Robin perguntou
— O guarda russo. – Steve responde, apontando para Amber – Para de rir! Eu pego ele por trás, boto ele para dormir e roubo o cartão. Fácil!
— Não ouviu a parte da arma? – O Henderson perguntou
— Sim, eu ouvi. É por isso que eu chegaria de surpresa. – Steve respondeu
Amber precisou controlar a risada.
— Oh, Steve. Você não ganha uma briga com a pessoa desarmada, acha que vai conseguir de um russo treinado com uma arma gigante? – Ela perguntou – Sonha mais baixo.
— Eu só perdi uma vez. – Steve se defendeu
— Duas vezes. – Dustin disse – Jonathan, um ano antes.
— Pera aí, esse não conta! – Steve falou
— Claro que conta, os dois quebraram a sua cara. Se for contar as vezes que você apanhou da minha irmã também, o número aumenta. – Amber fala
Dustin apontou para ela, concordando.
— Seria mais fácil mandarmos a Nat, se for para tentar invadir. – o Henderson disse – Onde ela está?
— Reunião de trabalho. – Amber falou – O dono do restaurante chamou ela e os outros funcionários para conversar.
Robin se levantou de repente, parecendo pensativa. Ela saiu correndo da parte inferior da sorveteria, pegando todo o dinheiro em nota das gorjetas.
— Ei, parte disso é nosso! – Steve diz – Onde vai?
— Vou arranjar um jeito seguro de entrar na sala. – Robin falou – Enquanto isso vendam sorvete, se comportem e vê se não apanha tá?
No andar de cima do shopping, Natalie estava na cozinha junto com alguns cozinheiros e Josh. O dono do restaurante elogiava cada coisa do restaurante, mesmo que fossem os mínimos detalhes.
Desde a organização até a eficiência do atendimento, ele comentava sobre tudo, como se tivesse decorado o que falar.
Natalie estava ansiosa, tinha ideia de qual era o motivo da reunião. Provavelmente ele escolheria o novo gerente do local, algum deles seria promovido.
A maioria dos funcionários já tinham concordado que seria ela, por colocar todos eles nos eixos quando precisavam e nunca parar quieta. Ela sempre estava fazendo alguma coisa.
Mesmo quando era apenas uma ilusão.
— Vocês estão elevando o padrão aqui. Todos têm elogiado a eficiência e o profissionalismo. Como sabem, tivemos uma mudança de gerência recentemente, e após cuidadosa consideração, escolhi o novo líder. – O dono do local falou – É com grande prazer que eu anuncio a vocês o novo gerente… Josh!
Natalie precisou se controlar para o sorriso que estava em seu rosto não sumir. O novato que ela estava treinando a alguns dias conseguiu a vaga que, teoricamente, seria dela.
O menino fez uma careta, o dedo indicador apontando para o próprio corpo. A maior parte dos olhares estavam em Natalie.
— Eu? – Josh perguntou
— Você mesmo. – O mais velho respondeu
— Que surpresa… Agradável! Não é mesmo? – Natalie perguntou com um falso tom de alegria
— Muito obrigado. – Josh diz – Eu… Eu não sei como agradecer. Nem o que fazer no cargo. Estou aqui a tão pouco tempo…
Ele sorria radiante. A decepção de Natalie não a deixando ficar feliz por ele.
— Você tem futuro garoto. Estou confiante em você. Parabéns. – O mais velho falou – Estão liberados para fazerem seus serviços agora. Podem voltar a trabalhar.
Algumas pessoas parabenizaram Josh enquanto o dono do restaurante saia do lugar. A confusão era evidente no rosto de Natalie de maneira que ela não poderia mais esconder.
Ela saiu atrás dele em seguida.
— Senhor Johnson! – Natalie o chamou, fazendo com que ele parasse em frente ao restaurante – Eu sou a Natalie…
— Eu sei quem você é, querida Goodwin. – O mais velho falou – Fez um bom trabalho treinando o Josh.
— Obrigada, dou o meu melhor nesse serviço. Não quero ser invasiva e nem desrespeitar a escolha do senhor, mas eu realmente gostaria de saber como você escolheu quem seria o próximo gerente. – Natalie tentou ser delicada ao falar – Por tempo no emprego, experiência…
O homem a olhou, parecendo confuso com a pergunta.
— Escolhi quem tinha postura de gerente. – Ele falou
Natalie se segurou para não rir com a resposta. Josh mal conseguia levar uma bandeja sem a deixar cair a dois dias.
O que seria uma postura de gerente para o homem?
— Postura? – Ela perguntou confusa
Os olhos do mais velho se abriram um pouco, como se ele tivesse entendido o que Natalie estava em dúvida.
— Você queria ser a nova gerente, não é? – Ele perguntou
— Bem, eu achei que seria promovida, fiquei surpresa quando escolheu o garoto da semana passada, porque… – ela foi interrompida
— Quer ser promovida? – O homem ria, analisando a garota – Posso te promover para trabalhar no meu novo bordel.
O homem riu mais alto. Natalie abriu a boca desacreditada, por um momento sem reação. De repente, ela começou a rir de nervoso.
Não acreditava que o homem realmente tinha falado aquilo. Uma imensa vontade de chorar invadiu seu peito, mas ela segurou com todas suas forças.
Era tão inalcançável uma promoção ali a ponto de o homem achar que aquilo era uma grande piada? Ou ele realmente estava falando sério?
— Estão entrando mais clientes, vá trabalhar, garçonete. – Ele falou e saiu andando
A Goodwin entrou de volta para dentro do restaurante, ficando atrás do caixa em silêncio até o primeiro cliente do dia chegar.
No entanto, a garota ficou remoendo aquela conversa. A incredulidade com a fala do homem se transformando em raiva. Ela ficou ofegante e, de repente, as lâmpadas do restaurante inteiro estouraram.
Robin voltou para o shopping depois de alguns minutos, entrando na sorveteria com um mapa do shopping.
Ela apontava o mapa enquanto falava:
— Estamos aqui na sorveteria, queremos chegar aqui. – A Buckley apontou
— Não tô vendo nenhuma entrada. – Steve disse
— Nem eu. – Amber comentou
— Não se pensar em portas. – Robin diz
Dustin compreendeu o pensamento da nova amiga antes mesmo dela apontar para a pequena portinha na sala.
— Dutos de ar. – O Henderson falou
— Pelo visto, a sala secreta precisa de ar assim como qualquer outra e esses dutos de ar vão até… – A Buckley traçava a linha com um canetão – Aqui!
Os quatro olharam para o duto de ar que existia na sorveteria. Se tinha um jeito de entrar lá era por aquele buraco.
Amberly cutucou o braço do Harrington.
— Vá pegar uma escada. – Amber mandou – E ferramentas! Precisamos abrir.
Steve a obedeceu.
— Quem vai entrar ali? – Dustin perguntou
— O único que não tem alguns ossos do corpo. – Amber respondeu, apontando para o Henderson
Não demorou muito para o garoto voltar com o que ela pediu e abrir a entrada do doutor de ar. Robin passou uma lanterna para Amberly que a entregou para Steve.
Ele analisava o local com uma careta.
— É, sei lá… Não sei se você cabe aqui não. – O Harrington falou para Dustin – É bem… Apertado.
Steve desceu as escadas rapidamente.
— Vai caber. – Dustin falou – Sem clavícula, lembra?
Amber segurou a escada para que o Henderson pudesse subir com segurança. Uma careta confusa aparecendo no semblante de Robin.
— Como é?
Steve se virou para ela.
— Ele tem uma doença estranha. Cri… Crito… – Steve deu de ombros ao não se lembrar do nome da doença
— Ele não tem alguns ossos do corpo por causa dela. – Amber explicou brevemente
— Isso! E se dobra feito o Gumbo. – Steve fala
Robin o olhou.
— Como o Gumby. – A Buckley o corrigiu
— Tenho quase certeza que é Gumbo. – Steve fala
— Tanto faz o nome dessa… Coisa! – Amber disse
Dustin se remexeu em cima da escada. Gritando em seguida:
— Dá para calarem a boca e me empurrarem?
Amberly abriu espaço para Steve passar. Ficando parada ao lado de Robin enquanto o garoto empurrava os pés de Dustin.
Dava para ver ele se esforçando, mas o Henderson mal sai do lugar.
— Meus pés não, Burrão! Empurra minha bunda! – Dustin disse
— Que? – Steve perguntou
— Pega na minha bunda! Eu não ligo.
Amber franziu o cenho com a cena que aconteceu em seguida. Steve tentando empurrar Dustin pela bunda para dentro do duto e ele mal se mexendo.
Os dois começaram uma pequena discussão, enquanto Steve pegava as pernas de Dustin e o jogar para dentro do duto. Amber e Robin trocaram um olhar.
Apesar de Dustin ter menos ossos no corpo, ele ainda era uma pessoa grande. Ele não caberia ali, a menos que fosse uma criança menor.
O sino da sorveteria começou a tocar. Erica Sinclair chamava pelos atendentes em busca de mais amostras de sorvete; eles acharam exatamente quem precisavam para entrar lá.
Enquanto Robin, Steve e Dustin tentavam convencer Erica a entrar nos dutos e abrir a porta da sala para eles entrarem, Amber saiu da sorveteria e foi até o restaurante para chamar sua irmã para ajudar.
A mais nova franziu o cenho ao perceber que a porta do restaurante estava fechada e alguns dos funcionários usavam escadas. Ela entrou, atraindo a atenção de alguns deles.
— O que aconteceu aqui? – Amber perguntou
— Deu uma pane do sistema elétrico do restaurante e todas as lâmpadas estouraram. – Josh respondeu em cima de uma das escadas
Amberly olhou para sua irmã que tinha um pouco de sangue seco embaixo do nariz.
— Pode vir comigo, Nat? Preciso falar com você. – Amber falou
Natalie abriu um sorriso que não condizia com seu olhar raivoso.
— Claro, só preciso pedir permissão para meu gerente antes. – Natalie disse de maneira debochada
O garoto a olhou.
— Claro, vou atrás de você quando a gente reabrir. – Josh falou, sem perceber o deboche na voz da garota
Amberly franziu o cenho ao ver que o novato do restaurante era o novo gerente. Natalie deu um sorriso, pegando o braço da irmã e saindo pela porta.
A mais nova não disfarçou ao ficar olhando para trás confusa.
— Achei que você fosse virar a nova gerente. – Amber comentou
— É, eu também achei. – Zero disse com desgosto na voz – O Dustin já veio para cá? Preciso conversar com vocês também.
— Já, achamos um jeito de entrar naquela sala. – Amber fala – Mas precisamos da ajuda da Érica para isso.
— Erica? A irmã mais nova do Lucas? – Perguntou Natalie
— É, ela é a única que cabe nos dutos de ventilação. – Amber respondeu
Natalie negou com a cabeça.
Eles não podiam continuar com aquilo, principalmente envolvendo mais crianças. Era uma situação perigosa por si só, já que envolvia um país em guerra com os Estado Unidos escondendo alguma coisa no shopping.
Depois de ver cientistas no meio deles, Natalie teve a certeza que não poderiam continuar com aquilo. Afinal, o que mais poderiam estar fazendo cientistas russos na cidade de Hawkins?
Era um lugar completamente pacato, se não fosse pelo que faziam com as crianças lá.
— Não podem continuar com isso. – Natalie afirmou – Nós prometemos que se ficasse perigoso e realmente fossem russos avisariamos o Hopper.
— Precisamos ter certeza do que é antes de fazer isso. – Amber fala
— Não! Precisamos da ajuda da polícia! – Natalie disse – Não podemos envolver mais uma criança nisso!
— Bom, a outra opção era Steve entrar em uma briga com um guarda armado. Ela não vai fazer isso sem ganhar nada em troca, isso você pode ter certeza. – Amber falou, ela e Natalie parando ao ver Steve pegando um grande pote de sorvete da mesa onde Robin, Dustin e Erica estavam sentados – Viu?
Natalie deixou Amberly falando sozinha, andando rapidamente para dentro da sorveteria, onde Steve complementava o sorvete de Erica.
Ela se apoiou no balcão, fazendo com que ele olhasse confuso.
— Vocês não podem enfiar a Erica nisso. – Natalie fala
— Por que? – Steve perguntou, confuso
— Porque é perigoso! – Natalie respondeu, com obviedade
— Ela só vai abrir para a gente entrar. – Steve disse
— É perigoso, Steve. – Natalie falou – Nós todos concordamos que se ficasse perigoso, ligariamos para o meu pai ou Hopper.
Steve deixou o sorvete em cima do balcão, encarando Natalie.
— Nós podemos chegar mais afundo e conseguir provas concretas antes de denunciar. – Steve fala
— Colocando uma criança em perigo? – Natalie perguntou – Ela é menor de idade! Menor do que o Dustin! Existe um motivo para ela não ter sido colocada contra os demogorgons antes.
— Não estamos lidando com… – Steve respirou fundo, ficando tão irritado quanto Natalie antes de a chamar para ir para dentro da salinha que ficava dentro da Scoops – Não estamos lidando com demogorgons! Estamos lidando com pessoas.
— Pessoas armadas! – Natalie fala – Pessoas que estão em guerra com nosso país.
— Achei que você tinha falado que nem todo russo era malvado. – Steve rebateu, mal humorado
Natalie riu desacreditada.
— É difícil continuar acreditando que eles não são maus quando estão com armas gigantes escondendo alguma coisa. – Natalie fala – Essa história é muito mais perigosa do que a gente pode imaginar.
Steve franziu o cenho. Era primeira discussão que os dois tinham em muito tempo, era até estranho.
— Por acaso você sabe de alguma coisa que nós não sabemos? – Steve perguntou
— Sei que nosso país e o país deles estão em guerra e que nenhum dos dois poupam vítimas dos países rivais. – Natalie respondeu – Que vão matar a gente assim que descobrirem que estamos investigando eles! Porque tudo o que eles querem é ganhar essa coisa! Acha que vai ser diferente por serem crianças? Eu e você somos adultos agora, Harrington! Precisamos ser responsáveis.
Steve revirou os olhos, jogando a cabeça para o lado, como se estivesse sem paciência alguma. Sem entender porque ela estava tão preocupada.
— Eu dei outra opção que não envolvia a Erica, ok? – Steve falou – Mas as garotas…
— As garotas escolheram a opção que você não acabaria morto com um tiro na cabeça! – Natalie exclamou
Steve se afastou um pouco mais dela.
— Eu iria atacar por trás! – Steve diz – Por que se importa tanto?
— Por que? Porque é perigoso! – Natalie exclamou
— Não! Por que se importa tanto comigo? – Steve perguntou, irritado
— Porque você é meu amigo! – Natalie responde com obviedade
— Seu amigo? – Ele parecia decepcionado
— É, cara. Eu não quero que você morra! – Natalie fala
— Por que? – Ele repetiu
— Porque eu te amo, cara! – Natalie falou
Steve abriu a porta.
— Se me amasse não estaria namorando o Ethan. – Steve rebateu, saindo da salinha de acesso só aos funcionários
Natalie ficou extremamente confusa com a fala do rapaz. O que uma coisa tinha a ver com a outra? Ele estava indo contra ela por ciúmes? Ciúmes de amigo ou…
Preferiu ignorar, baixando as sobrancelhas com raiva enquanto saia atrás do Harrington.
— Steve! – Natalie o chamou, fazendo ele se virar – Se você continuar com essa coisa dos russos, pode dizer adeus a nossa amizade. Eu nunca mais vou olhar na sua cara.
Ela não fazia a menor ideia do que passava pela cabeça de Steve enquanto ele encarava ela. Entendeu o recado quando ele pegou o grande sorvete de Erica e se virou.
— Tchau, Goodwin. – O Harrington disse
Natalie encarou Steve Harrington se afastando, fazendo o máximo possível para controlar suas emoções. Não queria admitir, mas sentia uma imensa vontade de chorar.
A morena saiu de dentro da sorveteria, andando diretamente até as escadas rolantes. Não acreditava que ele realmente havia concordado com o que ela falou.
Que depois de se tornarem amigos de verdade, estavam abandonando tudo aquilo. Fechou o punho. Agora entendia o que Harry estava sentindo.
Por algum motivo, aquilo doía. Doía demais. Mais do que ela poderia imaginar. Balançou a cabeça tentando mandar aquele sentimento para longe, ela precisava ficar focada.
Se suas teorias estivessem certas com a pequena visão que teve ao usar seus poderes, os russos estavam abrindo outro portal em Hawkins.
Natalie entrou correndo no restaurante, indo para a salinha de troca dos funcionários. Ela discou o número da delegacia.
— Oi, tudo bem? É a Natalie, filha do Reggie. – Ela falou para a secretária – Por acaso o Hopper está aí? – esperou ela responder – Não? Tá bom, obrigada. Tchau.
Natalie desligou o telefone, dando um soco na parede em seguida. Por que brigar com Steve estava doendo tanto nela daquela vez se ela já teve brigas piores com ele no passado?
Ela mexia no colar em seu pescoço que Steve havia dado de presente a ela. A vontade de o arrancar de uma vez era grande, mas ela não tinha coragem para fazer isso.
Não tinha coragem para destruir aquela amizade de uma vez.
(...)
A noite havia chegado, as crianças estavam reunidas no clube depois que ele fechou. Aproveitaram que o meio-irmão de Max estava no banho para colocarem o plano em ação.
Eleven usou os poderes para passar o cadeado na porta, impedindo ele de sair do vestiário masculino.
Harry abriu e fechou os armários diversas vezes, para atrair a atenção do Hargrove, já conseguia ouvir ele se aproximando quando saiu correndo.
— Eu disse que a piscina fechou! – Billy exclamou para o nada
Eleven apagou as luzes, todos estavam escondidos no escuro. Lucas e Mike seguravam o walkman enquanto as garotas, Mike e Harry estavam um ao lado do outro escondidos.
Billy se aproximava irritado com Mike chamando o nome dele pelo Walkman. O mais velho xingava e pisava fundo no chão, causando um barulho muito alto a cada passo.
Harry não sabia como tantas mulheres da cidade de interessavam por aquele cara. Ele era nojento e amedrontador, apenas o corpo e o rosto eram bonitos.
Ele parou em frente a sauna.
— Achei você. – foi o que o Hargrove falou antes de abrir a porta
Ele ficou ainda mais irritado quando viu o manequim com o Walkman.
— Atrás de você. – Lucas falou pelo mesmo
Assim que ele se virou, conseguiu ver Eleven. Sem dificuldades, a mais nova usou seus poderes para jogar o Hargrove para dentro.
Juntos eles fecharam a porta e a trancaram com uma corrente de ferro. As luzes se acenderam, Billy batia na porta com força.
Seus olhos percorreram todo o grupo de crianças até pararem na ruiva ao lado de Harry.
— Max! – ele exclamou
— Pode ligar. – A Mayfield pediu
Foi o que eles fizeram. Will aumentou o calor da sauna até o máximo.
Eles ficaram ali, ignorando os pedidos e gritos de Billy mandando tirar ele de dentro da sauna. Se ele não fosse o devorador de mentes, com certeza estariam todos ferrados.
Harry se afastou da porta, pegando seu Walkman e tentando chamar sua irmã mais velha novamente.
— Nat! Código vermelho, Nat! Você tá na escuta? – Harry perguntava pela décima vez ao dia
Ela seria a única que o impediria de matar todos eles, sem duvidas. Mas ela estava trabalhando e não conseguia falar no Walkman.
Harry tentou mais alguma vezes, tanto ela quanto Dustin. Nenhum dos dois respondia.
Max estava próxima a porta da sauna quando ele se aproximou do grupo novamente. Harry olhou de Will para Max.
— Nat não respondeu. – Harry avisou – O que ela tá fazendo?
Conseguia ouvir o choro de Billy.
— Ele tá com o Devorador de Mentes. – Mike sussurrou
— Não foi minha culpa… – Conseguia ouvir o Hargrove chorando
Will levou a mão até a própria nuca. Olhando para seus amigos, assustado.
— Eu tô sentindo ele. Está ativo. – O Byers informou
Harry olhou para Max assustado.
— Max, se afasta da porta! – O Wheeler mandou
— O que? – A Mayfield perguntou
— SE AFASTA DA PORTA! – Mike mandou
A ruiva se afastou com um pulo. Todas as crianças estavam ofegantes, assustados. Esperavam Billy fazer qualquer coisa para tentar sair.
Mas o barulho da porta do vestiário se quebrando que atraiu a atenção de todos. Harry se virou assustado quando viu sua mãe aparecendo.
Ela andava em direção a sauna quando ele entrou em sua frente. Harry estava branco como paredes de hospital, os olhos arregalados em sua mãe que suava enquanto se aproximava.
— Mãe? – Harry perguntou
Ayla bateu a mão contra o rosto de Harry, o jogando contra a parede enquanto segurava um martelo. Eleven a segurou com seus poderes antes que a mulher pudesse libertar Billy, mas ele o fez sozinho.
Com um pedaço de piso, Billy quebrou a janela da porta da sauna tentando sair. A porta suportava as investidas que ele dava.
Will ajudou Harry a se levantar, todas as crianças atrás de Eleven, que segurava Ayla; aquela que descobriram também estar possuída.
As luzes piscaram.
— Aquilo ali aguenta, né?
As veias de Ayla e de Billy ficaram totalmente pretas. Ele arrebentou a porta com mais uma investida. Eleven fez Ayla e Billy ficarem lado a lado e jogou um grande peso na direção deles.
Ela os prendeu na parede. Sem muita dificuldade, Billy conseguiu jogar o peso contra Eleven. Os dois adultos andaram em direção de Eleven. A mais nova conseguiu jogar Ayla para longe, mas não antes de Billy a puxar pelo cabelo e a levantar pelo pescoço.
Eleven estava sendo sufocada, quando Harry avistou um extintor de incêndio na parede. Com dificuldade ele pegou o extintor de incêndio e acertou na cabeça de Billy.
O loiro soltou Eleven e se virou na direção de Harry. Antes que pudessem fazer qualquer coisa, Mike o acertou com um cano de metal.
O Wheeler iria bater de novo em Billy quando Ayla apareceu, o pegando pelo pescoço e jogando em cima de seu filho. Os dois levitaram e com um grito de dor, Eleven os afastou de seus amigos.
Ela os jogou na direção da parede, quebrando os tijolos. Nos braços de Mike, ela chorou de cansaço. Quando olharam para fora do local, nenhum dos dois estava lá.
Harry estava ofegante. Os olhos delatavam o choque que estava sentindo, as mãos trêmulas perto de sua perto. O medo tomou conta do garoto.
O devorador de mente estava no irmão de Maxine e na mãe de Harry.
— Precisamos avisar a Nat. – Harry falou com a voz falha
Oi gente!!! 2023 está chegando ao fim e eu achei que para encerrar com chave de ouro era necessário um capítulo de The Other Side porque esse ano foi O ANO para nossa fanfic.
O que acharam do capítulo de hoje??
Eu publiquei uma fanfic de Jogos Vorazes, o par romântico é o Peeta Mellark e ela participa de uma collab com a conrzd. Quem ficar interessado, já está disponível no meu perfil, se chama “SERPENT'S GAMBIT”.
Aproveitar que comentei sobre a Kay para agradecer a ela que me ajudou com esse capítulo e fez uma revisão nele para mim. Obrigada amiga <3
Até o próximo capítulo gente!!!
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