2.20- FRIENDS
Mais de um mês havia se passado desde os acontecimentos envolvendo o Mundo Invertido em 1984. O laboratório finalmente foi exposto, Barb havia tido o funeral que merecia a mais de um ano. Foi uma cerimônia triste, principalmente para aqueles que já sabiam da morte da garota antes de sua família.
Dezembro havia chego e com ele o baile de inverno das crianças de Hawkins. Natalie, Nancy, Amberly e Jonathan eram alguns dos adolescentes que haviam se oferecido para ajudar na festa.
Natalie estava terminando de maquiar Eleven na cabana de Hopper. Ela iria para o baile para aproveitar uma noite de diversão com seus amigos, nenhum deles sabia disso ainda.
— Pronto, você está incrível. – Natalie disse para a mais nova
— Não acha que é demais? – Hopper perguntou analisando
Natalie negou com a cabeça.
— Ela tem treze anos, Hopper. – Natalie disse
— Por isso mesmo. – Hopper disse
— Ela tá gata! E quem tem que achar a maquiagem boa é ela, não você. – Natalie disse – O que achou?
Ela entregou um espelho de mão para Eleven, que sorriu ao ver seu próprio reflexo.
— Eu tô gata. – Ela repetiu com um sorriso no rosto
Natalie se levantou com um sorriso convencido no rosto.
— Quer que eu leve ela? – A Goodwin perguntou
— Com você dirigindo? – Hopper riu por longos dois minutos seguidos – Confiaria mais em deixa-la dormir na casa do Mike.
Natalie riu ironica, sem achar a menor graça.
— Posso dormir na casa dele? – Eleven perguntou
— Não! – Ela recebeu a mesma resposta de Hopper e Natalie ao mesmo tempo
— Então, eu vou para minha casa me arrumar. – Natalie alertou, dando um beijo no cabelo de Eleven – Te vejo no baile, El.
— Te vejo no baile, Nat. – Eleven disse
Natalie saiu da cabana do Hopper, subindo em sua humilde bicicleta, pedalando até onde havia largado o carro que seu pai arranjara como pedido de desculpas por não contar sobre Eleven.
A morena dirigiu até sua casa, descendo do carro e entrando na casa. Tomou um rápido banho, vestiu um vestido simples e foi para frente do espelho, começando a se maquiar.
O machucado em seu braço já estava melhor, uma cicatriz quase toda curada. O ponto de sua testa já havia sumido.
Passava sombra em seu olho esquerdo quando viu Amber com um vestido verde água parando perto da porta, parecendo inquieta.
— O que você quer? – Natalie perguntou, curiosa
— O Ethan vai para a festa nos ajudar? – Amberly perguntou
Nat deu de ombros.
— Ele ficou de confirmar, mas não chegou a me ligar para responder. – Respondeu a mais velha
Desde que Natalie recebeu a ligação do garoto do braço quebrado, os dois se aproximaram bastante. Marcaram um encontro, que aconteceria no dia seguinte da festa das crianças.
Não deixou de chamar ele, sabia que essas festas davam trabalho e nenhum adolescente mais velho queria participar daquilo.
— E o Steve? – Amber perguntou
— Vai levar o Dustin para a festa, não tenho certeza se ele vai ficar. – Natalie explicou brevemente
Amber desviou o olhar, mexendo na maçaneta da porta.
— E… A Robin? – Amberly perguntou
— Me disse que não vai, não gosta de festas. – Natalie respondeu – Achei que ela tinha te avisado.
Amber olhou para o chão.
— Não avisou… – A mais nova respondeu
Natalie terminou de se maquiar, vendo que Amberly ainda estava parada na porta de seu quarto inquieta.
Ela se virou, olhando para ela confusa.
— Quer me falar alguma coisa? – Natalie perguntou
Amberly respirou fundo, como se quisesse tomar coragem, antes de entrar e fechar a porta.
A garota se sentou na cama de sua irmã mais velha, a encarando.
— Posso te fazer uma pergunta?
— Claro que pode.
Ela respirou fundo.
— Nancy é sua melhor amiga, certo? – Amber perguntou
Nat franziu o cenho, se sentando perto da irmã.
— Sim. Por que? – Natalie perguntou
— A Robin é a minha. – Afirmou Amber
— Sim…
— Quando você está com a Nancy… Tipo, perto dela… Conversando… – Amberly falava enquanto gesticulava com as mãos – Você sente um frio na barriga? Um nervosismo gigante durante a conversa… Sei lá, seu coração acelera? Suas mãos soam frio enquanto sua bochecha parece esquentar cada vez mais?
Natalie olhou para Amber.
— Não. Não acontece isso comigo. Não quando estou com a Nancy. – Natalie disse, Amber desviou o olhar parecendo com medo – Amber… Você tá apaixonada pela Robin.
A frase era para ser uma pergunta, mas Natalie falou com tanta firmeza que pareceu mais uma afirmação.
Amberly levou as mãos ao rosto.
— Era disso que eu estava com medo. – Amber fala
— De estar apaixonada pela sua melhor amiga? – Nat estranhou a reação da garota
Conseguiu ver as lágrimas descendo pelo seu rosto quando se virou para olha-la.
— De estar apaixonada por uma garota. – Amber disse – Você… Você não me acha… Não sei, nojenta… Por causa disso?
Natalie queria rir por Amber achar que a acharia nojenta, mas negou com a cabeça pela voz séria da irmã.
Ela realmente estava falando sério.
— Não. Claro que não! Por que eu acharia? – Natalie perguntou
— Eu sou uma garota e estou apaixonada por outra garota. – Amber respondeu – Eu estou apaixonada pela Robin. Eu não gosto de garotos, Nat. Nunca gostei… Comecei a andar com a turma de Steve ano passado porque eu estava afim da Nancy, só não sabia disso ainda… Duas garotas…
Natalie segurou a mão da irmã mais nova.
— Amber, você não escolher por quem vai se apaixonar. – Natalie afirmou – E mesmo se escolhesse, qual o problema de querer uma garota?
Amber engasgou.
— Duas mulheres não conseguem ter filhos juntas.
— E você quer ter filhos?
— Não…
— Tá vendo? Qual o problema? Mesmo se quisesse ter, dá para adotar. – Natalie disse
— Casais homossexuais não podem adotar crianças. – Amberly disse como se fosse óbvio
Natalie abriu a boca surpresa com a informação. De fato viver dentro de um laboratório não era um sonho, mas ao menos a fez não ter uma visão tão fechada sobre tudo isso. Não tinham casais lá dentro, quando saiu, achou que amor era amor.
Mesmo com os casais entre duas pessoas do gênero oposto sendo os mais predominantes, não percebia tanto o preconceito com casais homossexuais.
— De qualquer forma, você acabou de falar que não quer ter filhos. Então, por que tá colocando isso como um empecilho, caralho? – Natalie perguntou – Você não tem que ter vergonha de ser quem você é.
— Você também gosta de garotas? – Amber perguntou
— Eu gosto de pessoas. – Natalie respondeu – Independente se for homem ou mulher, o que importa é a índole dela, você não acha?
Amber assentiu.
— Tem certeza que não está falando isso só por ser minha irmã? – Amberly perguntou
— Eu estaria muito puta com você se estivesse apaixonada por alguém como Billy Hargrove. Então, não. Não é só porque sou sua irmã. – Natalie respondeu – Você não é nojenta por gostar de garotas, Amber. Continua sendo a mesma menina incrível que sempre foi. Não tem que ter medo de ser quem você é. Não estou falando que vai ser fácil, as pessoas são cruéis. Cruéis demais. Não pode deixar isso te afetar. O que importa é você se aceitar e ser feliz.
Amber estava chorando. Natalie não sabia dizer se eram lágrimas de alegria ou tristeza. Independente do que fosse, a mais velha a puxou para um abraço.
Não soube quando começou a chorar também, mas sentiu algumas lágrimas descendo por seu rosto. As duas ficaram abraçadas durante alguns minutos.
— Eu estava com medo de como você iria reagir quando eu falasse sobre isso com você… – Amber diz – Achei que fosse deixar de me amar…
Natalie fez carinho no braço da irmã.
— Eu nunca vou parar de te amar, Amber. Ainda mais por algo assim. Sempre estarei aqui para você, não importa o que aconteça. – Nat diz
Amber sorriu.
— Eu te amo tanto, irmã. – Amber falou
Amberly já tinha algumas suspeitas sobre sua própria sexualidade, mas aquela conversa a fez ter certeza que gostava de mulheres. Apenas de mulheres.
Ter o apoio de sua irmã mais velha fora crucial para ela se aceitar naquele momento. Estava feliz por ter confiado aquela informação a Natalie, estava aliviada pela reação da irmã.
Ainda assim estava angustiada. Estava apaixonada pela sua melhor amiga e com certeza nunca rolaria algo entre elas… Robin provavelmente nem ao menos gostava de mulheres…
Pelo menos era o que Amber pensava.
— Alguma de vocês duas pode me ajudar a dar um nó direito nessa gravata? – Harry perguntou ao abrir a porta, o garoto parou confuso ao perceber as duas garotas chorando – Por que vocês tão chorando?
Natalie riu se levantando enquanto Amber abriu um sorriso, limpando as lágrimas em seu rosto.
— Você tá tão grande, Harry. – Amber disse
— Vem aqui, cara. – Natalie chamou o irmão, o puxando enquanto arrumava a gravata do mesmo – Você fez um nó duplo… Como fez isso?
— Não sei fazer nó em gravata. – Harry disse
— Percebemos. – Amber riu se levantando
Natalie desfez o nó que seu irmão mais novo havia feito, arrumando a gravata para fechar do jeito certo.
Conseguiu ajeitar a mesma, arrumando o terno preto do menino em seguida.
— Pronto. – Natalie disse – Está ótimo!
— Mesmo? – Harry perguntou olhando para sua roupa – Estou me achando estranho com tudo isso. Parece uma fantasia, só que não uma fantasia legal.
— Não precisa ir de terno se não quiser. – Amberly diz – Só uma camisa formal, já está ótimo.
Harry se encarou no espelho.
— Mas todos vão de terno e roupas… De galo? – Harry fez uma careta
— De gala. – Natalie o corrigiu – Acredite, é um exagero tudo isso para um baile de inverno escolar.
Harry se remexeu em frente ao espelho.
— Não gostou da roupa? – Amber perguntou
— Não! Eu gostei, só… Não parece eu. Entendem? – Harry perguntou – Vai ser a primeira coisa que vão reparar quando eu chegar lá e com certeza vou ser motivo de chacota.
Natalie olhou para Amber.
— Você gostou ou não? – Natalie perguntou
— Eu gostei, mas…
— Mas nada. Os garotos vão estar usando roupas similares e as meninas… – Natalie bufou
— Se elas te zoarem pelo terno, zoe pelo cabelo delas. – Amber disse – Quando as mães decidem arrumar as meninas deixam o cabelo delas parecidos com ninhos de passarinho.
Harry riu quando as duas irmãs o abraçaram. Natalie deixou um beijo no cabelo do mais novo.
— Você está ótimo. – Zero falou
— Obrigado. – Harry disse
Natalie suspirou.
— Agora vamos. – A Goodwin disse – Já estamos atrasados.
— É, temos que esperar o táxi. – Amber falou
Natalie fez uma careta.
— Eu vou dirigindo. – Disse a mais velha com obviedade
Os mais novos riram ironicamente.
— Não, não. Com você no volante, eu não entro no carro. – Harry diz – Quer dizer, é melhor ninguém ao menos sair na rua.
— Não sei como você ainda tem uma carteira de motorista. – Amber disse
— Ah, qual é! – Nat reclamou
— Você deu perda total em dois carros. – Harry rebateu
— Um deles foi proposital. – Natalie se defendeu
— O outro não! – Harry falou
— Fora que quase mandou o carro para dentro de um buraco, achando que tava com um carro de fórmula 1. – Amber relembrou
Natalie respirou fundo, negando com a cabeça.
— Se querem tanto ir de táxi… Vamos. – Ela disse
Em questão de uma hora eles chegaram lá. Os táxis estavam demorando para passar, não eram muitos, já que a cidade era pequena, mas os poucos que circulavam ali estavam ocupados com outras famílias.
Reginald e Ayla haviam saído em um jantar romântico para aproveitar o pequeno momento de paz que teriam sem seus filhos.
Assim que entrou, Harry correu em direção a Lucas, Mike e Max. Os três acenando para as Goodwin mais velhas assim que as viram.
— Temos que começar a cobrar pelo nosso serviço de babá. – Amber deu a ideia
Natalie riu.
— É, precisamos. – Ela disse
Olhou para os lados, procurando por qualquer sinal de Dustin ou o motorista que o levou até a festa. Nenhum dos dois estava ali ainda.
— Steve ou Ethan? – Amber perguntou fazendo Natalie a olhar confusa – Tá procurando por qual dos dois?
— Nenhum dos dois, só estou olhando a festa. – Natalie respondeu
— Sei… Sabe que poderia usar a desculpa que está procurando a… – Amber olhou para os lados para ver se Mike não estava perto e sussurrou – Eleven.
— É, mas não estou dando desculpa. – Natalie disse
— Já vou avisando que sou do time do Steve. – Amberly falou saindo de perto de Natalie antes que a irmã mais velha pudesse responder
Natalie negou com a cabeça, andando até Jonathan que tirava as fotos. Ao cumprimenta-lo, o Byers a fez tirar uma foto sozinha iara colocar no anuário escolar.
A garota foi até Nancy que já conversava com Amber e então foi até outra mesa, preparando as coisas para servir ponche.
Os cabelos excessivamente arrumados de Dustin entraram em seu campo de visão. O garoto andava confiante com um sorriso no rosto, ele olhou para Natalie, recebendo uma piscada de apoio.
Franziu o cenho quase no mesmo momento e continuou andando até seus amigos.
Natalie olhou para fora do salão, seu olhar se encontrando com o de Steve ao longe. O garoto estava dentro do carro com um sorriso sereno no rosto, claramente não ficaria para o baile, já que sua roupa não estava condizente com os demais ajudantes.
A troca de olhares durou alguns segundos, Natalie com um sorriso de canto de boca no rosto. Naquele momento, Steve teve a certeza do sentimento que suspeitava que invadia seu peito desde que a conhecera: ele estava apaixonado por ela.
Apaixonado de verdade.
Levou a mão a chave do carro, prestes a desliga-lo e entrar no local para contar sobre seus sentimentos para Natalie, quando viu um garoto loiro de terno entrando pela porta. Ethan entrou na festa, Natalie saindo de perto da mesa e indo até ele no mesmo momento.
— Oi Nat! – Ethan disse a cumprimentando com um abraço
— Oi Ethan! – Ela disse com um grande sorriso no rosto
Steve desviou o olhar, dando a partida no carro e saindo. Natalie franziu o cenho com a atitude, mas logo voltou a mostrar um sorriso, ao se afastar de Ethan.
— Ainda precisam de ajuda por aqui? – Ethan perguntou
— Sim, quando o assunto são as crianças de Hawkins sempre precisamos de mais ajuda. – Natalie respondeu – Por que não me avisou que vinha?
— Queria fazer uma surpresa. – Ethan disse
O braço do garoto já havia melhorado, o terno azul marinho estava um pouco chamativo para a ocasião. Natalie não se importou com aquilo.
Ele estava realmente bonito.
— O que eu posso fazer por você? – Ethan perguntou
Enquanto Natalie mostrava qual seria a função do loiro, uma música lenta começou a tocar. Lucas se virou para Max.
— Max! – Ele a chamou – Oi… Ah… Legal aqui né? Você quer… Você quer… Sei lá. Não sei… Só você e eu…
Max o encarou.
— Tá me chamando para dançar, sombra? – Ela perguntou
— Não! Claro que não! – Lucas respondeu – A não ser que você queira.
A ruiva riu.
— Eu gosto do seu jeito, vem cá. – A Mayfield o chamou
Harry fez uma careta quando eles começaram a dançar.
— Que nojo. Quem ensinou eles a dançarem assim? – Harry perguntou
— Nat e Steve. – Dustin respondeu – Duas semanas atrás. Steve ensinou a gente a jogar basquete, não é minha praia. Natalie ensinou a gente a dançar, é mais legal.
Will deu uma pequena risada.
— É engraçado. – O Byers disse
— Ainda acho nojento os dois fazerem isso como um casal de verdade. – O Goodwin se referiu a Mayfield e ao Sinclair
Uma garota se aproximou deles.
— Ei! Garoto zumbi! – Ela chamou Will fazendo Harry a encarar na hora – Quer dançar?
Will gaguejou, olhando para seus amigos. Ele aceitou o convite com o incentivo de Mike.
Harry cruzou os braços, encarando o amigo.
— O que foi? Tenho que dar um empurrãozinho. – Mike disse
Dustin olhava em direção a um grupo de garotas.
— Beleza, me desejem sorte. Eu vou lá. – O Henderson avisou
Mike se sentou solitário, Harry ainda olhando desconfortável para Will dançando com uma garota.
O Goodwin iria se sentar perto de Mike quando viu Eleven entrar no local. O Wheeler se levantou quase no mesmo instante, indo até a garota. Harry se sentou sozinho, suspirando cansado.
Ao verem Dustin levar um fora e Harry sentado sozinho, Amberly e Nancy se entreolharam.
— Eu danço com seu irmão e você com o Dustin. – Sugeriu a Wheeler mais velha
— Eu ia falar a mesma coisa. – A Goodwin mais nova falou
Foi o que elas fizeram, Nancy andou até Harry dando um sorriso para o menor.
— Quer dançar comigo? – Nancy perguntou
Harry fez uma careta.
— Dançar? Eu não sei dançar… – Harry respondeu se levantando
— Todo mundo sabe dançar. – Nancy diz – Vem.
Enquanto os dois iam para a pista de dança, Amber andou até o fundo da quadra. Lugar onde Dustin chorava escondido.
— O que o garoto mais bonito da festa está fazendo escondido aqui? – Amber perguntou
Dustin enxugou as lágrimas no mesmo instante.
— Só tem eu aqui. – Dustin respondeu
— E eu estou falando de você. Você está incrível. Me dá a honra de dançar com você? – Amber perguntou estendendo a mão
Dustin a olhou.
— Não tô no clima para brincadeira.
— Não tô brincando. Dança comigo.
Dustin abriu um sorriso, segurando na mão da irmã mais velha de seu amigo.
Mesmo com todas as dificuldades do ano, estava sendo uma noite divertida. Uma noite onde todos estavam livres dos monstros e de tudo o que Hawkins poderia trazer até ali.
(...)
Já era Maio de 1985, a maior parte do grupo dos jovens adultos estavam na semifinal do campeonato de basquete. O mais longe que Hawkins High School havia chego em cinco anos. Amberly e Robin estava tocando com a banda enquanto as líderes de torcida faziam sua apresentação enquanto o time de basquete entrava em quadra.
Natalie não estava inclusa. Não voltara para nenhum clube, mesmo com o início do último semestre de aula que teria ali.
Amber franziu o cenho com a apresentação das líderes.
— Essa apresentação tá terrível. – Robin sussurrou para Amber
— Porque quem montava as coreografias boas era a Nat. As vezes Chrissy ajudava. – Amber sussurrou
— Deixaram tudo na mão da Heather. – Robin reclamou no mesmo tom
Ethan estava junto ao time, era reserva do time e Steve, o capitão, torcia para que ele não precisasse entrar em campo. Por mais que o garoto jogasse bem, desde que ele começou a namorar Natalie, o Harrington não ia com a cara dele.
Steve procurava por Natalie nas arquibancadas, ficando chateado ao notar que era o terceiro jogo consecutivo que sua melhor amiga não aparecia para vê-los jogar.
— Todos de pé para o hino nacional. – O diretor ordenou – Recebemos para o cantar nossa estudante do último ano com sua voz angelical, Natalie Goodwin.
Quando o nome da morena foi anunciado, o sorriso no rosto de boa parte das líderes de torcida sumiu. Natalie entrou no ginásio, acenando para as arquibancadas que batiam palmas. Pôde ver seu pai entre eles.
Viu Steve e Ethan batendo palmas pouco abaixou das arquibancadas. A Goodwin segurou o microfone em suas mãos, roubando a atenção de todos para si própria quando começou a cantar o hino dos Estados Unidos da América.
Assim que acabou, ouviu os aplausos da torcida. Sorrindo para todos, Natalie olhou para as líderes de torcida, dando uma piscadela debochada antes de se sentar em um banco da arquibancada.
Em cinco minutos o jogo começou. Não soube quando aconteceu, mas o time de Hawkins começou a perder feio. Os rivais roubavam as bolas e derrubavam jogadores sempre que conseguiam. Natalie se levantou assim que viu um dos jogadores de seu time sendo puxado em direção ao chão e o juiz não fazendo nada.
— TÁ DE SACANAGEM? ISSO FOI NO MINIMO UMA INFRAÇÃO! – Natalie gritou
O juiz a ignorou, fazendo-a sentar irritada. Sabia que o time de Hawkins não jogava muito bem, mas o juiz claramente não estava sendo justo.
Usou seus poderes para desviar a bola que os adversários iriam acertar algumas vezes. Ajudando sua escola. Quando a aconteceu novamente, deu a chance de outro jogador de Hawkins pegar e passar a bola para Steve Harrington que driblou habilmente pelo meio da defesa adversária que estava em seu caminho, lançando a bola na direção à cesta. A bola fez um arco perfeito e acertou a cesta. Steve empatou o jogo.
Todos na plateia gritaram animados.
Infelizmente não foi o suficiente para a escola de Hawkins ganhar, já que alguns minutos depois, Steve teve que ser substituído ao machucar a perna graças a um jogador de seu próprio time. Ethan entrou no seu lugar.
Hawkins High School perdeu de 12 a 21 para o adversário, sendo a última chance de Steve de ganhar um jogo pela escola.
Natalie andou pelos corredores da escola, atrás de seu amigo que provavelmente estaria abalado com a situação.
— Oi amor. – Ethan apareceu, dando um selinho na namorada
— Oi lindo. – Natalie disse
— Eu estraguei tudo no jogo… – O loiro reclamou
— Ei, relaxa. Não era só você jogando. – Natalie disse
— Não, mas tinham só três pontos de diferença quando eu entrei. – Ethan falou
— Não se culpe, você acabou de recuperar o braço. – Natalie disse – Como o Ste está?
Ethan suspirou, olhando pra trás para ver se ele estava por perto. O garoto estava claramente decepcionado, isso era óbvio.
— Muito puto. – Ethan falou – Claramente chateado. Eu também ficaria, estou dando graças a Deus por não ser capitão agora.
Natalie assentiu, dando outro selinho em Ethan.
— Vou ver como meu amigo está, ok? Te vejo lá fora. – Nat falou
Ela andou até o vestiário masculino, vendo que todos do time haviam saído de lá, menos o Harrington.
Natalie bateu na porta do vestiário, entrando em questão de alguns segundos. Steve estava com os cabelos molhadas e uma expressão nada amigável no rosto.
Desviou o olhar assim que a viu.
— Seu namorado já saiu. – Ele falou
— Eu sei. Vim atrás de você. – Ela disse, fechando a porta
Steve a olhou.
— Não preciso de apoio moral agora. Eu tô falando sério, não é uma coisa tão ruim perder o campeonato em seu último ano na escola. – O Harrington falou, suas palavras sendo contrárias a expressão em seu rosto – Sua última chance de ganhar pela escola de Hawkins.
— Você jogou a partida muito bem. – Natalie disse – Foi o único que chegou perto de virar.
— Tive que ir pro banco antes de conseguir fazer algo de verdade. – Steve falou – E teríamos perdido muito antes se você não tivesse feito eles errarem as cestas.
Natalie abriu um pouco a boca, virando a cabeça ao se aproximar um pouco do amigo.
— Como…? Eu não deixei tão óbvio. – Natalie disse
— Os jogadores caindo de repente e a bola acelerando para cair no chão… Eu sabia que era você, que ia tentar ajudar. – Steve falou
— Tá bravo por isso? – Natalie perguntou
Steve deu uma risada sem graça.
— Não, claro que não. – O Harrington respondeu – Só… Eu estou muito ferrado, Nat. Os olheiros que estavam no jogo eram minha única chance de entrar na faculdade. Agora vou ser obrigado a trabalhar.
Natalie riu.
— Que coisa terrível, vai ter que trabalhar. – Natalie disse ironicamente
— É o castigo que meu pai vai me dar. – Steve disse – Queria ter mandado bem, igual você cantando o hino.
Nat sorriu com o elogio.
— Qual é, Steve. Pode tentar a faculdade ano que vem, é o que eu vou fazer. Agora, ficar chateado por não ganhar por uma escola que não teve criatividade suficiente para ter um falcão como mascote ao invés de tigres. – Steve riu – Eu tô falando sério! "Hawkins Hawks" seria mil vezes melhor que "Tigers".
Steve ria negando com a cabeça, ele se sentou em um banco que ficava no meio do vestiário.
— Só você para conseguir me fazer rir depois de perder um jogo tão importante. – Steve disse
— Vim atrás de você por causa disso. – Nat falou – Amigos são para isso, certo?
Steve deu um pequeno sorriso triste, puxando Natalie para um abraço quando ela estendeu os braços.
— Sim, amigos são… – Ele falou
Joguei a bomba e sai correndo...
Esse foi o último capítulo da segunda temporada de The Other Side, os graphics do terceiro ato sairão em breve.
Saímos de uma briga que eles tinham, agora eles são amigos, mesmo com Steve apaixonado por ela. E sim, ela e o Ethan estão namorando e ela realmente gosta dele. Não é nada para esquecer o Steve nem coisas do gênero. Que comece o sofrimento do Steve, o karma por todos os seus pecados da época de Rei...
Amberly é lésbica. Tentei fazer o máximo para deixar isso claro quando ela estava se assumindo, não a coloquei dizendo essas exatas palavras porque ela ainda não sabe direito o que é, mas sim ela só gosta de mulher e NÃO, eu não vou fugir da palavra lésbica como muitos fazem. Ela vai ser usada por Amber, Natalie e Robin diversas vezes.
Até logo.
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