2.18- FIGHT WITH BILLY
Steve e Nancy mexiam em algumas coisas jogadas no gramado da casa dos Byers enquanto Hopper preparava Joyce, Jonathan, Reginald e Ayla para levarem Will até a cabana.
Natalie estava sentada junto com Amber e as crianças na sala de estar, elas tinham alguns salgadinhos em mãos que acharam no armário dos Byers perdidos.
Steve olhou para Nancy.
— Você devia ir com ele. – Ele falou
— O que? – A Wheeler perguntou
— Com o Jonathan. – Steve respondeu
Nancy ficou sem graça.
— Não, eu não vou deixar o Mike. – Nancy diz
— Ninguém vai deixar ninguém. – Steve falou – Eu posso ser um péssimo namorado, mas pelo visto Nat e eu somos babás das boas.
Ele a olhou pela janela da sala, percebendo que a mesma já olhava em sua direção antes. Natalie desviou o olhar quase imediatamente, se culpando mentalmente por ficar encarando Nancy e Steve enquanto conversavam.
Mesmo um tanto envergonhada pela situação entre ela, Steve e Jonathan, Nancy percebeu os olhares de seus amigos.
— Você gosta dela? – Nancy perguntou
Steve fez uma careta.
— Por que todo mundo tá me perguntando isso hoje? – O Harrington respondeu
— Porque tá um pouco óbvio. – Nancy disse – Sempre esteve, na verdade… As crianças me contaram o que fizeram por eles, disseram que pareciam um casal tentando proteger os filhos.
— Dustin quem disse isso? – Steve perguntou
— Harry, na verdade. – Nancy respondeu
— Claro que foi ele… – Steve resmungou, ele voltou a olhar Natalie
— Por mim tudo bem se rolar algo entre vocês. – Nancy deixou claro.
— Eu não sei… É tudo muito confuso. Natalie é confusa. – Ele suspirou – De qualquer forma, terminamos faz pouco tempo. É cedo demais para ficar com outra pessoa.
Ele olhou para Nancy, percebendo ela cabisbaixa de repente. Quase no mesmo notou que Jonathan e Nancy já haviam se beijado, já haviam ficado depois que eles terminaram.
Ele não achava que já tinha rolado algo quando incentivou ela a ir atrás dele.
— Steve… – Nancy começou
— Tá tudo bem, Nancy. Tudo bem. – Ele a acalmou
Com um último olhar, Nancy deixou o local. Seguindo os conselhos de Steve, ela fora atrás de Jonathan para o apoiar com o que seria um exorcismo de seu irmão mais novo.
Steve entrou para dentro da casa novamente. Os minutos seguintes seguiram de uma ansiedade torturante entre todos da sala.
Natalie fechou os olhos, encostando a cabeça no sofá da casa dos Byers. A ardência e a dor em seu braço começando a aparecer aos poucos quanto mais parada ficava.
Conseguia ouvir o barulho na cozinha de Dustin jogando as coisas para fora da geladeira. Olhou pela porta, Amberly segurava a porta da geladeira enquanto Dustin esvaziava a mesma. Steve segurava o Demo-cão morto nos braços.
— Deve caber agora. – Dustin disse
Amberly estava com uma careta em seu rosto.
— Espero que não fiquem bravos com isso. – Ela disse
— Precisamos mesmo disso? – Steve perguntou
Ele claramente não estava gostando de estar segurando um ser de outra dimensão morto nos braços.
Dustin o olhou desacreditado.
— Sim! Tá bom? É uma experiência científica inovadora. Não dá para enterrar como qualquer mamífero. Não é um cachorro.
Steve olhou para Amber. Ambos achavam Dustin um tanto quanto louco.
— Tá bom. Tá bom. Tá bom. – Steve disse passando com o Demo-cão até a geladeira – Mas você explica para a tia Joyce. Ouviu?
Amber sorriu, achando engraçado Steve chamando a Joyce de tia Joyce. Também a chamava assim, mas nunca imaginou que ele fosse chamar também.
— Isso cabe aí? – Amberly perguntou
— Depende, me ajuda aqui. – Steve respondeu enquanto tentava colocar o monstro dentro da geladeira
Amber arregalou os olhos.
— O que eu faço? – Amber perguntou, confusa
— Segura essa porta direito! – Steve respondeu
— Eu tô segurando! – Amber rebateu ofendida
Os resmungos dos três enquanto colocavam a criatura dentro da geladeira e fechavam rapidamente eram audíveis de qualquer lugar da sala.
Natalie suspirou ao ver Steve fazer um hi-five com sua irmã mais nova após conseguirem guardar o Demo-cão na geladeira.
Max sentou ao lado da morena no chão, enquanto Lucas e Harry varriam o local.
— Não achei que fosse sério quando Lucas disse que você tinha poderes, até porque era impossível. – Max começou
— Não tá com medo? – Natalie perguntou surpresa – Eles ficaram com medo quando descobriram.
Ela havia levado um pouco pro pessoal quando descobriu que não haviam a contado sobre Eleven por não confiarem nela, já que ela não contou sobre seus poderes no ano anterior.
— Já aconteceu tanta coisa impossível hoje. Isso é incrível! – Max disse – Você é como a Jean Grey morena ou, melhor, a Zatanna! Isso tudo parece magia.
Natalie riu um tanto envergonhada com as comparações. Não tinha nada a ver com as super heroínas, se tivesse, não estaria ali naquele momento. Teria desobedecido todos eles e ido fechar o portal.
Eleven era a verdadeira heroína.
— Só que ao invés de combater o crime, eu combato irmãos malvados. – Natalie brincou
— Meio-irmãos. – Maxine disse, entrando na brincadeira
— Da no mesmo. – Natalie deu de ombros – A mãe dele morreu?
— Não, abandonou ele quando era pequeno. Desde então, ele é um babaca que desconta a raiva nos outros.
— Ele já descontou a raiva em você?
Max suspirou.
— Na maioria das vezes.
Natalie assentiu. Conseguiu uma boa informação que poderia usar a seu favor: a mãe dele o abandonou. Porém, o ódio ainda crescia em seu peito.
Willian Hargrove era um idiota que descontava suas frustrações em crianças.
— Mike, da para parar com isso? – Natalie levantou o olhar com a fala de Lucas
O Wheeler andava de um lado para o outro na sala, sendo o que mais estava nervoso das crianças, apesar de Harry estar segurando o cabo de vassoura mais forte que o normal.
— É, parece que vai abrir um buraco no chão. – Harry murmurou
— Vocês não estavam lá, tá bom? – Mike parou – O laboratório tava cheio de centenas de cachorros!
— E eu achando que você tava preocupado com o Will. – Harry disse
— Demo-cães! – Dustin corrigiu
— O delegado vai cuidar dela. – Lucas o tranquilizou
Natalie entendia o nervoso que Mike estava passando, mas estava um pouco mais calma que ele. Acreditava no potencial de Eleven e sabia que ela poderia ditar o que conseguia ou não fazer.
Se ela disse que conseguia fechar o portal, com certeza ela conseguiria. Matar os demo-cães também.
Ou tudo poderia só ser uma grande enrascada…
Steve se aproximou das crianças, mexendo em um pano de prato. Secando as mãos que tinha lavado depois de se sujar com a gosma do Demo-cão morto.
Amber parou ao lado do mesmo, analisando as crianças.
— Olha, Mike. Se um treinador pede uma jogada, resumindo, você executa. Entendeu? – O Harrington perguntou
Amberly fez uma careta com a fala do amigo. Natalie se levantou do chão, para olhar as crianças, assim como Max.
— Isso não é um jogo de esporte idiota! – Mike respondeu – E nem estamos jogando. Somos reservas.
Steve olhou para Natalie, buscando uma frase de apoio. Ela continuou calada, concordava com Mike, mas não iria dizer aquilo em voz alta.
— Na verdade, o que eu quero dizer é que… – Steve gaguejou algumas vezes – Tá, é! Somos reservas.
— Reservas vivos. – Amberly disse, como se estarem vivos fosse uma grande vantagem
— Vocês são tão bons nisso. – Ironizou Harrison
— E não podemos fazer nada. – Steve completou
Natalie cruzou os braços ao ver a expressão desafiadora de Dustin, como se estivesse pensando em uma forma de burlar as ordens de Hopper.
— Isso não é completamente verdade. – Dustin disse – Assim, os demo-cães tem uma mente colméia. Quando saíram do ônibus foram chamados de volta.
Natalie olhou para Harry.
— Todos desistiram de atacar porque um deles estava chamando. – O Goodwin mais novo comentou
Lucas pareceu entender a linha de raciocínio.
— Se chamarmos atenção… – O Sinclair começou
— Dá para leva-los para longe do portal. – Max completou
— Abrir caminho para o portal. – Mike diz
Natalie abriu a boca surpresa, as crianças haviam conseguido montar um ótimo plano para deixar Eleven em segurança no laboratório.
— Talvez atrair eles para longe ajude até o Will. – Harry diz
— Vocês enlouqueceram de vez ou o que? – Amber perguntou
— É aí que todos morremos. – Steve diz
— É um ponto de vista! – Dustin se defendeu
— Não é um ponto de vista. É um fato! – Steve diz e olha para Natalie – Por que não está falando nada?
Antes que Natalie pudesse responder, as crianças saíram andando pela casa. Sendo seguidos pelos mais velhos.
— Podem parar! – Amber mandou
— O delegado cavou o buraco aqui. – Mike apontou para um dos desenhos do Will, apontando para outro local em seguida – E aqui. Bem aqui. É o centro.
A casa estava coberta de desenhos, como um grande mapa da cidade desenhado por Will.
— Se a gente colocar fogo, aí onde todos os túneis se encontram… Vamos poder atrair os demo-cães. – Harry disse – Talvez até mesmo machucar eles.
— Sem chance alguma de fazer isso. – Amber falou
— Sem chances. – Steve concordou com a amiga
— Voltamos para a saída antes de notarem que saímos. – Harry continuou
As crianças continuaram a conversar mesmo com os protestos de Steve e Amber. Natalie estava em completo silêncio.
O Harrington bateu palmas algumas vezes.
— Ei, ei, ei. – Steve chamou a atenção – Não vai acontecer.
Todos olharam para Natalie quando ela descruzou os braços.
— Steve tem razão, nenhum de vocês vai a lugar nenhum. – Natalie disse
— Obrigado! – Steve falou, apontando para a mesma
— Eu vou. – A morena disse em seguida, dando alguns passos para frente
O sorriso de Steve sumiu no mesmo instante.
— O que? Tá de brincadeira? – Ele perguntou
— Preciso ajudar Eleven de alguma forma e o que eles estão falando faz sentido. – Natalie respondeu
— Não vai ajudar se estiver morta. – Amberly falou
— Eu não vou estar morta, vou até esse buraco, vou colocar fogo nessa merda e matar alguns Demo-cães no caminho. – Natalie disse – Eu tenho poderes, não pode ser tão difícil.
Max olhou para Harry, sibilando um "Ela é foda" para o garoto.
— Prometemos cuidar deles. – Steve disse
— Eu não prometi nada. – Natalie rebateu
— Mas eu prometi que ia cuidar de você. – Steve diz – Prometi ao seu pai que não ia deixar você morrer, se você morrer, ele me mata. Então, por favor, me deixe não deixar você morrer.
Natalie olhou surpresa para Steve, nem ao menos havia o visto conversando com seu pai.
— Mas… – Mike foi interrompido
— Sem "mas". – Steve disse – Prometemos que íamos cuidar dos imbecis e é isso que vamos fazer. – ele se referiu as crianças – Vamos ficar aqui na reserva, esperando o primeiro time terminar o serviço entenderam?
Natalie suspirou.
— Estamos mais para as líderes de torcida, torcendo para tudo dar certo e confiando no nosso time. – A Goodwin falou
— Natalie! – Harry reclamou
— Steve tem razão, não podemos colocar vocês em perigo de novo. – Natalie diz
Quando Amberly iria falar alguma coisa, sua voz foi totalmente coberta pelo barulho de um carro chegando perto do local. Quase no mesmo momento, a garota fez uma careta confusa.
Os olhos de Max se encheram de temor. Ela conhecia bem aquele som e não era uma coisa boa. Ela e Lucas correram até a janela.
— Droga! É o meu irmão. – Maxine avisou – Ele não pode me ver! Vai me matar! Vai matar a gente.
Um sorriso cínico se instalou no rosto de Natalie, que andou em direção a porta. Steve entrou na sua frente.
— Não pode ir lá fora, vai matar ele. – Steve diz
— Essa é a intenção. – Natalie fala, Steve negou com a cabeça – Ele tentou matar as crianças atropeladas.
— Harry te contou? – Amber perguntou
— Você já sabia? – Natalie respondeu com outra pergunta – Por que tá todo mundo escondendo as coisas de mim?
Steve colocou a mão no cabelo da Nat.
— Senta aí, eu resolvo isso. – Steve fala
— Ele mexeu com meu irmão! – Vociferou Natalie
— Eu sei, mas você tá de cabeça quente e vai fazer algo que vai se arrepender depois. Vai ser presa e ferrar com sua vida para sempre. – Steve diz, Natalie respirou fundo – Senta aí, eu resolvo.
Natalie suspirou e então se sentou em uma cadeira, deixando as crianças confusas ao perceberem que ela o obedeceu.
— Ok, mas se ele entrar aqui, não entre atrás. Eu me resolvo com ele e tiro ele daqui de dentro. – Natalie falou
Steve assentiu, andando até a porta. Ele saiu de dentro da casa. Parando perto do Hargrove enquanto ele saia dn carro.
Billy achou um tanto quanto irônico ver Steve ali, Amber ficou perto da porta enquanto Natalie respirava fundo tentando manter a calma.
— Estou sonhando ou é você, Harrington? – Billy debochou
— É, não borre as calças. – Steve provocou
Eles se aproximaram um do outro.
— Tá fazendo o que aqui, amigo? – O odio na voz de Billy era óbvio
— Posso perguntar a mesma coisa, amigo. – Steve falou de maneira tão falsa quanto Billy
As crianças estavam curiosas. Billy riu, debochado.
— Tô procurando minha irmã postiça, um passarinho me contou que ela estava aqui. – Billy disse
Amber olhou para Natalie que fez sinal para ela sair da casa também.
— Que estranho. Não sei quem é. – Steve mentiu
— Baixinha. Ruiva. Meio babaca. – Billy descreveu
Natalie se levantou da cadeira quase no mesmo momento que viu as crianças se reunirem na janela.
— Não conheço não, lamento. – Steve diz
O Hargrove fez o gesto milagroso de tirar o cigarro da boca.
— Eu não sei, essa situação, tá me dando calafrios, Harrington. – Billy disse o encarando
— O que?
— Minha irmã de treze anos desaparece o dia todo, aí eu encontro ela com você, sozinhos em uma casa estranha e você ainda mente para mim… – Billy falou de forma sugestiva, fazendo Steve franzir o cenho com desgosto com a insinuação
Amberly saiu de dentro da casa.
— Ele não tá sozinho. – Amberly disse
— Ah, Amber! Que bom que apareceu também. Manda minha irmã tomar coragem e sair também. – Billy diz
— Sua irmã? Você tem irmã? Coitada dela. – Amberly falou
Billy riu desacreditado.
— Olha só! Piorou! São os dois, mentindo para mim com a minha irmã em uma casa desconhecida. – Billy debochou
— Cara, você bateu muito com a cabeça quando era pequeno né? – Perguntou Steve – Não sei qual parte não entendeu, ela não tá aqui.
Billy olhou para a janela.
— Então quem é aquela? – O Hargrove perguntou
Steve olhou para trás, junto com Amber. As crianças se abaixaram, fazendo Natalie negar com a cabeça.
— Ok, nos pegou. Estamos com ela e os garotos, mas estamos esperando Will voltar do mercado para levar eles no cinema, nada demais. Acabei de ligar para sua casa e sua mãe disse que tudo bem. – Amber disse entrando na frente de Billy
— Vocês dois não sabem mesmo mentir. – Billy riu
O Hargrove empurrou Amber em cima de Steve, o passando uma rasteira em seguida. Os dois caíram no chão e Billy continuou andando em direção a porta.
Assim que entrou, um pequeno sorriso irônico surgiu em seu rosto.
— Ora, ora, ora. – Billy repetiu enquanto fechava a porta, Natalie estava parada em sua frente – Olha só quem está aqui.
Natalie revirou os olhos.
— Surpreso por eu cuidar melhor da sua irmã do que você? – Natalie perguntou de maneira irônica
— Eu mandei ela ficar longe de vadias como você. – Billy respondeu – É uma péssima influência.
— Ela se afastou da péssima influência. – Natalie disse dando uma passo a frente – Você.
O olhar debochado do loiro mudou assim que seus olhos bateram em Lucas Sinclair perto de sua irmã. Harry olhava amedrontado.
— Lucas Sinclair! Que surpresa. – Ele disse com raiva andando em direção ao garoto
Natalie de colocou a frente de Billy, o impedindo de passar.
— Invasão de propriedade privada ainda é crime. – Ela falou, se controlando para não explodir a cabeça do Hargrove
Em segundos, Billy segurou os braços machucados de Natalie e a jogou contra o chão. Andando em passos rápido até Lucas, o colocando contra a parede.
— Falei para ficar longe dele, Max. Você me desobedeceu e sabe o que acontece quando me desobedece. Eu quebrou coisas. – Billy dizia com raiva, os olhos de Max brilhavam de pavor
Natalie se levantou o mais rápido que conseguiu, mas não conseguiu impedir Billy de colocar Lucas contra a parede.
— Maxine não me ouviu, mas talvez você me ouça. Fique longe dela. – O Hargrove o pressionou mais ainda contra a parede – FIQUE LONGE DELA!
— Ah, você só pode estar brincando comigo. – Natalie reclamou
Ela empurrou Billy para longe de Lucas, pressionando a própria mão contra a barriga do loiro. Quem estava contra a parede agora era o Hargrove.
Lucas se uniu as crianças, que olhavam tudo com pânico.
Natalie estava visivelmente com raiva, raiva de tudo o que Billy havia feito desde que chegara na cidade, da maneira perseguidora que a tratava, como tratava Maxine e como tratou Lucas.
— Você pode falar quantas merdas quiser para mim, Hargrove. – Natalie falou ainda o segurando pela camisa. Sua cabeça estava um pouco inclinada para cima para conseguir olhar o rosto do rapaz, já que ele era quase 20 cm mais alto que ela. – Mas não para as crianças.
Seu olhar ameaçador era óbvio. O local ficou em completo silêncio, fora as respirações pesadas de todos do local. Natalie abaixou a mão que segurava Billy, prestes a expulsar ele de casa novamente quando o mesmo fechou o punho e acertou o nariz da morena.
Com a força do soco, Natalie deu uma cambaleada para trás. Levando a mão aí nariz, surpresa. Conseguiu sentir ele quebrando com apenas um soco do Hargrove.
Os olhos das crianças se arregalaram.
— Não me diga o que fazer, Goodwin. – Billy disse
Natalie tirou a mão de seu próprio nariz, quem além de roxo, sangrava bastante sem nem ao menos usar seus poderes.
— Você quebrou meu nariz! – ela o acusou
Ele riu.
— Achei que uma vadia que saia dando socos nas pessoas seria mais forte para aguentar um soquinho. Fosse até gostar. – Ele debochou
Natalie riu ironicamente. Fechando ambos os punhos em posição de defesa, ela o chamou para uma briga com a mão, recebendo uma risada do mesmo.
— O que foi? Vem! Vamos brigar de verdade! Ou você tá com medo? – Natalie perguntou se aproximando dele novamente
— Não vou sair entrando em brigas com uma mulherzinha. – Billy disse
— Já entendi! Você tá com medo! É um covarde! Eu só me pergunto onde estava esse medo quando inventou boatos na escola sobre mim. Ou quando tentou atropelar meu irmão e seus amigos. Quando foi um racista de merda com o Lucas. Ou quando me deu um soco, a alguns segundos atrás! Essa é o que? Sua forma de defesa! Descontar suas frustrações em quem é "indefeso"? Não recebe amor do papai? – Natalie debochou o ódio no olhar de Billy era óbvio – Ah, com certeza é isso. É só um garotinho que não recebe amor paterno e então vai atrás de formas de chamar atenção sendo um grande babaca.
— Nat… – Harry queria pedir para ela parar ao perceber que o punho de Billy estava fechado novamente
Natalie deu um sorriso debochado.
— Você é só um grande medroso que tenta crescer em cima de quem acha que é mais fraco que você. É um covarde. – Natalie falou – E por ser um covarde que sua mãe te abandonou.
Citar a mãe dele foi o que o fez perder o controle. Natalie desviou do soco que ele tentou dar nela, dando um soco no olho do mesmo em seguida.
Natalie deu uma joelhada nas partes íntimas de Billy Hargrove, socando a boca de seu estômago em seguida. Diversos socos seguidos no rosto do rapaz foram se fazendo presente, o jogando cadê vez mais para trás.
O rosto de Billy mudava de direção de acordo com os socos dados até ele apertar as feridas de Natalie em seu braço, puxando o cabelo da garota e dando um soco na bochecha da mesma.
Natalie iria revidar, quando o Hargrove pegou um abajur de cima da mesinha de canto e o bateu contra o rosto da menina. Natalie cambaleou para o lado. Sentindo os pontos em sua testa se abrirem quando Billy bateu sua cabeça contra a parede.
A garota não teve tempo para reagir quando foi colocada contra a parede, com as duas mãos de Billy Hargrove em volta do seu pescoço. O sangue escorria pelo seu nariz, braços, testa e um novo corte na boca. O ar diminuindo conforme seu pescoço era apertado com mais força. Os pés de Natalie deixaram de tocar o chão com Billy a levantando pelo pescoço. Ele estava cego de ódio.
— AMBER! STEVE! – As crianças começaram a gritar
Natalie viu sua visão turva, o ar já quase não existia em seus pulmões. Seus olhos se encheram de lágrimas de repente, Natalie olhou para seu irmão.
— Billy… As crianças… – Natalie disse em um fio de voz
O apelo não funcionou. Natalie fechou os olhos, tudo parecendo ficar em camera lenta quando viu algumas memórias de Billy com seus poderes, enquanto perdia o pouco de ar que a restava. Ele criança na praia, sua mãe o abandonano… Seu beijo forçado com ele na festa de Halloween.
— STEVE! – Amber gritou assim que apareceu na porta
A mais nova correu até a cozinha, abrindo as gavetas em busca de uma faca para acertar Billy Hargrove.
— Eu já suportei demais, Nat. – Billy debochou, Natalie perdendo a força nos braços enquanto era enforcada – Vocês estão mortos.
Natalie ficou praticamente pendurada por Billy, sem ar em seus pulmões. Estava quase morta, quando Billy Hargrove recebeu um soco, o forçando a solta-la.
Respirou ofegante, a visão toda preta. Tentava voltar o ar aos seus pulmões enquanto sua garganta doía.
— Não, você está. – Steve falou para o Hargrove antes de acertar mais um soco nele
Amber apareceu com uma faca na mão, a soltando quando viu sua irmã no chão. Ela correu até a mesma, tentando a dar suporte.
— Parece que não é uma mosca-morta afinal não é! – Billy gritou, desviando seu olhar de Steve para Natalie algumas vezes. O Harrington percebeu que ele falava dos dois, especialmente de Nat que ainda estava consciência e viva. – Ah, eu queria mesmo conhecer esse "Rei Steve" que todo mundo estava falando. Uma pena só o encontrar quando o assunto é Natalie Goodwin.
Steve empurrou Billy com uma mão enquanto ele olhava para Natalie que respirava com dificuldade.
— Fique longe. – Ele o ameaçou
A garota estava com a visão totalmente turva. Os gritos de comemoração das crianças foi o que mais chamou a atenção de Natalie quando Steve começou a socar Billy.
O Hargrove ria, achando tudo aquilo engraçado. Percebendo como mexeu com um ponto fraco do antigo rei da escola e, principalmente, extravasou finalmente a raiva que estava de Natalie.
Quebrou um prato na cabeça de Steve quando chegaram perto da pia, em questão de segundos, inverteu a ordem da briga.
Steve apanhava deitado no chão com Billy em cima dele, as crianças gritando desesperadas. Os socos com as duas mãos de Billy foi o que chamou a atenção de Natalie assim que a visão da mesma voltou ao normal.
As crianças conseguiram ver a expressão de Natalie mudando para um ódio profundo ao ver Billy socando Steve com ambas as mãos.
Natalie se levantou com raiva, ignorando os chamados de sua irmã e andando em direção dos meninos. Natalie puxou Billy de cima de Steve, dando um soco tão forte no Hargrove que o fez cambalear. Mesmo fraca, sua raiva aumentou sua força, naquele momento.
As luzes da casa começaram a piscar, as crianças não sabendo distinguir se eram os demo-cães chegando ou Natalie usando seus poderes, considerando que a mesma estava com sangue no nariz a alguns minutos.
Natalie acertou outro soco no Hargrove e o empurrou em cima da televisão de Joyce.
O Hargrove se levantou, andando em direção a Natalie quando a campainha foi tocada diversas vezes.
— Billy? Billy! – Era a voz da mãe dele.
— Mãe? – Billy perguntou
O garoto parou quase no mesmo instante, a ilusão de Natalie recriando a mãe do garoto bem na sua frente. A falsa mulher o encarou.
— Eu deveria estar decepcionada, mas eu já imaginei o que você iria se tornar. Desde criança você era um merdinha, um imprestável e medroso que só atrapalhava minha vida! – A ilusão falou, Billy estava paralisado – Você nunca serviu de nada! Era só um atraso na minha vida! Você deveria ter morrido afogado, Willian! Achei que eu poderia ter julgado mal, mas você é tudo o que eu pensava que era.
— Mãe…
— Se eu me separei do seu pai, a culpa foi toda sua. Se não fosse, eu teria te levado com você. – A mulher continuou – Você é o culpado de tudo, você é tudo o que você mais odeia! Seu merda! Eu deveria ter te abandonado antes!
A ilusão sumiu assim que a seringa com o remédio que usaram para desacordar Will, penetrou o pescoço de Billy com os poderes de Natalie.
A morena o encarava, usando seus poderes sem o mínimo de esforço. Usando suas ilusões e projetando o maior medo dele para o fazer parar. Ele caiu no chão, fraco.
— O que você fez comigo…? – A voz de Billy era fraca
Natalie apenas o encarava ao longe.
Amberly olhou para a faca no chão, a pegando novamente. Ela foi até Billy, enrolando sua mão em seus cabelos e colocando a faca contra o seu pescoço.
— Eu só vou te dizer isso uma vez, Hargrove. Fica longe da minha família, entendeu? Longe dela. – Amber diz, a faca quase fazendo um corte no pescoço dele – Caso faça alguma coisa contra nós novamente, matamos você. EU MATO VOCÊ!
Ela se levantou, tirando a faca de seu pescoço e chutando o rosto de Billy. O nariz do mesmo se quebrou com o golpe de Amberly, que foi abraçar seu irmão mais novo. Harry tremia de medo.
Natalie virou seu olhar para Steve, que estava desacordado. Ela correu até o mesmo, se ajoelhando ao lado do garoto ensaguentado.
Ele estava tão ferrado quanto ela, mas sem consciência. A primeira coisa que Natalie fez foi colocar o ouvido no peito dele, conseguia ouvir seu coração batendo.
Ela respirou aliviada ao perceber que ele estava vivo, passando a mão em uma parte não machucada do rosto do Harrington. O acariciando.
Ele havia a salvado. Mais alguns segundos e Hargrove teria a matado.
— A partir de agora, você vai deixar meus amigos e eu em paz. Entendeu? – ela se virou, vendo Maxine segurando o taco de pregos perto de Billy
— Vai se ferrar. – O Hargrove disse para a irmã
Sem paciência com o irmão, Max cravou os pregos pouco abaixo das partes íntimas de Billy. A cara de horror dos garotos eram visíveis.
Natalie arregalou os olhos, do seu ponto de vista, parecia que Maxine realmente havia acertado Billy. Ela sentiu seu corpo inteiro doer, enquanto respirava fundo. Não imaginava que uma criança faria algo como aquilo, mas Max não parecia temer fazer algo assim.
— FALA QUE ENTENDEU! FALA! FALA! – Max gritou
— Eu entendi…
— O que?
— Eu… Entendi…
Maxine pegou as chaves do carro do Hargrove.
— Vamos. – Max falou olhando para Natalie
— Não podemos deixar o Steve aqui com o Billy! – Natalie exclamou
Dustin se aproximou.
— O Billy tá desacordado, vai acordar daqui horas. – O Henderson disse
— O Steve também está assim. Billy quase o matou também. – Natalie falou – Não podemos simplesmente largar ele aqui. Sozinho!
— Fica com ele aqui, então. – Max falou – Amber!
Amber riu quando Maxine mostrou as chaves.
— Eu nunca peguei em um carro antes, vou matar todo mundo. – Amber disse – Sou contra desobedecer o Hopper.
Lucas bufou.
— Temos que ir. – O Sinclair disse
— Tá bom, colocamos o Steve no carro com a gente. – Dustin diz
— Ele vai nos fazer voltar. – Harry diz
— Ele vai ficar tranquilo! – Dustin o defendeu – Eu prometo.
Natalie olhou para o rosto machucado de Steve outra vez, se não estivesse desacordado poderia até o beijar de tão grata que estava naquele momento.
— Eu dirijo. – Natalie disse, se levantando
A garota praticamente caiu de volta no chão, assim que se levantou. A visão ficando turva novamente.
— Ela não vai dirigir assim. – Amber falou
As crianças começaram a reclamar.
— Tenho uma ideia. – Max falou
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