2.12- THE PUBERTY DEMOGORGON
— Deixa eu ver se entendi... – Disse Natalie, sentada no banco do passageiro. Ao seu lado Steve Harrington dirigia enquanto Dustin e Harry estavam no banco de trás – Vocês pegaram um mini demogorgon para criar depois de achar ele no lixo?
— Eu não! O Dustin! – Harry se defendeu
— Você não tava com o Dustin até agora? – Natalie perguntou, impaciente
— Ele me convenceu a cuidar do demogorgon! – Harry respondeu
— Você me apoiou nessa! – Dustin exclamou
— Por que você pegou um Demogorgon do lixo, Dustin? – Natalie perguntou em choque
— Eu não sabia que era um demogorgon! – Dustin respondeu
— Sabia que não era desse mundo! – Harry rebateu
— Descobrimos isso uns dois dias atrás e você me ajudou a levar escondido do resto do grupo para minha casa! – Dustin disse, olhando para Natalie em seguida – Eu achava que era uma espécie rara de girino.
— Girino? Sério, Dustin? – Natalie bufou desacreditada – E sua mãe? Ficou sabendo disso?
— Não, ela tá indo para outra cidade atrás da nossa gata. – Dustin disse
— Gata morta, por sinal! – Harry relembrou
Natalie fechou os olhos, apoiando a cabeça contra o banco que estava sentada. Era como se tudo que tivesse acontecido no ano anterior estivesse se repetindo, de um jeito mais estranho.
Não conseguiram entrar em contato com mais ninguém do grupo, temia que já estivessem mortos. Não quis falar sobre isso para não assustar as crianças, mas sabia que tinha uma grande chance daquilo acontecer.
Steve estava em silêncio até aquele momento, claramente não acreditava neles. Dirigia até a casa do Henderson.
— Espere aí. – Steve disse olhando para Dustin – De que tamanho que era?
— Primeiro era assim. – Dustin disse, mostrando uma mão com um pequeno espaço entre os dedos
Natalie franziu o cenho.
— Era tão pequeno... Era só pisar em cima e matar... – A Goodwin murmurou
Dustin revirou os olhos.
— Depois ficou assim. – Dustin abriu as mãos em uma distância bem maior, ignorando as reclamações da mais velha
— Como cresceu tão rápido? – Natalie perguntou
— Trocou de pele. – Harrison disse – É uma coisa muito nojenta, por sinal.
Steve olhou as crianças pelo retrovisor.
— Tem certeza que não é uma espécie de lagarto? – Steve perguntou
— Pelo tamanho que Dustin mostrou, é igual ao que me atacou... Isso se não for o mesmo, o que eu queria que fosse, mas não acho que daria tempo de ir de um lado para o outro assim. – Natalie respondeu
— Mas não pode ser um lagarto? – Steve perguntou novamente
Harrison bufou no banco de trás, batendo a cabeça contra a janela.
— Não é um lagarto! – Dustin exclamou irritado
— Ok, mas como vocês sabem que não é? – Steve perguntou
— Porque a cara dele abriu e ele comeu a minha gata! – Dustin respondeu
Steve olhou para Natalie.
— Ele tentou me comer e arrancou um pedaço do meu braço. – A Goodwin não o deixou perguntar novamente – Tomara que eu não pegue Raiva ou qualquer doença que essa porra pode trazer.
Harry olhou para Natalie.
— E se você virar um demogorgon? Tipo o que acontece com zumbis, um deles te morde e você se infecta e vira um também.. – Harry teorizou
Dustin negou com a cabeça, enquanto Natalie fazia uma careta ao olhar para seu irmão mais novo no banco traseiro. Os olhos de Steve se arregalaram um pouco.
— Harry, isso não faz sentido. – Dustin diz
— Nada nessa merda faz sentido! – Harry fala
Steve estacionou o carro perto da casa de Dustin, suspirando. Ele tirou a chave do contato.
Natalie foi a primeira a descer do carro, fechando a porta. Não estava com dor no braço ou em qualquer outro machucado que fez nos últimos dias, mas tinha certeza que quando toda a adrenalina passasse, ela precisaria voltar ao hospital para tomar remédios contra a dor.
E possíveis remédios contra infecção, já que o demogorgon conseguiu deixar um buraco sangrenta em seu braço.
As crianças desceram do carro em seguida, Steve abrindo o porta malas novamente e pegando o taco de baseball cheio de pregos que ele havia guardado novamente.
— Vamos logo. – Steve disse, andando na frente das crianças
Natalie empurrou Harry e Dustin, para que eles andassem em sua frente. Assim Steve guiava o grupo, sendo possivelmente o primeiro a ser atacado caso um Demogorgon fosse até eles e Natalie ficava por último, tendo todos em sua visão em uma estratégia para ajudar em um ataque. A arma que havia pego de seu pai, que estava quase sem munição, estava em sua cintura.
A lanterna iluminava o caminho até o local onde Dustin e Harry haviam prendido o Demogorgon. A porta de madeira que servia para proteger Dustin e sua mãe de um possível furacão, estava trancada com uma corrente.
Steve bateu o taco contra a porta de madeira, sem nenhum sinal de vida lá dentro.
— Não ouço nada. – Steve disse
— Eu te garanto que está aí dentro, prendemos ele aí! – Harry falou
Natalie encarava a madeira, enquanto Steve olhava desacreditado da porta para Dustin e Harrison que estavam um ao lado do outro.
Steve deu mais uma pequena batida. Nada. Natalie cruzou os braços, o frio se fazendo presente por estar sem blusa.
O Harrington bateu mais forte na porta, sem nenhum barulho do lado de dentro. Se não tivesse acabado de lutar contra um Demogorgon, Natalie brigaria com as crianças por achar que aquilo não passava de uma brincadeira sem graça deles.
No entanto, ao ver uma daquelas coisas novamente, não conseguiu contestar as crianças. Principalmente ao ver o pavor nos olhos de ambos.
Steve mirou a lanterna para o rosto de Dustin.
— Ouçam, vocês dois. – O Harrington disse – Se isso for uma pegadinha, eu mato vocês.
— Não é, Steve! – Dustin exclamou
Natalie estava em silêncio.
Steve Harrington apontou a laterna para o rosto de Harry.
— Entenderam? Eu acabo com vocês. – Steve ameaçou
— Tá querendo enganar quem? Você vive apanhando. – Harry disse – Tira isso da minha cara.
Ele deu um tapa na laterna de Steve, se incomodando com a luz em seus olhos.
— Não é uma pegadinha, Steve! – Dustin reclamou novamente
— Minha irmã não foi atacada na nossa casa? Por que ela mentiria com a gente? – Harry perguntou
Steve deu de ombros.
— Podem ter combinado de mentir para fazer uma grande pegadinha de Halloween contra mim. – Steve diz
— Não é uma pegadinha! – Dustin exclamou novamente
Natalie bufou, irritada com a demora e descrença que Steve estava tendo com as crianças.
— Se for... – Steve não completou a frase
Natalie usou seus poderes para estourar as correntes que prendiam a porta de madeira, abrindo uma delas e descendo rapidamente.
Steve virou a laterna para ela.
— Ei! Me espera! – O Harrington disse, seguindo a garota para dentro do local escuro
Sem qualquer resquício de luz, Natalie descia as escadas tentando encontrar qualquer sinal do Demogorgon a sua volta com Steve em seu encalço, a seguindo como um fiel escudeiro.
O garoto usou a mão que estava com a lanterna para segurar o ombro de Natalie, que suspirou impaciente se virando para olha-lo.
Steve apontou para cima com as sobrancelhas, Natalie percebeu que ele estava tentando alerta-la que as crianças ficaram do lado de fora.
— Ficou doida em entrar sozinha? – Steve perguntou
— Não queria que eles entrassem, né? – Natalie respondeu ironicamente, claramente irritada
— Se realmente tivesse algo aqui, você poderia ter sido atacada. – Steve fala
— Eu tenho poderes. – Natalie rebateu em um sussurro – Se concentra no Demogorgon.
— Não vimos nada até agora, Nat. Eles podem estar mentindo. – Steve sussurrou de volta
Natalie apontou para seu irmão e Lara o amigo dele.
— Vocês dois. Caso vocês estejam mentindo sobre isso, não vão precisar se preocupar com o Steve, vão precisar se preocupar comigo. Porque eu vou pegar vocês e acabar com a raça dos dois. – Natalie diz – Estão me entendendo? Eu mato vocês dois por mexerem com um assunto sério.
Achava quase impossível que Dustin e Harry mentissem sobre isso exatamente quando Natalie havia acabado de ser atacada, mas não dava para descartar a possibilidade. Eram crianças, afinal.
— Nat, eu juro que não é mentira! – Harrison fala – Acredita na gente, ele tá aí.
— Ele deve ter descido mais. – Dustin diz, tentando transparecer confiança – Vamos ficar aqui, caso ele tente escapar.
Natalie negou com a cabeça, entendendo que as crianças realmente estavam com medo.
Ela puxou o braço de Steve.
— Se prepara para um possível ataque. – Natalie sussurrou para ele
Descendo os últimos degraus, Natalie tentava enxergar no escuro, nos locais onde Steve não estava iluminando até aquele momento.
O Henderson e o Goodwin que estavam no quintal olhavam iara a escuridão do porão, ansiosos.
Natalie estalou os dedos como se chamasse um gato ou um cachorro até ela, não parecia ter ninguém ali além de Steve e ela.
— Nat. – Steve a chamou
Quando a morena se virou, viu o garoto segurando uma coisa gosmenta com o taco de pregos. Como uma pele de cobra, em um formato diferente.
Um pouco ao longe, a parede estava quebrada em um grande buraco de tijolos. Um Demogorgon estava ali e ele detonou uma parede.
A Goodwin trocou um olhar com o Steve.
— Porra. – Natalie reclamou – Chama as crianças.
Steve assentiu jogando a coisa de volta para o chão, Natalie se abaixou, tentando ter certeza de que aquilo era o que ela estava pensando.
Com certeza não era um lagarto.
Fechou os olhos, segurando a respiração tentando não pensar o quão nojento era aquela coisa ao colocar a mão e sentir a gosma em sua volta enquanto usava seus poderes.
Abriu os olhos, estava no mundo invertido. Natalie olhou em volta, procurando o demogorgon nele, afinal, estava conectada a mente dele naquele momento. Ela precisava ver onde ele estava, mas não era o que acontecia.
Não era apenas a mente dele. Natalie teve essa certeza, quando olhou para o céu vendo uma grande sombra tomar conta dele, com vários raios em vermelho. Uma aranha gigante aparecendo no local.
Era pior do que Natalie pensava, porque agora não eram só dois demogorgons mas também uma coisa a qual ela nunca tinha visto até aquele momento.
Um monstro tão grande que nem ao menos poderia ficar escondido se conseguisse sair de dentro do Mundo Invertido.
Natalie tirou a mão da pele do demogorgon, se levantando rapidamente. Ela a sacudiu, tentando limpar aquela coisa.
— O que você tava fazendo? – Steve perguntou confuso
Natalie passou a mão na blusa dele, tentando a limpar.
— Acho que vou... – Não terminou a frase, indo para o outro lado oposto onde os garotos estavam e levantando um balde cheio de teias de aranha
Natalie colocou tudo o que estava dentro de seu estômago para fora, sentindo-o se revirar com a textura da gosma do tecido de musgos que havia acabado de tocar.
Tossiu, evitando levar sua mão suja para perto de sua boca. Limpando a mesma com a mão limpa, enquanto se levantava para longe do balde onde pequenas aranhas saiam do local.
— Merda, merda, merda... – Natalie resmungava baixo, pisando em cima delas enquanto se afastava, Steve a encarava – Que foi? Eu odeio aranhas... – Seu olhar se encontrou com a parede atrás do mesmo, onde um grande buraco estava aberto entre os tijolos, onde Harry e Dustin estavam olhando – Porra! Porra!
— Eu não acredito que ele fugiu. – Harry disse apavorado
— Sabem o que isso quer dizer, né? – Natalie perguntou
— Que ele não está mais aqui. – Steve respondeu, como se fosse óbvio
Harry encarou Steve com uma careta, o julgamento no olhar dele era visível.
— Que ele está solto pela cidade e não é o único. – Natalie diz encarando o buraco – Pelo tamanho da pele... Ele já deve estar quase passando da puberdade, o que quer dizer que está ficando adulto, como o que pegou o Will ano passado e matou a Barbara...
Natalie parou de falar, fechando seus olhos e respirando fundo. O silêncio tomou conta do lugar, enquanto Natalie pensava no que fazer.
— O que fazemos agora? – Harry perguntou
Natalie abriu os olhos, fingindo estar mais calma do que antes. Sua respiração estava normal, convenceria qualquer um que aquilo não estava a deixando com medo se não fosse suas mãos trêmulas enquanto falava.
Não estava com medo de morrer.
Muito pelo o contrário. Natalie tinha a teoria que não seria deixada em paz enquanto estivesse viva e saber que ainda existia uma ligação com o Mundo Invertido a fazia questionar muitas coisas. O Demogorgon só morreu junto com Eleven no ano anterior, se ela morresse também, talvez o Mundo Invertido inteiro se fechasse...
Preferia não pensar naquilo naquele momento.
— Acho que sei o que fazer. – Natalie diz – Estamos lidando com, no mínimo, dois demogorgons certo?
— Sim e... – Dustin foi interrompido
— Mas não são demogorgons normais, não são adultos, eles estão na puberdade. É como se fossem adolescentes, então, na teoria são mais fáceis de matar. – Natalie continuou – São só dois. Podemos atrair eles e então... – Natalie bateu uma palma contra a outra – Steve e eu matamos eles.
Steve olhou das crianças para Natalie, parecendo buscar os malefícios do plano que ela estava criando em sua cabeça. Plano que – na opinião de Natalie – era terrível, mas não tinham outra escolha e sabia que Steve não pensaria em nada melhor.
— Como atraímos eles? – Steve perguntou
Natalie mostrou a palma da própria mão, onde duas cicatrizes uma menor que a outra, eram aparentes.
— Sangue. – Natalie respondeu – Eu tô toda fudida, um corte a mais e um a menos não vai fazer tanta diferença. O importante é atrair os demogorgons adolescentes.
Harrison levou um olhar julgador de Natalie para Dustin, como se ela fosse maluca em pensar naquela possibilidade.
— Não. – Steve negou de forma simples
Natalie o encarou, como se estivesse ofendida por ele não concordar com seu plano.
— Não? – Ela perguntou
— Não. – Steve respondeu
Natalie bufou, sabendo que Steve não concordaria com ela. Diferente de Jonathan no ano anterior, que até cortar a própria palma com ela e com Nancy havia cortado.
Natalie tirou fios de cabelo do próprio rosto.
— Então faremos o seguinte: Vamos ao açougue e você compra carne de boi para distribuirmos até um local afastado. É comida e tem bastante sangue. – A Goodwin disse – Mas você paga, não tenho um tostão furado no bolso.
Steve suspirou.
— Claro, madame. – O Harrington disse
— E como vão matar eles? – Dustin perguntou
Harry apontou para Dustin, concordando com a cabeça como se fosse fazer a mesma pergunta.
— Ele tem um taco de pregos e você uma arma. Os agentes do laboratório estavam com armamento pesado e mesmo assim foram todos mortos ano passado. – Harry disse
Natalie deu de ombros.
— Eu tenho poderes. – Ela respondeu simples
— Eu me lembro bem de você desmaiando enquanto lutava com um Demogorgon ano passado. – Steve rebateu
Natalie bufou.
— Foi diferente! – A Goodwin disse
— Três dias desacordada... – Steve murmurou
— Eu usei muito meus poderes depois de ficar um bom tempo sem exercitar eles, agora é diferente. – Natalie diz
— Seu braço não diz o mesmo! – Dustin falou
— Qual é, tá todo mundo contra mim? – Natalie perguntou desacreditada
— Precisamos de um plano bom, não dá para arriscar a vida de vocês. – Harry responde
— Isso vindo de alguém que ajudou a esconder um demogorgon bebê. – Natalie ironizou
— Vai ficar jogando isso na nossa cara por quanto tempo? – Dustin perguntou
— Até perceberem que fizeram burrada. – Steve respondeu
— Cala a boca, Steve. – Natalie mandou, respirando fundo – Beleza, atraímos os demogorgons e jogamos fogo neles.
— Para onde levamos eles? – Steve perguntou
— Ferro velho. – Dustin e Harry responderam ao mesmo tempo
— Ótimo! Nós decidimos! Agora, todos para o carro do Steve. Vou entrar na casa do Dustin e limpar essa... Coisa... Da minha mão. – Natalie disse, passando por Steve e subindo os degraus para fora daquele local
Ela passou correndo pelo quintal, entrando na casa do Henderson e indo até a pia da cozinha. Pegou a esponja de lavar louça e detergente e esfregou a mão com força.
Foi até o banheiro na parte de cima da casa, pegando a pasta de dente e a jogando em sua boca em busca de melhorar o hálito e o gosto de vômito que havia ficado após passar mal no porão.
Desceu correndo, entrando na cozinha de Dustin e roubando alguns dos sanduíches que a Senhora Henderson havia deixado na geladeira para as crianças comerem.
Saiu correndo de dentro da casa, até o carro do Harrington. Abriu a porta do passageiro, cruzando os braços ao ver Dustin sentado ali.
— Banco de trás. – Natalie mandou
— Mas eu cheguei primeiro! – Dustin reclamou
— Eu não ligo. – Natalie diz
— Eu avisei... – Harry diz
— Vocês só estão aqui porque eu chamei! – Dustin se defendeu
— Porque você decidiu cuidar de um Demogorgon na puberdade. – Natalie corrigiu – E você nos chamou, então, precisa me obedecer. Banco de trás.
— Mas...
— Não vou falar outra vez. – Natalie falou com firmeza na voz
Dustin olhou para Steve.
— Deixa ela sentar aí logo, Dustin. Crianças vão no banco de trás. – Steve disse apontando para o banco traseiro
Dustin bufou, se levantando.
— Vocês são como um casal de velhos antiquados que querem andar lado a lado no carro. – Dustin reclamou, sentando-se ao lado de Harry – E olha que o Steve namora a Nancy e não a Natalie.
Natalie e Steve reviraram os olhos depois que todos já estavam sentados no carro. Dessa vez em seus "devidos" locais.
— Namorava. – Harry sussurrou para Dustin
— O que? – Perguntou o Henderson no mesmo tom
— Não namoram mais, ela terminou com ele. – O Goodwin respondeu
Natalie olhou para Steve que já a encarava. Negou com a cabeça por um segundo, temendo que a conversa dos dois no banco de trás abalasse Steve.
— Vocês sabem que podemos ouvir né? – Steve perguntou
— Parem de fofocar aí atrás. – Natalie mandou – Foquem no Demogorgon que vocês decidiram cuidar!
Steve deu a partida no carro, saindo da casa dos Henderson enquanto torcia para ninguém reparar no carro saindo dali.
(...)
Steve parou o carro no escuro da cidade perto do açougue fechado. Olhou para Natalie em busca de outras alternativas, era um sábado a noite. Era óbvio que o açougue estaria fechado.
Natalie olhou para Steve, franzindo o cenho.
— Por que tá me olhando? – Natalie perguntou
— Tá fechado. – Steve respondeu – São quase meia noite. O que fazemos?
Natalie riu ironicamente, um tanto nervosa pelo seu plano já começar errado.
— Desculpa, esqueci que você não consegue raciocinar por cinco segundos e eu tenho que pensar em tudo. – A Goodwin ironizou
Natalie olhou em volta dentro do carro, buscando alguma coisa que a desse uma ideia para conseguir iscas e pegar os demogorgons. Harry dormia no banco de trás enquanto Dustin olhava ansioso para os mais velhos a frente.
Encarou as paredes do lado de fora do açougue e todas as câmeras de segurança em sua volta. Natalie suspirou, seu nariz começando a sangrar quase instantâneamente.
Steve segurou a própria manga, se preparando para limpar o sangue do nariz da morena quando recebeu um tapa na mão.
— Não faz isso. – Ela alertou brava – É nojento.
— Tá bom... – Ele disse
— Precisamos da carne de qualquer jeito, Dustin me passa os baldes. – Natalie falou olhando para o Henderson
Dustin pegou os três baldes que estavam nos pés de Harrison, os passando para frente. Natalie tirou o cinto ao pegar o metal.
— O que vai fazer? – Dustin perguntou confuso
Steve arregalou os olhos.
— Vai assaltar o açougue? – O Harrington perguntou
— O termo certo é furtar, não tem ninguém lá dentro esse horário. E não é bem isso que eu vou fazer, deve ter alguma carne que não é mais útil lá dentro... Depois eu pago. – Natalie diz, dando de ombros
— Você vai ser presa. – Steve fala
Ele claramente estava a achando maluca naquele momento.
— Meu pai é policial. – Natalie diz
— Isso não muda literalmente nada. Ainda pode sobrar para ele e ele perder o emprego. – Steve falou – Nat, pensa direito no que vai fazer.
— Steve, eu tenho poderes, ok? Sei o que estou fazendo, ninguém vai nos ver e não terão como saber que fomos nós quem pegamos as carnes. – Natalie diz – Agora, cuida desses dois pestinhas e não saia do carro.
Sem esperar uma resposta, Natalie saiu de dentro do automóvel. Usando seus poderes para que aqueles que estivessem na rua não conseguissem a ver ou ver o carro e a câmera de segurança não a captar, a Goodwin foi até os fundos do açougue.
Fechou os olhos, usando a telecinese para abrir a fechadura. Natalie entrou no lugar devagar, os baldes pendurados em seu braço enquanto ligava a lanterna que havia pego de Steve.
Olhava em volta, os freezers em sua maioria ligados, um pouco de sangue de boi escorria pelo chão. Fez uma careta ao ver algumas baratas e ratos passarem correndo pelo chão ao avistar a luz.
Natalie andou até um freezer que estava fora da tomada, o cheiro não estava tão agradável. Não deixou de pensar nas promoções de carnes que existiam ali, possivelmente vendendo carnes que não passaram a noite sendo refrigeradas.
Quando abriu o freezer, vendo que mesmo com um terrível cheiro, as carnes cortadas em cubo ainda estava vermelhas como qualquer outra, Natalie suspirou. Sabia que estava fazendo merda, não iria negar. Nunca imaginou se tornar ladra por causa de cubos de carne em uma tentativa de pegar Demogorgons, mas ali estava ela.
Encheu os três baldes com os pedaços de carne, torcendo para que ninguém nunca descobrisse o que ela estava fazendo. Fechou o freezer após realizar aquela tarefa o mais rápido que conseguiu, estava no meio de carnes e sangue, era um lugar muito atrativo para o Demogorgon aparecer, não queria ser atacada de novo. Não naquele momento.
Natalie fechou o freezer, arrastando os baldes pelo chão em direção a porta. Assim que abriu ela, deu um soco no rosto de uma forma alta que estava parada na entrada.
— Puta merda, Steve! – Natalie diz levando a mão ao peito – Eu mandei ficar no carro!
— Por que me bateu? – Steve perguntou confuso
— Voce me assustou, porra! – Natalie respondeu com obviedade – Vamos sair daqui logo, me ajuda com os baldes.
Ela levantou um deixando os outros dois para Steve carregar, trancou a porta com os seus poderes enquanto andavam em direção ao carro.
— Que cheiro terrível. – Steve reclamou
— É um cheiro atraente para os demogorgons, aliás, é o cheiro de lugares onde desligam o freezer durante a noite. Ele é a vergonha da profissão no quesito açougueiros... – Natalie diz, abrindo o porta malas do carro, colocando os baldes ali – Consegue ir no posto para pegarmos gasolina?
— Vamos lá. Esse plano precisa dar certo, se eu for preso por roubar carnes e o Demogorgon ainda estiver a solta... – Steve não completou a frase, apenas fez uma careta
— Relaxa, Steve. Se não conseguirmos pegar os demogorgons, provavelmente morreremos, preso você não vai ser. – Natalie disse em tom tranquilizador, entrando no carro
Uma parte do plano havia dado certo, só precisavam resolver o resto.
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