Quando o sol bateu no rosto de Juniper no dia seguinte, ela sentiu algo diferente. Talvez fosse a paz que começava a reinar em seu coração, ou apenas os raios ultra violetas destruindo a sua pele. Ela não se importava, pois sentir o mundo voltando aos eixos outra vez era tudo o que ela queria, mesmo que parte de si soubesse que nada estava certo.

Depois que Robby entrou no dojô aquela noite, seu treino acabou. Seu humor não era o mesmo, e ela ainda não estava preparada para tê-lo tão perto outra vez, principalmente em um lugar propício para lutas. Por isso ela foi embora para a casa, onde passou a madrugada acordada treinando outra vez, tentando colocar a cabeça no lugar.

Antes de dormir ela percebeu que suas opções no momento eram poucos, e quase nulas. Ela poderia ignorar a presença de Robby e viver normalmente até o torneio, ou matá-lo e jogar o corpo dele no rio para ninguém descobrir. Era tentador, mas ainda havia uma terceira opção.

Uma segunda chance.

Mesmo odiando admitir isso para si mesma, as palavras de Shannon e da sua própria mãe a atingiram em cheio. Juniper teve uma segunda chance depois de anos estragando a própria vida e, graças aos Campbell's, conseguiu reviver das cinzas, mesmo que o final da história não fosse nada parecido com os contos de fada. E por isso ela entendia que, independente do final, ela poderia tentar conviver com o garoto novamente.

E usar os conhecimentos dele sobre o miyagi-do, claro!

O torneio estava chegando, e ela precisava estar mais focada do que nunca para não acabar tendo uma crise e ser jogada para fora da luta. E para isso ela precisava entender o lado inimigo, como gostavam de chamar. Os treinos de Daniel nunca a interessaram, todo o lance da paz interior e "apenas para a defesa" pareciam bobeira para ela. Mas ela estaria errada em não admitir que não eram importantes para uma luta. Muitas vezes desejou saber se defender mais, e não usar apenas a agressividade.

─ Ei, loira! - A voz de Falcão acordou ela dos próprios pensamentos, fazendo o seu olhar encontrar ele e a própria turma a esperando.

─ Que susto. - Exclamou irritada, desencostando do pilar para andar até o amigo.

─ Você parecia uma maluca encarando o céu daquele jeito. - O garoto comentou rindo quando abriu a porta do dojô para ela e os outros colegas entrarem.

─ Olha quem fala! - Retrucou também rindo, deixando a própria mochila na entrada e logo depois ajeitando o kimono em seu corpo. - Ei, sabe aquele... - Quando virou para chamar o Moskowitz, ela viu o mesmo andar em passos apressados até o sensei e outro aluno.

Robby.

─ O que faz aqui? - Falcão exclamou irritado.

─ Espere ai. - Kreese o parou, no momento certo em que Juniper se aproximou sorrateiramente deles, o olhar cúmplice batendo nos olhos esverdeados do garoto. - O Sr. Keene foi convidado. - Explicou, vagando o olhar até a Davis, fazendo o de moicano olhá-la em busca de respostas.

Ele estava nervoso, por isso Kreese levou ele e a aluna até a própria sala, esperando que o garoto entendesse a razão do Keene estar no dojô agora.

─ Ele não é um de nós. - O de moicano disse determinado.

─ Precisamos de toda a força possível para o Regional. - O Sensei começou a explicar, se apoiando na mesa para sentar.

─ Não precisamos dele. - Ele insistiu, tirando um resmungo incrédulo baixo da loira.

─ Nós precisamos das técnicas dele. As mesmas técnicas que vão usar contra a gente no torneio. - Juniper exclamou séria, os braços cruzados enquanto apoiava as costas na parede, tendo o olhar surpreso de Falcão nela.

A Davis não brincava quando o assunto era o torneio, e aos poucos Falcão percebia a obsessão que a amiga gerou pela vitória.

─ Ele mandou Miguel pro hospital, e colocou você atrás das grades. Ele é o nosso inimigo! - Falcão falou raivoso, apontando para a loira quando a mencionou.

─ Esse é o meu problema com ele, não o de vocês. - Ela se defendeu, dando um passo para frente irritada, quase encostando no dedo do amigo.

─ Ei! Vocês dois se acalmem. - O Sensei pediu paciente, parecendo se divertir com a discussão.

─ Desculpa, sensei. - Os dois pediram juntos ao se afastarem, mesmo que não fosse verdade.

─ Olha, quando eu estava no exterior, era difícil saber quem era o inimigo. - O mais velho começou a falar, tendo os rostos irritados dos alunos vidrados nele. - Um morador local indefeso poderia meter uma faca na sua garganta. - Juniper fez uma careta de nojo com a imagem. - Sabe o que eu aprendi?

─ O quê? - O de moicano perguntou interessado.

─ Que o inimigo do seu inimigo é seu amigo. - Declarou sério, tomando um gole do próprio café, enquanto os dois alunos pareciam assimilar as suas palavras.

Depois de liberados, Falcão foi conversar com os outros colegas, enquanto a loira andou até os fundos, encontrando o Keene guardando as suas coisas dentro de uma pequena mochila. A Davis não deixou de rir baixo, mexendo a cabeça enquanto se aproximava dele.

─ Pensei que ia durar pelo menos um dia. Inteiro. - Comentou ácida ao se apoiar na parede, Robby levantou o olhar até ela, revirando os olhos e voltando ao que fazia. - Se vai fugir, pelo menos espera todos irem embora, assim você não mostra o quão covarde você é.

─ Não tenho que provar nada para eles. E muito menos para você. - Robby retrucou irritado.

─ Mas mesmo assim ia esperar. Não é? - Arqueou uma sobrancelha esperando a resposta, fazendo ele desviar o olhar engolindo a seco. - Não pode sempre ficar utilizando a defesa, sabia? Talvez o Cobra kai consiga te ajudar com isso, não é tão ruim como parece.

─ Eu não pertenço aqui. - Disse a contragosto, voltando a encarar a escuridão nos olhos da loira, um vício que nunca superou.

─ Não pode afirmar sem testar primeiro. - Apontou. - No meio de uma guerra, você precisa escolher um lado. Não tem meio termo.

─ Falando assim parece que participou de muitas guerras, Davis. - O Keene comentou sarcástico, um pequeno sorriso quase aparecendo em seus lábios, mas sendo contido pelo coração rancoroso dele.

─ Eu tenho as minhas fontes. - Explicou olhando para ele, os olhos brilhando com apenas o pequeno vislumbre do sorriso dele. - Se estiver com tempo antes de fugir de novo, nós vamos sair depois da aula. Você deveria ir.

Não houveram respostas, por isso Juniper sorriu amarga, dando as costas para o garoto e indo participar da aula com a imensidão de pensamentos que surgiram. Mas tudo se perdeu na sua cabeça durante as lições, e não demorou muito para a loira sair com os amigos, deixando para trás os problemas que envolviam o garoto de olhos verdes, para encontrar outros problemas tentando roubar uma cobra para o próprio sensei.

─ Vocês tem que tomar cuidado. As câmeras podem pegar tudo se estiverem ao favor delas. - Juniper explicava parte do plano, segurando uma latinha de cerveja nas mãos.

─ Você soa como uma espiã as vezes. - Tory comentou do lado dela, fazendo ela rir baixo e tomar um gole do líquido amargo.

─ Já me diverti muito antes. - Comentou nostálgica.

─ Tudo bem. Só temos uma chance. Rápido. Dará tudo certo. - Falcão deu os comandos para o resto do grupo, enquanto a loira ao seu lado estava concentrada em tomar diversos goles da bebida amarga. - Sabem o que fazer? - Olhou brevemente para a garota, o olhar preocupado fazendo ela desviar o olhar.

Ainda não discutiram sobre o que aconteceu na escola, ambos decidindo ignorar o problema que se formava entre eles.

─ Sim. - Todos responderam em conjunto.

Juniper revirou os olhos com uma piada estúpida que Kyler fez para os amigos, que riram achando graça. Logo sua atenção foi para o barulho de passos próximo a eles e, quando a garota ergueu o olhar, Robby se aproximava quieto do grupo.

─ Você veio. - Ela soltou surpresa, esperando que o garoto fosse fugir novamente, e continuar fora do jogo.

Todos os olhos foram para o Keene, e logo voltaram para Juniper, confusos sobre quem o chamou, mesmo que não se importassem. Bom, nem todos.

─ Você o convidou? - O de moicano perguntou irritado, mesmo que a resposta fosse clara como o dia.

─ Ele faz parte do time agora. Assim como o sensei contou para vocês. - Juniper respondeu, encarando os olhos escuros do amigo convicta, fazendo ele bufar e virar mais um gole da cerveja.

─ Pegue, Keene. - Kyler ofereceu uma latinha para o garoto.

─ Estou de boa. - Negou, balançando a cabeça com as sobrancelhas levemente franzidas.

─ Não aguenta um gole de cerveja? - Falcão alfinetou o novato.

─ Não preciso fingir ser descolado. - Deu de ombros, não se atingindo com as palavras dele, tirando umas risadas dos outros colegas.

Juniper olhou para ele com as sobrancelhas arqueadas, trocando o olhar para a própria mão, que segurava uma das latinhas. Idiota.

─ É, que engraçado. - O de moicano deu um passo para frente irritado, sendo parado por Tory.

─ Já chega, vamos logo. - A Nichols disse separando a possível briga, que se tornou apenas uma troca de olhares irritados de ambos.

Com o comando da Nichols, todos passaram com cuidado pelo furo feito pela Davis na grade do estabelecimento, sobrando apenas a Davis e o Keene, que encarava toda a cena confuso.

─ Qual é! Não é descolado o suficiente para você, Keene? - Alfinetou ele, com um sorrisinho afiado no canto dos lábios, tirando um riso baixo dele.

─ Algumas coisas nunca mudam, Davis. - Comentou se aproximando dela, com um último olhar antes de passar entre os ferros, sendo seguido pela loira.

O resto da turma estava à poucos metros deles, esperando os dois chegarem para seguirem com o plano.

─ O Zoológico? Por que temos que entrar escondidos? - Robby perguntou confuso do lado da loira.

─ Você vai ver. - Ela respondeu com um sorrisinho de canto, virando a atenção para a entrada do local.

─ Venham. Por aqui. - Falcão chamou eles, um sorriso atentado nos lábios.

Com cuidado todos seguiram o de moicano, tentando agir naturalmente entre todos os funcionários e visitantes daquele dia. Juniper liderou o grupo até uma das alas que estavam fechadas naquele horário, segurando a porta para que todos passassem com segurança enquanto ela espiava os corredores.

─ Há câmeras ali. O guarda faz uma pausa a cada hora. - O de moicano avisou, analisando os corredores acima das escadas com o grupo atrás dele. - Temos menos de dez minutos. - Declarou, olhando para a loira que se aproximava depois de vigiar a porta em que entraram.

─ Cinco minutos pra quê? - O Keene indagou, ainda sem entender o motivo de estarem ali.

─ Vamos pegar um presentinho para o sensei. - Tory explicou com um sorriso animado nos lábios, logo acompanhando o resto do grupo, deixando os dois para trás.

─ Ei, relaxa! Ela não vai te morder. - Juniper passou do lado dele, mordendo os lábios para conter a risada quando viu a confusão no rosto do garoto.

Não demorou para acharem o que procuravam, e logo dois alunos ficaram encarregados de espiar a porta e os corredores, enquanto a outra parte do grupo entrava na sala repleta de animais, logo achando a cobra que procuravam para o sensei, o que tirou um sorrisinho animado da loira.

─ Pegou o bastão? - Falcão perguntou para Kyler quando tirou o saco da mochila.

─ Merda! - O asiático exclamou quando mexeu nos bolsos não achando o objeto, fazendo Juniper revirar os olhos irritada.

─ Sabia que você ia esquecer, idiota! - Ela exclamou atrás deles, encarando os animais, tentando achar uma solução.

─ Eu bolei o plano todo e você não conseguiu fazer isso? - Falcão indagou irritado.

─ Esqueci, tá? Estou de cabeça cheia. - Kyler retrucou.

─ Com o tanto de merda na cabeça até eu. - A Davis comentou ácida, tirando uma risada baixa do Keene e da Nichols que estavam do seu lado.

─ Ei! Se eu não passar em trigonometria meu pai me mata. - O garoto virou para ela irritado, apontando o dedo no rosto da mais baixa, que arqueou a sobrancelhas irritada, dando um passo para frente.

─ Cuidado com esse dedo, babaca. - Ela avançou brevemente, fazendo ele dar um passo para trás colocando as mãos no bolso.

─ É só enfiar a mão e pegar a cobra. - Tory achou uma solução. Era loucura, mas funcionaria.

─ Vocês são loucos? Eu não vou enfiar minha mão ali! - O de moicano exclamou quando viu o olhar esperançoso da Davis.

─ Quem está ai? - Uma voz ecoou pelo cômodo, fazendo eles se ficarem em alerta.

─ Merda! - Falcão exclamou baixo, antes de correr com Kyler e Tory para fugir.

─ É a sua escolha agora. - Juniper disse para Robby, trocando o olhar entre ele e o animal antes de correr atrás dos amigos, deixando o Keene para trás com as próprias decisões.

Juniper apenas implantou a dúvida nele, um quebra cabeça de pequenas peças que se juntariam aos poucos. Não era tão fácil desistir do antigo dojô, e ela entendia, por isso resolveu jogar com o seu dom mais poderoso. A manipulação.

Seus pés doíam de tanto correr até o lado de fora, apenas conseguindo ver os vultos dos próprios amigos na sua frente enquanto corriam, todos passando pela grade até que a própria conseguisse fazer isso, parando para respirar fundo com as mãos no joelho enquanto o próprio peito subia e descia, a sensação de adrenalina antiga que um dia desejou nunca mais sentir, pois era viciante, e uma vez que voltasse, não teria mais volta.

─ Cadê o Keene? - Tory perguntou baixo para Juniper quando se aproximou.

─ Vindo. - Sussurrou curta, esperando que o garoto tivesse feito a escolha certa.

─ Que merda! - Falcão gritou irritado com o asiático, dando um empurrão no peitoral dele enquanto as duas se aproximavam dos dois com cautela.

─ Ao menos eu trouxe cerveja. - Kyler lembrou, como se fosse um grande feito.

─ Falhamos por sua causa! - Falcão retrucou irritado com ele.

─ Quem disse que falhamos? - A voz de Robby fez todos virarem para olhá-lo, encontrando o garoto com a cobra presa dentro do saco que levaram.

─ Você fez isso! - Juniper exclamou animada, a boca aberta em um perfeito "O" que logo foi se formando em um sorriso.

─ Você pegou? - Tory perguntou sem acreditar, escutando apenas o barulho que o animal fazia.

─ É claro que pegou. - A Davis se aproximou sorrindo, e pela sua animação, Robby logo abriu o pano em suas mãos para ela, mostrando o réptil, o que fez o resto do grupo de animar.

─ Ei, você é o cara! - Kyler exclamou para o garoto, que ria da animação deles pelo o que fez.

─ Você é louco. - Juniper sussurou, não acreditando que ele conseguiu tirar a cobra do zoológico sem ter que ir para o hospital.

─ Foi fácil. - Ele deu de ombros, sorrindo enquanto encarava o sorriso brilhante da loira.

─ Ei, ele é um verdadeiro cobra, cara! - Kyler disse para Falcão, que olhou para eles fingindo estar animado.

O Moskowitz sentia que o lugar estava sendo ocupado pelo Keene, o que fazia a ideia de seguir os passos do Diaz e sair do dojô parecessem boas. Ele apenas esperava que Juniper pensasse o mesmo, embora ele entendesse que o olhar dela direcionado ao Keene não era um simples olhar. Ela estava escolhendo um lado, e não tinha nada a ver com os dojôs.

• • •

Depois de muitas comemorações e risadas, Juniper se encontrava no dojô novamente, mas dessa vez ela segurava o novo animal de estimação deles nas próprias mãos, com cuidado para não assustar o animal. Robby permaneceu do seu lado o tempo todo, em silêncio para deixar que a garota cuidasse do presente agora.

─ Ela é linda. - Juniper comentou deslumbrada enquanto colocava com cuidado a cobra dentro do terrário.

─ E provavelmente letal. - Robby completou ao seu lado, compartilhando do mesmo sorriso.

─ O que você fez lá foi legal. - A Davis confessou baixo, os olhos ainda vidrados no animal.

Robby se surpreendeu com o elogio discreto, percebendo que talvez eles poderiam conviver sem brigar o tempo todo, já pedido de desculpas era muito rápido, mas as pequenas ações significavam muito mais para ela.

─ Bom, você me pediu para testar, e foi isso o que eu fiz. - Explicou dando de ombros.

─ E como se sentiu? - Ela finalmente levantou o olhar esperançoso para ele.

─ Bem. - Afirmou, um sorriso pequeno surgindo em seus lábios, acompanhado o sorriso da loira.

─ Ei. O sensei está chamando. - Tory apareceu perto deles, apontando para os fundos.

Ambos se entreolharam antes de seguir a Nichols até o lugar, onde o resto da turma estava posicionada de frente para o sensei.

─ Muito bem. Estou impressionado. - O sensei começou o discurso, olhando para cada um dos alunos. - Vocês mostraram bravura e liderança. São qualidades necessárias para ser campeão. - Passou pela Davis, parando na frente de Robby, que estava ao seu lado. - Bom trabalho. Você é o que o Cobra kai procura. - Disse para o moreno, apoiando uma mão no ombro dele, antes de voltar para o centro. - Veem o que podem fazer ao trabalharem em grupo? Alianças são importantes. Para nós, e para o nosso inimigo. - Juniper e Robby se entreolharam rapidamente. - É bom crer que eles estão fazendo alianças também.

─ Que alianças? - Tory perguntou confusa, assim como o resto dos alunos.

─ Não soube? Diaz e aquela Larusso, bem, estão trabalhando juntos. - Kreese explicou brevemente.

Ela sabia. Ela sabia que algo aconteceu para Robby decidir ir para o Cobra kai aquela noite. Ela sabia que ele foi atrás da Larusso como o esperado, com o rabo entre as pernas para correr atrás dela outra vez, e provavelmente pegou os dois juntos, apenas provando que Juniper estava certa quando lhe disse que ele estava sozinho, e ela era a única que parecia tentar.

─ Eles conseguiram salvar o Regional e fizeram um baita discurso. Eles formam uma bela equipe. - Continuou, soltando uma risada sarcástica, e a loira podia sentir o olhar do Keene pairar sobre ela, como se soubesse que ela entendeu o que aconteceu. - Bom, está ficando tarde. Estão dispensados. - Quando o mais velho declarou, Tory foi a primeira a sair em passos duros, irritada com a novidade.

Juniper não se deu o trabalho de entender a garota, logo indo pegar a própria garrafa de água para se preparar para o seu treino noturno antes de ir para a casa. Ela conseguiu olhar de canto os outros alunos saindo do dojô juntos, mas a Davis não prestava atenção neles, nem estava interessada em tentar, pois era normal vê-los saindo para festas ou apenas para se divertir depois das aulas.

Falcão lhe mandou algumas mensagens minutos depois que saiu do dojô, mas a loira não estava interessada em conversar naquele momento, se incomodando com as possibilidades que rondavam a sua volta.

─ Vai treinar hoje, Srta. Davis? - Kreese perguntou aparecendo nos fundos outra vez, com Robby atrás dele, chamando a atenção da aluna que encarava a tela do celular.

─ Acho que sim. - Disse incerta, vagando o olhar entre os dois enquanto guardava o aparelho na bolsa.

─ Ótimo! Espero que não se importe se o nosso convidado te acompanhar hoje. - O sensei disse, sabendo que estava jogando sujo fazendo os dois treinarem juntos, o que fez ela rir baixo sem acreditar na diversão nos olhos do mais velho.

─ Por mim tudo bem. - Juniper aceitou, para a surpresa dos dois, deixando para trás as suas coisas e indo até o saco de pancadas no canto do cômodo. - Mas apenas se ele acompanhar o meu ritmo.

─ Isso é um desafio, Davis? - O garoto perguntou se aproximando dela, e ela finalmente pôde prestar atenção nas suas novas vestimentas.

Robby usava um kimono branco, a logo do dojô nas suas costas. A imagem parecia uma imagem que a sua própria mente criou. Uma imagem linda, uma informação que ela guardou a sete chaves.

─ Seria um se não fosse tão fácil, Keene. - Juniper disse, deixando um sorriso convencido surgir em seus lábios quando fechou as mãos em punhos de frente para o saco de pancadas.

Robby riu baixo ao se posicionar do lado dela, sem acreditar que estava aceitando passar a noite ao seu lado, mas feliz de ter a possibilidade de usar a desculpa de que era apenas um treino. O que ambos sabiam que não era.

Todos os golpes que trocaram entre si durante aqueles minutos foram passos que eles deram até a linha tênue que prometeram não ultrapassar meses atrás. A mesma linha que uma vez não existia, pois o ódio era fora de questão no vínculo que tinham antes.

John Kresse aproveitou a relação conflituosa ao seu favor para empurrá-los as suas melhores versões, o sorriso orgulhoso em seus lábios observando os dois discutirem sobre como utilizar os golpes demonstrava isso, o mais velho apenas intervindo quando necessário, gostando de entender a dinâmica por fora.

─ Primeiro você gira o corpo, e depois você chuta. - Juniper explicou brevemente, posicionando o corpo na frente do saco de pancadas, virando o quadril para se equilibrar em um pé e chutar o mesmo, logo saltando e atingindo ele alguns centímetros acima com o outro pé, com os olhos de águia do Keene acompanhando os seus movimentos.

─ Bom trabalho, Srta. Davis. - Kresse elogiou o trabalho da aluna.

─ Você precisa apoiar mais os pés no chão, e esticar mais a perna quando saltar. - Robby foi contra o sensei, revirando os olhos quando a garota apenas ficava mais confusa e nervosa. - Deixa que eu te mostro.

Ambos eram competitivos e duro com eles mesmos. Não era novidade que os treinos seriam apenas os dois tentando provar que eram melhores um do outro.

Quando o garoto ia repetir o movimento, eles se assustaram com o barulho da porta quebrando em um baque, revelando a entrada furiosa de Johnny Lawrence no cômodo. Ela virou confusa, e logo Robby fez o mesmo, encarando o pai sem entender o porquê ele estava ali.

─ Por que demorou tanto? - Kreese perguntou para o ex aluno, com um sorriso convencido no canto dos lábios.

─ Robby... - O Lawrence sussurrou surpreso, tendo um deja vu em vê-lo naquele lugar. - O que faz aqui?

─ Ele está exatamente onde pertence. Assim como você - O sensei afirmou se movendo e, sem perceber, Juniper se manteve na frente do Keene, encarando o Lawrence. - Três gerações do Cobra Kai trabalhando juntas. Não vamos apenas dominar o torneio, vamos endurecer essa geração cheia de mimimi. - Disse para o homem. - Essa é a sua última chance, Johnny. Você está dentro ou fora?

─ Ouça o que ele diz, pai. - O Keene se pronunciou atrás do corpo pequeno da loira, fazendo o Lawrence encarar os dois. - Ele só quer o melhor pra você.

Johnny ficou em silêncio, o que fez Juniper prender a respiração quando ele voltou a atenção para o Kreese, pegando todo de surpresa quando atingiu um soco no rosto do homem, seguido de outros. A loira deu um passo para trás assustada com a brutalidade, e logo o corpo de Robby estava na sua frente, uma mão esticada na intenção de protegê-la da confusão de corpos na frente deles.

Johnny chutou John na parede, golpeando o rosto do velho sem parar, fazendo o sangue começar a descer pelo nariz dele. Não demorou muito para que ele fosse para o chão, sendo chutado nas costelas, antes de levantar, ambos tentando recuperar as forças enquanto lutavam até a parte principal do dojô.

─ Eles vão se matar. - A Davis exclamou com os olhos arregalados, acompanhando Robby atrás da briga.

Quando chegaram no tatame de treino, Johnny ficou por cima de Kreese, sendo parado pela perna do mais velho, que forçava seu corpo para trás, e com um chute Kreese conseguiu tirá-lo de cima dele, jogando o mesmo para o outro lado do tatame.

Novamente eles travaram uma troca de chutes e socos, dessa vez mais balanceado entre os golpes. Até que Johnny bateu na parede dos objetos usados nas aulas, tirando de lá um deles e girando ele nas próprias mãos, na intenção de usá-lo contra Kreese durante a luta.

─ Não faça isso! - Robby pediu desesperado, vendo o pai repensar o que iria fazer quando olhou para ele, e logo o mais velho soltou o objeto no chão a contragosto.

Escolhendo usar as próprias mãos, oLawrence partiu para cima do mais velho, defendendo-se de um dos golpes do Kreese e jogando ele no chão, golpeando o seu rosto repetidas vezes, até sentir o sangue grudar nos seus dedos. A cena fazia o estômago dos dois adolescentes revirar, o sangue sendo uma lembrança do sangue que foi derramado na escada da escola, mas dessa vez quem estava paralisado era a Davis, pois Robby percebeu que não poderia continuar se defendendo e fugindo das brigas o tempo todo.

─ Robby, não! - Juniper tentou o parar desesperada quando o garoto saiu da sua frente e foi até a briga, puxando o corpo do Lawrence para longe de Kreese.

─ Entenda! Você não pode confiar nele! - Johnny exclamou com a respiração descontrolada quando o filho o soltou.

─ E posso confiar em você? - Retrucou irritado.

─ Robby, ouça. - O Lawrence tentou.

─ Todos os anos em que não esteve presente, eu me culpei. - Robby disse, alertando a loira que encarava a cena com os olhos marejados. - Sensei Kreese tem razão. Não posso ser meu pior inimigo. Mas pode ser você!

O garoto partiu para cima do Lawrence, que defendeu todos os golpes que ele tentava acertar, e a todo momento pedia para ele parar, o que aumentava a raiva do moreno, fazendo ele tentar cada vez mais atingi-lo, todos os seus movimentos sendo seguidos pelo olhar preocupado e estático da Davis.

─ Não lutarei com você. - Johnny avisou, defendendo mais socos e chutes que Robby desferiu contra ele.

─ Você é fraco! - Robby exclamou, pegando impulso para acertar o mais velho, que bloqueou novamente o golpe ao segurar o seu braço e empurrar ele para trás, sem perceber que o armário no canto do cômodo estava próximo deles, fazendo o garoto bater a cabeça no objeto e cair no chão.

─ Não! - Juniper gritou, tirando forças de onde não tinha para correr na direção do Keene.

Um pequeno filme do corpo de Miguel caindo da escada passou pelos seus olhos, o pânico se instalando neles a cada passo. Seus olhos marejados acompanharam ele fechar os próprios e desmaiar quando ela agachou do seu lado, colocando as mãos sobre o seu corpo para tentar acordá-lo. Ela não conseguia explicar, mas não ter uma resposta para os seus chamados fazia seu coração palpitar cada vez mais rápido, e suas mãos tremerem pelo medo de perdê-lo.

Por um segundo ela jurou que o seu coração parou. Uma sensação de quase desmaio, ou talvez uma parada cardíaca. Os sintomas eram parecidos, pois ela sentia dor física em vê-lo daquele jeito, um lembrete doloroso de que ela podia jurar que odiava o garoto, mas ela sempre seria desmascarada pelo destino.

─ Robby, tudo bem? - Johnny apareceu do lado dela preocupado com o filho, tentando tocá-lo em seguida, mas foi parado bruscamente pelas mãos geladas da loira.

─ Você fez isso, seu idiota! Qual é a porra do problema de vocês? - Ela gritou nervosa, erguendo os olhos vermelhos até Johnny, que se assustou com o olhar raivoso que lhe foi direcionado.

─ Eu... - O Lawrence começou a falar, sendo interrompido por Kreese, que apareceu atrás dele, golpeando o seu pescoço, fazendo a loira gritar pelo susto e se afastar rapidamente deles com medo de ser atingida acidentalmente, sua mão direita correndo até a própria nuca com medo de tudo acontecer outra vez.

Juniper assistiu com os olhos arregalados Kreese usar o mesmo objeto pontiagudo que Johnny pegou antes da parede, e usá-lo para golpear o loiro na nuca, jogando ele no chão em seguida.

─ Achei que havia esperança para você. - O Sensei disse, o tom de voz quase sombrio.

Johnny tossiu pela dor em seu corpo, tentando chutar Kreese para longe, dando apenas alguns segundos de vantagem antes do homem segurá-lo novamente, dessa vez em um mata leão.

─ Não era assim que eu queria que terminasse. - John sussurrou para o Lawrence, aumentando a força que usava entre o pescoço dele.

─ Daniel. - Juniper sussurou quando ao homem apareceu no cômodo como um anjo enviado para acabar com a briga, fazendo ela finalmente voltar a atenção para o Robby ainda desmaiado ao seu lado.

─ Você os mandou à minha casa? Foi atrás da minha filha! - O Larusso gritou irritado depois de chutar Kreese para longe, com fogo nos olhos. - Queria brigar, desgraçado? Conseguiu! - Quando terminou de dizer, seu olhar enxergou a loira tentando acordar o garoto caído no chão. - Robby? Juniper?

─ Eu lhe disse...que isso era inevitável. - Kreese o lembrou, levantando do chão para se preparar para a briga.

Daniel fechou os punhos, e logo Kreese avançou na sua direção, sendo defendido pelo Larusso, que esquivava de todos os golpes, até que o mais velho conseguiu segurá-lo em seus braços.

─ Não pode manter a autodefesa para sempre. - Kreese o avisou.

─ Ainda bem que não preciso.

Daniel acertou a própria mão na garganta do homem, fazendo ele dar um passo para trás e soltar o Larusso. Os dois voltaram a brigar, com socos e chutes, se aproximando cada vez mais do vidro e, com um golpe sujo e bem pensado, Kreese se jogou contra o corpi de Daniel, fazendo ambos quebrarem a parede de vidro do dojô com o impacto, caindo do lado de fora onde os olhos da loira não conseguiam enxergar.

─ Robby, por favor! Você precisa acordar. - Juniper tentou pela milésima vez, uma lágrima solitária escorrendo até as roupas do garoto.

Ela estava assustada. Não tinha ninguém ao seu lado, e podia sentir a presença de Johnny sair das suas costas, provavelmente indo até a briga do lado de fora, deixando o próprio filho para trás como sempre fez. Juniper amaldiçoava cada um deles a cada xingamento baixo que soltava enquanto lutava para acordar o Keene.

─ Pai? - A voz de Samantha chegou nos seus ouvidos, fazendo ela levantar o olhar para o lado de fora, apenas vendo duas sombras pela janela.

Miguel.

─ Me desculpa. - A loira sussurrou, tocando no garoto uma última vez antes de correr para o lado de fora.

Quando Juniper conseguiu desviar dos destroços no chão e passou pela janela quebrada, ela conseguiu ver John Kreese machucado se levantando na frente de Daniel e Johnny, enquanto Samantha e Miguel estavam parados à alguns centímetros de distância deles, parecendo assustados ─ assim como ela ─ em ver toda aquela cena.

Daniel olhou para a loira, os olhos vermelhos parecendo perdidos com tantas informações ao mesmo tempo. O Lawrence percebeu, e por isso olhou para ela, logo trocando o olhar até Miguel, que estava surpreso em vê-la no dojô naquele momento. Como o Lawrence não tomou providências sobre a adolescente, Daniel deu um passo a frente, fazendo Kreese recuar, mas tudo o que o homem fez foi estender a mão para Juniper, pedindo silenciosamente para que ela saísse de cima dos destroços da janela que estavam nos seus pés, quase a cortando.

Ainda confusa, ela olhou para trás uma última vez, pensando em Robby, ou no corpo dele caído no chão, uma cena que gostaria de apagar da sua memória. Ela balançou a cabeça, deixando uma lágrima cair quando deu um passo a frente, sendo segurada pelo braço de Daniel, que a deixou segura atrás dele enquanto ela abraçava o próprio corpo em busca de conforto. Ela estava com medo, mas não deles. Ela estava com medo do fim de tudo aquilo, pois era fraca demais para deixar Robby outra vez, embora se sacrificar por ele parecesse estúpido.

─ Mantenha o Cobra kai longe de nossos filhos. - O Larruso quebrou o silêncio, tendo a atenção de todos nele.

─ Este é um país livre. - Kreese disse, trocando o olhar entre os dois homens.

─ Não para você. - Johnny retrucou. - O Cobra kai precisa sumir. Para sempre. - Juniper levantou os olhos machucados até Johnny, sem acreditar que ele estava falando sério.

Eles não poderiam simplesmente acabar com o Cobra kai, era errado. Assim tudo o que fez para o seu dojô foi em vão, sem uma vitória que justificasse todo o sangue e machucados em suas mãos. A vingança que conquistou atrás precisava ter um final digno, sem que fosse apagada com nenhum propósito.

─ Vamos resolver isso à moda antiga. No torneio. - O mais velho sugeriu, e a loira o olhou com seus olhos brilhando. - Se perdermos, eu vou embora. E se vocês perderem...

─ Não vamos perder. - Johnny afirmou, ele e Daniel se entreolhando cúmplices, enquanto Miguel e Samantha se aproximavam, fazendo Juniper dar alguns passos para o lado, se afastando deles aos poucos.

─ Você está bem, sensei? - O Diaz perguntou ao mais velho quando se aproximou, e o mesmo concordou com a cabeça.

Juniper escutou os cacos de vidros se mexerem e ergueu o olhar até a parede quebrada, encontrando o Keene em pé ─ s vivo ─ andando na direção deles com a mão na testa, parando do lado do sensei Kreese.

─ Robby... - Sua voz falhou quando tentou falar.

O silêncio desconfortável reinou por breves segundos, deixando que Miguel e Samantha ligassem os pontos sobre o que Juniper e Robby estavam fazendo no dojô juntos.

─ Saiam daqui. Todos vocês. - O Keene pediu sério, seu olhar parando na loira e, como se já soubesse seus próximos movimentos, seus olhos desceram para a mão dele, vendo seu dedo mindinho levantado, chamando ela para o seu lado.

"─ No meio de uma guerra, você precisa escolher um lado. Não tem meio termo."

Juniper piscou duas vezes, inclinando a cabeça e abrindo a boca em uma tentativa falha de negar o seu pedido silencioso, mas falhando miseravelmente quando travou o seu olhar no dele, um vislumbre da antiga chama da amizade causando nela o que os seus outros amigos pareciam não conseguir fazer mais. Seu coração era fraco, e ela não poderia ─ e não queria ─ ir para o lado contrário naquela briga, por isso a imensidão verde nos olhos do adolescente causaram nela a sensação de segurança. Ele estava disposto a lutar naquela guerra do lado dela.

A Davis não teve coragem de olhar para os lados, com medo de enxergar os olhos decepcionados de Miguel a seguindo até o lado de Robby e demonstrar fraqueza na frente deles. Seus passos foram curtos, e quando alcançou o garoto ela cruzou o seu mindinho com o dele, permanecendo atrás dele.

─ Não... - O Diaz sussurou, tentando dar um passo até ela, mas sendo parado por Johnny que, assim como os dois Larusso's, encarava a ex aluna do lado oposto como se já esperassem isso vindo dela. - Falcão está do nosso lado, Junie. Não faça isso.

A notícia a atingiu em cheio. Seu maior medo se tornou realidade, fazendo seus olhos escurecerem com o sentimento amargo da verdade. Ela já escolheu um lado, e estava disposta a alcançar a vitória independente do preço, pois era o único modo que achou para se sentir bem consigo mesma. Por isso ignorou a dor da solidão que invadiu o seu peito, erguendo a cabeça e engolindo a seco antes de falar.

─ Façam o que ele disse. - Juniper exclamou dura, apertando cada vez mais o dedo do Keene, que retribuia na mesma intensidade.

A Davis encarou Miguel, mexendo os lábios para dizer um "por favor", mas tudo o que o Diaz conseguiu fazer foi formar um bico em seus lábios segurando o choro, ao mesmo tempo que a raiva possuía os seus olhos.

─ Vamos, crianças. - Kreese pediu para os dois, orgulhoso de ainda tê-los do seu lado.

Em silêncio os dois acompanharam o mais velho para dentro do dojô, e apenas depois que ele fechou a porta Juniper separou o seu dedo do garoto, andando em passos rápidos até o fundo. A cada passo ela ficava com mais raiva, enquanto as lágrimas brotavam no canto dos seus olhos.

─ Ei! - Robby a chamou, indo atrás da garota, encontrando ela pegando suas coisas rapidamente.

─ Não quero falar agora, Keene. - Exclamou ríspida, focando em fechar a pequena mochila para colocá-la no próprio ombro.

─ Não! Você não vai simplesmente fugir. - Robby quase gritou, impedindo que ela saísse pela porta, segurando o seu braço e a mantendo do seu lado. - Você me pediu para escolher um lado, e eu escolhi, assim como você. Você não pode me culpar por pedir o mesmo.

─ Eu não estou culpando você. Eu me culpo por isso. - Disse cansada, sentindo uma lágrima cair pela sua bochecha quando se mexeu para sair do aperto do garoto. - Eu preciso descansar. Me deixa em paz.

─ Junie... - Ele tentou chamar ela quando a viu sair pelo corredor, as sobrancelhas franzidas sem saber o que fazer.

Nem mesmo a loira poderia dizer o que precisava naquele momento. A única coisa que tinha certeza era de que podia se culpar sobre suas ações, mas culpava três vezes mais os mais velhos que causaram a cena aquela noite, ameaçando a sanidade dos dois adolescentes. Ela também culpava os seus colegas por começaram uma briga na casa dos Larusso's, que foram o pivô de toda a briga, mesmo que ela não entendesse o que levou eles até a casa dos Larusso's.

Como foram tão burros em fazer isso?

Era tudo o que ela pensava enquanto andava em passos apressados até o próprio carro. E quando finalmente o alcançou, ela pôde ver de canto os dois sensei's e os seus alunos indo embora do outro lado do estabelecimento. Com um último olhar a loira entrou no carro, ligando ele e saindo rumo a sua casa.

Tudo o que desejava era dormir e esquecer a maldição que foi destinada a enfrentar até o torneio.

I. Chegamos no final do ato 3!!!! Tava ansiosa para esse momento, pq o ato 4 sempre foi o meu favorito mesmo não escrevendo ele ainda.

II. Ainda tô me acostumando em desenvolver eles dois juntos, mas espero que tenham gostado da dinâmica deles, pq ela é tão complicada e confusa (assim como eles) em alguns aspectos que até eu fico perdidinha. Só queria dizer que eu achei mto importante mostrar que a junie nem sempre vai estar sendo durona, pq ela ainda tem traumas (que sim eu vou trabalhar mais isso) sobre brigas, e que ela não vai estar consumida pela raiva em todas. E isso só prova que "she's just a girl🎀".

III. Prometo não demorar para postar o próximo capítulo, mas acabei ficando doente, então não sei se vou conseguir focar tanto essa semana, e porque teve nova temporada de cobra kai, e eu estou com MUITAS ideias sobre o decorrer dos próximos atos de tl.

IV. Mas é isso, não esqueçam de votar e comentar!!! Vejo vocês no próximo ato<3