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021 ;𝘸𝘢𝘬𝘦 𝘶𝘱.

Acorde!

A palavra soava na cabeça de Juniper repetidas vezes enquanto ela encarava o escuro da sua própria mente. Ela não sabia o que estava fazendo, onde estava, ou se ainda estava viva. Seu corpo parecia levitar, sem sentir dor onde deveria. Ela não sentia nada, apenas o peso das memórias.

Era como uma maldição fechar os olhos e encontrar aqueles olhos verdes a encarando. Malditos olhos! Ela costumava amá-los, mas encontrar eles no meio dos seus piores pesadelos não era nada confortável.

Robby Keene parecia estar fadado à atormentar Juniper Davis.

Os pés da adolescente caminhavam pela escuridão, sem uma direção concreta ou destino. Ela apenas vagava pela própria mente sem forças para levá-la até a realidade.

No horizonte Juniper enxergou uma luz, tão pequena e brilhante que ela chegou a fechar os olhos e abri-los repetidas vezes. Agora seus pés corriam naquela direção. Nenhum barulho era escutado a cada passo que os seus pés realizavam.

Quando se aproximou ela enxergou uma porta de madeira, apenas o pequeno buraco da fechadura onde a luz passava para o outro lado. Como se a maçaneta a pedisse pelo toque da loira, aos poucos a mão dela se aproximou do pedaço de metal, mas antes que o objetivo frio tocasse a sua mão, um pequena e delicada mão passou pela sua, como se ela fosse um fantasma.

Agora o lugar não era escuro, ele tinha luz e móveis que já foram conhecidos por ela. Aquele era o seu apartamento antigo. Os olhos de Juniper passearam da mão que segurava a maçaneta até o rosto, se deparando com uma garotinha de cabelos escuros e uma feição confusa.

Era ela.

A adolescente não teve reação ao ver ela mesma ─ alguns anos mais nova ─ abrir a porta lentamente com as sobrancelhas arqueadas, e uma atitude inabalável. Quando a porta abriu totalmente, Juniper olhou para o corredor, encontrando o rosto vermelho de vergonha do pequeno Robby.

─ Quem é você? - A voz fina tinha o mesmo tom ácido típico da Davis.

─ Ah, oi! Eu sou o Robby, o seu vizinho. - O garoto disse tímido, se embolando em algumas palavras.

─ E...? - A loira observou a pequena inclinar a cabeça encarando o outro.

─ Eu quero ser o seu amigo.

Era uma memória do dia em que se conheceram. Eles eram ingênuos demais para saber que uma frase teria tanto poder no futuro.

Antes que Juniper pudesse continuar a observar eles, o cenário mudou drasticamente. Ela podia sentir a grama tocar nos seus pés quando o seu olhar pairou sobre o quintal da casa dos Campbell's.

Ela vagou o olhar pelo lugar, parando para encarar dois corpos que rolavam na grama entre risadas. Logo Juniper reconheceu o garoto de cabelos escuros que usava um kimono. Era Miguel.

─ A gente devia estar treinando! - A voz dela soou quando eles pararam de rolar, ficando jogados na grama enquanto olhavam para o céu azul.

─ Prefiro ficar em silêncio com você. - Miguel admitiu depois de pensar por alguns segundos, a voz dele partindo o coração da loira, que observava de longe a memória com lágrimas descendo pelo seus rosto.

─ Isso é você admitindo que gosta da minha companhia, Sr. Diaz? - A outra Juniper parecia feliz, com um sorriso brilhante marcado em seus lábios ao olhar para o garoto.

─ Nem começa! - Miguel pediu rindo, levantando em um pulo e ajudando a amiga a levantar também.

Juniper sentiu seus joelhos fraquejarem, e em um deslize ela bateu eles no chão duro e frio. Um grito rasgou a sua garganta devido a exaustão e dor de relembrar aqueles momentos especiais.

Ela não sabia se iria vê-los novamente. Miguel poderia estar morto, assim como ela. Aquele limbo em que ela se enfiou não poderia ser um bom sinal, já que tudo o que escutava eram algumas vozes abafadas e os seus próprios gritos.

Talvez ela estivesse inconsciente por pouco tempo, ou poderia ser por semanas. Ela não sabia dizer.

Seus olhos encararam o chão novamente, observando uma lágrima solitária cair na areia.

Areia?

Em confusão ela olhou para frente, esperando encontrar o mesmo cenário que estava antes, mas a sua mente parecia querer trabalhar contra ela.

Uma rede de vôlei estava instalada na areia, no horizonte o mar encontrando o pôr do sol parecia uma pintura de museu. A loira conseguiu reconhecer ela mesma, os cabelos mais loiros e presos em um rabo de cavalo.

Ao seu lado Serena era a sua dupla, enquanto Ethan e Falcão jogavam do lado oposto da rede. Juniper apertou as suas mãos na areia com raiva, sentindo os grãos finos machucarem a sua mão, mas nada doía mais do que ser obrigada a assistir aquele lindo momento.

Serena marcou um ponto. Um grito animado dela ecoou pela praia quase deserta, logo as duas adolescentes se abraçaram calorosamente entre as risadas. Do outro lado Falcão e Ethan olhavam quase que admirados, mesmo com a derrota.

Em um momento de desespero ela começou a bater na areia, desejando que a dor em seus punhos superasse a dor em seu peito. Gritos irritados e xingamentos saiam da sua boca repetidas vezes, esvaziando o ódio que sentia de si mesma.

Eles eram perfeitos. Tudo era tão perfeito.

Juniper sentia que estava acenando para a própria vida aceitando assistir as memórias como um método de tortura antes de morrer. Um jeito poético de morrer para uma adolescente de dezesseis anos.

Ela não podia morrer. Podia?

Sua mente traiçoeira zombou com ela ao lembrá-la de seus últimos momentos, o rosto amedrontado de Serena e logo em seguida o grito de Tory. Ela não sabia o que teria feito se a tragédia não tivesse acontecido.

Juniper parou de se debater quando sentiu o ambiente mudar, soltando um resmungo baixo. Ela estava enlouquecendo, era um fato!

─ Não, querida. Você tem que fechar apenas metade dos dedos, e usar toda a força dentro de você para acertar o alvo. - A voz do seu pai tranquilizou o seu coração.

De imediato ela levantou, observando o lugar em sua volta como o mero fantasma que ela era. A garagem da sua antiga casa foi transformada em um dojô quando a pequena Juniper decidiu que queria ser como o próprio pai.

A figura pequena usava uma faixa preta em volta do seu longos cabelo castanho, e seu corpo estava envolvido por um kimono branco e uma faixa branca.

Não se preocupe, pequena, pois agora somos faixa preta. Ela pensou, deixando um sorriso melancólico surgir em seus lábios.

─ Isso dói? - A garotinha perguntou inocentemente, encarando o boneco a sua frente com um furo marcado em seu peito.

─ O Bala de prata foi criado por um homem habilidoso, e poucos sabem realizar corretamente por ser difícil e doloroso. Por isso se tornou ilegal. - Explicava os mais velhos, tendo a atenção da filha nele, a mente brilhante da pequena Davis parecia processar as informações como um adulto.

─ Então eu não posso usar. - Não era uma pergunta.

Juniper quase riu ao ver sua versão mais nova ser mais madura do que ela mesma.

─ Apenas em momentos necessários. - Afirmou Brian, o olhar sombrio que apenas os Davis possuíam.

Ela era filha do pai dela.

Um som alto fez a loira tampar os próprios ouvidos, fechando os olhos quando sentiu sua cabeça doer fortemente com o incômodo rápido. Ela conhecia aquele barulho de metal.

Juniper sentiu o ar sair dos seus pulmões quando a cela gelada abraçou o seu corpo.  Ela respirou profundamente, sentindo seu corpo pedir para ela correr o mais rápido possível. Seus sensos mais aguçados do que nunca.

No canto da cela ela conseguiu ver uma garota de cabelo castanho agachada olhando para a parede. Era ela. Juniper sabia que era ao reconhecer as roupas do dia em que foi mandada para o reformatório.

Aos poucos ela se aproximou, algo a levava para aquela direção. Devagar ela foi ficou de joelhos do lado dela mesma, podendo perceber que alguns soluços cortavam o silêncio. Sua mão foi delicamente na direção do ombro coberto pela blusa preta que usava.

Quando o toque pareceu real demais para ela, os soluços pararam de ecoar pela cela, ao mesmo tempo que a expressão de Juniper mudava drasticamente.

No próximo segundo Juniper sentiu seu corpo ser arremessado por ela mesma para o chão frio. Um grito saiu da sua boca quando a sua outra versão subiu em cima dela, agarrando a sua garganta com ambas as mãos.

Sua feição era assustadora. Como um cão assustado pronto para morder quem o tocasse. Os olhos vermelhos combinando com o resto do rosto inchado pelo choro. Mas ela sabia que não era tristeza. Era raiva.

─ Mesmo depois de tudo você vai deixá-lo vencer, Juniper. Pobre, Robby Keene! Sempre sendo protegido pela garota que o ama. - A sua própria voz parecia sombria para ela, enquanto ela sentia o ar faltar nos seus pulmões. - Patético! ─ Gritou, apertando mais a garganta da garota. - Talvez Serena fez a coisa certa em derrubá-la daquela escada. Um corte profundo para combinar com o seu coração torturado. E mesmo assim você a deixou escapar, igual você fez com o Keene. Você é covarde, Juniper Davis.

Lentamente ela sentia sua visão ficar embaçada. As suas próprias palavras soando em sua mente a deixaram mais tonta, mas ela estava certa.

Ela era covarde demais.

Porém Juniper não queria ser mais covarde. Não. Definitivamente não. Ela ansiava pelo momento em que vingaria Miguel. E, claro, ela mesma.

Ela estava cansada de deixar os outros a usarem como quiserem sem serem punidos por isso.

Em uma única tentativa de se soltar, Juniper usou seus pés para chutar a barriga do corpo que a impedia de sair, fazendo com que ele a soltasse.

Ignorando a dor em sua garganta, ela voltou a respirar enquanto levantava do chão, observando sua velha versão a encarar. As suas mãos se fecharam, um em um completo punho e a outra apenas a metade dos dedos, levantando os ombros no ângulo que o seu pai ensinou.

Ela não queria morrer. Ela não ia morrer.

Um grito doloroso rasgou pela sua garganta no momento em que ela utilizou a sua raiva para acertar a sua velha versão no peito, usando o golpe ilegal. Suas mãos estavam doendo, mas ela se sentiu poderosa vendo a figura ficar sem ar.

Aquela não era ela. Não mais.

Aos poucos ela começou a escutar vozes, aquelas que estavam abafadas pareciam claras para os seus ouvidos agora. O som dos seus batimentos cardíacos e das máquinas era real.

Ela começou a piscar sem parar quando uma luz branca começou a surgir quando ela sentiu seu corpo levitar como antes.

─ Ela está acordando. - As vozes eram mais claras naquele momento, mesmo sem reconhecer os donos.

Seus olhos doíam com a força que ela fazia para enxergar algo além do teto branco. Ela queria mexer o pescoço, mas no momento em que tentou a dor na sua nuca a fez parar.

Aquilo era real? Ela se perguntava tentando acompanhar as informações que pareciam a enlouquecer cada vez mais.

Seu corpo estava mole, e frio. Juniper sentia os cabos que estavam conectados nela, além de sentir algumas mãos que tentavam ajudá-la a diminuir os batimentos cardíacos que pareciam descontrolados junto ao som repetido de bips que saíam da máquina ao lado.

Ela estava viva.

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