016 ;𝘔𝘦𝘥𝘢𝘭 𝘰𝘧 𝘏𝘰𝘯𝘰𝘳.
Já era o dia seguinte quando Juniper observava Falcão e Miguel treinarem no dojô. Sua cabeça doía desde o dia anterior com as palavras do seu pai ecoando em sua mente. "O mundo não tem pena se você não acertar primeiro". Parecia algo que o Kreese falaria para ela, não ele.
Além dos problemas com o pai, Juniper pensava na melhor amiga. Quando ela acordou não viu a garota, que permaneceu trancada no quarto sem falar com ninguém, exceto Anne. A mulher tranquilizou a loira dizendo que logo ela vai explicar tudo. A Davis tinha medo daquelas palavras, pois normalmente acaba em confusão.
─ Bom trabalho, Diaz. - Johnny disse quando o garoto marcou um ponto, fazendo a loira voltar a atenção para a aula. - Cumprimento, repitam. - Deu as ordens, e os alunos foram fazer o que foi dito.
Porém, ninguém esperava que Daniel Larusso entrasse pela porta. O som do sino parecido com um aviso de guerra. Imediatamente Juniper arrumou a postura se levantando, olhando a forma irritada que o homem andava na direção dos senseis.
─ O quê está fazendo? - Johnny perguntou confuso, indo para frente dos alunos.
─ Como se não soubesse. - O Larusso disparou mais irritado, subindo no tatame para ir até o homem.
─ Tira os sapatos, está desrespeitando meu dojô.
─ Vai mesmo falar sobre desrespeitar dojôs depois do que fez com o meu? - Quase gritou, ambos ficado cara a cara no meio da classe.
─ Não estou entendendo. Eu não fiz nada. - O Lawrence disse olhando o outro de cima a baixo como se ele estivesse louco. Juniper se moveu devagar para ficar do lado do Diaz, que a olhou de canto de olho antes de voltar a atenção para a briga.
─ Como não atacou meu funcionário? - Johnny mexeu a cabeça como resposta. - Parte de mim teve pena de você em algum momento, mas você torna fácil lembrar quem é o bandido nisso tudo. Você se chama de "sensei"? Nem sabe o que é isso. Um sensei orienta. Um sensei engrandece. Não ensina destruição e desrespeito! - Daniel falava irritado, tendo a atenção de todos nele.
─ Já disse que não sei do que está falando, Larusso. - Johnny insistiu, também irritado com a maneira que o outro falava sobre si. - E você também não sabe o que está falando.
─ Bom, eu sei que não... se ganha a medalha de honra roubando-a. - A frase fez Juniper passar o olho pelo dojô, virando no tempo certo para ver o olhar de Falcão vacilar. Sua testa franziu em confusão enquanto seu olhar abaixava para encarar os próprios pés. Ele não faria isso, ou faria?
─ Vou contar algo sobre o seu sensei. - Daniel começou, se afastando do loiro para olhar os alunos. - Ele pode ensinar a lutar, mas não sabe o que é preciso para vencer na vida. Podem se salvar antes que seja tarde, o Miyagi-do está aberto. - A audácia do Larusso fez a Davis levantar o olhar interessada.
Ela não esqueceu o modo que o Larusso a defendeu daqueles idiotas.
─ Acha que pode roubar meus alunos? - Johnny perguntou irritado.
─ O que vai fazer? - Daniel abriu os braços desafiando o homem. - Sabe que eu não vou atacar primeiro.
─ Vou ser maduro. - A resposta do Lawrence fez a turma se impressionar, principalmente Kreese.
─ Sei. Veremos. - O outro não parecia convencido quando deixou uma risada ácida escapar entre seus lábios.
E então ele saiu, levando com ele alguns alunos que pegaram suas coisas e o seguiram. Quase que involuntariamente o corpo de Juniper se mexeu, fazendo ela se esbarrar com o braço de Miguel, que a segurou ao lado dela confuso. Eles trocaram um olhar cúmplice, trocando dos mesmos sentimentos enquanto observavam a loucura que o Cobra kai se tornou.
Mas era apenas o começo.
• • •
─Isto pode acabar em um instante. A decisão é de vocês. Quem destruiu o dojô Miyagi? - Johnny gritava enquanto passava entre os alunos. - Sabem que eu não gosto do Larusso, mas não ensinamos essas coisas aqui. Pelo menos, não mais. - Disse olhando para Kresse rapidamente. - Vou perguntar de novo: quem destruiu o miyagi-do?
─ Não fui eu, sensei. - O homem ao lado de Juniper falou. - Eu nunca desrespeitaria outro dojô...
─ Fecha o bico, gordinho. - Johnny exclamou irritado. - Não quero desculpas, quero respostas!
─ Não sabemos quem foi. - Miguel foi quem falou dessa vez.
─ Alguém sabe algo. - A loira revirou os olhos com a voz de Kresse. - A pergunta é quem vai falar? - Ela ia xingá-lo, mas o barulho do celular do Lawrence a distraiu.
─ Continuem. Podemos fazer isso o dia todo. - O sensei avisou saindo do cômodo e indo para a sua sala.
─ Sensei, precisamos beber água. - Depois de alguns minutos um dos alunos pediu para Kreese.
─ Pausa de dois minutos. - Todos comemorariam se não estivessem tão cansados. - Se recompanham.
Juniper foi até sua bolsa no canto do dojô, tirando de lá uma garrafinha vermelha com a logo do Cobra kai estampada. Sem demorar muito, Ethan apareceu ao seu lado com a própria garrafinha, encostando na parede em frente a garota.
─ Quem você acha que foi? - Ela perguntou baixo, vagando o olhar entre os colegas.
─ É claro que foi o Bert. - Ambos olharam para o menino, que quase se engasgou com a água do outro lado da sala, fazendo os dois rirem baixinho.
─ Definitivamente é ele. - A loira brincou.
─ Às vezes é muito óbvio para ser a verdade. - Ethan ironizou tomando mais um gole longo.
─ É, às vezes sim. - A Davis concordou, olhando para Falcão e Kreese conversando, mas logo o de moicano saiu, deixando ela mais confusa que antes.
Não demorou para Johnny aparecer e sair depois de avisar Kreese de algo. Aquela foi a morte deles. Já que o outro sensei surgiu com uma técnica de tortura no estilo do caratê, como disse Ethan.
Os alunos foram para o fundo do dojô, onde eles se separaram em grupos por exercícios. Todos tão cansativos que o único barulho no lugar era das reclamações de dor deles.
─ Eu vou matar quem inventou de fazer essa burrice. - Juniper exclamou irritada mexendo a corda pesada em suas mãos. Ela pensava que a qualquer momento seus braços iriam parar de funcionar.
─ Eu ajudo. - Tory, ao seu lado, disse suspirando. Ambas trocando um olhar cansado.
─ Continuem. Eu tenho o dia todo. - Kreese exclamou passando por elas.
─ Será que eu posso vomitar? - Outra vez o homem ao lado da loira disse algo estúpido, fazendo ela bufar fazendo mais força.
─ Não. - Aisha respondeu desesperada olhando para ele.
─ Homens da marinha vomitam direto.
─ Cara, cala a boca antes que eu enfie essa corda nela. - A Davis disparou afiada para o homem, que parou de falar voltando a realizar a tarefa. Aisha e Juniper se olharam revirando os olhos em sincronia.
─ Ele não vai relaxar. Temos que descobrir quem foi. - Miguel disse do lado da Nichols.
─ Aposto no bafo de merda. - A garota comentou olhando o mesmo que estava ao lado de Ethan no chão.
─ Vai se ferrar. - O mencionado levantou irritado.
─ O que disse? - Tory revidou, fazendo os amigos dela pararem o "castigo" para prestar atenção.
─ Vai encarar? - O outro foi ousado, o que fez a loira ir para cima dele mas foi segurada por Miguel e Juniper, enquanto Ethan e Falcão empurravam o outro para longe.
─ Parem! - Kreese gritou interrompendo a briga, fazendo os alunos pararem e se separarem. - Querem mesmo saber quem foi? Foi o Falcão. - Assim como todos, Juniper prendeu o olhar no amigo com a testa franzida em confusão. - E o Diaz. E a Davis. Nichols, Robinson, Campbell, o gordinho... Quando um de vocês faz algo, todos fazem. - Avisou ele, tendo a atenção dos alunos. - Vocês vivem e morrem com as consequências e glórias. Porque vocês são todos Cobra Kai. - Miguel e Juniper tinham o olhar fixo no sensei, compartilhando do mesmo receio com o homem. - Dojô principal, cinco minutos. O treinamento de verdade vai começar.
• • •
─ Combate. Lutem! - Kreese exclamou, fazendo as duas garotas se prepararem.
A primeira a avançar foi Tory tentando chutar Juniper, que bloqueou contra atacando com um soco seguido de um chute, ambos sendo bloqueados pela Nichols. Elas rodaram no tatame até Tory avançar novamente com um soco, que foi bloqueado e logo Juniper passou por baixo do braço da amiga, socando sua barriga.
─ Ponto! - Miguel, que marcava os pontos, disse, fazendo Juniper se afastar cansada e olhar para Kreese enquanto fazia massagem em seu pulso.
─ Bata de novo. - O sensei pediu, fazendo as duas se entreolharem confusas e com receio. - Algum problema com isso, Davis? A luta só acaba quando o inimigo é derrotado. Não tenha compaixão com o inimigo. - Juniper olhou para Tory, que mexeu a cabeça concordando, e então ela cerrou os punhos suspirando.
─ Espera! - A voz do Diaz fez ela parar, agradecendo mentalmente o melhor amigo. - Não é isso que o sensei Lawrence ensina.
─ Como? - Kreese parecia ofendido, alertando a loira.
─ Não há honra em ser impiedoso. - A Davis ajudou o pensamento do Diaz.
─ Junie marcou um ponto. Acabou. - Miguel continuou, o que fez ela soltar um sorrisinho de canto.
─ O sensei Lawrence tem razão, claro. - Kreese começou, parecendo se divertir. - Em um torneio, a luta para quando você marca ponto. Mas, no mundo real, não se trata de marcar pontos. - Passou pela loira a olhando, fazendo ela endireitar a postura. - Se trata de ser um vencedor ou um perdedor. E não há perdedores nesse dojô. - O sensei avisou de frente para Miguel, que permanecia com a postura reta, não se intimidando com o homem.
Juniper sentiu seu corpo arrepiar. A voz de seu pai ecoou novamente, parecendo uma cópia de Kreese em sua mente. E, assim como no dia anterior, acreditou fielmente naquelas palavras.
• • •
─Sensei Kreese. - Juniper o chamou ao lado de Miguel quando entraram no cômodo.
─ Em que posso ajudá-la, Srta. Davis? - O homem disse ainda de costas para os jovens.
─ Queríamos nos desculpar por ontem. - Diaz disse se aproximando, com a loira logo atrás dele nervosa. - Fomos desrespeitosos em desafiá-lo. - Kreese largou os pesos que segurava para ficar de frente com os alunos.
─ Vocês honram o sensei Lawrence com a lealdade de vocês. Não se pede desculpa por lealdade. - Ele disse calmo. - A intenção do sensei Lawrence é boa. Mas acho que ele está confuso. Juntos vamos fazer com que ele volte aos trilhos. Não é? - Colocou a mão no ombro do Diaz, soltando um sorriso enquanto passava o olhar entre os dois.
Os alunos devolveram o sorriso do homem, Juniper apenas concordou com a cabeça enquanto Miguel murmurou em concordância. Os dois saíram da sala para o início da aula, não vendo o sorriso do mais velho desaparecer.
Uma seria fácil, mas o outro seria um trabalho difícil. Mas aos poucos Kreese sabia que um por um acreditariam nas suas palavras.
─ Cobra Kai não é um hobby. Não é um clube. Cobra Kai é seus irmãos e suas irmãs. - Kreese falava vagando entre os alunos. - Vocês serão Cobra Kai para a vida toda. Porque Cobra kai nunca morre.
I. Oi, vocês vão ter overdose do annaverso nos próximos dias, porque AMANHÃ minha nova fanfic do miguel diaz (poetically yours) vai ser lançada, e mto em breve o capítulo de coyote creek estará entre nós!!!
II. Tô muito feliz nos últimos dias com o engajamento dessa fic, ent aproveitem KAKKAK
III. Não esqueçam de votar e comentar, até breve!<3
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