015 ;𝘳𝘪𝘨𝘩𝘵 𝘱𝘭𝘢𝘤𝘦.
Serena Campbell nunca foi uma criança agitada. Desde que consegue se lembrar, sua vida foi cercada por música e livros, completando o estereótipo da criança quieta dos diversos filmes que ela assistia. Mas, para a felicidade da garota, ela sempre foi cercada por pessoas que a amavam, como o irmão e a mãe.
E, é claro, Demetri e Eli, agora conhecido como Falcão. Sempre foram a metade um dos outro, um ligamento de outras vidas, como a própria gostava de dizer. Mesmo com as mudanças drásticas que o Cobra kai trouxe para a vida deles, Serena não passava um dia sem trocar mensagens e ligações com os mesmos. Até mesmo tirava o Moskowitz de seus treinos para atendê-la.
Demetri era mais tranquilo e, assim como ela, não gostava de violência, sempre reclamando do modo agressivo que o outro amigo ativou nos últimos dias. Mas com a garota ao seu lado ele tentava esquecer e protegê-la da nova imagem que tinha do Eli. Mas, mesmo tentando dizer que não precisava, quando ele contou a ideia de ir ao tal dojô que ia contra os meios que o Cobra kai utilizava, Serena se convidou para acompanhá-lo. Tudo pelas amizades, disse ela.
Mas quem ela queria enganar? Seu coração batia rápido quando viu as cercas e a placa com o nome Miyagi-do gravado nela. Sua mente tentava a convencer que aquilo era apenas pelo Demetri, porém seu coração insistia que aquele era o seu destino.
─ Você não precisa fazer isso. - O garoto disse pela milésima vez enquanto andavam em direção ao fundo do lugar.
─ Qual é! Não pode ser tão ruim assim. - Ela brincou rindo, mas parou quando se depararam com Daniel, Samantha e Robby conversando na frente de um lago.
─ Com licença. - Demetri pediu interrompendo a conversa deles. Serena se colocou ao lado dele, enquanto sentia os olhares neles. - Não ficou tão claro se o portão era a entrada ou se a gente deveria tocar a campainha. É um lago de Koi? - Os dois olharam para o fundo do terreno animados.
─ Que legal. - A Campbell sussurou ao lado do garoto. O lugar era lindo
─ Quanto custa para manter? - Continuou perguntando interessado.
─ Posso ajudar? - Daniel perguntou com um brilho no olhar. A dificuldade em achar alunos se tornando uma mera ilusão naquele momento.
─ Ah, sim! Queremos aprender caratê. - Serena foi quem respondeu, soltando um sorriso ao entrelaçar seu braço no do amigo, que concordou levemente.
─ Vocês vieram para o lugar certo. - O mais velho disse animado, enquanto os outros alunos se olhavam sorrindo.
Demetri e Serena se entreolharam, deixando um suspiro realizado sair entre seus lábios. A morena voltou o olhar para eles, trocando um olhar com o Keene, que engoliu a seco ao lembrar quem ela era e desviou o olhar. Serena não sabia como contar à Juniper, embora não fosse virar amiga do garoto, os dois ainda tinham uma história turbulenta.
Ela apenas esperava que aquilo não ficasse entre elas.
• • •
─ A cerca toda? - Demetri perguntou com os olhos arregalados para Daniel, a garota soltou uma risadinha com a feição convencida do mais velho. - Tem uns 100 metros quadrados.
─ Vezes dois. Você esqueceu o outro lado. - Dessa vez a morena segurou a gargalhada para olhar em volta preocupada, logo recebendo um pincel para realizar a tarefa.
Ela não realizava nenhuma atividade física à anos desde que parou de jogar vôlei. Seus corpo não estava acostumado com longos minutos de treino, ou algo do tipo.
─ Certo, entendi. Está me ensinando memória muscular. Repetir várias vezes, desenvolver técnicas inconscientes de caratê... - O Alexopoulos dizia mexendo os braços exageradamente. - Que tal ir direto ao ponto e nos mostrar os golpes? - Ele tentou, mas apenas recebeu uma batidinha no ombro e um sorriso leve do sensei antes dele sair.
─ Só faz isso logo. - Serena disse brincalhona.
─ Você 'tá passando muito tempo com a Junie. - Ele suspirou cansado, mas logo os dois estavam realizando a atividade.
E foi assim o resto da tarde. Enquanto Serena fazia tudo o que foi pedido e ensinado com calma e precisão, Demetri passava as atividades reclamando de como seu corpo não atendia aos comandos, sempre recebendo concelhos bons de Daniel, que o mesmo fazia questão de não escutar.
Agora Serena aproveitava o descanso para beber água enquanto assistia Robby e Samantha treinarem na plataforma que fica no lago. Ela soltava algumas risadas quando um dos dois quase caía, o que resultava neles olhando para ela também rindo.
─ Ei, é time com camisa contra sem camisa? - Demetri apareceu ao lado da garota apontando para a dupla. - Prefiro ser o com camisa. Não estou dizendo que você precisa tirar. Só se quiser. Apoio seu direito de escolha. - Ele começou a se atrapalhar, fazendo a Campbell dar um tapinha em seu peito para ele parar.
─ Demetri e Serena! Aqui. - Daniel chamou eles, mas antes de ir na direção do sensei, Serena trocou um olhar com Sam, pedindo desculpas pelo amigo.
A Larusso disse um "tudo bem" sem soltar um som, deixando a outra mais tranquila. Assim ela e Demetri foram até o mais velho, parando os dois de frente para ele.
─ Sr. L, antes da gente começar... - O garoto disse tirando um papel do bolso e entregando para o homem. - É um brilhete da minha mãe me dispensando de exercício pesado e braço e perna. Então se eu puder fazer algo alternativo. Tipo, um livro de exercícios? - Serena não conteve e revirou os olhos com a insistência do amigo, mas mesmo assim apoio a mão no ombro dele como apoio.
─ Me mostrem "lixar o chão". - O sensei disse, deixando os alunos brevemente confusos.
─ Quer que a gente lixe de novo? Está bem liso. - O garoto avisou olhando o chão.
─ Não literalmente. - Daniel começou dizendo. - O gestual. Mostrem o gestual, lembra? - E então a garota entendeu.
Daniel chamou ela, que prontamente se aproximou dele, fazendo ambos entrarem em posição de luta, deixando Demetri ir para o lado observar. O sensei levantou a perna na direção da garota, e por reflexo, ela esticou o braço em direção ao movimento, bloqueando ele minimamente. Aquilo tirou um sorriso do sensei e da garota, que já pulava animadamente ao realizar a tarefa.
─ Muito bem! Agora você, Demetri. - Chamou o garoto, que tomou o lugar da Campbell ainda receoso, mas ficou em posição de luta com o homem.
Ele fez a mesma coisa, levantou a perna na direção do aluno que, teoricamente, deveria reagir, mas Demetri não fez nada e foi acertado com um chute. Imediatamente ele colocou a mão na perna, onde foi acertado, e reclamou de dor.
─ Você me chutou!
─ Por que não bloqueou? - Daniel perguntou confuso para o jovem. - Você sabe isso. É memória muscular!
─ Caso não tenha notado, não tenho músculos. - O garoto exclamou irritado, tendo o olhar atento de Serena em suas expressões.
─ Você quer estar aqui, Demetri? - O mais velho perguntou sincero.
─ Na verdade, não. - A resposta fez a Campbell olhá-lo confusa. Como assim ele não queria estar ali?
─ Então por que está aqui? - O Larusso reformulou a pergunta.
─ Durante a vida toda eu fui... Digamos, menos do que popular. Mas eu tinha alguns amigos. - Serena já tinha desviado o olhar com a frase, sabendo que ele se referia à Falcão e a sua mudança repentina. - Aí o Cobra Kai apareceu e, de repente, meus amigos começaram a fazer caratê e viraram babacas alfa. Estou sendo ameaçado pelo meu melhor amigo. Só queria saber revidar. - Disse de uma vez.
─ O quê? - A voz de Serena foi baixa, mas seu corpo reagiu a confissão como se tivesse recebido um choque. Seus olhos piscavam sem parar quando Demetri a olhou culpado.
─ Olha, eu entendo o que você está passando. De verdade. - Daniel olhou os dois alunos, deixando a mão descansar no ombro de Demetri enquanto falava. - Mas Miyagi-do não é para se exibir. É para defesa...
─ Defesa pessoal. Eu sei. - Demetri o interrompeu. - O problema é que meu "pessoal" é fraco demais. - Dito isso, o garoto saiu dali indo na direção da entrada.
─ Eu vou tentar conversar com ele. - Mesmo magoada com a novidade, a Campbell olhou para Daniel deixando um leve sorriso aparecer antes de ir atrás do amigo.
Quando chegou na entrada do dojô, Demetri estava discando algo no celular, parando quando viu a garota chegar perto dele.
─ Por que não me contou? - Foi direta ao perguntar, fazendo ele suspirar enquanto guardava o aparelho no bolso.
─ Eu sei que você e o Eli são... - Ela ergueu uma sobrancelha, o que fez Demetri reformular a frase. - É complicado.
─ Não importa. Você deveria ter me contado, mesmo que fosse me machucar. - Ela exclamou chateada.
─ Tudo bem. Desculpa. - Demetri mexeu as mãos cansado, quando ele ia falar mais o celular de Serena apitou com uma mensagem de Juniper. Seu rosto se contorceu em dúvida, mas imediatamente ela respondeu, pegando a chave do carro em seu bolso.
─ Olha, eu tenho que ir. Mas eu não esqueci disso. - Avisou a garota, deixando um selar rápido na bochecha do amigo antes de ir em direção ao seu carro. - Se acontecer algo, me liga!
─ Pode deixar.
• • •
Do outro lado da cidade, Juniper batia os pés incansavelmente no chão esperando ser chamada. Suas mãos batiam no apoio da cadeira como uma melodia de um filme de suspense. Ela não soube o que a fez faltar a aula no dojô para ir naquele lugar depois de tanto tempo.
─ Juniper Davis. - Um do policiais chamou abrindo uma porta pesada de metal.
Com as mãos tremendo ela levantou, parecendo estar no automático. Seu olhar vacilou entre as cadeiras com vidros na frente, e então o mesmo policial a levou até a certa. Ao chegar na frente do vidro seu coração palpitou mais rápido.
─ Pai. - Seus olhos encheram de lágrimas ao mesmo tempo que um sorriso surgiu em seus lábios. Ela parecia uma criança prestes a ganhar doce quando se sentou na cadeira e pegou o telefone, colocando-o na orelha.
─ Você está loira. - Foi a primeira coisa que ele reparou, com o mesmo sorriso nos lábios. Ambos se encarando nostálgicos. - Faz anos que eu não te vejo.
─ Me desculpa. - A culpa invadiu a garota. - Muita coisa aconteceu nesse tempo.
─ Eu sei. Fico feliz que tenha vindo. - O maior colocou a mão no vidro que os separava, e logo a garota fez o mesmo, deixando uma lágrima solitária cair em sua bochecha.
─ Sabe, eu conheci um antigo amigo seu. Johnny Lawrence. - A menção do homem fez Brian arquear a sobrancelha. - Ele abriu um dojô, no caso ele reabriu um antigo dojô. Cobra kai. E eu entrei.
─ Então você realmente gostava de caratê. - O olhar do homem era nostálgico enquanto ele lembrava dos pequenos ensinamentos que passou para Juniper.
─ Eu tinha seis anos, é claro que eu gostava de saber bater nos meus colegas. - Ambos riram. - Mas, sim, eu gosto.
─ E o que mais aconteceu?
─ Bem. - Soltou um sorrisinho de canto encarando as mãos separadas pelo vidro. - Desde que a mamãe foi...bom, você sabe. Eu tô morando com os Campbell's, e conheci novas pessoas, estudo em outra escola. Tô vivendo a vida de um adolescente normal.
─ Anne me contou um pouco sobre tudo. - O coração de Juniper quase parou naquele momento. - Eu sei sobre o reformatório, filha. - A garota tirou a mão do vidro como se tivesse levado um choque. Aquilo fez o homem suspirar. - 'Tá tudo bem. Eu fiquei preocupado quando descobri, mas Anne me contou que você melhorou e se arrependeu.
─ Você não 'tá bravo? - Sua voz saiu trêmula, seu rosto levemente vermelho e a testa franzida pela confusão.
─ Eu sou seu pai, é claro que eu fiquei por um tempo. Mas eu não fui o melhor exemplo pra você. Nem a sua mãe. - Tentou brincar, o que funcionou, já que a loira soltou uma risada baixa mexendo a cabeça.
─ Não seja tão duro consigo mesmo. Você foi um ótimo exemplo quando me ensinou a como fazer alguém perder o fôlego. - Ela lembrou de um dos golpes que o pai a ensinou, a lembrança saindo em um tom irônico entre os lábios da garota.
─ Você é má. - Ele disse rindo. - O que te trouxe aqui, querida?
─ Eu não sei. - Disse sincera. - Apenas senti a sua falta. Lutar caratê me faz lembrar de você.
─ É bom escutar isso. Também senti sua falta, e aposto que a sua mãe também.
─ Acho que ela me odeia agora. - Disse baixo, mas o telefone em mãos ajudava a comunicação.
─ Por que?
─ Não vejo ela desde que ela foi levada.
─ Bom, você também não veio me ver por um bom tempo. - Pontuou o mais velho, fazendo ela soltar um suspiro cansado.
─ Você conhece a mamãe. Anne não me contou sobre o que elas conversaram, mas tenho certeza que ela me amaldiçoou naquela conversa. - Arregalou os olho ao terminar a frase. Sua mãe as vezes era dura demais com ela.
─ Ela era a rainha cobra na minha época, sabia? - Depois de segundos em silêncio ele contou, deixando a filha curiosa. - Sempre andando com os valentões e as meninas mais conhecidas da escola. Foi quando eu conquistei ela, mesmo com as alfinetadas e o ódio inexplicável que ela sentia por mim. Segundo ela, era porque eu era irritando demais.
─ Soa como um roteiro de filme. - A mais nova disse, deixando um sorriso leve surgir em seus lábios.
─ Com um final bem dramático. - Olhou em sua volta, trocando um olhar com um dos policiais, e logo soltando um suspiro. - Nosso tempo é curto.
─ Mas já? - Sua feição caiu, quase formando um bico de criança mimada em seus lábios, fazendo Brian rir com a imagem.
─ Você pode voltar o quanto quiser. Mas em breve eu e a sua mãe vamos sair desse lugar.
─ Vou esperar por isso.
─ Uma última coisa, filha. - O homem disse, tendo a atenção da loira em si. - O Cobra kai me ajudou por muito tempo. Aquele papo de "sem compaixão" só fez sentido com o tempo, por mais que agora pareça bobagem para vocês. O mundo não tem pena se você não acertar primeiro.
─ Por que você 'tá falando isso? - Ela manteve a atenção no pai.
─ Apenas pense, querida. Você sabe que eu e a sua mãe paramos aqui porque fomos burros em acreditar na pessoa errada. - Juniper engoliu a seco. - Se eu tivesse levado isso a sério, talvez a nossa vida fosse diferente.
A garota desceu o olhar para o próprio colo, encarando um ponto fixo enquanto sentia sua mente voar longe. Seus pensamentos vagavam entre os últimos acontecimentos, e todos eles o nome Robby Keene aparecia em uma letreiro brilhante. Pelo jeito sua vida não era tão diferente da vida dos seus pais.
─ Sem compaixão, então? - Ela levantou o olhar para ele, incerta sobre o que falava naquele momento.
─ Isso, sem compaixão. - E então ele sorriu, da mesma maneira que ele sorria para ela anos atrás.
Aquilo foi o bastante para os policiais levarem o mais velho da sala, deixando a garota com seus pensamentos conturbados para trás. Quando saiu, a primeira pessoa que viu foi Serena, e em um pedido silencioso da loira, ela correu para abraçá-la.
─ Por que não me falou nada? - A morena perguntou ainda a abraçando fortemente.
─ Não sabia se ia ser bom ou ruim. - Confessou a Davis.
─ E agora você sabe? - Elas se separaram, a morena encarando ela com atenção nos pequenos detalhes.
─ Sim, agora eu sei. - Deixou um sorriso escapar, aliviando o coração de Serena no mesmo momento.
─ Então, quer passar o resto da noite assistindo filmes sem falar sobre caratê ou qualquer outra coisa? - Serena perguntou com um sorrisinho de canto, tirando um risada da loira.
─ Você sabe que sim.
• • •
─ Cala a boca! Dylan O'Brian pode me empurrar de um prédio que eu diria obrigada. - Juniper dizia enquanto enfia mais um punhado de pipoca na boca, fazendo a morena gargalhar ao seu lado.
Depois de chegarem em casa, as duas se trancaram no quarto de Juniper com um balde de pipoca e refrigerantes, tendo até pacotes de doce jogados no colchão. Maze Runner passava na televisão, levando as duas em uma discussão sobre quem era mais bonito, Thomas ou Minho.
─ Seja honesta, você provavelmente levaria ele junto com você. - Serena brincou, fazendo a outra parar e refletir um pouco.
─ Provavelmente. - Admitiu rindo. - Mas seria uma morte poética entre dois amantes. - Piscou um olho voltando a atenção para o filme, logo escutando o telefone de Serena tocar.
─ Fala, Demetri. - Foi Juniper que atendeu brincalhona enquanto colocava no viva voz.
─ Cadê a Serena? - Ele foi direto, fazendo o rosto da loira se contorcer em uma careta.
─ Pode falar, eu tô aqui.
─ Ele fez outra vez. Dessa vez no shopping. - A fala dele despertou a curiosidade de Juniper, diferente de Serena, que parou o que fazia para encarar a tela do celular.
─ Você 'tá bem? - Ignorou o momento em que seu coração bateu mais rápido.
─ Robby e Samantha me ajudaram, eu tô nos Larusso's agora. - Demetri disse, fazendo a loira revirar os olhos mesmo confusa. - Ele não vai parar, Serena. - Suspirou cansado. A voz dele denunciava que algo estava errado.
─ Ele vai sim. - A Campbell disse convicta se levantando, pegando o celular nas mãos. - Se cuida. - Pediu, não deixando ele responder quando desligou a ligação.
─ O que 'tá acontecendo? - Juniper perguntou ainda sentada na cama, observando a morena pegar as chaves do carro outra vez.
─ Eu explico depois, prometo! - Ela disse abrindo a porta. - Se alguém perguntar, eu fui comprar algum doce.
─ Tudo bem. - Mesmo não entendendo e com um pé atrás na situação, Juniper não contestou. Ela confiava em Serena.
─ Eu já volto. - Foi a última coisa que disse antes de sair do quarto e fechar a porta, e em poucos minutos já estava no carro novamente.
Ela sabia onde ele estava e foi diretamente para o lugar. A mente em um névoa branca que não a deixava pensar direito. Apenas percebeu que chegou no seu destino quando observou o letreiro do Cobra kai de longe, podendo ver uma silhueta conhecida na porta do local. Suas mãos tremiam quando a garota saiu do carro indo na direção dele.
─ Eli! - Serena o chamou, o tom de voz vacilando devido as emoções.
─ O que você 'tá fazendo aqui? - O de moicano disparou indo até ela, mas parou quando percebeu que as mãos dela estavam fechadas. Ela sabia.
─ Por que você bateu no Demetri no shopping? Você 'tá louco? - A Campbell se aproximou, ambos ficando de frente para a porta do dojô.
─ Ele entrou no miyagi-do. - Exclamou irritado, o que fez ela desviar o olhar.
─ E isso é ruim? - A falta de contato vizual a denunciou. Falcão franziu as sobrancelhas analisando o rosto dela.
─ Você entrou também. - Para ele soou como admitir uma traição.
─ Sim, eu entrei. - Levantou o olhar para ele novamente. - O que você vai fazer? Bater em mim como fez com o seu melhor amigo? - Arqueou as sobrancelhas desafiando-o, o que fez ele dar um passo para trás com a insinuação dela.
─ Você sabe que eu nunca faria isso com você.
─ Demetri pensava a mesma coisa. - Ela devolveu, assistindo o olhar dele vacilar. - Ou não?
─ Tanto faz. - Falcão mexeu as mãos irritado. - Ele é a porra de um nerd. E sempre vai ser.
─ Não esquece que você também é. Não importa o quanto você tente, Eli, você continua sendo um nerd, assim como eu e Demetri. - Apontou para ele como tom de voz mais alto, os olhos marejados correndo entre os pequenos detalhes do rosto do garoto.
─ Não fale merdas desse tipo aqui. - Olhou em volta preocupado, com medo de alguém escutar.
─ Então é isso? Vai fingir que o antigo Eli nunca existiu, e continuar com essa máscara? - Dessa vez foi ela que deu um passo para trás, mexendo a cabeça em negação. - Tudo bem, então. Só nunca mais tente falar comigo ou com o Demetri. - Ela pediu, limpando uma lágrima traiçoeira que correu em sua bochecha, logo indo na direção do seu carro.
─ Não sai desse jeito, Serena. - O garoto tentou, segurando o braço dela arrependido, a virando para ele. - Eu não posso mais ser aquele Eli. - As mãos dele foram para o rosto dela, o que a fez fechar os olhos com o toque.
─ Você não precisa ser aquele Eli. Apenas não seja um babaca. - Ela disse baixo, pegando as mãos dele e tirando do rosto dela enquanto abria os olhos novamente.
─ Serena... - O de moicano a chamou quando a garota voltou a fazer o seu caminho, e em uma ação desesperada ele tirou a camiseta, uma inicial conhecida cravada no peito na cor preta. Era para ser uma surpresa, talvez quando a coragem o consumisse para falar a verdade. - Isso significa para sempre! - A fala dele a fez virar confusa, os olhos brilhando com as lágrimas na luz da lua.
Ela não acreditou de primeira. Teve que olhar várias vezes enquanto piscava para poder assimilar o que via. A verdade dos sentimentos escondida nos pequenos atos vindo a tona em sua cabeça. Talvez aquilo fosse para o melhor.
─ Me desculpa. Eu não posso. - A garoto disse entre as lágrimas que começaram a cair.
Dessa vez ele não foi atrás dela, apenas ficou parado vendo o carro preto sair do estacionamento. O coração partido por algo que nunca aconteceu, mas que era tão real quanto os romances dos livros da Campbell. Serena e Falcão se amavam incondicionalmente, mas eram covardes demais para admitir.
I. Já vou me desculpar pelas mil emoções desse capítulo, mas muita coisa tinha que acontecer agora pra fazer sentido depois.
II. Serena e Falcão ainda vão ser o motivo da minha terapia! Sempre deixei meio escondido esse casal, mas tava meio na cara né? Enfim, pediram enemies to lovers e vão levar um friends to lovers de presente KAJKAKK
III. Me falem o que acharam desse capítulo, assim eu posso melhorar algumas coisas depoias!!
IV. Não esqueçam de votar e comentar!! até o próximo capítulo<3
não revisado.
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