
ㅤㅤㅤ𝑖𝑖𝑖. 𝖺 𝖻𝖺𝖽 𝗋𝖾𝗉𝗎𝗍𝖺𝗍𝗂𝗈𝗇.
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𝖲𝖤𝖠𝖲𝖮𝖭 𝖮𝖭𝖤, 𝖤𝖯𝖨𝖲𝖮𝖣𝖤 𝖮𝖭𝖤
𝟬𝟯 ▹ 𝗔 𝗕𝗔𝗗 𝗥𝗘𝗣𝗨𝗧𝗔𝗧𝗜𝗢𝗡.
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ㅤ ㅤㅤ ㅤ CHARLOTTE HARGREEVES matou pela primeira quando tinha apenas nove anos.
Tendo seus poderes se manifestando alguns meses mais cedo que os de seus irmãos, os treinos diários que serviam para aumentar sua resistência e agilidade foram trocados por outros mais específicos, onde Reginald Hargreeves a testava para descobrir a extensão de suas habilidades e ver que ela conseguia não apenas sentir e manipular ondas eletromagnéticas ━ que havia sido a primeira coisa que elu notou ━ mas também controlar metais havia feito o homem notar que as chances de seu plano darem certo eram cada vez maiores.
Um manhã, após treinar jiu-jitsu com Luther, Diego e Cinco, Charlotte seguiu Reginald e Pogo até uma das diversas salas privadas da mansão, já com uma certa noção de que aquilo provavelmente estava relacionado à seus recentes poderes, mas ao entrar e ver que o cômodo estava limpo de móveis e continha apenas um homem musculoso usando kimono ali, elu começou a ter suas dúvidas sobre o tipo de treinamento que ocorreria na próxima hora.
━━ O que tá acontecendo? ━━ a Charlotte de nove anos questionou, sem tirar os olhos do homem desconhecido.
Ela poderia estar na presença de seu pai e de Pogo, mas isso não significava que iria tirar os olhos de uma possível ameaça. Era algo que Reginald havia lhe ensinado durante aqueles nove anos: mantenha os olhos no inimigo até que descubra o contrário.
Uma bela lição, provavelmente a única que sigo à risca até hoje.
━━ É hora de descobrir do que você é capaz de fazer, Número Oito. ━━ o Hargreeves mais velho falou, sua voz não demonstrando nenhum remorso pelo o que viria à acontecer. ━━ Agora, coloque suas mãos para trás.
Parecendo não entender o pedido, a garota virou seu rosto para fitá-lo, suas sobrancelhas franzidas em pura confusão.
━━ O quê. . .
━━ Suas mãos para trás. Agora. ━━ pediu com impaciência, observando a garota se virar e pôr os braços para trás, tendo seus pulsos amarrados por Pogo, que conferiu se estava firme mas não ao ponto de cortar sua pele. ━━ Vá para centro da sala.
Ela o obedeceu, ainda que lentamente. Voltando a fitar o desconhecido, Número Oito ficou à alguns metros à frente dele no centro da sala, seu queixo erguido para fitar o rosto calmo e sem emoções do homem, características que lhe faziam lembrar do pai.
━━ Em posição. . . ━━ Reginald ordenou, vendo os dois separarem as pernas, o homem fechando as mãos em punho ao enfim retribuir o olhar da garotinha, que se sentia indefesa tendo suas mãos presas, sem possibilidade alguma de se defender.
━━ Como eu devo lutar assim? ━━ ela questionou com insegurança.
━━ Com seus poderes. ━━ respondeu simplista, olhando seu relógio de bolso. ━━ Lutem!
O homem não demorou em partir pra cima, desferindo socos contra a criança, que pulava para atrás afim de evitar sendo atingida. Seu pé bateu na parede e, se vendo sem saída, Charlotte se jogou ao chão, rolando para longe dele e buscando mais espaço no outro lado da sala, mas por ele ser maior e mais rápido, não demorou para se aproximar dela novamente, atingindo as pernas dela por trás e a fazendo cair de costas antes de atingir um soco no estômago dela.
Elu se encolheu por conta da dor, que a deixou momentaneamente sem ar. Reginald, no canto da sala, balançou a cabeça em desapontamento, esperando a garota se recuperar e levantar, o que levou alguns minutos.
━━ Vamos, Número Oito. Sem enrolação.
Engolindo em seco, ela se ajoelhou, erguendo a cabeça para fitar o mais velho, que não parecia nem um pouco preocupado com a situação da filha adotiva.
━━ Eu não consigo!
━━ Que bobagem, é claro que consegue! Você foi a primeira a manifestar seus poderes, o que significa que você, mais do que ninguém, está preparada. Agora, pare de reclamar como uma criança e use seus poderes!
Charlotte mordeu a língua para evitar rebater o mais velho, sabendo que não mudaria o modo de pensar dele e apenas resultaria em horas extras nas salas de treinamento. Elu respirou fundo, fechando os olhos por um momento para evitar que a raiva a fizesse se descontrolar. Tudo aquilo era novo demais para a garota, ela ainda não tinha idéia dos cuidados que precisaria ter.
Sentindo-se preparada, Charlie se levantou, fitando o homem e buscando por alguma fraqueza. Talvez fosse as longas horas de treino ou talvez o cara que seu pai havia contratado fosse inexperiente, mas com um rápido olhar, elu conseguiu ver cinco falhas na maneira em que se se portava ou atacava. Não que importasse muito, já que suas mãos estavam literalmente atadas e ela não conseguiria o atingir, mas Charlie sentiu um pouco de orgulho em notar aquilo.
Significava que estava ficando cada vez melhor.
Dessa vez, o homem não esperou pela ordem de Reginald, dando um passo à direção da jovem para acertar um soco em seu rosto, que ela desviou com maestria. Eles se viraram, fitando um ao outro enquanto se rodeavam no centro, esperando por uma chance de abertura; o desconhecido tentou novamente, mas elu foi para o chão, rolando e parando atrás dele antes de chutar a parte traseira da perna dele, o fazendo cair de joelhos.
━━ Use seus poderes, Oito. ━━ Reginald pediu novamente, fazendo a garota suspirar cansada.
━━ Eu não sei como! ━━ ela o respondeu, se distraindo por apenas um instante, tempo suficiente para o homem acertar o cotovelo contra o nariz de Charlotte, que caiu para trás.
Seus olhos se encheram d'água, enquanto tentava inutilmente tocar o rosto em instinto. Sentindo um líquido descer por seu nariz e pintar seu lábio superior, Charlie desconfiou que o ataque havia feito algum corte, tendo suas suspeitas confirmadas ao ver a cor avermelhada manchando o tatame branco.
━━ Não seja tão sensível, garota! Use seus poderes!
Seu peito estava cheio de agonia, enquanto uma súbita pressão em seus ouvidos a fazia querer gritar. Fechando os olhos, era quase como se Charlotte conseguisse visualizar as ondas magnéticas que rodeavam o chão, as paredes, o homem desconhecido. . . sua respiração acelerou, assim como seus batimentos enquanto elu sentia eles se movendo, o homem gritando à medida que a mão da loira se fechava em punho, sentindo uma força invisível pressionar sua cabeça cada vez mais forte, aquela dor sendo tão extrema que o fez manchar a calça do kimono de urina.
Charlotte não teve a chance de ver aquela sequência de acontecimentos pois só abriu os olhos novamente quando o som de uma explosão próxima foi escutado, fazendo-a observar as paredes e chão manchados de sangue, massa encefálica e pedaços do crânio, e o corpo do sujeito cair, sem vida e sem cabeça, agora não mais que um cadáver manchando o tatame da sala de treinos da Umbrella Academy e o primeiro nome na extensa lista de assassinatos cometidos pela Número Oito.
É. . . talvez eu devesse ter matado o velhote enquanto tinha tempo. Assim como ele me obrigou a matar aquele homem.
Cinco dos seis Hargreeves vivos estavam na sala de estar da mansão onde um dia chegaram a morar. Diego, Allison, Klaus, Vanya e Charlotte, todos espalhados pelo grande cômodo, todos esperando pela chegada do Número Um, Luther.
O Número Quatro estava no bar, preparando bebidas para si e para Charlie, esta que estava sentada desajeitadamente em uma poltrona próxima da lareira, apenas observando os outros três com um riso no rosto diante da situação em que se encontravam. Eles poderiam não ser irmãos biológicos, mas Charlotte ainda era surpreendida com o quanto os Hargreeves conseguiam se odiar, mesmo com todo o tempo que passaram juntos anos antes, fossem em treinamentos ou missões.
Luther adentrou o cômodo segundos depois, sentando-se no sofá à frente de Vanya e fitando todos os seus irmãos ali presentes, sua atenção um pouco mais interessada em Allison. Não demorou muito, mas a expressão em sua face foi o suficiente para elu se perguntar se o Um e Três já haviam se cumprimentado mais cedo ━ ou, melhor ainda, superado o estranho "amor de adolescência".
Eu preciso dizer que é bem esquisito dizer que já se apaixonou por seu irmão. . . ou, pior ainda, descobrir que sua companheira foi apaixonada pelo irmão. . . de qualquer forma, continua sendo deverás esquisito, não importa a situação ou mesmo a adição da palavra "adotivo" à frase. E consegue ser ainda mais engraçado observar eles se levarmos em conta o livro escrito por Vanya, que basicamente expôs tudo e todos para o mundo inteiro.
Sinceramente, esse reencontro tá saindo muito melhor do que o esperado.
O silêncio no local era preenchido pelo sons de vidros se chocando no bar no outro lado da sala, fazendo Charlotte franzir as sobrancelhas ao olhar para o lado e tentar descobrir porquê Klaus estava demorando tanto com a bebida. Elu não achava ser possível sobreviver aquela reunião sem um pouco de álcool em seu organismo.
━━ Acho que devemos começar isso. ━━ Luther falou, batendo mãos e se levantando, chamando a atenção dos demais, sem querer mais esperar seu irmão terminar o que fazia.
━━ Não quer mesmo esperar pelo Ben e Cinco? ━━ a manipuladora de metal sussurrou, fingindo coçar o nariz com um sorriso escondido.
Luther revirou os olhos antes de respirar fundo, disposto a fingir que elu não estava ali. Seria mais fácil passar por aquela reunião daquela maneira.
━━ Pensei que poderíamos fazer uma espécie de funeral no jardim, ao pôr do sol. Só dizer algumas palavras no lugar favorito do papai.
━━ Papai tinha um lugar favorito?
━━ É, debaixo do carvalho. Costumávamos sentar lá o tempo todo. Vocês não? ━━ Luther respondeu à Allison, vendo que os outros pareciam igualmente confusos ou chocados com a nova revelação.
━━ Acho que a gente tá um pouco surpreso demais em saber que aquele velho gostava de alguma coisa que não fosse dinheiro pra prestar atenção na parte em que você diz ter passado algum tempo de qualidade com ele- mas uma árvore? ━━ elu sussurou, os olhos dramaticamente arregalados. ━━ Eu meio que apostava no escritório, uau. Acho que isso significa que a lista saiu de duas para três coisas! Essa casa velha e dinheiro vêm antes, obviamente. . . mas bom saber que ele não era apenas um homem artificial e esnobe, mas também um grande amante da natureza.
━━ Vai ter comes e bebes? Chá, bolinho? ━━ Klaus interrompeu a irmã, entregando uma taça para ela e se movendo para sentar ao lado de Vanya enquanto acendia um cigarro. ━━ Sanduíches de pepino fazem sucesso.
━━ Ele tem razão. ━━ Número Oito apontou, tomando um gole.
Pra ser bem sincera, eu detesto pepino, mas um chá enquanto observo as cinzas do velhote serem levadas pelo vento bem que viria a calhar.
━━ O quê- não! E apaga isso. Papai não permitia fumar aqui.
━━ Essa é a minha saia?
Charlie escondeu um sorriso por baixo da taça, observando a cena diante de seus olhos com certo divertimento. Parece muito com os meus neurônios restantes quando tô bêbada demais.
━━ O quê? Oh, isso? Sim, encontrei no seu quarto. É meio datada, eu sei, mas é fresquinho, sabe, nas. . . partes.
━━ Escutem aqui, ainda há algumas coisas importantes que precisamos discutir. ━━ Luther interrompeu os dois, um pouco irritado com a mudança de foco e pouca importância que eles estavam dando para um assunto que ele se importava tanto.
━━ Como o quê? ━━ Diego questionou, falando pela primeira vez desde que entrou na sala, antes de todos os outros. Ele sabia exatamente do que se tratava, apenas queria ver se o Um iria parar de enrolar e ir direto ao assunto.
━━ Como o modo que ele morreu. ━━ o mais alto respondeu, fitando a loira.
Lembram de quando eu falei, capítulos atrás, que isso ia me ferrar cedo ou tarde? Pois é, foi bem cedo, cedo até demais. Eu queria poder levantar e dizer com orgulho que o matei, mas não iria importar porque não é verdade, mesmo que Luther deseje isso com todas as suas forças. Mas ainda é bom saber que vou poder estragar os sonhos do Número Um em algum momento breve!
━━ E lá vamos nós. ━━ Dois sussurrou, abrindo um sorriso irônico.
━━ Eu não entendi, achei que tivesse sido um ataque cardíaco. ━━ Vanya sussurrou, parecendo tão confusa quanto Klaus e Allison diante do que os dois homens discutiam.
━━ É, de acordo com o legista.
━━ Mas eles não sabem?
━━ Teoricamente.
━━ Teoricamente? ━━ Número Sete repetiu, não conseguindo seguir o raciocínio de seu irmão.
━━ Bom saber que eu não sou a única que também tá surpresa com a nova habilidade de perícia e investigação do nosso querido Luther. ━━ Charlotte falou, finalizando sua bebida e esticando o corpo. ━━ Só falta dizer que virou médium também.
━━ O que eu tô dizendo, Charlotte, é que, no mínimo, algo aconteceu. Olha, na última vez que falei com o papai, ele tava estranho.
━━ Oh! Quelle Surprise! ━━ Klaus cantarolou, espirrando um pouco da bebida para fora da boca.
━━ Estranho como? ━━ Allison perguntou, com uma careta diante da atitude de Klaus.
━━ Ele parecia nervoso. Me disse pra ter cuidado em quem confiar.
━━ É, pra você e praticamente todo mundo. ━━ elu resmungou, revirando os olhos com as memórias repentinas. ━━ Era só o que ele me falava durante os treinamentos individuais, Luther. Uma baboseira sobre traidores e prestar atenção nos arredores e blá-blá-blá. Não é nada de novo, então desiste logo dessa história, credo. Tá ficando pior que ele, eu hein.
━━ Ele era um velho paranóico e amargo que começava a perder o resto do juízo que tinha. ━━ Diego prosseguiu, se levantando da cadeira. Charlotte até poderia dizer que ele estava discretamente lhe apoiando, mas, quando se tratava de Reginald, parecia haver um consenso em falar mal do homem.
━━ Não ━━ Luther o cortou, balançando a cabeça.━━, ele devia saber que alguma coisa ia acontecer. ━━ ele então se virou para Klaus. ━━ Olha, eu sei que não gosta de fazer isso, mas preciso que fale com papai.
Klaus arfou em choque, negando.
━━ Eu não posso só ligar pro papai no além e dizer: "pai, poderia. . . parar de jogar tênis com Hitler e atender uma rápida ligação?"
━━ Desde quando? É o seu lance!
━━ Eu não tô em um. . . bom estado emocional!
━━ Você tá chapado. ━━ Allisou apontou.
━━ Isso, sim! ━━ ele riu, os fitando como se fossem loucos de não irem fazer o mesmo. ━━ Como vocês não estão depois de ouvir esse absurdo?
━━ Então fica sóbrio, isso é importante! ━━ ele ordenou, agora parecendo lembrar de mais alguma coisa. ━━ E tem o problema do monóculo desaparecido.
━━ Quem dá a mínima pra um monóculo idiota? ━━ Diego sussurrou, de saco cheio daquele assunto e de seus irmãos.
━━ Exatamente! Não tem valor. Então quem quer que pegou. . . acho que foi pessoal. ━━ Luther agora olhava para seus irmãos, mais precisamente Charlotte e Diego, o que a fez erguer a sobrancelha e esconder um riso com as insinuações nada discretas. ━━ Alguém próximo, alguém ressentido.
━━ Aonde quer chegar com isso?
━━ Não é óbvio, Klaus? Ele acha que um de nós matou papai. ━━ Diego respondeu, achando graça em como a situação havia mudado em tão poucos minutos.
Luther virou o rosto para evitar encarar qualquer um de seus irmãos, envergonhado demais para confirmar a acusação de Dois em voz alta. Eles esperaram por apenas um momento, em silêncio, por uma explicação qualquer dele, mas nada veio e então os três irmãos tiveram suas próprias conclusões.
━━ Você acha! ━━ Klaus arfou em surpresa, franzindo as sobrancelhas.
━━ Como pode pensar nisso?
O mais alto abriu a boca mas não sabia o que responder a eles, o que apenas deu mais um motivo para Diego implicar com seu irmão.
━━ Belo trabalho, Luther. Ótimo exemplo de liderança. ━━ sussurrou enquanto se afastava, saindo do cômodo.
━━ Não é o que eu tô tentando dizer. . . ━━ ele tentou se defender, mas já era tarde demais, nenhum dos Hargreeves estavam ou queriam escutar o que ele tinha a dizer.
━━ Você é louco, cara! ━━ o necromante disse antes de pegar o cinzeiro e seguir Diego. ━━ Louco.
━━ Eu não terminei de-
━━ Desculpa, eu vou só ali matar a mamãe e volto já.
━━ Não é disso que eu tava falando, pessoal, eu não. . . ━━ Vanya e Allison seguiram os garotos, sem dizer uma palavra, o que pareceu frustar ainda mais Luther, principalmente pela parte de Allison. ━━ Maravilha. ━━ sussurrou, olhando ao redor e fitando a última poltrona que estava ocupada.
Restava apenas Charlie ali, sentada com os braços cruzados e fitando seu irmão, como se estivesse na espera de alguma coisa vinda dele.
━━ O que foi agora? ━━ murmurou, cansado.
━━ Nada. ━━ elu deu de ombros, soltando um suspiro baixo. ━━ Só queria saber se você vai perguntar agora ou mais tarde, quando estivermos todos reunidos novamente. . . se bem que não iria cair bem pra você, principalmente com a resposta que tenho pra te dar. Infelizmente não vai ser algo do seu agrado, mas não custa tentar, não é?
Ele olhou na direção em que os outros foram, suas mãos caídas ao lado do corpo enquanto considerava suas palavras seguintes. Luther não achava que as coisas poderiam ficar ainda pior, então ele decidiu que não seria tão ruim se arriscar. Talvez isso o fizesse considerar tirar um nome da lista.
━━ Foi você?
Charlotte soltou o ar dramaticamente e levantou, pondo uma mão no bolso do macacão e fazendo uma careta ao negar com a cabeça.
━━ Nah. . . mas eu provavelmente faria de uma maneira em que ele fosse sofrer bastante, se quiser saber. Ataque cardíaco parece rápido demais para uma vida inteira de. . . maldades. ━━ elu sussurrou com o olhar distante, erguendo a cabeça para poder fitá-lo melhor e limpando uma sujeira inexistente na manga do sobretudo que ele ainda usava.
Agora a voz da Hargreeves estava um pouco mais calma, sem o tom usual de ironia, o que fez Luther, por um momento, lembrar de como Charlotte era antes da descoberta de seus poderes, antes dos treinamentos ficarem mais intensos, antes do rancor tomar conta de sua alma.
Quando eles dois ainda tinham uma certa dose de companheirismo, sem todo esse ódio gratuito disseminado por Reginald.
Quando as oito crianças ainda eram amigos e companheiros, não apenas irmãos.
━━ Foi mal te desapontar, irmãozinho. ━━ Charlie sussurrou e franzindo o nariz, dando ênfase na palavra diminutiva. ━━ Mas não se preocupa, viu, eu sei como é ter uma má reputação entre a família e também sei que vai superar isso logo. Você é o Número Um, afinal de contas.
Apertando os lábios em uma linha, elu bateu levemente no braço do homem antes de se afastar dele, seguindo o mesmo caminho dos outros.
contagem de palavras : 3058
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