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ᝬ 🥀 𖠵 chapter four, Reyna does an interrogation.𓄹



Procurando por mim mesmo no banco do passageiro

Dirigindo até o limite até acertar

Tentando encontrar a cidade com as luzes mais brilhantes

Como você vai chegar lá, chegar lá?

Sempre olhando para trás e não sei por que

Há algo sempre lá no fundo da minha mente

Todo mundo está vivendo em um passeio só de ida

Como você vai chegar lá, chegar lá?

5 SECONDS OF SUMMER - Carousel


Mabel Queen

Atualmente...


EU NÃO ERA FÃ DE FANTASMAS, o que era um pequeno problema. Metade das pessoas no acampamento estava morta.

Guerreiros roxos translúcidos postavam-se do lado de fora do arsenal, polindo espadas etéreas. Outros passavam o tempo diante dos alojamentos. Um garoto fantasmagórico perseguia um cachorro fantasmagórico pela rua. E, nos estábulos, um cara grande, vermelho e brilhante, com cabeça de lobo, guardava um rebanho de... Aquilo eram unicórnios?

Percy agarrou minha mão antes que eu pudesse ir ver os unicórnios.

Nenhum dos campistas dava muita atenção aos fantasmas, mas, à medida que a nossa comitiva, com Reyna à frente e Frank e Hazel, um de cada lado de Percy e eu, passava, todos os espíritos interrompiam o que estavam fazendo e fitavam nós dois. Alguns pareciam bravos. O garotinho fantasma gritou algo como "Greggus!" e ficou invisível.

— Estou vendo coisas? — perguntou. — Ou aqueles são...

— Fantasmas? — Hazel se virou. Seus olhos eram impressionantes, como ouro quatorze quilates. — Eles são Lares. Deuses da casa.

Mordi o lábio inferior para não fazer uma piadinha sobre, mas Percy não tinha o mesmo autocontrole.

— Deuses da casa — repetiu Percy. — Tipo menores que deuses de verdade, porém maiores que deuses do apartamento?

— São espíritos ancestrais — explicou Frank.

Ele havia tirado o elmo, revelando um rosto infantil que não combinava com o cabelo em corte militar nem com o corpo robusto. Parecia um bebê que havia tomado esteroides e ingressado no Corpo de Fuzileiros Navais.

— Os Lares são uma espécie de mascote — continuou. — Quase sempre são inofensivos, mas nunca os vi tão agitados.

Ótimo, aparentemente, a gente era um grande problema aqui também.

— Estão nos encarando — disse Percy. — Aquele garoto fantasma me chamou de Greggus. Meu nome não é Greg.

Graecus — corrigiu Hazel. — Depois de passar algum tempo aqui, você vai começar a entender latim. Os semideuses têm um talento natural para isso. Graecus significa grego.

— Isso é ruim? — perguntou Percy.

Frank pigarreou.

— Talvez não. Você tem essa cor de pele, os cabelos escuros e tal. Talvez eles achem que você é grego de verdade. Sua família é de lá?

— Não sei. Como eu disse, perdi a memória. O mesmo com Mabel, a gente nem tem certeza se esses são os nossos nomes mesmo, então as coisas estão um pouco complicadas aqui.

Dei de ombros.

— Eu acho que o nome Mabel combina comigo — murmurei.

— Ou talvez... — Frank hesitou.

— O que foi? — perguntou Percy.

— Provavelmente nada — disse Frank. — Romanos e gregos têm uma antiga rivalidade. Às vezes os romanos usam o termo graecus como insulto para alguém de fora... Um inimigo. Eu não me preocuparia com isso.

Ironicamente, ele parecia bastante preocupado.

Percy e eu trocamos um olhar, eu não estava me sentindo mais segura naquele acampamento do que estava quando a gente fugiu dos monstros.

Paramos com o grupo no centro do acampamento, onde duas largas estradas de paralelepípedos se encontravam, formando um T. Uma placa de rua identificava a estrada que levava aos portões principais como VIA PRAETORIA. A outra estrada, que atravessava o meio do acampamento, era identificada como VIA PRINCIPALIS. Embaixo dessas placas havia outras, pintadas à mão: BERKELEY 8 KM, NOVA ROMA 1,6 KM, ROMA ANTIGA 11.716 KM, HADES 3.717 KM (apontando diretamente para baixo), RENO 334 KM e MORTE CERTA: VOCÊ ESTÁ AQUI!

Para morte certa, o lugar parecia bastante limpo e organizado. As construções estavam recém-caiadas e eram dispostas em uma grade bem simétrica, como se o acampamento tivesse sido projetado por um professor de matemática exigente. Os alojamentos tinham varandas cobertas, onde campistas descansavam em redes à sombra ou jogavam cartas e bebiam refrigerantes. Cada dormitório apresentava uma coleção diferente de estandartes na fachada, exibindo algarismos romanos e animais variados — águia, urso, lobo, cavalo e um que parecia um hamster.

Ao longo da Via Praetoria, fileiras de lojas anunciavam comida, armadura, armas, café, equipamento de gladiador e aluguel de togas. Uma concessionária de bigas tinha um grande anúncio na frente: CAESAR XLS C/ FREIOS ABS, ZERO DE ENTRADA!

Em uma das esquinas do entroncamento erguia-se o edifício mais impressionante: uma cunha de dois andares, de mármore branco, com um pórtico sustentado por colunas, como um banco antigo. Guardas romanos estavam postados na entrada. Acima da porta pendia um grande estandarte roxo com as letras douradas SPQR bordadas dentro de uma coroa de louros.

— Seu quartel-general? — perguntou Percy.

Reyna se virou para ele, seus olhos ainda eram frios e hostis.

— O nome é principia.

Ela esquadrinhou a multidão de campistas curiosos que os havia seguido desde o rio.

— Todos de volta às suas tarefas. Darei mais notícias na hora da inspeção noturna. Lembrem-se: temos jogos de guerra após o jantar.

A ideia de jantar fez o meu estômago roncar. Com o cheiro de churrasco vindo do refeitório, minha boca encheu-se de água. A padaria mais adiante na rua também exalava um cheiro delicioso, mas eu duvidava que Reyna nos deixaria fazer um pedido para viagem.

A multidão se dispersou com relutância. Alguns murmuravam comentários sobre as chances de Percy e eu.

— Eles estão mortos — disse um.

— Tinham que ser aqueles dois a encontrá-los — disse outro.

— É — murmurou outro. — Deixe-o entrar para a Quinta Coorte. Gregos e geeks.

Vários garotos riram com isso, mas Reyna os repreendeu, e eles se dispersaram.

— Hazel — disse Reyna — venha conosco. Quero seu relatório sobre o que aconteceu nos portões.

— Eu também? — perguntou Frank. — Percy salvou minha vida. Precisamos deixá-lo...

Reyna lançou um olhar tão duro a Frank que ele recuou.

— Devo lembrá-lo, Frank Zhang — disse ela — de que você também está em probatio. Já causou problemas suficientes por esta semana.

As orelhas de Frank ficaram vermelhas. Seus dedos mexiam em uma chapinha pendurada em um cordão em seu pescoço. Eu não havia prestado muita atenção nela, mas parecia uma placa de identificação feita de chumbo.

— Vá para o arsenal — disse Reyna. — Verifique o inventário. Eu o chamo se precisar.

— Mas... — Frank se conteve. — Sim, Reyna.

E ele se foi, apressado.

Reyna fez sinal para que Hazel, Percy e eu entrássemos no quartel-general.

— Agora, Percy Jackson e Mabel Queen, vamos ver se nós conseguimos melhorar suas memórias.

Segui a garota sem ter muita escolha.

A principia era ainda mais impressionante por dentro.

No teto havia um mosaico reluzente de Rômulo e Remo debaixo da loba, sua mãe adotiva (Lupa contara essa história para Percy e eu um milhão de vezes). O piso era de mármore polido. As paredes, cobertas de veludo, davam a sensação de que eu me encontrava dentro da tenda de acampamento mais cara do mundo. Ao longo da parede dos fundos estavam expostos estandartes e bastões de madeira cravejados com medalhas de bronze — símbolos militares, imaginei. No centro da parede havia um espaço vazio, como se o estandarte principal tivesse sido tirado para limpeza ou algo assim.

Em um canto aos fundos uma escada levava a um piso inferior. Estava bloqueada por barras de ferro, como a porta de uma prisão. Me perguntei o que haveria lá embaixo — monstros? Tesouros? Semideuses com amnésia que não tinham caído nas graças de Reyna?

Não necessariamente nessa ordem, claro.

No centro do cômodo havia uma longa mesa de madeira entulhada de rolos de pergaminhos, cadernos, tablets, adagas e uma tigela grande cheia de balas delicado que parecia meio estranha ali. Duas estátuas de galgos em tamanho natural — uma de prata, outra de ouro — ladeavam a mesa.

Reyna dirigiu-se para trás da mesa e sentou-se em uma das duas cadeiras de espaldar alto. Desejei poder sentar na outra já que meu tornozelo estava me matando, mas Hazel permaneceu de pé, então tive a impressão que não tinha escolha.

— Bem... — Percy começou a dizer.

As estátuas de cães arreganharam os dentes e rosnaram.

Arregalei os olhos e dei um passo para trás, Percy ficou paralisado. Normalmente, eu gostava de cachorros, mas estes nos encaravam com olhos de rubi. Suas presas pareciam afiadas como navalhas.

— Calma, garotos — disse Reyna aos galgos.

Eles pararam de rosnar, mas continuaram olhando Percy e eu como se a gente fosse o jantar.

— Eles não atacarão — informou Reyna — a menos que vocês tentem roubar alguma coisa ou que eu lhes dê a ordem. Estes são Argentum e Aurum.

Ouro e Prata, minha cabeça automaticamente traduziu. O significado dos termos em latim surgiu na minha cabeça como Hazel disse que aconteceria, era meio bizarro, mas útil.

— Prata e Ouro — falou Percy.

Reyna pousou a adaga na mesa. Eu tinha a vaga impressão de que havia visto a garota antes. Seus cabelos eram negros e lustrosos como rocha vulcânica, preso em uma trança única que descia por suas costas. Reyna tinha a postura de um esgrimista: relaxada, porém vigilante, como se estivesse pronta para entrar em ação a qualquer momento. As rugas de preocupação em torno dos olhos a faziam parecer mais velha do que provavelmente era.

— Nós já nos conhecemos — Percy concluiu. — Não lembro quando. Por favor, se puder me dar qualquer informação..

— Primeiro as prioridades — disse Reyna. — Quero ouvir sua história. Do que você se lembra? Como chegou aqui? E não minta. Meus cães não gostam de gente mentirosa... Na verdade, primeiro vamos começar pelas mulheres. Mabel?

Argentum e Aurum rosnaram, enfatizando suas palavras.

Suspirei e comecei a contar tudo o que sabia e lembrava: como acordei nas ruínas da floresta de Sonoma, ao lado de Percy sem ter a mínima ideia do que havia acontecido. Descrevi o período que passamos com Lupa e seu bando, aprendendo sua linguagem de gestos e expressões, aprendendo a sobreviver e lutar.

Lupa nos ensinou sobre semideuses, monstros e deuses. Ela havia explicado que era um dos espíritos guardiães da Roma Antiga. Semideuses como Percy e eu ainda eram responsáveis por dar continuidade às tradições romanas nos tempos modernos — enfrentar monstros, servir aos deuses, proteger os mortais e preservar a memória do império. Ela havia nos treinado durante semanas até ficarmos tão fortes, resistentes e ferozes quanto lobos. Quando se deu por satisfeita com as habilidades de Percy e eu, ela nos mandou para o sul, dizendo que, se a gente sobrevivesse à jornada, talvez encontrássemos um novo lar e a gente conseguisse recuperar nossas memórias.

Nada disso pareceu surpreender Reyna. Na verdade, ela pareceu achar a história bastante comum — com exceção de um detalhe.

— Nenhuma lembrança? — perguntou ela. — Vocês ainda não se lembraram de nada?

Dei de ombros.

— Nadinha, é só... Como uma sala em branco, sabe? Tenho algumas sensações, como se devesse conhecer algo, mas...

— Fragmentos vagos e confusos — Percy completou.

Reyna girou sua adaga.

— A maior parte do que Mabel está descrevendo é normal para os semideuses. Em certa idade, de uma forma ou de outra, encontramos o caminho da Casa dos Lobos. Somos testados e treinados. Se Lupa achar que temos mérito, ela nos manda para o sul, para ingressar na legião. Mas nunca ouvi falar de alguém que tenha perdido a memória, ainda mais duas, ao mesmo tempo. Como foi que vocês encontraram o Acampamento Júpiter?

Percy contou-lhe sobre os últimos três dias — as górgonas que não morriam, a velha que acabou se revelando uma deusa e, finalmente, o encontro com Hazel e Frank no túnel da colina.

A partir daí, Hazel assumiu a narrativa. Ela descreveu Percy e eu como bravos e heroicos, o que me fez considerar que ela estava exagerando um pouco.

Reyna nos estudou.

— Vocês são velhos para ser recrutas. Tem o quê, dezesseis anos?

— Acho que sim — respondeu Percy.

Fiz uma careta.

— Talvez um pouco mais? — murmurei perdida — Meio que não sabemos a nossa data de nascimento, então...

— Se passou todos esses anos sozinho, sem treinamento nem ajuda, deveria estar morto. Um filho de Netuno? Teria uma aura poderosa que atrairia todo tipo de monstro — Reyna retrucou — Uma filha do Cupido, posso até entender.

— É — disse Percy. — Já me falaram que eu cheiro mal.

Reyna quase abriu um sorriso, o que fez com que algo estranho borbulhar dentro de mim. Um sentimento de possessividade tomou conta e dei um passo para mais perto de Percy, agarrando apertado sua mão.

A garota me encarou com interesse, parecendo entender.

— Vocês devem ter vindo de algum lugar antes da Casa dos Lobos — disse ela.

— Infelizmente, não sabemos.

Reyna suspirou.

— Bem, os cães não comeram vocês, então suponho que estejam falando a verdade.

— Ótimo — disse Percy — Da próxima vez, podemos passar por um polígrafo?

Reyna se levantou. Ela ficou andando de um lado para o outro diante dos estandartes. Seus cães metálicos a observavam.

— Mesmo que eu considere que vocês não são inimigos — disse ela — vocês não são recrutas típicos. A Rainha do Olimpo simplesmente não aparece em um acampamento anunciando a chegada de novos semideuses. A última vez que um deus importante nos visitou em pessoa assim... — Ela sacudiu a cabeça. — Só ouvi lendas desse tipo de acontecimento. E um filho de Netuno junto com uma filha do Cupido... Isso não é um bom augúrio. Especialmente agora.

Percy apertou a minha mão.

— O que tem de errado com Netuno? — perguntou Percy. — E o que você quer dizer com "especialmente agora"?

Hazel lançou-lhe um olhar de advertência. Reyna continuou andando.

— Vocês lutaram contra as irmãs de Medusa, que não eram vistas há milhares de anos. Inquietou nossos Lares, que estão chamando vocês de graecus. E usam símbolos estranhos... essas camisas, as contas em seus cordãos. O que elas significam?

Olhei para a camiseta laranja que usava, ela estava podre e em um estado deprimente após todo aquele tempo, mas apenas a ideia de jogar fora fazia meu coração doer.

Quanto ao cordão, cada uma das seis contas de argila eram decoradas com um símbolo diferente. Eu não conseguia entender o que eram as duas primeiras. Uma mostrava um tridente. Outra exibia uma miniatura do Velocino de Ouro. A terceira estava gravada com o traçado de um labirinto e a última trazia a imagem de um edifício — seria o Empire State? — com nomes que eu não reconhecia gravados ao redor. Eu tinha a impressão de que as contas eram importantes, como fotos em um álbum de família, mas não conseguia se lembrar do que significava.

— Não sei — murmurei — Eu... Não sei de nada.

— E sua espada, Percy? — perguntou Reyna.

Percy verificou o bolso, a caneta já deveria ter voltado. Ele tirou a tampa da caneta. Contracorrente apresentou-se em sua verdadeira forma. Hazel arquejou. Os galgos latiram, apreensivos.

— O que é isso? — perguntou Hazel. — Nunca vi uma espada assim.

— Eu já — disse Reyna, em um tom sombrio. — É muito antiga... Uma criação grega. Costumávamos ter algumas dessas no depósito de armas... — Ela se interrompeu. — O metal é chamado de bronze celestial. O mesmo material que o arco de Mabel deve ser feito. É mortal para monstros, como o ouro imperial, só que ainda mais raro.

— Ouro imperial? — perguntou Percy.

Reyna desembainhou sua adaga. Com toda a certeza, a lâmina era de ouro.

— O metal foi consagrado nos tempos antigos, no Panteão de Roma. Sua existência era um segredo muito bem-guardado dos imperadores... Uma forma de seus paladinos matarem monstros que ameaçavam o império. Costumávamos ter mais armas assim, mas agora... Bem, quase não temos. Eu uso esta adaga. Hazel tem uma espata, uma espada de cavalaria. A maioria dos legionários usa uma espada mais curta chamada gládio. Mas essa sua arma não tem nada de romano. É outro sinal de que você não é um semideus típico. E seu braço..

— O que tem ele? — perguntou Percy.

Reyna ergueu o próprio antebraço. Percy não havia notado antes, mas havia uma tatuagem na parte interna: as letras SPQR, uma espada e uma tocha entrecruzadas e, debaixo delas, quatro linhas paralelas, como um registro de pontuação.

Percy olhou para Hazel.

— Todos nós temos uma dessa — confirmou ela, erguendo o braço. — Todos os membros efetivos da legião.

Fiz uma careta, parte de mim queria vomitar.

A tatuagem de Hazel também tinha as letras SPQR, só que havia apenas uma marca de pontuação, e seu emblema era diferente: um glifo negro que parecia uma cruz com braços curvos e uma cabeça.

A forma como eles marcaram as pessoas... Como um lembrete, para sempre marcado na sua pele, "você nos pertence, semideus".

Olhei para o meu próprio braço, não havia nada além de arranhões e secretamente, esperava que continuasse assim para sempre. Não queria ser marcada daquela forma, mas algo me dizia que eu não teria muita escolha.

— Então vocês nunca foram membros da legião — afirmou Reyna. — Estas marcas não podem ser removidas. Pensei que talvez... — Ela sacudiu a cabeça, como se rejeitasse uma ideia.

Hazel inclinou-se para a frente.

— Se eles sobreviveram sozinhos esse tempo todo, talvez tenham visto Jason. — Ela voltou-se para Percy. — Vocês já encontraram um semideus como nós antes? Um garoto de camisa roxa, com marcas no braço...

— Hazel. — A voz de Reyna endureceu. — Percy já tem muito com que se preocupar.

Olhei com pena para as duas, parecia que ambas estavam verdadeiramente preocupadas com esse garoto desaparecido.

— Desculpe, mas a única coisa que encontramos pelo caminho foi monstros.

Percy tocou a ponta de sua espada e Contracorrente se encolheu, voltando à forma de caneta.

— Quem é Jason?

— Nunca vi ninguém como vocês. Quem é Jason?

Reyna dirigiu um olhar irritado a Hazel.

— Ele é... Ele era meu colega. — Ela apontou a segunda cadeira vazia. — A legião normalmente tem dois pretores eleitos. Jason Grace, filho de Júpiter, era nosso outro pretor, até desaparecer em outubro.

Mordi o lábio inferior, olhar o calendário não havia sido uma das minhas prioridades, mas Juno mencionara que agora estavamos em junho.

— Quer dizer que ele está desaparecido há oito meses e vocês não o substituíram?

— Ele pode não estar morto — disse Hazel. — Não desistimos ainda.

Reyna fez uma careta e eu a observei atentamente, tinha o talento especial de saber os sentimentos das pessoas e por isso, sabia que Jason não era apenas um colega para ela, era muito mais... Ela estava apaixonada por ele.

— Espero que consigam o encontrar — sussurrei.

Ela me ignorou.

— Eleições só acontecem de duas maneiras — disse Reyna. — Ou a legião ergue alguém em um escudo após um grande sucesso no campo de batalha... e não tivemos nenhuma batalha importante recentemente... ou fazemos uma votação na noite de 24 de junho, no Festival de Fortuna. Daqui a cinco dia

Percy franziu a testa.

— Fortona?

Fortuna — corrigiu Hazel. — É a deusa da sorte. O que quer que aconteça no dia de seu festival pode afetar todo o restante do ano. Ela pode conceder boa sorte ao acampamento... Ou muito azar.

Tanto Reyna quanto Hazel olharam para o espaço vazio junto à parede, como se pensassem no que faltava.

Um arrepio percorreu a minha espinha.

— O Festival de Fortuna... As górgonas o mencionaram. Juno também. Elas disseram que o acampamento seria atacado nesse dia, algo a ver com uma deusa grande e má chamada Gaia, e um exército, e a Morte sendo desencadeada. Vocês estão me dizendo que esse dia será nesta semana?

Os dedos de Reyna apertaram o cabo de sua adaga.

— Vocês não falaram nada sobre isso fora desta sala — ordenou. — Não vou permitir que espalhem mais pânico no acampamento.

— Então é verdade — disse Percy. — Você sabe o que vai acontecer? Podemos impedir?

Dei uma cotovelada no garoto, um pedido para que ele calasse a boca. O que a gente não precisava era que Reyna perdesse a paciência por causa de todas as nossas perguntas e decidisse nos matar.

— Já conversamos o suficiente por ora — disse Reyna. — Hazel, leve-os para a Colina dos Templos. Encontre Octavian. No caminho, você pode responder às perguntas de Percy e Mabel. Fale da legião.

— Sim, Reyna.

Reyna embainhou a adaga. Os cães metálicos se levantaram e rosnaram, aproximando-se de Percy e eu.

— Boa sorte com o augúrio, Percy Jackson e Mabel Queen — disse ela. — Se Octavian permitir que vocês vivam, talvez possamos trocar ideias... sobre os seus passados.

Seguimos Hazel para fora, o braço de Percy agora estava protetoramente sobre os meus ombros, me mantendo o mais perto possível. Era óbvio que ele estava preocupado com tudo aquilo.

— Vamos ficar bem — sussurrei — estou com um bom pressentimento.

Percy respirou fundo, com uma expressão sombria.

— E quando tivemos sorte?

— Estamos juntos, isso é sorte o suficiente para mim.

Ele relaxou um pouco.

— Juntos, sempre.

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