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𝘁𝗵𝗿𝗲𝗲.

𝗡𝗘𝗦𝗦𝗔 𝗢𝗡



━━━ Isso não é justo! ━━━ Grito irritada, dando um passo para trás quando meu pai ergue a mão.

━━━ A vida não é justa, Janessa! ━━━ Meu pai grunhe. ━━━ Você vai nessa merda de psicóloga e acabou! Entre no carro! ━━━ Ele aponta para o veículo.

━━━ Eu odeio você. ━━━ Resmungo para mim mesma, olhando de relance para o carro e colocando a mão na porta do carro para abrir a mesma.

Este realmente era um dia ruim.

━━━ Sim, sim, ela já entrou no carro. Só espero que aquela psicóloga seja boa o suficiente para fazer Janessa deixar de ser tão dramática e inútil. ━━━ Oiço meu pai ao telefone, dando voltas enquanto fala com alguém no celular.

Me espanto com as palavras do meu pai. Saíram sem hesitamento da sua boca, o que me deu uma ideia de que ele já andava falando mal de mim para quem quer que fosse. Mas as palavras dele não me abalam mesmo que um bolo se tenha feito presente na minha garganta, eu já sabia de tudo aquilo, não preciso de mais pessoas para o dizer.

Assisto meu pai se afastar brevemente ainda com o telefone no ouvido, esbravejando alto e apontando nada discretamente na minha direção. Dou de ombros, eu preciso sair daqui o mais rápido possível.

Ajeito meu moletom grande e fecho a porta semi-aberta do carro. Eu não iria ficar aqui nem mais um segundo. Coloco o capucho do moletom e em passos lentos e discretos, tento sair dali o mais rápido possível.

Uma ação inútil da minha parte? Sim, mas eu não estava com alguma disposição para falar com uma pessoas desconhecida que finge de importar com os meus problemas.

Quando não consigo ver mais o meu pai, acelero os passos e viro numa curva, dando entrada ao centro da cidade que estava iluminado e cheio de pessoas por conta de ser dezembro e do natal estar se aproximando.


O vento gelado do inverno batia na minha cara suavemente, a neve branquinha se fazia presente na maior parte do chão e era possível ver várias crianças construindo um boneco de neve. Como eu tenho saudades de ser criança, quando apenas as brigas infantis eras os nossos problemas. 

Coloca minhas mãos nos bolsos do moletom e procuro pela minha carteira. Não comi nada desde que acordei e agora, de acordo com o grande relógio do centro da cidade, eram quatro da tarde.

Duas notas de dez reais e algumas pequenas moedas foram as únicas coisas que encontrei, teria que servir para alguma coisa. Por mais que o dinheiro seja pouco, ele é o único que me alimenta, já que nem o meu próprio pai me dá dinheiro para eu comer algo na escola ou quando saio de casa. Trabalho em apenas uma padaria ao domingos já que apenas o gerente me contratou porque eu realmente estava desesperada de dinheiro, mas é algo me distrai de coisas que rodeiam a minha mente a maior parte do tempo.

Suspiro, fazendo uma leve careta quando meu estômago grunhe. Ando mais um pouco e logo encontro um Starbucks, lambendo meus lábios quando olho para a vitrine e vejo um monte de guloseimas á espera para serem comidas.

Abro a porta do estabelecimento e alguns olhares se direcionaram para mim assim que entro, calculo que seja por conta do sininho que toca quando alguém abre a porta.

Sorrio ternamente quando absorvo o calor do ambiente e ando até á fila para pedir o meu pedido. Os meus pensamento voam longe e logo penso em Charli. O que ela estaria fazendo agora? Com quem ela estaria? Eram perguntas que sempre rodeavam meus pensamentos, era uma droga ter um relacionamento á distância.

━━━ Menina? ━━━ Oiço alguma me chamar e ergo o olhar até à garçonete.

━━━ Oh, desculpe. ━━━ Sorriu envergonhada por estar com a cabeça noutro lugar.

━━━ Sem problema, o que vai querer? ━━━ Ela sorri e se prepara para escrever o pedido no bloquinho de notas.

━━━ Era um chocolate quente e um queque de chocolate, por favor. ━━━ Peço educadamente.

━━━ O seu nome? ━━━ A garçonete pergunta para apontar o nome no copo, típico do Starbucks.

━━━ Nessa. ━━━ Respondi, esperando para pagar.

Ao que tudo está resolvido, pago dez reais certinhos pelo meu pedido e sigo até uma das mesas perto da janela esperando pela minha comida.

Pego em meu celular e hesitantemente, o desbloqueio e abro as mensagens com Charli. Provavelmente lá em Portugal era de noite. Mando lhe uma mensagem, desejando-lhe uma boa noite e perguntando como ela está.

Suspiro, era sábado e mesmo assim o centro da cidade está cheio. As pessoas que percorriam a praça estavam cheias de sacos em volta das duas mãos e algumas crianças corriam atrás uma das outras.

Guardo o celular, esperando por alguma mensagem e em torno de cinco minutos, o meu pedido chega. Agradeço à garçonete com um sorriso e como meu pequeno lanche, tentando me satisfazer com pouco.

Provavelmente hoje á noite eu não iria voltar para casa. Isso era óbvio. Não estava com condições para apanhar do meu pai, ainda tinha alguns machucados recentes. Pensei em ligar para Mads, esperando que ela pudesse me deixar ficar em sua casa, mas provavelmente ela estaria passando tempo com a sua namorada e eu não queria estragar um dos poucos momentos que elas passavam juntas.

Era isso, eu estava sem saída. Eu não tinha para onde ir.

Acabo meu lanche e saio da pequena loja de Starbucks. Nenhuma mensagem de Charli tinha sido mandada até agora. Suspiro derrotada.

Me encolho no meu moletom e tento aquecer as minhas mãos esfregando-as juntas, não resultou. Ando por volta de quase uma hora pela cidade toda, não me esquecendo de onde passei para não acabar me perdendo. Eventualmente encontro um banco no meio da praça e sem pensar muito, logo me instalo lá.

Ao longo dos minutos que passo sentada no banco levando com o vento frio no rosto, as ruas vão ficando vazias e o som que agora se podia ouvir era apenas das árvores batendo uma nas outras.

Me deito então no banco e me encolho o máximo possível, tendo o telefone a meu peito, sabendo que o mesmo irá me fazer acordar se eu acabar dormindo e Charli me mandar mensagem.

Por mais que ainda estivesse finalizando aqui a tarde, provavelmente lá já era hora de jantar. Muitas vezes o fuso horário atrapalhava a gente no modo de comunicação e por mais que fosse dolorido, eu sabia que quando acordasse teria uma mensagem de 'bom dia' em meu celular.

A rua estava silenciosa e aos poucos meus olhos começaram a pesar. Eu queria ficar acordada para ver se ainda conseguia alguma mensagem de D'amelio mas minhas expectativas estavam baixas.

Deixei então os pensamentos para trás e me fiz livre ao sono, dormindo por algumas e só acordando seis horas depois.


-

Ainda estava frio quando acordei. Arrisco dizer que estava ainda mais frio que ontem de noite. As ruas ainda estavam silenciosas, tendo apenas algumas pessoas andando ou correndo com os fones nos ouvido.

Me espreguiço e faço questão de me sentar no banco, resmungando para mim mesma quando minhas costas doem por conta da posição que dormi.

Demoro mais alguns segundos para despertar e quando me lembro de tudo o que aconteceu ontem, procuro logo pelo meu celular.

Sorriu involuntariamente quando vejo três notificações e Charli, e sem esperar muito, desbloqueio o celular.

"Oi amor! Me desculpa a demora :("

"Estava dormindo e acabei esquecendo ver suas mensagens"

"Eu estou bem, e você?"

Suspiro e logo respondo com um 'bom dia', dizendo que estou bem e mentindo dizer que estava lendo algum livro.

Eu não gostava de mentir para Charli, mas às vezes era inevitável. Eu não queria que ela se preocupasse comigo ou perdesse o seu tempo tentando solucionar os meus problemas. Eu tinha que os resolver sozinha, para além do mais, ela não poderia nem os resolver.

Me levanto ainda com alguma preguiça do banco da praça e bocejo me espreguiçando mais uma vez.

Ainda não era totalmente de manhã e confirmei a minha resposta quando vi que ainda era apenas cinco da manhã.

Arrumo minhas roupas antes de voltar a andar pela cidade descontraída. Era estranho ver as ruas num total de silêncio mas era bastante agradável, porque eu sabia que em poucos horas, as ruas ficariam de novo cheias e barulhentas.

Ando por volta de dez minutos, sem realmente ter um rumo para ir, e quando paro em frente a uma livraria que nunca tinha visto antes, meus olhos brilham.

Uma das coisas que eu mais gostava de fazer para fugir dos meu problemas era ler. Eu entrava na personagem e esquecia tudo ao meu redor. Eu ficava horas e horas lendo, não tento noção do tempo, muitas vezes faltava à escola apenas para poder ler em algum jardim durante o dia.

Faz quase duas semanas desde que eu acabei o último livro que eu tinha lá em casa que eu não tinha lido. Se eu tivesse um pouco mais de estabilidade financeira, eu talvez tivesse dezenas de livros espalhados no meu quarto para ler, mas o pouco dinheiro que eu arranjava no meu emprego servia para me manter viva.

Abro então a porta da livraria um pequeno sino que estava em pendurado da mesma faz barulho anunciando a minha presença.

Como já era de esperado, ninguém estava na loja, apenas uma senhora que aparentava ter vinte anos e estava tomando um café enquanto teclava no computador.

Assim que ela coloca os olhos em mim, dá um pequeno sorriso e me cumprimenta com um 'bom dia'. Aceno a cabeça em resposta e logo começo a andar pela livraria, vendo detalhadamente cada livro.

O cheiro dos livros já se fazia presente nas minhas narinas e involuntariamente, os livros velhos tinham um odor mais forte. Particularmente, prefiro o cheiro dos livros velhos porque me transmitia sensação de pertença e de conforto, causando uma pequena felicidade no meu interior.

Os livros velhos que habitavam aquela livraria, como dizia no cartaz exposto, eras livros que as pessoas podiam pegar por um tempo e depois devolviam. Eu fazia bastante isso quando não tinha dinheiro para pagar um livro novo e então apenas pagava uma percentagem mais pequena para os livros velhos.


Antes de me puder iludir com a história de cada livro, vasculho os meus bolsos, tentando encontrar dinheiro suficiente e acabo por encontrar vinte e cinco reais. Fiquei surpreendida mas feliz ao mesmo tempo por saber que teria oportunidade de levar um livro que gostasse. Também me pergunto o porque de só ter achado esse dinheiro agora sendo que ontem eu tinha apenas quase quinze reais em meu bolso.

Passei uns bons dez minutos vendo cada livro que me agradava e pensando em qual iria levar. Tinha dois livros na mão quando parei de procurar mas eu sabia que só podia levar um deles. Antes de ver o preço, prometi a mim mesma que iria levar o mais barato, mas minhas expectativas foram a baixo quando vi que os dois livros custavam o mesmo, vinte reais.

A decisão foi difícil mas finalmente consegui decidir me. Acabei levando o livro que falava sobre uma garota que não via o sentindo de viver e não entendia o por que de não ter tido escolha quando foi colocada no mundo. Pelo que eu entendi, o livro vai demostrar o percurso que a pequena garota percorreu para tentar achar o sentindo da vida, tendo apenas a sua companhia e a do seu cão, Pretzel, para descobrir os reais segredos da vida.

Fiz minha compra rapidamente e sai da livraria com um saco na mão. Ao olhar para as ruas, vejo que já tinha mais pessoas andando e entrando em ônibus, então pego meu celular e volto a ver as horas.

Eram 6:50 da manhã. Eu teria que ser rápida para chegar em casa e poder me trancar no quarto antes que meu pai me encontre e talvez me bata por ter fugido dele.

Não é a primeira vez que isto acontece.

Dou de ombros e corro uma pequena corridinha até ao ônibus que quase se fechava mas foi impedido por um homem. Agradeci ao senhor e me dirigi para os brancos de fundo do ônibus, assistindo o céu cinzento enquanto esperava para que chegasse a casa.

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