𝗗𝗲𝘀𝗰𝗼𝗻𝗵𝗲𝗰𝗶𝗱𝗼
Acordou, respirando fundo ao sentar-se. Olhou ao redor, com o coração a mil. Percebeu que estava em um local pouco abafado, com paredes de pedras e com uma craft table perto da porta.
Ela suavizou o olhar, respirando fundo mais duas vezes antes de levantar-se. Olhou para os lados e foi em direção a porta, abrindo e fechando-a ao passar.
Olhou ao redor, percebendo algo. Ela estava em um tipo de casa do estilo caverna, pequena, mas aconchegante. O lugar era decorado com um há dois baús, um balcão de pedra e duas fornalhas e uma lareira de pedra, com fogo aceso e com grande parte da madeira sendo queimada pelas chamas. As paredes tinham pedras, sendo elas das cores azuis claras e grande parte amareladas. O local era bonito na sua opinião. Arrumado e aconchegante, dois tópicos que a deixavam à vontade. Ela andou até a lareira, ficando de frente dela para poder esquentar-se.
— Vejo que acordou, e bem, julgo eu.
Uma voz grossa e profunda apareceu logo atrás de si, assustando-a, que virou-se rapidamente, retirando do seu vácuo das sombras a sua espada em uma velocidade surpreendente, mirando a ponta da arma no pescoço do indivíduo, que impediu o ataque com facilidade com a ajuda de seu cetro.
Ambos em silêncio, criando uma atmosfera tensa. A bruxa percebeu que a lança era feita de diamante, com formato estranho, mas perigoso.
— Eu acho que acabei te assustando, peço desculpas. Eu sou Aegus do clã Nestoris. Mas eu sou conhecido como Mestre Aegus.
Ele curvou sua cabeça para baixo, apresentando-se de maneira respeitosa, de forma que parecia natural para ele. Ao perceber que o ser não representava um perigo atual, abaixou sua arma, mesmo estando desconfiada.
— ... Você é um Ardoni. Onde eu estou?
Falou pela primeira vez e, depois de dar uma pausa, olhou novamente para os lados, movendo sua cabeça no processo, tentando descobrir onde o seu círculo mágico havia a levado, com a ideia de achar alguma pista que denunciava onde estava.
— No momento, você se encontra em minha casa. Mas, tecnicamente, em Nestoria.
Respondeu o Ardoniano Nestoris, cruzando as braços logo depois de deixar sua arma nas costas, com sua face gentil estampada no rosto e no sorriso.
A bruxa olhou para onde devia ser a saída, para depois andar até lá e parar quando chegou, olhando com atenção para todos os lugares, enquanto guardava a sua arma em seu vácuo das sombras.
As pequenas ilhas flutuavam no alto, Ardonianos da mesma coloração que o Mestre Nestoris andavam logo à frente, com sorrisos nos rostos e conversando entre si. O local tinha algumas árvores, então o lugar tinha bastante sombra.
O Ardoniano se pôs a estar ao seu lado, observando os outros juntos a ela. Depois de trinta segundos de silêncio, Agnus voltou a falar.
— Eu ouvi rumores sobre você. Uma jovem bruxa que possui uma habilidade peculiar de se teleportar. O único ser que conseguiu tal feito foi Herobrine.
Ela abaixou a cabeça e levantou mais de duas vezes, concordando. Depois de mais alguns oito segundos de silêncio, Agnus voltou a puxar assunto.
— Você é realmente conhecida. Uma bruxa talentosa. Geralmente as bruxas têm um limite de idade para ter pelo menos a genialidade que você tem.
Ela resmungou um "uhm" esbanjando desinteresse.
O Nestoris, Aegus, olhou para ela levemente confuso pela demonstração de falta de interesse pela conversa.
— Se quer saber, não estou muito surpreso que esteja tão confortável comigo. Suas habilidades conseguem distinguir quem é amigo ou inimigo?
Ela suspirou, e então disse um "não", baixo e sereno.
Lara, era alma solitária que trilhou a maior parte de sua jornada em silêncio, encontrava conforto na solidão. Ela se refugiava nos cantos tranquilos de sua mente, onde as palavras não eram necessárias e os pensamentos fluíam como rios serenos.
A vida de Lara era uma dança delicada entre o desejo de conexão e o medo da exposição. Ela ansiava por compartilhar seus pensamentos, mergulhar em conversas profundas e descobrir os segredos do mundo. No entanto, quando as oportunidades surgiam, ela se via hesitante, como um pássaro relutante a sair de seu ninho seguro.
As palavras pareciam estranhas em sua boca, como se tivessem sido esquecidas em algum canto empoeirado de sua mente. Ela tentava, oh, como tentava! Mas o emaranhado de ansiedade e insegurança a impedia de expressar o que realmente sentia. Os olhos de Lara brilhavam com paixão por assuntos que a interessavam profundamente, mas sua língua permanecia amarrada, incapaz de traduzir essas emoções em palavras.
Era como se Lara fosse uma observadora silenciosa em um mundo barulhento. Ela assistia às conversas alheias, admirando a fluidez com que os outros se comunicavam. Mas quando chegava sua vez de falar, as palavras se escondiam, envergonhadas, atrás de sua língua.
Às vezes, Lara se perguntava se havia algo de errado com ela. Por que era tão difícil para ela expressar o que sentia? Por que as palavras pareciam tão pesadas e assustadoras? Ela se sentia como uma estrangeira em sua própria língua, uma viajante perdida em um território desconhecido.
Mas, apesar de tudo, Lara não desistia. Ela lia livros, estudava os movimentos das pessoas, praticava diálogos em sua mente. Ela queria se libertar dessa prisão de silêncio, queria dançar com as palavras como se fossem notas musicais. Mas, era tão complicado!
Ela ouviu o Ardoniano tossir, como se estivesse forçando a sua própria garganta a fazer tal barulho.
— Bom, no meu parecer, creio que terá complicações em voltar pra casa.
A bruxa o olhou, de sombrancelhas levantadas e expressão inteiramente confusa.
— O seu, hm! Artefato... Quebrou quando um dos meus jovens o encontrou.
Retirou o objeto de seu inventário, entregando-o nas mãos da sua dona, que olhava para ele com surpresa, sentindo-se levemente enraivecida pela falha do seu dispositivo.
Ele nunca demonstrava sinais de complicações, pelo menos no início obviamente teria alguma complicação, mas, depois de tantos testes e falhas, ela finalmente havia deixado ele em perfeito estado, para que não houvesse acidentes como esse. Se ela soubesse que isso aconteceria, teria se aprofundado mais em seus seus feitiços de teletransporte.
— Se me permite convidá-la, senhorita bruxa, pode se acomodar em minha casa para descansar por quanto tempo desejar.
— ...Você, hã... Não se importa?
Ele alargou seu sorriso, balançando sua cabeça de maneira leve para os lados, negando.
— Não me importo, na verdade, seria um prazer. Não é qualquer um que recebe uma visita de uma bruxa altamente conhecida.
— São... Só rumores distorcidos.
Disse Lara, desconte e um pouco envergonhada.
— Alguns rumores são como folhas ao vento: algumas se desfazem, mas outras carregam a semente da verdade.
Ela suspirou profundamente, cruzando seus braços quadriculados, movendo seu corpo para o lado, voltando a observar a movimentação alheia.
— Gostaria de saber se existe alguma... Informação, sobre onde exatamente esse lugar fica no mapa.
— No oeste, estamos perto do mar.
Lara olhou para a sua esquerda, para logo depois fixar seu olhar no céu naquela mesma direção.
— Entendo. Seria muito ousado da minha parte pedir um favor, senhor Eegus?
Ele negou com a cabeça, mesmo sabendo que ela não estivesse prestando atenção em si.
— Dependendo do favor, ficarei feliz em conceder.
— ... Eu poderia ficar aqui? Sabe, ficar o tempo todo em minha casa pode ser... Exaustivo.
Ele riu, chamando a atenção da bruxa, que o olhava como se estivesse julgando-o. E ela realmente estava.
— Está precisando de férias, então? Contanto que me ajude em alguns favores, ficarei mais que feliz em permiti-la ficar em minha casa.
Ela permitiu-se sorrir, aliviada.
Lara era solitária, encontrava satisfação em sua própria companhia. Em anos e anos, ela continuou a conviver consigo mesma, sem sentir a necessidade de tirar férias ou se afastar de sua casa. A rotina tranquila e introspectiva era sua escolha, e ela se sentia completa em sua solidão.
No entanto, algo mudou, uma oportunidade inesperada bateu à sua porta. Quase de forma insistente, como se o destino estivesse lhe chamando. Lara decidiu que era hora de merecidas férias. Ela não sabia exatamente o motivo, mas sentiu que era o momento certo para se aventurar além dos limites de sua casa.
— Eu agradeço pela gentileza, senhor Aegus.
Curvou sua cabeça na direção para o mais velho.
— Por favor, me chame de Aegus quando estivermos só nós dois. Tratamentos formais podem voltar quando estivermos com muitas pessoas ouvindo.
Ela o olhou com sua expressão ligeiramente confusa, já que geralmente tratamentos mais que formais é natural para demonstrar agradecimento, saudar e entre outros. Mas, ao ver que seu pedido havia sido sincero, concordou.
— Se é o que deseja. Espero contar com você, Aegus.
Eles apertaram as mãos, finalizando sua promessa de maneira silênciosa.
...
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