▍ TWELVE
O BAILE DA PRIMAVERA
QUANDO ANY E JOSH DESCERAM EM FRENTE AO local do baile, as luzes em neon da pista de dança os atingiram imediatamente. O corsage dado por Josh havia sido colocado pelo mesmo no pulso da morena e tudo parecia perfeito. Ela estava encantadoramente irresistível.
— Eu acho que isso é um sonho. — ele admitiu, enquanto a observava.
— Por que? Parece real pra mim... — ela paralisou, tocando em seu peito, havia um lencinho branco charmoso dentro do terno.
— Seja o que for. Contanto que você esteja aqui. — declarou.
Os olhares se atiçando sob a luz do candelabro central, o corpo de Any se aproximou do seu, sorrateiro, os sorrisos em harmonia e as respirações descompassadas. Até que passos foram ouvidos, e a música imaginária tocando em suas cabeças, foi imediatamente interrompida por uma voz mais fina:
— ANY!! ANY! Oi! — a morena olhou para o lado. Vendo Savannah dentro de um lindo vestido verde esmeralda, com a expressão atonita — Ah, oi Josh! — voltou seu olhar com certa indiferença ao garoto. E continuou, desesperada — Any! Você viu?
— Vi o quê? — acrescentou.
Seu semblante terno foi aos poucos, se convertendo em confusão.
— A Sabina... — suspirou — Ela e o Noah...
— O que?! — o espanto entalou na garganta.
Então caminhando alguns passos a frente e se infiltrando na multidão, ela espreitou o casal mais próximo ao palco com uma banda ao vivo. Eram eles, Sabina estava deslumbrante em um vestido salmão e Noah a segurava entre seus braços. Any mal podia crer naquilo.
— Parece até que ela brigou com você só pra vir ao baile com ele... — Clarke ressaltou.
Mesmo que Josh estivesse agora segurando sua mão, ela sentiu seu mundo desabar. Rápido, num efeito que provocou enjoo em seu estômago. Ela soltou de seus dedos, correndo para varanda, onde quase ninguém estava. Josh achou melhor segui-la.
— Você tá bem? — foi a única pergunta que conseguiu fazer quando a alcançou.
Mas a vendo tão tristonha, sentada sobre o cercado da varanda, com as pernas cruzadas. Um sentimento maior de angústia perturbou seu cérebro tão intelectual.
— Você ainda gosta dele? — e sentou-se ao seu lado, preocupado.
— Não. Não é isso. — respondeu com sinceridade — E eu não posso julgar a Sabina, porque eu terminei com ele. Mas ela ter acabado com a nossa amizade, pra suspostamente vir ao baile com o Noah. Nossa, isso tá me machucando muito!
Any precisou ser forte para esconder as lágrimas. Era difícil pensar que a amizade delas havia acabado assim.
— Eu espero que tudo fique bem entre vocês. — desejou com imenso gelo, segurando sua mão mais uma vez e, depositando um beijo singelo contra sua testa.
— E agora para hora da valsa senhoras e senhores, um breve incentivo do Sr. Morris... — ouviram alguém no palanque chamar, o zumbido do microfone ficou no ar, repetindo na mente de todos.
Ambos entraram quando uma salva de palmas dos estudantes ecoou pelo hall. Eles ficaram no canto, observando em silêncio, esperando o tio do Lamar entrar.
Mas não foi o que aconteceu.
A vidraça atrás do palco explodiu quando uma sombra a acertou ao meio, os cacos voaram para todos os lados e o corpo cambaleando no solo, logo se ergueu num impulso. Todos abriram os lábios espantados. Era o abutre! Beauchamp mordeu as bochechas, ansioso. "Ah, se Any desconfiasse..." pensou.
— Vocês estavam esperando o Sr. Morris? Porque ele não vai participar desse showzinho! — exclamou — Ele está preso na torre do relógio! Então Homem-Aranha, apareça! Ou duas pessoas irão morrer essa noite!... — afirmou, tomando uma das professoras que assistia o espetáculo entre seus braços. A.G quase gritou ao ver que era sua professora favorita. A substituta Heyoon Jeong, todos ao redor também berraram em pavor — Você perdeu! — e abriu as asas de seu traje, aparentemente reconstruído.
Voando para fora do lugar com a vítima, pelo espaço vago, numa habilidade inegável.
— A.G, eu tenho que ir!... — Josh rapidamente a noticiou.
— O quê? Por que? A onde você vai? — a voz trêmula de Gabrielly ainda era característica.
— É rápido, eu prometo! — ele beijou a ponta de seus dedos e então a soltou, deixando A.G sozinha no meio da multidão.
Mas Josh sabia que era em prol de um bem maior.
— Ele te deixou na mão de novo? — uma segunda voz masculina se aproximou.
Ela não precisava nem olhar nos olhos para saber que era Noah Urrea. Mas ainda assim, ficou curiosa pra saber o que ele estava aprontando quando passou correndo por ela.
— Noah, o que tá fazendo? — Sabina questionou, indo atrás dele.
— Eu vou atrás desse babaca! O homem-aranha não vai ganhar esse crédito sozinho... Quem vem comigo? — ergueu sua voz, então três de seus amigos o responderam com um brado, correndo em sua companhia.
Mas o apoio de Sabina, que tanto esperou encontrar, não recebeu. Ela se negou a ir com ele, foi como se o encatamento que houvesse sentido, se desmanchasse ao vê-lo falar de modo tão fútil.
— Ele sempre foi tão idiota assim? — questionou A.G, com a voz mais calma.
— Por que você fez isso com a gente? — Any não estava zangada. Ela só queria que tudo aquilo terminasse. Todas as mentiras, os conflitos. Afinal de contas, sentia falta da amiga.
— Não sei. Acho que eu tava louca. — murmurou, mordendo os lábios — Pode me perdoar?
Seus olhos grandiosos encontraram os da morena, Gabrielly só conseguiu abrir um terno sorriso, ela percebeu que Hidalgo estava de fato arrependida.
— Eu perdoo. Mas com uma condição, Sabi. A gente nunca mais pode se separar! — e afastou os braços e a latina rapidamente entendeu o recado, se aconchegando no meio deles, abraçando a amiga.
Lá fora, a via do subúrbio de Nova York pelo qual Krystian e Nour se arriscaram, com o carro caro do garoto, notando um trânsito completamente parado, na expectativa falha de chegar com antecedência ao baile, quando começaram a notar uma fina garoa se estendendo pela região.
— Já era! A gente perdeu o baile... — Ardakani suspirou, encarando o relógio de segundo a segundo.
— Pera aí! Santa Madonna! O que é aquilo?! — Krys abriu os lábios, apontando para o ponto na imensidão dos outdoors se movimentando depressa.
— Sai da frente! — anunciava.
Era ele. O Homem-Aranha. Grudando sua teia nas laterais dos prédios e se movendo entre os cartazes. Sua voz craquelada entre um grito e outro que ninguém conseguia ouvir e o vento tentando derrubá-lo. Estava indo de encontro a torre do relógio, na expectativa de salvar sua professora de dança. Quando no caminho teve uma excelente ideia, pegar um atalho, pois se mover naquela chuva toda era desconfortável e, coincidentemente avistou seus melhores amigos discutindo dentro do automóvel na esquina seguinte.
— Ei, me empresta seu carro! — aumentou o tom ao encostar sua cara contra a janela, fazendo os adolescentes gritarem.
— O quê?! Nem morto! — Krystian sabia o quanto seu pai era zeloso com o patrimônio dos Wang.
— Anda logo, Krystian! — puxou a porta do carro, a arrebentando com sua teia — Me empresta a droga do carro!
— Krystian?! Como sabe o nome dele? — Nour ainda boquiaberta se inclinou e Josh congelou dentro do uniforme.
Não podia crer que havia cometido aquele erro.
— Josh! É você? — Wang se impressionou, mas não obteve a resposta que precisava.
Tirando os dois do carro ao empurrar ambos para fora, ele acelerou com sua força máxima por uma rodovia mais calma e bem próxima ao monumento histórico.
"Ops! Saiu sem querer...", pensou com sigo.
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