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Capítulo 02: Dorayaki e Sanduíche

ESTAVA ENTEDIADA.

O tédio nunca foi um amigo próximo de Yoru — pelo contrário, era como um visitante indesejado, sempre deixando-a inquieta. Ela nem sabia exatamente por que ou como ficava assim, mas o simples fato de se sentir incapaz de fazer algo, ou de simplesmente não fazer nada, era uma tortura lenta para o seu ânimo. Trabalhar até tarde, às dez da noite, em hora extra, só intensificava essa sensação.

Encostada no balcão do caixa, Yoru tentava, em vão, encontrar alguma forma de se distrair. Seus olhos vagavam sem foco, acompanhando mecanicamente quem entrava e saía da loja. Havia um padrão curioso que ela não conseguia deixar de notar: algumas pessoas passavam, olhavam as prateleiras e saíam de mãos vazias. Outras compravam algo, mas nunca retornavam. E havia também os fregueses frequentes, aqueles que conheciam até o nome dela, mas que, para Yoru, eram rostos sem história, apenas parte da rotina cansativa.

Era um ciclo, sempre o mesmo, repetitivo e desgastante.

No início, observar as pessoas era um passatempo — buscar pequenos detalhes, imaginar suas vidas. Mas, com o tempo, isso perdeu a graça. Não havia mais curiosidade, nem interesse.

Ainda assim, o tédio a corroía. Tudo parecia enfadonho, como um disco riscado que ela era obrigada a ouvir todos os dias. Não era só a falta do que fazer; era a sensação de que, mesmo quando algo acontecia, não era o suficiente para preencher o vazio.

Mas, mesmo nesse mar de monotonia, havia algo que, às vezes, capturava seu interesse: a vida noturna lá fora, visível através da vitrine da conveniência. O bairro parecia vivo de uma maneira que ela nunca se sentia. As luzes piscantes, os passos apressados, as conversas que se perdiam no vento — tudo parecia contar histórias. Às vezes, era interessante observar o mundo seguir lá fora, especialmente em Shinjuku, tão cheio de movimento. Mas, de que adiantava observar, se ela continuava presa no mesmo lugar? Talvez fosse isso que mais a incomodava: a sensação de que todos tinham um destino, menos ela.

Talvez seu destino fosse ser mãe. A ideia surgiu em sua mente como um golpe seco, e ela apertou os lábios. Mas Yoru não queria ser mãe. Não agora. Não naquele momento em que seus sonhos ainda pareciam tão distantes e ao mesmo tempo tão frágeis. Ela tinha aspirações, desejos que a mantinham de pé, e sabia que uma criança, por mais inocente que fosse, viria como um freio inevitável.

━ Yoru, estou indo. Minha esposa está me esperando. Boa noite para você. Ah, e não esqueça de esperar pelo Ryota, que vai assumir o turno da madrugada ━ seu colega de trabalho, bem mais velho, despediu-se com um sorriso simpático, ao qual Yoru respondeu com um acenar ao observa-lo sair, e enfim, a deixar sozinha ali novamente.

Sem opções do que fazer, Yoru pegou o celular e olhou para a tela, deslizando com os dedos até as mensagens. A última, enviada por ela mesma, ainda estava lá, marcada com o silêncio do destinatário. Era uma pergunta simples sobre o paradeiro de seu namorado, enviada às quatro da tarde. Horas haviam se passado, e nenhuma resposta.

Yoru era o tipo de pessoa que se preocupava. E aquela não era apenas uma mensagem ignorada; era o que ela representava. Ele parecia não notar — ou talvez não se importasse — que havia alguém do outro lado, alguém que dedicava tempo e pensamentos a ele. Era como se ele esquecesse que ela tinha um coração que batia ansioso por qualquer sinal, uma mente que criava cenários por preocupação, e um desejo constante de ser lembrada, de existir para ele.

Por que ele fazia isso? Essa pergunta era frequente em sua mente. Talvez ele realmente se esquecesse dela, ou talvez fosse ela quem esperava demais. Mas, mesmo tentando racionalizar, ela falhava. Então, fitava a tela em silêncio, perguntando-se de novo e de novo: "Por quê?"

━ Deve ter ido ao fliperama com os amigos dele... amigos solteiros ━ Yoru murmurou para si mesma, soltando um suspiro pesado enquanto balançava a cabeça, tentando, sem sucesso, afastar os pensamentos inseguros que a rondavam como um nevoeiro.

Ela sabia que sua mente tinha o hábito cruel de se autosabotar, enredando-a em muitas ideias ruins. "Ele está apenas se divertindo", pensava em um momento, mas, no instante seguinte, outro pensamento tomava forma: "E se ele estiver fazendo algo que eu não gostaria?" Era exaustivo viver nesse constante vai-e-vem entre a razão e a insegurança; ela nunca chegava a lugar nenhum assim.

O pior de tudo era o peso da culpa que vinha junto. Ela se culpava por sentir tanto ciúme, por não conseguir confiar completamente, por não ser aquela namorada que deixava tudo passar sem questionar. Yoru sentia que estava indo mal em algo fundamental: a confiança que deveria depositar nele. Mas como confiar plenamente quando se sentia esquecida, quando mensagens necessárias não eram respondidas e o silêncio parecia mais eloquente do que qualquer explicação?

Ela passou a mão pelos cabelos, tentando se recompor. Talvez fosse coisa da sua cabeça, talvez não. No fundo, só queria que ele a deixasse menos no escuro. Só isso.

Yoru observou a mulher entrar na loja, claramente grávida, acompanhada de um homem que devia ser seu namorado ou marido. Ele parecia atencioso, carregando sacolas e cuidando dela de um jeito admirável. Tão... saudável.

A visão fez algo se revirar dentro de Yoru, uma pontada de desconforto que ela preferia não examinar muito de perto. E, sem querer, sua mente a levou de volta ao teste de gravidez que comprara há quase duas semanas. Continuava intocado, escondido na mochila. Só de pensar nele, já sentia vontade de vomitar.

As semanas ameaçavam passar, e ela vivia como se nada estivesse pendente. O sexo continuava acontecendo, casual e despretensioso, tudo normal, mas nada normal. Benkei parecia alheio à verdade. Ele acreditava, com uma fé ingênua, que Yoru já havia feito o teste e que o resultado fora negativo. Nunca perguntava, nunca pressionava. Parecia confiar nela — ou talvez apenas quisesse evitar o desconforto da possibilidade contrária.

Mas Yoru sabia a verdade: ela era uma covarde. Não havia tocado no teste, não porque estivesse esperando algo em particular, mas porque não sabia o que fazer se o resultado fosse positivo.

Queria ter uma amiga para contar essa situação e ter conselhos, mas sua única amizade era o seu namorado.

Ao notar alguém se aproximando do caixa, Yoru rapidamente abaixou o celular e forçou um semblante de ânimo, preparando-se para atender o próximo cliente.

━ Boa noite, será no cartão? ━ Yoru perguntou no automático, enquanto pegava o pedido do cliente: um dorayaki e um sanduíche de arroz. Que engraçado. Ela já havia visto algo assim há pouco tempo.

Seu olhar, por acaso, deslizou para o braço do homem, onde uma pulseira dourada com um nome gravado chamou sua atenção. Aquela pulseira. A mesma que o rapaz, o que a ajudou a comprar o teste, usava. Aquele mesmo homem que, no dia em que a conheceu, escolheu um dorayaki como "refeição".

A lembrança a atingiu como um raio, e, sem perceber, seus olhos se fixaram nele. E lá estava ele, de novo. Yoru quase quis dizer algo, mas sua voz se perdeu. Algo entre eles parecia diferente. Ele parecia diferente. Parecia como ela estava quando o conheceu: desesperada.

━ Dinheiro ━ ele respondeu à pergunta dela, mantendo os olhos fixos na garota, que apenas engoliu em seco e decidiu desviar o olhar para passar o pedido para ele, uma desculpa para evitar aqueles olhos que pareciam penetrar mais fundo do que ela gostaria. ━ Yoru, eu preciso da sua ajuda.

Rapidamente os olhos dela se ergueram e encontraram os dele.

━ C-como o senhor sabe meu nome? Eu não lembro de ter falado.

━ Ouvi um homem falar, e também está escrito no seu crachá. ━ Yoru ficou sem saber o que dizer, e o único som que conseguiu emitir foi um simples "ah". E, para evitar o silêncio desconfortável ou parecer desinteressada, ela balançou de leve a cabeça, tentando voltar ao profissionalismo.

━ O senhor vai levar ou comer aqui? ━ perguntou, pegando uma sacola na mão.

━ Vou comer aqui. Com você.

━ Mas... ━ tentou interromper, mas ele já tomava o dorayaki de sua mão, deixando o sanduíche para trás. Para ela.

Yoru ficou paralisada por um momento, observando-o perplexa, vendo-o se afastar em direção ao lugar onde haviam comido da última vez.

Com um longo suspiro, Yoru se questionou internamente se deveria ou não ir. Seus olhos varreram o local em busca de possíveis clientes, mas não encontrou ninguém. Provavelmente, Ryota, o colega que a substituiria durante a madrugada, já estava para chegar. Isso significava que, por enquanto, estava sozinha ali com o homem que ainda causava uma estranha sensação nela.

Um leve rubor coloriu as bochechas de Yoru enquanto sua atenção se voltava para o sanduíche tentador à sua frente, o som faminto de seu estômago roncando baixinho. E, não querendo mais adiar o prazer de uma refeição, ela abandonou rapidamente o avental, agarrou o sanduíche com pressa e, sem hesitar, se dirigiu em direção ao homem.

━ Senhor... Estou verdadeiramente grata pelo gesto do sanduíche, é como aquele que comprei da última vez, mas... Como posso ajudá-lo? ━ Yoru estava particularmente curiosa sobre a ajuda que ele dissera precisar, e foi então que ele se abaixou, pegando algo do chão, provavelmente debaixo da mesa.

Quando ele ergueu uma sacola de delivery, Yoru franziu a testa, sem conseguir entender o que aquilo tinha a ver com a ajuda que ele mencionara.

━ Eu lembro que disse que poderia ajudá-lo se precisasse, mas eu já comi...

━ Dentro dessa sacola tem um quilo de cocaína. Preciso que você faça a entrega para uma pessoa com este nome aqui.

Co-ca-í-na. Cocaína.

Yoru ficou congelada, o coração disparado no peito enquanto as palavras dele começavam a fazer bagunça em sua mente. Não, ela devia ter escutado errado. Não podia ser isso. Por que teria cocaína ali? E por que ela, de todas as pessoas, teria que entregar algo assim?

Seus pensamentos se embaralharam, e sua expressão de confusão entregou rapidamente para ele que ela não havia entendido. Percebendo isso, ele deu de ombros e arrastou um papel rasgado, com algo escrito de forma apressada, sobre a mesa, empurrando-o com as pontas dos dedos até ela.

Yoru olhou para o papel, mas não conseguiu mover as mãos para pegá-lo. Seus olhos arregalados estavam fixos nele, naquele homem, buscando algum sinal de que aquilo fosse uma brincadeira absurda.

━ S-senhor... e-eu... ━ Yoru piscou algumas vezes. ━ Eu não sou traficante... e-eu não posso...

━ Eu também não tinha uma namorada grávida.

Foi tudo o que ele disse, mas já foi o suficiente para fazê-la calar a boca e engolir em seco.

━ Eu não sei o endereço... E está tarde...

Eu te levo.

DENTRO DO CARRO de um estranho, com frio, e uma sacola de delivery contendo um quilo de cocaína sob as pernas, com o motor ronronando baixo e as ruas passando como sombras pela janela, Yoru sentia seu coração a mil por hora.

Era cocaína. Droga. Tinha droga ali. Com ela. Se a polícia pegasse, ela seria cúmplice, e nem era só isso: ela não sabia para onde estavam indo, e, na verdade, isso parecia irrelevante. O tempo havia perdido o significado. Minutos ou horas, nada fazia diferença agora. Tudo o que restava era o zumbido da mente dela, e o pânico que ela sentia só de estar ali. Isso era real? Parecia mais com as histórias que ela criava na mente.

Yoru nunca foi boa em lidar com a realidade, sempre vivendo entre devaneios e a aceitação de que o mundo era confuso demais para ser compreendido. Mas, ali, naquele carro, com aquele homem, ela precisava acordar, se beliscar, entender aonde havia se metido e o quanto aquilo era errado. Terrivelmente errado. E, ainda assim, ela escolheu.

Ela havia dito aquelas palavras sem pensar, oferecido sua ajuda sem imaginar as consequências. E agora ele estava cobrando. Mas o que ela podia fazer? Jamais teria imaginado que um homem depressivo estivesse metido com tráfico, e, no dia, ele estava muito arrumado.
Talvez ela estivesse indo para estereótipos demais, mas ainda assim, ela jamais iria imaginar. Nunca na sua vida. Então, não havia espaço para desculpas, para arrependimentos. Só restava seguir.

Respirou fundo, como se isso fosse ajudá-la de alguma forma. Mas não ajudou. O ar que entrou parecia mais pesado do que o que saiu, apertando o peito ainda mais. Yoru tentou não pensar, mas a mente dela insistia em criar situações horríveis. Será que aquele homem queria machucá-la? Era o fim dela? Será que, em breve, seria só mais um corpo sem nome, com uma história triste que ninguém nunca saberia de verdade?

Ela não queria morrer. Não assim.

Encostou a testa contra a janela, os olhos perdidos na escuridão que se estendia do lado de fora, e se pegou, desesperada, desejando que algum deus – qualquer um – estivesse olhando por ela. Mas, ao mesmo tempo, uma voz interior dela se ria. Já não se sentia digna do olhar de nenhum deus. E, se um olhar qualquer se voltasse para ela, tinha a impressão de que ele perderia toda a fé assim que a visse naquela situação e se perguntasse, como ela mesma se perguntava: o que você fez aqui? Não sabia. Não sabia nem como tinha permitido que tudo chegasse a esse ponto.

Movida pelo instinto de tentar se acalmar, desviou os olhos para o homem ao lado. Ele dirigia sem parecer realmente ligar para a situação, só tinha uma mão no volante e a outra estava descansando na janela aberta ao lado dele. Além da expressão ilegível, ela se sentia invisível ali, e ele, diferente de mais cedo, quando ela o havia visto, parecia agora tranquilo. Aquilo também não ajudava.

Sem pensar muito, Yoru deslizou a mão para dentro de sua blusa, procurando o celular no sutiã apertado. Quando a tela se acendeu, iluminando brevemente o espaço apertado, ela viu entre as notificações uma mensagem que chamou sua atenção: era da mãe do seu namorado.

"O Benkei está com você?"

Yoru ficou olhando para a mensagem por longos segundos, as palavras parecendo mais reais do que qualquer coisa naquele carro. Não. Ele não estava com ela. Nem ela estava com ele. Talvez devesse estar. Talvez, se estivesse, as coisas fossem diferentes.

Talvez fosse melhor se tivesse escolhido outro caminho. Mas agora, naquele momento, era tarde demais para qualquer "talvez". Ela dizia muitos "talvez"

━ Como você viu, o papel que te dei tem o nome do cara. Você vai entrar lá e vai entregar a droga para ele. Beleza? ━ dando-a um susto que a fez desligar o telefone, ele finalmente disse algo, quebrando o silêncio torturante e, com certeza, assustador entre eles.

Yoru, embora muito hesitante, apenas concordou com a cabeça com o que ele havia dito. E o silêncio logo surgiu novamente, mas ela não conseguia ficar assim. Precisava falar algo e, com isso, lembrou-se de um detalhe importante: ela não sabia seu nome.

Quem era, afinal, esse rapaz de olhos tão escuros e pele tão pálida?

━ Qual é o seu nome?

Ele não respondeu. Não deu sequer um suspiro. Yoru o observou, esperando, mas ele manteve o olhar fixo na estrada, impassível. O nó na garganta apertou. Sem conseguir segurar, ela abaixou a cabeça e fechou seus olhos com força, tentando impedir que as lágrimas descessem. Mas, mesmo assim, o calor delas se fez inevitável.

Manjiro ━ ele respondeu. Ele realmente respondeu!

Yoru levantou a cabeça imediatamente, curiosa, e um sorriso discreto surgiu em seu rosto enquanto ela limpava o catarro que escorria do nariz com a mão, olhando para ele.

━ Manjiro...? Como Manjiro Nakahama? ━ perguntou, inclinando a cabeça, o sorriso ainda presente. ━ Minha professora de história já falou sobre ele. Disse que foi um dos primeiros japoneses a viver nos Estados Unidos, não no Japão.

━ Professora? Quantos anos você tem? ━ com a pergunta, completamente fora do contexto do que ela havia dito, Yoru desviou o olhar, sentindo um nó se formar em sua garganta. Ela odiava essa parte.

━ Tenho dezessete... ━ respondeu, baixa, insegura e apagada. ━ Mas estarei completando dezoito daqui a quatro semanas e dez dias.

━ Dezessete anos e grávida?

━ Eu... não sei se estou grávida. Ainda não tive coragem para fazer o teste ━ foi tudo o que ela conseguiu dizer antes dele se calar, deixando novamente o silêncio cair, e assim, o tempo se seguir.

Yoru mal percebeu quando Manjiro finalmente estacionou o carro, já sentindo o sono se aproximar, mas se recusando a fechar os olhos. Então, com a visão meio embaçada, ela viu um beco à frente. Era estreito e mal iluminado, com pequenos grupos de pessoas conversando em sussurros. Mais ao fundo, um letreiro de neon rosa, com a silhueta de uma mulher nua, piscava intermitente, anunciando o que parecia ser a entrada de uma festa clandestina.

O coração de Yoru disparou, e um calafrio percorreu seu corpo. Ela engoliu em seco, tentando controlar o nervosismo que começava a transbordar. Inspirou fundo, buscando uma coragem que não sabia se tinha, e se virou para Manjiro. Ele, por sua vez, parecia distraído, interessado até demais em observar as pessoas do lado de fora, ali presentes.

━ Como vou saber quem é esse homem? E se a polícia me abordar? ━ ela perguntou, plenamente consciente de que suas escolhas a haviam colocado em uma situação perigosa. Queria chorar, mas sabia que precisava agir rápido e sair dali.

Não tinha certeza se estava se metendo em uma enrascada, mas ele não havia pego o celular e talvez... Ah, o que ela estava pensando? Estava começando a perder o controle. Tudo ali estava errado e poderia colocar sua vida em risco, com ou sem o celular. Naquele momento, deveria estar em casa, segura, longe das insalubridades da noite, já de banho tomado e, quem sabe, há horas deitada na cama. Mas não, estava ali. Burra. Inútil. Se morresse, sabia que havia cavado sua própria cova.

━ Ele fica por aí, geralmente chapado até a bunda. Cabelo rosa. E quanto à polícia, esquece ━ ele pontuou, simples, mas Yoru franziu o cenho e apertou os punhos, se aproximando mais dele. Manjiro, contudo, não moveu um músculo para afastá-la.

━ Por que não faz você?!

━ Existem homens ruins que querem me matar, Yoru, e eles estão ali. Se não quiser carregar o peso de uma morte na sua consciência, vai fazer isso por mim, hum?

Yoru sentiu um arrepio percorrer todo o seu corpo. Ele falava, contava, perguntava, murmurava — tanto faz. Cada sílaba com uma proximidade tão íntima que a fazia desviar o olhar, engolindo em seco. Mas ele ainda estava ali, perto demais, e ela ainda sentia a respiração áspera dele roçar em seu rosto.

━ E se quiserem me matar no seu lugar? ━ ela perguntou, fechando os olhos, falhando em tentar ignorar a intensidade do olhar dele sobre seu rosto.

━ Eu os mato primeiro.

© Victoria Melim, 2024

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