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synth pop, joe e recado

Charlotte teve uma semana agitada, onde trabalhou muito e passou o tempo livre saindo com os amigos. Eles se encontraram na casa de Max e Bella alguns dias por semana, mas também jantaram no restaurante de Matt.

Como nem tudo era diversão, as manhãs de trabalho iam e vinham. Na manhã de quinta-feira, ela e Martin estavam praticamente dormindo em pé na loja de discos. O movimento era fraco e Charlotte até pensou em encerrar o dia, dizendo a si mesma que ficar ali não adiantaria nada. Ela queria ir embora, sentar na sala de seu flat e assistir algum filme na televisão enquanto tomava uma boa xícara de chá e comia seus biscoitos amanteigados, comprados no dia anterior.

Mas isso não aconteceu, e quando Charlotte ouviu a porta da loja bater no fim daquela manhã, sua atenção caiu completamente. Phil passou por ela e Charlotte imediatamente pensou que ele realmente era um dos caras mais chatos do mundo, indo e vindo. Ela não estava animada para descobrir qual seria a idiotice do dia. Ao entrar, Phil acenou e Charlotte revirou os olhos, sabendo que o último resquício de desejo que ela tinha de ficar ali havia evaporado naquele exato momento.

— Você tem algo como Say Yes Dog? — ele perguntou se aproximando. O mais velho cruzou as mãos sobre o balcão e encarou Charlotte.

— Não — ela respondeu simples — Eu tinha uma ou duas coisas de Synth Pop, mas as pessoas não gostam muito delas. Carl pegou o último vinil de "Wolfgang Amadeus Phoenix" do Phoenix na semana passada.

— Ah, ok... Então, não sei, e coisas como Tame Impala?

— Não, não tenho nada parecido com Tame Impala, Phil — ela revirou os olhos e suspirou pesadamente.

— Ah, certo — ele assentiu e continuou — E quanto a Pretty Lights?

Charlotte olhou nos olhos dele, tentando entender por que era tão difícil para o homem absorver aquela informação. Pretty Lights era Synth Pop, e ela não tinha nada parecido, pelo menos não mais.

Ao avistar Martin, que vinha da sala dos fundos onde ficava o escritório, Charlotte o chamou com um aceno de mão e apontou para Phil.

—Martin! — a voz dela aumentou — Seu cliente está aqui – ela não deu espaço para que Martin pudesse reclamar, porque se afastou do balcão e se dirigiu para a frente da loja. Martin se inclinou para falar com Phil, perguntando como poderia ajudá-lo.

Tudo o que Phil queria era um CD ou vinil de um cantor ou banda de Synth Pop. Pelo menos hoje ele está disposto a pagar, pensou Charlotte.

Olhando para o movimento do lado de fora, a garota percebeu o quão agitada a Brick Lane estava. As pessoas iam e vinham, mas não foram elas que chamaram a atenção de Charlotte. O olhar da garota caiu um pouco ao ver um clássico ônibus vermelho de dois andares passando pela rua. Na lateral do ônibus havia um anúncio, e não era um anúncio qualquer. Taylor estava com roupas quentes, seus cabelos loiros presos sob uma boina vermelha, em uma paisagem com fundo outonal, na lateral estava escrito "RED (Taylor's Version)" e mais informações que indicavam plataformas de reprodução.

Charlotte não queria, mas também não conseguiu evitar, suspirando profundamente e pensando que desde a última semana ela não parava de pensar naquela única lembrança, voltando a ela milhares de vezes. Ela também achava que Taylor nem deveria se lembrar dela, e foi exatamente isso que manteve Charlotte longe de qualquer pesquisa online sobre a garota americana. Ela não procurou notícias de Taylor, para saber o que ela estava fazendo e como estava porque, honestamente, estava apenas tentando seguir com sua vida.

*

Taylor passou as mãos pelos cabelos de Joe enquanto ele se inclinava naquela manhã para beijá-la. Os dois estavam em sua nova casa, a mobília ainda desajeitada, mas parecendo um pouco mais familiar. O cabelo de Joe estava comprido, a tal ponto que, quando passava as mãos por ele, Taylor conseguia senti-lo com cuidado. Ela gostava disso.

O inglês sentou-se ao lado da namorada, em frente ao balcão da cozinha. O café na prensa francesa já estava feito e ainda quente, mas também havia chá e a caixa aberta de leite ao lado. O segurança de Taylor tinha saído para comprar croissants, biscoitos e rolinhos de canela, e tudo isso estava lá, assim como uma baguete e muitos outros completos com tudo, desde queijo até omelete e salada. Joe tinha um compromisso em algumas horas e, honestamente, pensou em como não queria comer muito, porque tinha o almoço. Então serviu-se de café e pegou um croissant.

— Vamos jantar fora hoje? —Taylor queria saber. Ela e Joe haviam concordado nisso, mas sem tantos detalhes.

Na manhã anterior, ele havia falado sobre como tinha visto esse novo restaurante não muito longe de casa, e parecia uma boa aposta. Taylor se animou para um momento entre eles.

— Na verdade... — ele pigarreou e tomou um gole de café, tentando não parecer idiota quando falasse o que tanto precisava dizer — Vou passar isso adiante, amor. Meu agente marcou um jantar para eu conhecer Aneil Karia. Você sabe, ele está adaptando Hamlet para uma história ambientada nos tempos modernos e disse que quer que eu seja Laertes. Enviei uma fita de teste e Aneil disse que quer falar comigo, só para ter certeza de que soa bem o papel e a minha entrega. É trabalho, então não posso desmarcar.

— Ok. Eu entendo — disse Taylor.

Joe sabia que ela estava sendo sincera, porque entendia mesmo, mas ele também sabia que a felicidade era bem longe do sentimento na situação. Taylor ansiava por esses momentos mais calmos e simples, porque com as coisas voltando ao normal, tanto ela quanto Joe estavam sempre ocupados. Enquanto Joe parecia cada dia mais ansioso para seus encontros de trabalho, Taylor não estava tão animada. Mas ela também sentia que não poderia se irritar pela situação. Ele estava caminhando para estar onde queria, e tudo que ela poderia fazer era apoiar.

2020, especialmente, foi um ano bem ruim. Ele perdeu alguns papéis por conta da pandemia e, dois anos antes disso, perdeu o papel de Theodore Decker, em "O Pintassilgo" para Ansel Elgort, quando, sem tantas explicações, John Crowley o tirou da produção. Joe se irritou e precisou respirar fundo para conseguir se reencontrar. No fim, em meio à pandemia, escrever com Taylor tinha o ajudado a recuperar parte da vontade em fazer o que tinha escolhido como profissão. Mas, por aquele tempo, a escrita também evidenciou os problemas nessa relação que eles tinham construído.

Sobre isso Joe evitou pensar. Em músicas como Peace, Tolerate It, ou mesmo Hoax, ele sabia que por mais que Taylor estivesse sempre dizendo que não estava cantando sobre si, ou sobre eles, ela estava fazendo exatamente isso. O que ele poderia fazer? Ele pensou que dava o conseguia, bem como o que podia, e nunca menos do que isso. Taylor carregava seu critério, e ela era sempre muito extrovertida sobre tudo. Joe era o oposto. Ele gostava do trabalho e odiava tudo o que vinha com a exposição. Ele mal usava o celular para acessar redes sociais, e todas as fotos que tirava permaneciam guardadas como um segredo. Ele ainda caminhava por Londres como um cara normal e pegava o metrô sempre que precisava ir de um lugar a outro. A vida dele caminhava de maneira comum e não, ele não estava disposto a abrir mão disso.

Taylor tinha entendido, e entendeu a muito tempo atrás.

— Mas, me diga... — Joe chamou a atenção da mais velha, que o olhou com os olhos tão azuis naquela manhã que mesmo para ele parecia difícil não parar por um momento e apenas a observar. Ela era realmente a mulher mais linda que ele já tinha visto na vida. A opinião era de alguns anos atrás, de quando se conheceram, mas ele ainda pensava sobre isso — Você disse ontem que voltaria em Shoreditch. É por conta da inauguração da nova loja da The Row?

— É, eu pensei nisso — Taylor falou, e tinha feito uma breve menção sobre. Pensar em voltar a Shoreditch tinha sido uma ideia boba, e ela soube de imediato, tanto que havia deixado isso de lado. Mas agora estava voltando a pensar sobre.

Na noite anterior tinha se deitado na cama, esperando Joe chegar da casa dos pais, e então jogou o nome "Charlotte" no Google junto ao nome da loja de discos dela. Eram as únicas informações que Taylor tinha e, por alguma sorte, foi o bastante. Ela achou Charlotte e suas redes sociais e viu cada pequeno detalhe sobre sua vida, ou pelo menos o que ela tinha escolhido compartilhar.

A inglesa tinha muitos amigos e parecia animada sobre absolutamente tudo. Ela era realmente apaixonada por música, porque conhecia cada mínimo disco da própria loja, mostrando isso no Instagram do lugar e também compartilhando parte do próprio gosto em seu perfil no Spotify, que estava anexado em um link em seu Instagram pessoal. Charlotte tinha uma única música de Taylor em suas playlists e era o cover de "Last Christmas". Taylor sorriu um pouco com isso, porque a playlist era uma seleção de clássicos de natal, e ainda assim Charlotte, aparentemente, havia optado pela versão dela a versão original do "Wham!". Apesar da boa surpresa, o momento precisou ficar para trás, porque a vida de Taylor estava distante. Quando Joe entrou pela porta naquela noite, ela se lembrou bem disso, e também se sentiu um pouco mal consigo mesma.

Tinha beijado uma garota, enquanto mantinha um relacionamento que, por sinal, logo completaria seis anos. Taylor não diria que era um exemplo, nunca. Ela tinha mais erros na própria vida do que poderia contar nos dedos, mas sempre tentava seu melhor.

O melhor dela às vezes não era o suficiente, só que dessa vez nem mesmo era sobre isso. Ela errou fazendo o que queria, mas sabia que não deveria fazer. Depois que chegou de Brick Lane até cogitou contar para Joe sobre o que tinha acontecido, mas ele a olhou naquela noite e ela desistiu de imediato.

Em um ponto ela queria muito ver Charlotte outra vez, mas também não queria ter a chance de fazer outra besteira.

Joe não merecia isso, e Taylor sabia melhor.

*

Na sexta-feira, Charlotte chegou em casa cedo por motivos extremamente sérios de "não tinha realmente nada para se fazer na loja de discos". O movimento caiu durante a tarde e ela não queria ficar por ali, sozinha, enquanto encarava a parede e escutava pela milésima vez o "The Second Album" do The Spencer Davis Group. Então fechou tudo e caminhou de volta para casa.

Spike estava no flat quando ela chegou, no terraço. Foi por essa razão que Charlotte pegou sua xícara de chá junto das contas que haviam chegado e subiu os lances de escadas até se encontrar com o irlandês. Ela se sentou no estofado que tinha logo ali no canto, olhando para a cidade, com o céu aberto e o sol acolhedor, e deixou as contas e o chá na mesa de centro. Charlotte sorveu parte do chá de hortelã antes de pegar as contas. Spike, há alguns metros longe dela, estava apoiado na mureta, nos limites. Ele usava um óculos de mergulho, junto de uma roupa para o mesmo fim. Charlotte revirou os olhos, sem ânimo algum para tentar descobrir por qual razão o garoto estava usando aquilo.

— Ei, tem algo errado com esses óculos —Spike falou, e foi difícil para Charlotte não o encarar e juntar as sobrancelhas, um pouco confusa.

— Esses óculos são meus?

— Sim — ele respondeu — Eu os peguei na gaveta do escritório.

— Bem, então não tem nada de errado com eles — Charlotte disse — Eles são assim porque tem grau nas lentes, desse jeito eu posso ver todos os peixes de maneira nítida quando vou mergulhar.

— Claro — ele concordou. Charlotte sempre se dividia entre as lentes de contato e os óculos de armação fina, e isso Spike sabia. Ela não enxergava muito bem de longe, e sempre preferia os óculos às lentes, dizendo que era menos incômodo— Você deveria ter mais dessas coisas.

— É, eu deveria — ela falou, dando de ombros, e então, como um anúncio, pareceu se lembrar de algo — Ei, alguma mensagem no telefone fixo?

— Sim, eu anotei duas delas — Spike foi rápido em responder.

— Duas? — Charlotte achou estranho. As pessoas tinham celulares, obviamente, e elas os usavam para tudo. Charlotte fazia isso também, mas em questões de trabalho, todas as ligações eram para o fixo. Questões de família também. Os pais de Charlotte ligavam para ela apenas usando o telefone fixo — Só isso?

— Você quer que eu anote todas as suas mensagens? — o garoto perguntou de maneira honesta, e Charlotte mal entendeu. Ela queria dizer que sim, que era claro que ele deveria anotar todas as mensagens. Ela tinha pedido isso meses antes — As pessoas não te ligam no celular?

A inglesa fechou seus olhos por alguns segundos, tentando manter a paciência intacta, coisa que era extremamente difícil tendo Spike como colega de apartamento. Três anos e ainda não era tudo o que sabia sobre Spike. Ele sempre encontrava um jeito de surpreender - às vezes de maneiras completamente erradas.

— Ok, quem eram as pessoas que ligaram e você não anotou o recado?

— Hm, deixa eu ver... — ele levanto os óculos na cabeça e pensou um pouco — Sua mãe, e como sempre ela disse: "Não esqueça o nosso lanche da tarde e ah, minha perna está doendo de novo, querida. Preciso voltar ao médico!".

— Ok, mais alguém?

— Não — ele balançou a cabeça negando, mas não parecia tão certo do que dizia — Com certeza não... Se bem que... Ei, na verdade, se agora estamos mesmo nessa loucura de anotar todas as mensagens do telefone fixo, eu devo dizer que uma garota americana ligou horas atrás — Spike soltou como se fosse algo simples e sem importância, algo que ele tinha só esquecido e que não fazia diferença.

Mas fazia diferença. Charlotte não conhecia nenhuma "garota americana" se não a miss americana em pessoa. Ela encarou o colega de apartamento e revirou os olhos, antes que pudesse respirar e se organizar na pergunta que faria.

— O que ela disse?

— Foi bem bizarro, mas ela disse "Oi" e então falou um nome e disse que estava ficando no Ritz e aí deu outro nome totalmente diferente pra si mesma, falando que eu deveria dizer para você procurá-la no Hotel usando esse nome. Mas eu acho que era brincadeira, algum tipo de golpe, porque você sabe, as pessoas fazem de tudo para tirar algum dinheiro hoje em dia

— Qual nome? — Charlotte disse, exasperada, já quase se levantando, e ignorando a divagação de Spike.

O irlandês, por sinal, estava alheio a isso. Ele mesmo não conhecia nenhuma garota americana, então pensou que talvez fosse mesmo engano, golpe ou trote, porque Charlotte não tinha dito nada, e ela diria se precisasse dizer. Bem, pelo menos ele achava que ela teria dito se tivesse algo para falar, algo como, do absoluto nada, conhecer uma garota americana de maneira aleatória.

— Não tenho ideia — ele deu de ombros — Mal me lembro de um nome, imagine de dois.

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