↱₊˚.்⸙𝑷𝒐𝒗 𝑺/𝒏 𝑯𝒐𝒍𝒎𝒆𝒔 ₊˚.்⸙↴

Já havia anoitecido quando estávamos chegando a Basilwether Hall.

Tewksbury parecia mais nervoso a cada passo que chegávamos perto de sua propriedade. Suspirei e mandei Enola parar o automóvel.

-- Péssima ideia. Quanto mais nos aproximamos, pior a ideia parece. -- Tewky se pronunciou depois de um tempo. -- Por que vamos fazer isso?

Olhei para ele e desci do automóvel antigo.

-- Diferente das moças bem criadas eu nunca aprendi a bordar. -- murmurrei enquanto ajeitava o vestido ridículo que eu usava. -- Nunca moldei rosas em ceira. Nunca bordei lencinhos ou fiz colar de conchas. Aprendi a observar e a ouvir. Aprendi a lutar. Foi para isso que minha mãe me criou.

Tewksbury olhava para mim diferente. Ele inclinou a cabeça sem desviar os olhos. Ele olhou para o chão.

-- Confia em mim. -- peguei sua mão para dar mais confiança para ele. -- Vamos achar as respostas.

Tewksbury olhou para mim novamente, parecendo indgnado.

-- Você não sabe bordar?

Enola colocou a mão na testa.

-- Você só se importou com essa parte paspalhão? -- Enola perguntou andando mais a frente. -- Que patético.

-- Nós temos que fazer isso. Você precisa fazer isso.

-- E nós vamos fazer isso -- Enola completa ao longe, quase na porta de entrada. -- Venham logo pombinhos.

Eu e Tewky corremos silenciosamente até o portão principal. Tewksbury puxou a porta com força, fazendo com que entrássemos na enorme sala que já estive aqui antes. Tudo parecia silencioso e escuro. Só as luzes da lua que refletia na janela mostrava pouquíssima claridade.

-- Onde estão todos os empregados? -- Tewky olhou em volta, confuso.

-- Bem vindo ao futuro. -- Enola sussurrou, fechando a porta e se aproximando de nós.

-- Mamãe! -- chamou Tewksbury, sua voz ecoando por toda a sala.

Ele andou em direção ao salão onde eu havia conversado com sua mãe. Eu não. May Beatrice Posy. Observamos a sala silenciosa.

-- O que aconteceu? 

-- Devem saber que estamos aqui Tewky.

Escutei um barulho de um click ser ecoado pela a sala. Eu sabia que se tratava de uma arma.

-- Se abaixem! -- mandei desesperada.

Nos abaixamos no mesmo momento que o tiro disparou, quebrando o vaso bonito que estava em cima da mesa. Puxei o ombro de Tewksbury.

-- Corram!

Corremos e nos retiramos da sala ridícula, indo em direção a porta de entrada para sair. O homem de chapéu coco-marrom está aqui. Isso foi uma armadilha. O tio de Tewky sabia exatamente o que iríamos fazer. Como ele adivinhou tão facilmente?

A porta estava trancada quando tentamos puxar. Mas que inferno! Agora realmente estamos sem saída.

Outro tiro foi disparado e bateu em uma coluna que mantinha uma almofada em cima, perto de onde estávamos. Enola gritou por ter sido tão perto dela. Corremos de um lado pra outro, fazendo um zigue-zague  enquanto mais tiros eram disparados em nossa direção. Nos escondemos atrás de uma armadura de enfeite. Pude ver a cara do desgraçado pela luz da lua. Ele estava com seu rifle apontado para a estátua que estava ao meu lado. Ele atirou mais uma vez que bateu na cabeça da estátua, me fazendo abaixar.

Tewky e Enola também se abaixaram. Um tiro foi disparado no cavaleiro da armadura, fazendo um estrondo alto. Observávamos o homem se aproximar lentamente de nós. Realmente ele era bom no que fazia. Preciso distraí-lo para poder lutar. O único jeito é esse.

Joguei para o outro lado a cabeça da estátua para que o distraísse. Ele apontou a arma para a armadura e atirou. Falei para Tewksbury e Enola ficarem onde estão e rolei para o outro lado, só esperando ele se aproximar. Ele se aproximou mais de Tewky prestes a atirar nele quando me levantei e me pendurei em suas costas, fazendo ele desviar do alvo.

Agarrei a arma fazendo com que ficasse entalada em seu pescoço. Ele não largava a arma de jeito nenhum! Ele foi para trás, batendo as minhas costas na parede. Me segurei mais nele enquanto ele saia de uma parede para outra. Ele bateu na porta de madeira me fazendo arfar de dor. Ele me derrubou no chão e não fui rápida o suficiente para me levantar. Ele chutou a minha barriga e a dor mais uma vez me consumiu. Ele pegou a ponta da arma e bateu em minha bochecha, na região perto do ouvido. Fiquei zonza por segundos. Tudo que eu via era tudo embaçado. Mas ainda pude distinguir que ele iria me dar mais um golpe para me matar mas alguém foi para cima dele. Pude ver uma silhueta fina pelo casaco, então é Enola que está lutando com ele.

Escutei um gemido de dor vindo dela e um estrondo no chão. Ele havia derrubado ela. Não vi perfeitamente mas pude distinguir que ela desmaiou. Agora tudo está perdido.

O homem se aproximou de mim. Eu não via seu rosto, porquê estava tudo escurecendo. Tentei ao máximo ficar acordada. Vi que ele levantou a arma para me bater novamente, mas alguém interveio. Sei que o único em sã consciência naquela sala era Tewksbury.

Tewksbury tentou se defender dele, mas ele deu um soco em seu rosto, o fazendo cair. Pude distinguir que o homem havia pegado algo dourado. Como uma corda de aço. Me desesperei silenciosamente quando o desgraçado amarrou a corda no pescoço de Tewky. O garoto se debatia a procura de ar para respirar.

Tentei me levantar mais não tive forças. Comecei a chorar silenciosamente enquanto estava prestes a apagar. Mas escutei uma voz ao longe, chamando meu nome.

-- S/n -- escutei a voz me chamar. -- Não está sozinha. Você não está sozinha minha filha.

Era a voz da minha mãe. Sorri sem mostrar os dentes, com a minha visão voltando e minhas pernas recuperando a força para se levantar. Eu sou forte. Minha mãe me criou assim. Criou eu e Enola assim.

Agarrei o pé do homem e fiz o que precisava ser feito. Fiz exatamente o saca rolhas, acreditando que iria funcionar. E funcionou. O homem caiu ao chão e bateu sua cabeça num artefato pontudo. Foi tão agonizante que fechei os olhos de agonia. A única coisa que eu ouvia, era Tewksbury arfando, procurando por ar.

Cheguei perto de Tewky, olhando seu rosto. Toquei seu pescoço, vendo uma grande marca vermelha. Ele me olhou com os olhos preocupados. O homem tossiu, me fazendo ter a atenção nele.

Subi em cima do homem e agarrei a gola de sua camisa.

-- Para quem você trabalha? -- perguntei frustrada. Não obtive resposta. -- EU PERGUNTEI PRA QUEM VOCÊ TRABALHA!

O homem olhou para mim e deu um sorrisinho de escárnio.

-- Inglaterra. -- após mumurrar isso, seus olhos ficaram distantes. 

Agora esse desgraçado morreu. Nunca me senti tão aliviada.

Vi Enola se levantar com a mão na cabeça.

-- Estão todos bem? -- ela perguntou um pouco desnorteada.

Me levantei e a abracei forte. Como tive medo de perdê-la. Beijei sua testa e ela chorou em meu ombro.

-- Me desculpe... Eu fracassei.

-- Cala a boca. Você não falhou em nada. Você foi incrível.

De repente o silêncio foi interrompido por alguém se aproximando, fazendo barulho no chão, com uma bengala. Olhamos para trás e vimos a Avó de Tewky se aproximando de nós. Arqueei uma sobrancelha e olhei para o garoto que estava mais confuso que eu.

-- Vovó? -- ele perguntou se levantando.

-- Sim -- sussurrou ela, com uma voz sofrida. --, infelizmente. Parece que se quiser algo bem feito, é preciso fazer você mesma.

Arregalei os olhos e fui para perto de Tewksbury. Eu realmente estou escutando isso? Então desde o começo, era a avó dele que o queria morto? Nossa que família mais unida que ele tem.

-- Não S/n... -- Tewky interveio, colocando a mão em minha barriga, para impedir que me aproxime. -- Onde está minha mãe?

A velha pegou a arma que estava aos seus pés e se aproximou mais um pouco de nós.

-- Em Londres. -- respondeu ela, sem parar de se aproximar. -- Com seu tio. Procurando por você. Eles nunca entenderam... Lamento querido. Mas o futuro do país, está em risco.

Neguei com a cabeça desesperadamente. Ela quer matá-lo! Não, não, não e não! Não posso permitir isso.

-- NÃO! -- exclamei quando a mulher levantou a arma e atirou.

Tewksbury foi arremessado longe, com o impacto do tiro. Eu gritei agoniada ao vê-lo no chão. A mulher iria atirar novamente mas me atravessei na frente do corpo do garoto. Mas nada aconteceu. As balas acabaram. 

-- Está feito! -- a velha diz com alívio. 

Ele tentou secar a minha lágrima que escorria em minha bochecha. Mas a olhei com ódio e retirei sua mão de perto de mim. Olhei para trás e vi Enola com a mão na boca, totalmente congelada.

Mais lágrimas brotaram em meus olhos e corri em direção ao corpo de Tewksbury. Ele estava de olhos fechados, parecendo um anjinho dormindo. O sacudi levemente.

-- Tewksbury! -- chorei enquanto o sacudia. -- Acorda por favor! Acorda! Não...

Toquei seu rosto e mais lágrimas desciam. Deitei minha cabeça em seu peito, soluçando o seu nome. Meu coração está despedaçado. Está como se mil facas estivesse perfurado meu coração. Peguei sua mão e entrelacei e tudo aos meus olhos passou como um filme. Me lembrei de quando pulamos no trem, quando estávamos conversando e cortei seu cabelo. Quando o encontrei na floricultura, quando escapamos do barco. Me lembrei de todos os momentos. Mas de repente, a mão de Tewky se entrelaçou na minha. Olhei para nossas mãos juntas com os olhos arregalados.

Tewksbury abriu seus olhos castanhos e se levantou. Eu havia saído de cima dele para que pudesse ajudá-lo a levantar. Ele olhou para mim e eu sorri para ele. A emoção foi tão grande que sentei em seu colo e o abracei, tocando seu cabelo e chorando em seu ombro. Quando me afastei ele sorriu de lado para mim.

-- Eu não sou totalmente idiota sabia? -- ele sussurrou convencido, enquanto ele abria os botões do casaco, mostrando a armadura que ele havia colocado como colete para se proteger. 

Bati em seu ombro em repreensão.

-- Você me assustou! -- admiti.

-- Você estava preocupada comigo? Isso é surpreendente.

Sorri envergonhada enquanto ele retirava uma mecha de cabelo rebelde de meus olhos.

-- Foi criada para lutar.

Olhei para seus lábios e depois para seus olhos penetrantes. Senti vontade de beijá-lo mais uma vez, mas preferi abraçá-lo. Encostei minha testa na dele e o abracei. Ficamos abraçados por um minuto então saí de seu colo e ele se levantou, jogando longe a armadura.

Tewksbury me deu a mão e me ajudou a levantar. Agarrei seu braço enquanto Enola agarrava o meu atrás de mim.

-- Seu tempo acabou, vovó.

NOTES

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❋ ࣪ ࣭ ⬞ Oi fãs, estão bem?

❋ ࣪ ࣭ ⬞ Bom hoje oficialmente irei terminar S/n Holmes. Podem se preparar para o 2 livro que irá vir com tudo.

❋ ࣪ ࣭ ⬞ Amo vocês<3

xoxo,nih 💐