𝟎𝟏𝟑┆𝖤𝖽𝗂𝗍𝗁
↱₊˚.்⸙𝑷𝒐𝒗 𝑺 / 𝒏 𝑯𝒐𝒍𝒎𝒆𝒔 ₊˚.்⸙↴
Andamos por uns cinco minutos pela calçada movimentada. Quanto mais andávamos, mais meus pés doíam. Andar de sapato de salto é horrível, fica incomodando e doendo meu pé. Eu parava algumas vezes, mas depois conseguia acompanhar elas de novo.
Enola olhou para trás e viu minha cara de tortura. Ela me olhou com pena.
-- Meu pé também tá doendo -- disse ela vindo para o meu lado, pegando na minha mão. --, mas acho que estamos já chegando.
A mulher continuava caminhando sem olhar pra trás. Ela tinha uma postura de dama, mas suas ações interesseiras revelam o contrário de uma dama.
-- O lugar vale apena mesmo? -- perguntei fazendo outra careta. Com certeza vou ficar com calo depois.
-- É o melhor que vão encontrar. Eu garanto. Tiveram sorte de me conhecer.
Atravessamos a rua e finalmente chegamos na "hospedagem" que a mulher mencionou. Aqui não é uma hospedagem, aqui parece uma casa que ajuda doentes. Parece aquelas enfermarias que não são bem limpas. Fiz uma careta, enquanto subia as escadas.
Tinha várias pessoas no meio do corredor. Suas expressões eram sérias e carrancudas. Dei de ombros e continuei com uma postura rígida. A mulher abriu a porta do quarto e sorriu falsamente.
-- Aqui estamos!
Isso é uma piada? Essa mulher realmente quer me fazer de burra? Porque se sim, ela está mexendo com a pessoa errada. Encarei o quarto que parecia sujo. Tinha uma cama que parecia que ia quebrar a qualquer momento. Havia uma portinha perto da cama que supus que era o banheiro, também tem uma pia totalmente velha quase ao lado da janela que tinha uma leve cortina branca. Do lado direito da cama tinha um criado do mudo com um espelho.
Enola sorriu falsamente e assentiu.
-- Encantador.
A mulher estendeu a mão e entreguei um pouco do dinheiro. Eu não deveria pagar nada, já que aqui não valeria nada. Por mim eu sairia daqui agora e arranjaria outra hospedagem. Mas acho que é muito difícil achar hospedagem por aqui.
...
Logo o céu escureceu, e o silêncio da casa de apoio reinou. Eu já havia tomando um banho de água fria antes de anoitecer. Eu estava tão ansiosa pra mandar uma mensagem de volta para minha mãe, que fiz tudo adiantado. Eu só estava com uma camisola branca cobrindo o meu corpo. Fiz uma trança no cabelo e peguei o jogo de palavras e a roleta. Enola saiu do banheiro e se sentou ao meu lado.
-- Hora de concluir a quinta fase do plano -- falou Enola jogando o jogo de palavras sobre a cama. -- Talvez quarta fase. Ou sexta fase. Perdi totalmente a conta.
Ri da memória da garota. As únicas coisas que esquecemos são dos destelhes mais insignificantes. Isso é bom, melhor do que esquecer algo muito importante.
-- Está na hora de acharmos a mamãe -- concluí olhando para o jogo de palavras.
-- Para podermos achá-la, precisamos enviar um código. -- explicou Enola juntando as palavras. -- Deixaremos em todos os jornais que ela lê.
Assenti, pensando na mensagem que escreveríamos pra ela. Tem que ser algo que só ela possa entender, já que o jornal é público.
-- Já sei o que podemos colocar -- falei pegando as palavrinhas e formando a mensagem.
Ficou assim:
" OBRIGADA MEU CRISÂNTEMO, ESTÁ FLORESCENDO?
MANDE ÍRIS, POR FAVOR."
Íris significa uma mensagem. Agora como podemos disfarçar isso? Seria muito fácil deixar a mensagem assim no jornal. Mamãe pode decifrar qualquer coisa, por isso tenho que complicar mais. Colocaremos na coluna de anúcios pessoais, do The Pall Mall Gazette, que minha mãe não perdia nunca. E na revista da mulher moderna... E no jornal da reforma da moda. Revistas que eu achei que podiam ser do seu interesse.
Anotei todas as editoras de jornais na cabeça e me deitei na cama, afim de descansar. Ia ser um pouco apertado já que a cama era de solteiro. Mas cabiam duas pessoas tranquilas. Enola se ajeitou ao meu lado e suspirou. Ela me encarou e sorriu sem mostrar os dentes. Fiz o mesmo e ela me desejou boa noite.
Me virei do lado contrário dela, tentando arranjar uma posição confortável para dormir.
...
Eu e Enola já tínhamos mandado o escritor do jornal publicar a nossa mensagem no jornal. Cada barulhinho do teclado sendo apertado, mais nervosa e ansiosa eu ficava. Será mesmo que ela vai ver e responder de volta? Espero que sim porque se não, ficará mais difícil de achar pistas.
Para tentar me distrair, peguei um jornal que estava em cima da bancada rústica de madeira. Folheei, procurando algo de interessante. Mas algo me chamou atenção novamente e bufei quando eu vi oque era. O mesmo cartaz do Tewks estampado na segunda página.
Para disfarçar minha frustração por só ver ele em todos os lugares em cartazes, olhei para o escritor barbudo.
-- Ele está ganhando bastante atenção -- falei mostrando a foto do garoto.
Enola deu de ombros e desviou o olhar do jornal.
- Bem, ele é um marquês em ascensão -- disse ele desviando o olhar de mim.
Assenti. É claro que um marquês de 17 anos chamaria bastante atenção pela sociedade já que é tão novo, tão inteligente e ágil.
Enola se inclinou para minha direção.
-- Precisamos saber quem mamãe é de verdade... -- sussurrou ela, logo arqueando a sua sobrancelha -- Era..
Minha mãe só se correspondia regularmente com um endereço. Foi errado olhar qual era o endereço e mais errado ainda eu ter memorizado. Mas como fomos criadas no interior, tem pouca coisa empolgante. Então nos apegamos às narrativas que temos.
Depois da fase concluída, decidimos ir para a Casa de Chá. Soube que uma das instrutoras amigas de minha mãe, é dona do local. Preciso de mais respostas. Ela deve saber alguma coisa, alguma pista. Não posso somente esperar ela responder. Tenho certeza que ela iria demorar pra responder de volta.
Entrei na casa de chá junto com Enola. Chamamos muita atenção já que estávamos com os mesmos vestidos vermelhos de ontem. Todas as pessoas presentes no local cochichavam entre si. Uma das funcionárias perguntou se queríamos algo, mas antes de responder, pude ver o teto tremer e sair poeira por ele.
-- O que tem lá em cima? -- perguntei olhando para a funcionária.
Mas quem me respondeu foi uma das clientes.
-- Mulheres barulhentas.
Vi que tinha uma escada no cantinho da minúscula estante de livros. Olhei para Enola e indiquei com a cabeça para que subíssemos a escada.
Chegamos de frente a uma porta e abrimos sem mais delongas. Vimos várias mulheres vestidas com uniformes populares de jujutsu. Essa arte marcial eu entendo muito bem.
Uma mulher morena olhou para nós. Ela tinha o cabelo cacheado que nem chegava nos ombros. Ela usava o mesmo uniforme das outras mulheres.
-- Boa tarde senhoritas -- disse ela se aproximando de nós. -- Querem ser recrutadas?
Enola negou com a cabeça.
-- Não. É...
-- Estamos procurando Eudoria Vernet Holmes -- A interrompi antes que ela se perdesse nas suas próprias palavras.
A mulher nos olhou com o cenho franzido, e nos olhou logo em seguida de cima a baixo.
-- S/n? Enola e S/n Holmes. São vocês não são? Porque estão vestidas assim de madames? Vejam só! Estão iguaizinhas a ela.
Edith nos conhecia muito para saber que não costumávamos nos vestir assim. Sorri sem mostrar os dentes, pelo elogio.
-- Então nos conhece?
-- É claro. Eu fui sua primeira professora. Não se lembra?
Nem tive tempo pra responder e nem pensar. Edith fez um movimento em mim, me fazendo curvar pra trás. Eu a olhei com fúria. Fiz força aonde eu estava segurando o pescoço dela e a virei, quase dando uma canbalhota. Caí por cima dela, com a mão em seu pescoço.
Ela riu.
-- Progrediu bem pelo visto.
Sorri e estendi a mão para a mesma, que se levantou em um pulo.
-- E você Enola, progrediu também?
Enola assentiu, ainda com a bolsinha pendurada em seu braço. Ela estava com uma postura rígida.
-- Progredi mais que imagina. Só não te mostro agora porque temos assuntos pendentes a resolver.
Edith assentiu e apontou para sua sala que era as janelas todas de vidro. Tinha uma mesa de madeira e duas cadeiras. Tinha várias caixas espalhadas pelo local empoeirado.
Me sentei junto com Enola e esperei Edith fechar a porta para finalmente conseguirmos as pistas que eu e minha irmã tanto procuramos.
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Bom amores esse foi mais um cap de hoje.
Espero que tenham gostado e desculpem pela demora.
Hoje é o aniversário da Issie aaa<3
Xoxo, Nívia<3
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