
𝟎𝟏𝟐┆𝖫𝗈𝗇𝖽𝗈𝗇
↱₊˚.்⸙𝑷𝒐𝒗 𝑺 / 𝒏 𝑯𝒐𝒍𝒎𝒆𝒔 ₊˚.்⸙↴
Acordamos logo quando o sol nasceu. Quanto mais rápido chegarmos a Londres, melhor e mais rápido será para encontrarmos nossa amada e misteriosa mãe.
Caminhamos pela mata até acharmos um estrada deserta. Andamos por ela por minutos, pela sombra. Eu não queria virar um camarão pelo sol.
Mas passou um homem gentil, com uma carroça cheia de ovelhas. Com certeza pra vender pros fazendeiros pela região. Disse ele que passaria por Londres. Então nos deu uma carona.
Todo o caminho, Tewksbury tagarelava sobre sua infância e das aventuras proibidas que se aventurava. Enola parecia distraída, não prestava a mínima atenção no que o garoto dizia. Eu ouvia atentamente eas vezes argumentava. O visconde sorria radiante e as vezes me olhava.
- Uma vez, - disse Tewksbury, olhando novamente pra mim. - Eu tava caminhando com uma prima minha no mato. Ela queria pegar uma maçã em uma árvore do outro lado da cerca. Como eu sou medroso, fiquei esperando ela do lado de fora. Quando ela tava na metade do campo, eu olhei pro chão e vi uma cobra. Eu dei um grito de susto e comecei a correr e deixei minha prima lá. Mas aí eu tava chegando perto de uma ladeira e eu tropecei e embolei ribanceira abaixo. Engoli tanta terra.
Comecei a rir. Eu não ria assim faz um longo tempo. Tewksbury me observava enquanto eu ria, com um olhar estranho. Mas nem liguei. Mas logo parei de rir e desviei o olhar, vermelha.
- Acho que eu devia ser mais corajoso naquela época - disse ele com indiferença.
- É eu também acho Tewks - falei rindo fraco.
- Gostei do apelido. Mas eu só gostei por que saiu de você por que quando minha mãe me chama assim, eu tinha uma raiva.
- Por quê comigo não dá raiva?
- Sua voz é fofa de se ouvir.
Enola riu baixinho e cutucou meu braço. Olhei pra ela com um olhar repreendedor e ela virou o rosto ainda rindo discretamente.
- Ok - assenti. - Se você acha isso.
Logo escutamos os barulhos da cidade. De animais, cochichos de pessoas, carroças, sinos. Olhei pra trás de onde estava sentada e pude ver Londres no meu campo de visão. Ela era cinzenta ao longe, cheio de fumaça pelo céu, e várias torres e casas, algumas mal pintadas. Eu sentia o cheiro de várias comidas ao mesmo tempo que não consegui decifrar só uma.
A carroça parou na beira da calçada. Parece que a viagem acabou. Finalmente chegamos aonde eu queria estar todos esses anos.
Desci da carroça junto com Enola. Sacudi minha calça, que estava suja com a poeira da carroça. Tewks parecia melancólico. Fiquei sem expressão e olhei pro seu rostinho bonito.
- É aqui que nos separamos? - perguntou ele, já sabendo da resposta.
- É aqui - garanti, assentindo com a cabeça.
Ele suspirou e me olhou novamente.
- Obrigado S/n Holmes - agradeceu ele, segurando na grade. - por me ajudar até aqui.
Sorri sem mostrar os dentes, tentando ser simpática. Finalmente ele me agradeceu pelo favor.
- Era pra esquecer esse nome.
- Vai ter que arranjar outro - disse ele sorrindo fraco enquanto a carroça andava. Cada vez o garoto se afastava junto com a carroça. Tive pena dele apesar de tudo.
Encarei o garoto por minutos. E ele fazia o mesmo. Enquanto comecei a andar, sentia seus olhos em mim mesmo de longe. Neguei com a cabeça e continuei caminhando.
- " Vai ter que arranjar outro" - disse Enola, tentando imitar a voz do visconde. - Melhor forma de dizer adeus.
Revirei os olhos.
- S/n... E o homem que tava atrás dele?
- Ele vai ficar bem Enola. Ele é esperto. Viu o que ele fez pra todos pensarem que sequestraram ele?
Enola pensou por um momento e depois deu de ombros.
- Não importa - respondeu ela.
Em fim, Londres. O coração da Inglaterra. Mamãe deve estar aqui em algum lugar.
Ajeitei meu casaco e meu chapéu e tentei andar rápido, como um garoto faria. Eu e Enola estamos no centro da civilização, na região educada de Londres. Aqui é um pouco mais agitada que o normal. As vezes eu me assustava, já que não vivia nessa agitação toda. Várias pessoas na calçada gritavam, vendendo objetos úteis. Também da música, literatura...
- Lordes debatem projeto de reforma! E o caso do marquês desaparecido! - gritou o jornaleiro.
E tudo que o dinheiro pode comprar.
Comecei a andar mais depressa pela calçada. Olhei para o chão e vi um cartaz, que estampado nela, estava o querido visconde com o seu mesmo maxilar travado. Estava escrito "Desaparecido - Visconde Tewksbury marquês de Basilwheter. Recompensa £50 "
Ele vale muito dinheiro pra ser encontrado. Muitas pessoas estarão dispostas a encontrá-lo pra conseguir a recompensa. Neguei com a cabeça, esquecendo a imagem do garoto na minha mente.
Vou admitir, Londres não era realmente o que eu esperava. Não só tem pessoas agitadas mas também pessoas irritantes.
Um homem, que chamava a atenção de toda a multidão diante dele, gritava:
- Sem a reforma esse país não é nosso, é deles! - gritava o homem barbudo. - Temos que fazer uma petição aos Lordes. E temos que fazer isso não só por nós, mas pelos nossos filhos! Votem pela mudança!
Parei de ouvir o que o homem dizia até uma coisa me chamar a atenção. Uma vitrine, cheia de espartilhos e vestido para damas da sociedade. Olhei para Enola e ela me olhou de volta.
- Para nos encaixar - falei suavemente - e continuar escondidas dos nossos irmãos, precisamos nos tornar algo mais... Inesperado.
Enola assentiu e entramos na lojinha de vestidos. Começamos a mexer nos vestidos, tinham de várias cores. Tinha rosa, branco... Meu Deus.
Encontrei um lindo vestido vermelho, cheio de babados que aconpanhava-se com uma bolsa, sapato e um colar lindo dourado. Fiquei encantada, mas esse tipo de roupa não era pra mim, mas pra continuar escondida, é preciso fazer isso. Vou deixar a roupa de viúva pra depois.
Por sorte, tinham dois vestidos vermelhos iguais. Mesmo nós sendo gêmeas nada parecidas, gostávamos de usar roupas iguais. Nos sentíamos mais conectadas uma a outra. Gostávamos disso.
Enola pegou o mesmo vestido. Olhamos pros dois manequins que estavam dois lindos e causador das nossas desgraças. O espartilho.
Não demorou muito para chegar uma velha senhora, que parecia carrancuda. Ela nos olhava com desprezo e nojo. E olhe que essa velha vive aqui, na parte educada da sociedade.
- O que é que dois garotos querem com dois vestidos? - perguntou ela ainda em um tom de nojo.
Enola revirou os olhos.
- Nós queremos os dois espartilhos por favor - disse ela, olhando para os espartilhos.
- Aqui é um lugar de respeito!
- E vamos respeitá-la.
- Não vão, dá pra ver pelo cheiro que vocês transmitem e...
Eu já estava cansada dessa velha tagarelar. Eu tenho coisas importantes pra fazer do que tá aqui de papinho furado sobre respeito. Retirei do bolso da minha camisa todo o dinheiro que eu havia pegado de mamãe. A mulher olhou para o dinheiro em minhas mãos e se calou imediatamente. Olhei para a mesma com deboche.
- Podemos nos trocar aqui? - perguntei sorrindo falsamente.
A mulher sorriu olhando pro dinheiro. Mulher interesseira.
- Lá atrás, podem ir.
Eu e Enola fomos ao lugar que ela nos mostrou, começamos a tirar as peças de roupa, só ficando com as de baixo.
Começamos pelo o espartilho: símbolo de repressão para aquelas forçadas a usá-lo. Mas pra mim que escolhi usar, o bojo no busto e a armação no quadril vai esconder a fortuna que mamãe nos deu. Além disso, eu vou ser algo totalmente diferente de mim.
- Uma dama - sussurrou Enola, completando meus pensamentos silenciosos. Ela colocou sua palma da mão encostada em sua testa, fazendo uma pose exagerada.
Fiz a mesma pose, sorrindo. Enola pegou uma peruca de tranca e colocou entre o nariz e o lábio, e fez uma postura rígida em minha direção.
- Vocês vão para escola! - disse ela imitando uma voz grossa. Com certeza de Mycroft.
- Mas não queremos ir para a escola Mycroft - sussurrei fingindo implorar.
- Bem, o que mais vamos fazer com você? Você é uma mulher!
Rimos da nossa encenação. Eu e Enola finalmente pagamos e fizemos o que importava. Colocamos os colares, o vestido, fizemos penteado e até colocamos um batom labial, o que eu não gostava já que meu lábio é vermelhinho e não precisaria de batom pra isso.
Tentei amarrar o sapato que continha um leve salto fino, espero que eu me adapte a andar com isso do que as minhas galochas. Prefiro elas mil vezes.
Tentei amarrar o nó mas não consegui amarrar direito.
- É sério isso?
Aparecemos na vitrine da frente, totalmente prontas. Me olhei no espelho que tinha no canto da loja e não me reconheci. Eu parecia realmente uma mulher civilizada, não uma garota escandalosa que só vivia de cabelo assanhado em meio a mata correndo.
A mulher nos olhou e ficou de boca aberta. Com certeza ela viu que não éramos garotos e sim garotas que estavam vestidas como mulheres educadas.
- Aonde teria uma uma hospedagem? - perguntei fechando a bolsinha. - Posso pagar um bom valor.
A mulher sorriu de novo e assenti e pediu para que a seguisse. Andamos pela rua movimentada, em busca da hospedagem que a mulher irá nos proporcionar.
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Bom amores, atualizei o mais rápido possível <3
Por uma parte gente o negócio da cobra foi verdade aconteceu cmg há algumas semanas atrás KKKKKK 🤣
Espero que tenham gostado, como sempre <3
Xoxo -- Nívia ❤
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