𝟎𝟎𝟓┆𝖽𝖾𝖼𝗂𝗌𝗂𝗈𝗇
↱₊˚.்⸙𝑷𝒐𝒗 𝑺 / 𝒏 𝑯𝒐𝒍𝒎𝒆𝒔 ₊˚.்⸙↴
Mycroft ainda estava mencionando vários nomes de empregados. Sherlock o respondia de volta, dizendo que são inexistentes. E realmente eram inexistentes, e eu não entendo o porque de mamãe ter enganado eles assim.
-- Acho que fomos certamente enganados -- disse Mycroft cruzando os dedos das mãos que estava em seu colo.
Sherlock assentiu e olhou pra ele.
-- Com certeza, -- disse Sherlock -- Mas foi você, não eu. Ela pode ter roubado o seu dinheiro, você que era responsável pela casa.
Mycroft não ligou pro que o irmão disse.
-- Já para S/n e Enola foram... Governanta,professora de música, um instrutor de dança...
Os dois irmãos trocaram de olhar por um momento, com as sobrancelhas erguidas. Mas logo eles olharam pra mim e Enola.
-- Vocês tiveram uma governanta. Não tiveram? -- perguntou Sherlock se inclinando pra frente. -- Ela pelo menos educou vocês? Ela valorizava educação?
-- Foi ela mesma que nos ensinou -- disse Enola, se sentando ao meu lado.
-- Nós lemos todos os livros da biblioteca de Ferndell -- respondi séria. -- Nós lemos Shakespeare, Aristóteles, Locke, as novelas de Thackeray e os ensaios de Mary Wollstonecraft. Nós lemos por vontade própria, querendo aprender. E segundo mamãe, é a melhor forma de ser uma jovem... Mulher.
Os rostos deles congelaram de horror. Acho que se eu dissesse que era uma palhaça de circo, eles não se horrorizariam como eles estão agora.
-- Ela realmente queria que se tornasse isso...? -- perguntou Mycroft. Com certeza está esfregando na nossa cara o que pensa sobre a situação.
-- Mycroft! -- exclamou Sherlock, intervendo o irmão.
-- O quê?
-- Realmente não sabemos o que ela queria -- disse Enola se levantando do sofá. -- Ela nos abandonou também.
-- Sherlock... -- sussurrei olhando para o mesmo. Ele me olhou com uma certa... pena e suavidade. -- Ela vai voltar... Não vai Sherlock?
Sherlock abaixou a cabeça.
Então eu já soube da resposta.
-- Por quê? -- perguntou Enola com a voz falha.
-- Depois da morte do nosso pai houve uma certa discordância. Nós não queríamos morar aqui, então mamãe achou melhor que ela recebesse o dinheiro do aluguel e administrasse a casa -- começou Mycroft olhando prevemente para Sherlock.
Mas não foi isso o que ela fez? Eu não entendo ainda o porque de Mycroft acha essa ideia tão absurda.
-- Como eu sou o primogênito, a propriedade pertence a mim. E nossa mãe não falou nada. Mas ela tinha curiosidade de saber o porque que ela não podia administrar isso pra mim de vez de ser o contrário. Quando eu e Sherlock falamos que legalmente, ela não tinha o direito de viver aqui só se eu não permitisse, ela começou a se comportar irracionalmente e deixou bastante claro para nós que não éramos mais bem vindos aqui.
Ai meu Deus. Agora tudo fazia sentindo nessa minha cabeça confusa. Eu simplesmente achava que meus irmãos não vinham nos visitar por causa da vergonha da minha existência. Mas não foi isso, foi por que eles brigaram com mamãe.
-- Então comecei a enviar dinheiro mensal -- continuou Mycroft -- Mas ela não achou o suficiente. Ela me ligou rigorosamente e me pediu um aumento. Eu respondi pedindo uma prestação sobre a maneira que o dinheiro estava sendo gasto, e ela me atendeu. Seus pedidos pareciam tão razoáveis que nunca reclamei e falei nada. Mas agora estamos vendo que a contabilidade era fictícia. E o que foi feito com esse dinheiro? Não fazemos a maior ideia!
-- Falem logo a teoria.
-- Achamos que enquanto esse tempo pedindo aumentos, ela tenha guardado o dinheiro para uma fuga. Então agora que ela conseguiu o dinheiro, ela simplesmente deu as costas pra nós, por assim dizer...
Abri a boca pasma e olhei para Enola. Ela se sentou ligeiramente e suspirou. Mamãe realmente me abandonou por querer? NÃO!!!
-- Ahh Mycroft -- disse Sherlock nos olhando. -- Tenho pena do senso delas. O que estamos querendo dizer é que ela pegou o dinheiro e fugiu.
MAS ISSO É UM ABSURDO! ISSO NÃO PODE SER VERDADE!
Ou pode?
-- Não -- deixei escapar -- Não pode ser...
-- Pense S/n. Se ela estivesse realmente ferida, as autoridades policiais teriam a encontrado, e se ela sofresse um acidente, ficaríamos sabendo. Não há sinal e razão de alguém querer machucá-la. Não há razão para alguém prende-la contra a sua própria vontade a não ser para pedir resgate, o que não aconteceu. Mas, se ela está viva, com uma saúde de ferro, fazendo o que bem entende por aí...
-- Como de costume -- interrompeu Mycroft.
-- O seu simples quarto de capela tenha sido um disfarce.
-- Para nos confundir. -- Mycroft concordou. -- Parece que ela está planejando isso à anos...
-- Ela poderia ter saído no dia que quisesse -- exclamei -- Por que ela justamente escolheu o dia do nosso aniversário?
Agora que percebi. Me deu um arrepio de agonia ao perceber que mamãe, mandou sr Lane nos entregar o presente porque talvez ela não conseguisse voltar até a hora do chá.
Ou nunca mais.
Meus olhos arderam em lágrimas mais uma vez. Saí da sala correndo até o banheiro. Chorei baixinho, sentada no chão. Como a minha mãe pôde fazer isso comigo? Ela não me ama mais?
Passei uns dez minutos no banheiro. Antes de sair, limpei meu rosto vermelho pelo choro, e saí como se nada estivesse me abalando. Por fora eu estava assim, mas detonada, triste e vazia por dentro.
Acho que meus irmãos vão almoçar na sala deles mesmo. Melhor ainda que eu como sozinha e em paz.
Comi sem fome. Depois de ter uma conversa daquela com os meus irmãos e descobrir que sua mãe estava planejando te deixar por todos os anos da sua vida, era demais pra uma pessoa só.
Subi as escadas depois de ter terminado o meu almoço, fui procurar Enola pela a casa. Mas não a achei até um momento...
Enquanto eu ia entrar na sala aonde meus irmãos estavam, Enola estava encostada na parede. Quando me viu, ela mandou eu encostar ao seu lado e pediu silêncio.
-- Mas o que...? -- mumurrei baixinho.
-- Escuta! -- sussurrou Enola de volta.
Sherlock e Mycroft estavam jogando sinuca. Eu só escutava as bolinhas se chocarem umas com as outras, ecoando pela sala e fora.
-- O que ela estava fazendo Sherlock ? -- perguntou Mycroft. Ele parecia indgnado. -- Ela era um pouco velha demais pra casar de novo, também para ter paixões, ambições. Pelo menos o que eu saiba. Ela só precisava ajudar as filhas a terem uma vida descente. E viver os últimos anos com dignidade. Essa casa é minha e sempre foi desde que papai morreu. Ela pediu dezesseis anos para criar S/n e Enola aqui. E eu permiti. E eu mereço ser roubado? Eu não sou o vilão da história.
-- Olhe, -- disse Sherlock -- Eu não vou dizer que realmente é essa a razão por ela ter feito isso mas, já pensou que se realmente ela precisasse do dinheiro? Você certamente não precisa ou o governo cortou o seu salário.
-- É sempre o mesmo não é? Sempre. A gente não se viu a meses e você continua sendo despreocupado que julga com suas gracinhas.
-- Foi só uma pergunta.
Sr Lane estava com sua bandeja de petiscos na mão. Ela nos viu na porta, mas ela percebeu que estávamos escutando a conversa. Por isso que ela entrou calada.
-- Você julga por algo que você não assumiu responsabilidade -- disse Mycroft para Sherlock. Mas que irritante! -- Você nunca teve interesse na família.
-- Eu não queria julgar.
-- Nós temos dois problemas -- confessou Mycroft com sua voz extremamente irritante para mim. -- Primeiro: um colégio interno que esteja disposto a aceitar Enola e S/n para que elas não sejam um fracasso completo neste mundo. Isso já estou resolvendo com a ajuda de uma velha amiga. E segundo: achar a mamãe. O primeiro é problema meu, e o segundo é considerado o seu.
Olhei para Enola de olhos arregalados. NÃO! TUDO MENOS COLÉGIO INTERNO! COLÉGIO INTERNO PARA DAMAS É UM INFERNO.
-- Mas elas podem preferir ficar aqui. Pode contratar uma governanta.
Acho que estou começando a ter um enorme carinho por Sherlock. Ele está tentando a todo custo a nos defender.
-- Elas precisam de pulso forte, Sherlock. Precisamos controlar e educar.
Escutei mais uma bola se chocar contra a outra.
-- Na ausência da mamãe -- continuou Mycroft -- elas ficam sob meus cuidados, não nos seus. Uma mulher selvagem criou duas garotas selvagens.
-- Ela parece inteligente.
-- Com a ajuda da Srt Harrison, vamos torná-las aceitáveis para a sociedade. Papai com essa, estaria se revirando no túmulo!
Não aguento mais ouvir isso! Já chega!
Quando eu ia entrar na sala, Enola me deteve.
-- Tá louca? -- perguntou ela -- Temos que fingir que não sabemos.
Assenti. Suspirando.
Mycroft continuou seu discurso mesquinho sobre nós:
-- Mal educadas, mal vestidas, com maus modos e selvagens.
Neguei com a cabeça e saí do corredor, indo em direção ao meu quarto.
ISSO É RIDÍCULO E ABSURDO! ELE NÃO PODE NOS OBRIGAR A IR ASSIM!
Isso não vai ficar assim. Ahh mais não vai mesmo!
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❋ ࣪ ࣭ ⬞ ENTÃO AMORES, COMO SEMPRE ESSE FOI MAIS UM CAPÍTULO DE HOJE!
❋ ࣪ ࣭ ⬞TÁ CHEGANDO DE ENOLA E S/N FUGIREM! ALELUIAA!!
XOXO
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