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♡ ' 六 ' : 水に舞う光. ୨୧

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꒰੭ ゚ ׅ  リズムに恋をのせて ໒  ゚ ꒱
˙ . ꒷ 𝓒𝐚𝐩𝐢𝐭𝐮𝐥𝐨 𝐬𝐞𝐢𝐬  . 𖦹˙— 🎀
ㄑ ꔠ ⋮  A Luz Que Dança
na Água   ୭    !  ✦

── ֺ ᪄ 𖹭 ၃ ִ ──

4091 palavras

Sae Itoshi não sabia ao certo quando as coisas começaram a sair do controle.

Talvez tivesse sido naquela mensagem — uma simples linha de texto, encerrada com um emoji sorridente que parecia pulsar na tela. Mas por que aquilo o afetava tanto?

Ele, um músico aclamado. Preciso como o compasso de uma sinfonia, frio como o brilho dos refletores em um palco vazio. E ali estava ele, pela terceira vez, ajeitando os fios ruivos diante do espelho, como se isso pudesse disfarçar o nó incômodo em seu estômago.

Patético.

“É só um encontro”, tentou convencer a si, passando os dedos pela gola do casaco como se fosse uma armadura.

No entanto, não era só um encontro.

Era com ela.

Fechou os olhos por um breve instante. O ar preso nos pulmões se recusava a sair. Queria congelar aquele momento, prender a tensão elétrica que fazia seu corpo vibrar, como antes de subir ao palco. Algo lhe dizia que aquela noite não seria somente um capítulo, mas um divisor de águas.

Um antes e depois.

E por mais que algo dentro dele ainda gritasse por controle, prometeu não recuar. Não dessa vez. Pois, no fundo, sabia que ambos mereciam essa chance.

A luz do celular iluminava o quarto meio escuro, desenhando linhas pálidas que cortavam o rosto dele em sombras inquietas. A mensagem dela ainda estava ali, leve e provocante — como se cada palavra risse dele com charme.

Ela era tudo que o desequilibrava: engraçada, estilosa e direta. Desarmava-o sem esforço. E isso o deixava vulnerável de um jeito que ele mal sabia como esconder — nem mesmo de si.

Havia algo ali, entre o medo de errar e o fascínio de não saber o que esperar, que fazia o peito dele apertar com força. Um sentimento novo, estranho e precioso demais para deixar escapar.

Tentou imaginar o que Clara Heine esperava daquela noite. Uma pausa tranquila longe dos flashes e das pressões do palco? Ou uma noite leve, cheia de risos e reviravoltas inesperadas?

Ele não tinha a resposta. Ainda assim, queria entregar o que pudesse. Fazer valer a pena.

A ansiedade latejava sob a pele, misturada à esperança, como uma nota grave que vibrava em harmonia com seu coração. Era a primeira vez em muito tempo que sentia algo assim. E isso o assustava. Tanto quanto o deixava vivo.

O aquário parecia o cenário perfeito. Seguro. Ou, talvez, cuidadosamente imprevisível. Um espaço onde as palavras poderiam descansar, onde o silêncio falava mais alto. Havia algo de bonito na forma como a luz azulada dançava sobre os tanques, como se os peixes-dourados flutuassem num sonho.

Ele queria vê-la ali.

Ver como os olhos dela reagiriam às cores suaves refletidas na água, ao som ritmado do ambiente, à tranquilidade que ele próprio buscava.

Não sabia se ela notaria os detalhes. Se entenderia que cada escolha, cada silêncio dele, era uma tentativa desesperada de acertar, mesmo sem saber as regras do jogo.

Entretanto, talvez isso nem importasse tanto. Estar com ela já era um começo. E, quem sabe, entre reflexos cintilantes e o sussurro das correntes artificiais, ele encontrasse o que sempre lhe escapava: paz.

Foi então que o celular vibrou, arrancando-o da própria cabeça.

Era o grupo da Crimson Pulse.

O ruivo soltou um suspiro. E mesmo com as orelhas queimando, não conseguiu conter o riso que escapou sem querer.

Eles eram insuportáveis.

Ainda assim, naquele instante, o afeto escondido sob a zoeira era exatamente o que ele precisava.

Passou uma última vez diante do espelho, arrumando a gola com gestos controlados. O reflexo devolveu um olhar difícil de decifrar — tenso, fechado, mas com algo mais, uma fagulha acesa atrás dos olhos.

Ansiedade? Expectativa? Ou só o velho medo de não saber como agir perto dela?

Pegou a chave do carro. Checou o celular. Inspirou fundo.

Era isso. Sem volta agora.

O veículo desacelerou em frente à fachada banhada por tons marinhos, e Sae estacionou com a cautela de quem pisa em solo sagrado. As luzes suaves do aquário projetavam no chão silhuetas líquidas — peixes, águas-vivas, cardumes inteiros flutuando como sonhos em movimento, dançando atrás de painéis de vidro quase invisíveis.

Mesmo do lado de fora, o lugar parecia pertencer a outro mundo. Havia uma quietude ali que não se encontrava nas ruas de Tóquio. Era como se o ar fosse mais denso, carregado de um mistério azul que não podia ser traduzido em palavras.

Sae saiu do automóvel devagar, os pés tocando o chão como se qualquer passo em falso pudesse espantar a magia do lugar. O coração batia rápido demais — um compasso desalinhado com sua expressão controlada.

Ela já estaria lá?

Seus olhos varreram a entrada: painéis interativos brilhavam com informações sobre espécies marinhas, nomes científicos desfilando em letreiros digitais como versos de uma língua esquecida. À direita, uma lojinha exibia pelúcias de polvos, tartarugas e tubarões em miniatura, como se até os souvenirs tentassem suavizar a ansiedade de quem passava por ali.

Ele olhou o relógio.

Cinco minutos de atraso.

Entretanto, não era isso que o incomodava. Era a espera por ela. O desejo, quase urgência, de vê-la — e o efeito desastroso que essa expectativa causava nele.

A luz azulada refletia nas paredes e no piso encerado, criando uma dança hipnótica de brilhos em movimento. De tempos em tempos, gotas escorriam das estruturas, como lágrimas silenciosas do oceano ali contido. O som da água, abafado e constante, parecia murmurar segredos que só os atentos podiam ouvir.

Sae fechou os olhos por um instante, permitindo-se respirar fundo. O aroma leve de sal e umidade invadiu seus sentidos, e ele sentiu, talvez pela primeira vez em muito tempo, o corpo relaxar. Ali, sem plateia ou expectativas, havia um raro espaço de quietude.

Aquele lugar era mais do que bonito. Era um santuário. E ele queria partilhar aquilo com ela.

Então, ouviu passos suaves ecoando sobre o piso encerado. Um ritmo constante, quase musical. Então, ele se virou.

Era Clara Heine.

O mundo pareceu ganhar foco e cor de novo.

Ela usava um suéter cor de vinho, com um ursinho bordado bem no centro. A imagem era tão incongruente com o cenário etéreo do aquário que se tornava ainda mais encantadora. A saia plissada xadrez balançava a cada passo, combinando com meias da mesma cor e mocassins elegantes que tocavam o chão com graça despreocupada.

Sae piscou, incrédulo. Clara era ridiculamente adorável, e aquilo o desarmou por completo.

Let me guess… (Deixe-me adivinhar…) — disse ela, com um sorriso arteiro. — You picked this place because you thought I’d be too distracted by pretty fish to notice how nervous you are? (Você escolheu este lugar porque achou que eu estaria distraída demais com peixes bonitos para perceber como você está nervoso?)

O homem a encarou por dois segundos, impassível.

Actually... I picked it because I’m distracted by pretty fish. (Na verdade... Eu o escolhi porque me distraio com peixes bonitos.)

Ela riu, balançando a cabeça como quem já esperava por aquilo.

Smooth. Real smooth. (Suave. Muito suave.) — Mordeu o lábio inferior, tentando conter um sorriso mais largo. — You’re cuter in person. (Você é mais fofo pessoalmente.)

Ele arqueou uma sobrancelha.

That was uncalled for. (Isso foi desnecessário.)

And yet... I said it anyway. (E ainda assim... Eu disse isso de qualquer maneira.)

Sae passou a mão pelos cabelos, um gesto automático para tentar se recompor — embora fosse inútil.

You’re impossible. (Você é impossível.)

That’s the point. (Esse é o objetivo.)

Ela pausou, os olhos mergulhados nos dele. A provocação no olhar suavizou-se por um instante, e uma nota mais sincera se infiltrou em sua voz.

So… be honest. Are you still nervous? (Seja honesto. Ainda está nervoso?)

Ele hesitou. Depois, respondeu com calma:

Less than I was. (Menos do que eu era.)

Because of me? (Por minha causa?)

No. Because you’re shorter than I imagined. (Não. Porque você é mais baixa do que eu imaginava.)

Clara arregalou os olhos e deu um empurrão leve no braço dele.

Rude.

Honest. (Honesto.)

Still rude. (Continua sendo rude.)

Enquanto trocavam farpas em meio a sorrisos, um cardume colorido passou nadando atrás do vidro. As luzes refletidas ondulavam sobre seus rostos — azul, dourado, lilás — como se estivessem pintando cenas de um filme que ainda nem sabiam estar estrelando.

Clara, por um instante, parou de falar. Seus olhos seguiram o movimento dos peixes, fascinada, os lábios entreabertos. Aquele tipo de encanto que não se finge.

Sae aproveitou o momento para observá-la com mais cuidado — Como a luz tocava seu rosto, o reflexo da água dançando em seus olhos. Ela parecia parte daquele cenário — viva, curiosa, impossível de ignorar.

You’re easy to distract. (Você é fácil de distrair.)

Ela piscou, um leve rubor colorindo suas bochechas.

Maybe that’s a good thing. (Talvez isso seja bom.)

Por um breve instante, não eram apenas duas pessoas num encontro. Eram dois mundos se tocando.

Dois desconhecidos tentando se decifrar sob a luz trêmula do oceano inventado. Seus rostos refletiam no vidro, lado a lado, separados somente por um painel de acrílico e um milhão de possibilidades.

Sae pensou em dizer algo. Porém, não disse. Somente permaneceu ali, gravando cada segundo. Como se o instante pudesse desaparecer se ele se movesse rápido demais.

À medida que as sombras dos peixes deslizavam pelas paredes, como constelações líquidas, a ansiedade dentro dele começou finalmente a se dissolver. Em seu lugar, surgiu algo novo — uma calma curiosa, um desejo mudo de apenas estar com ela.

Clara inclinou levemente a cabeça, os olhos acompanhando um cardume que nadava em círculos.

You know, I never thought fish could be so calming. (Sabe, nunca imaginei que peixes pudessem ser tão tranquilos assim.)

Sae sorriu, pela primeira vez naquela noite.

Maybe they hold secrets we’re meant to learn. (Talvez eles guardem segredos que devemos aprender.)

O silêncio entre eles não era desconfortável — era denso, pulsante, como a luz azulada que os acariciava, dançando nos contornos de seus rostos enquanto caminhavam lado a lado.

Sem trocar uma palavra, deixaram que os próprios passos encontrassem o ritmo. O aquário parecia guiá-los, como um rio calmo, arrastando dois viajantes desavisados por entre corredores submersos em sombra e brilho. Cada passo era acompanhado pelo som sereno da água e pela cintilação das bolhas que subiam lentamente pelos tanques.

Clara se abaixou diante de um aquário cilíndrico cheio de águas-vivas. Seus olhos brilhavam, hipnotizados pelas criaturas translúcidas que flutuavam como se dançassem no tempo. A luz as atravessava, refletindo no rosto dela, como se a pele também fosse feita de vidro e mistério.

If I had to pick a sea creature to describe you… (Se eu tivesse que escolher uma criatura marinha para te descrever…) — começou, com aquele sorriso brincalhão que já começava a virar uma assinatura.

Don’t say jellyfish. (Não diga água-viva.)

I was gonna say grumpy shark. (Eu ia dizer tubarão mal-humorado.)

Sae soltou um suspiro baixo, entre o cansaço e a rendição.

Fair enough. (Justo.)

Clara se inclinou na direção dele, o brilho da curiosidade aceso nos olhos.

Wait, now I wanna know… how do you say “grumpy shark” in Japanese? (Agora eu quero saber… como se diz “tubarão mal-humorado” em japonês?)

Ele desviou o olhar para o tanque, como se esperasse que alguma água-viva lhe soprasse a resposta.

Fukigen na same.

Fuki… what? (Fuki… o quê?) — tentou repetir, fazendo uma careta que arrancou dele um sorriso discreto.

Fu-ki-gen na sa-me. Come on, you can do better than that. (Fu-ki-gen na sa-me. Vamos lá, você pode fazer melhor do que isso.)

Fuki...gen... na... samae?

Ele a fitou com um meio sorriso carregado de sarcasmo.

That was offensive to sharks and to the Japanese language. (Isso foi ofensivo para os tubarões e para o idioma japonês.)

Ela riu alto, batendo de leve no braço dele com uma falsa indignação.

I’ll keep trying. (Vou continuar tentando.)

Please don’t. (Por favor, não.)

Okay, mister fluent-in-English, say this: Mürrischer Hai. (Ok, senhor fluente-em-inglês, diga isso: Mürrischer Hai.)

Sae franziu o cenho, concentrado como se estivesse resolvendo uma partitura complexa.

Mursha... hi?

Nope. Try again. (Não. Tente de novo.)

Mürrr... shika... hi?

Clara se dobrou de tanto rir, precisando apoiar-se no corrimão para não tombar.

You’re hurting my language! (Você tá machucando meu idioma!)

Sae lançou um olhar de canto, divertido, como quem aceita a derrota com certa honra.

You did the same to mine earlier. (Você fez o mesmo com o meu anteriormente.)

True. So we’re even. (É verdade. Então, estamos quites.)

O som dos risos lentamente se dissolveu no ar tranquilo do aquário, dando espaço a uma quietude confortável. Caminharam por alguns minutos, observando cardumes que se moviam como poesia líquida, recifes artificiais que reluziam sob os holofotes e pequenos mundos que existiam atrás do vidro.

Não havia pressa.

Os olhares trocados eram frequentes, leves, mas intensos — como se dissessem mais do que qualquer palavra ousaria.

Sae pensou em puxar assunto, mas as frases vinham até a garganta e pereciam ali. Clara notou, porém não forçou. Havia uma tensão suspensa no ar, suave, mas presente — como o zumbido constante das máquinas ou o som abafado das bolhas.

Ela parou diante de outro tanque de águas-vivas, os olhos mergulhados no ritmo lento das criaturas que cintilavam como estrelas subaquáticas.

Do you do this often? (Você faz isso com frequência?) — perguntou, sem desviar o olhar.

What? Go on dates in aquariums? (O quê? Sair com alguém em um aquário?)

Yeah.

Ele demorou alguns segundos antes de responder, como se estivesse escolhendo a verdade com cuidado.

No. Never. (Não. Nunca.)

Clara se virou com lentidão, os olhos encontrando os dele sob a luz azulada. Nenhum dos dois piscou.

So why now? (Então, por que agora?)

Sae abaixou o olhar, a voz saindo mais baixa, quase um segredo.

Because you asked me to surprise you. (Porque você me pediu para surpreendê-la.)

Clara não disse nada por um instante. Mas sorriu. Um sorriso pequeno, íntimo, carregado de uma doçura que não precisava se anunciar. Um sorriso que guardava coisas demais para serem ditas ali, naquele momento.

Sae ficou encarando aquele sorriso, sentindo algo parecido com um arrepio se espalhar pela pele. Talvez não precisasse entender tudo. Talvez só sentir fosse o bastante.

O silêncio entre eles voltou, mas agora era outro. Carregado de perguntas sem respostas e de uma presença que dizia muito mais que qualquer tentativa de explicar.

Ele se perguntava o que ela pensava. Se estava decepcionada. Surpresa. Ou se, como ele, também tentava entender por que aquela noite parecia tão importante — mesmo sem promessas, mesmo sem planos.

E foi ali que soube: ela já o fazia se questionar demais.

Pararam diante de um tanque iluminado de dentro para fora, onde pequenos peixes coloridos nadavam em espiral, como se traçassem constelações líquidas.

You think they ever get tired of swimming in circles? (Você acha que eles se cansam de nadar em círculos?) — Clara perguntou, os olhos presos no movimento hipnótico.

Maybe they don’t even notice. (Talvez nem percebam.)

Like us. Humans. Always chasing the same thoughts. (Como nós. Humanos. Sempre perseguindo os mesmos pensamentos.)

Sae lançou um sorriso enviesado na direção dela.

You’re way too philosophical for someone wearing a teddy bear on their sweater. (Você é filosófica demais para alguém que usa um ursinho de pelúcia no suéter.)

Hey! It’s fashion. (Ei! É moda.)

Ela fingiu um tapa no braço dele, e Sae, no reflexo, segurou o pulso dela.

O toque foi leve, mas firme — e o tempo pareceu prender a respiração.

Os olhos dela encontraram os dele, e ficaram ali. Um segundo a mais do que o necessário. Um segundo que dizia tudo.

Sorry (Desculpa) — murmurou ele, soltando devagar.

Ela levou os dedos até o pulso, não como quem sente dor, mas como quem tenta guardar o calor que ficou.

You're strong. (Você é forte.)

You're tiny. (Você é pequena.)

Ela sorriu, o olhar cheio de algo mais afiado.

You’re surprisingly gentle for someone who looks so fierce on stage. (Você é surpreendentemente gentil para alguém que parece tão feroz no palco.)

Sae deu de ombros, um brilho incomum dançando em seus olhos.

Only when it matters. (Só quando importa.)

Continuaram caminhando, e num momento quase imperceptível, o homem estendeu o braço e pousou a mão nas costas dela, guiando-a com delicadeza. O toque era discreto, mas seu efeito foi tudo menos sutil. O coração dele respondeu no mesmo instante.

Clara virou o rosto devagar, sorrindo com um ar de quem viu mais do que ele imaginava mostrar.

You’re more confident when you don’t talk. (Você é mais confiante quando não fala.)

That’s because my actions speak louder. (Minhas ações falam mais alto.)

Seguiram por mais um corredor. As luzes tremulavam como se estivessem debaixo d’água, e do outro lado do vidro, um cardume cintilante se movia em perfeita sincronia.

Clara apontou, maravilhada.

Look at them… like one big brain. (Olha isso… parecem um cérebro gigante.)

Sae se aproximou, o ombro tocando de leve o dela — quente, presente, sem pressa de ir embora.

Not that different from us right now. Just trying to swim in sync. (Nem tão diferente da gente agora. Só tentando nadar no mesmo ritmo.)

Ela mordeu o lábio, segurando o riso que dançava nos olhos.

Are you saying we’re compatible, Mr. Itoshi? (Está dizendo que somos compatíveis, Sr. Itoshi?)

I’m saying we’re not swimming away. Yet. (Estou dizendo que não estamos nadando para longe. Ainda não.)

Sae deixou o silêncio se estender entre eles por alguns segundos, os olhos presos no azul profundo do aquário à frente, mas a mente já distante, navegando em outras águas.

“Tudo começou com uma entrevista idiota”, pensou, a memória vindo como uma onda inesperada.

Algumas semanas atrás, do outro lado do mundo, Clara havia pronunciado seu nome numa entrevista descontraída, escolhendo-o como o famoso com quem ficaria — uma brincadeira, talvez, um acaso. Mas o mundo reagira como se fosse uma profecia gravada no tempo.

E ali estavam, lado a lado, como se aquele encontro fosse inevitável desde o começo.

Na penumbra azulada, cercados por tanques gigantes e criaturas que pareciam flutuar feitas de sonho líquido, tudo parecia suspenso, como se o tempo tivesse desacelerado para eles.

Clara virou-se para ele, e Sae sentiu o ar rarear, o tempo prender a respiração ao redor.

Por um instante, nada importava — nem fama, nem entrevistas, nem olhares alheios.

Só duas presenças, reconhecendo-se mesmo sem se conhecer.

A pele dela refletia a luz fria do aquário, os olhos brilhavam com o brilho tênue das águas e os cílios lançavam sombras que dançavam nas bochechas.

Quando ela desviou o rosto, como se percebesse o peso do olhar, sorriu — um sorriso leve, sem pressa, sem expectativa.

E aquilo o desmontou.

Ninguém nunca lhe sorrira assim. Não sem exigir nada em troca. Não sem esconder segundas intenções.

Era um sorriso que dizia: você pode ser você. E está tudo bem. Era, ao mesmo tempo, assustador e belo demais.

I don’t usually do this, you know? (Eu normalmente não faço isso, sabia?) — murmurou, voz baixa, como se confessasse ao próprio reflexo na água.

Clara inclinou a cabeça, curiosa.

Do what? (Fazer o quê?)

Sae manteve o olhar fixo à frente, evitando o dela.

Let someone get this close. (Que alguém chegue tão perto.)

Por um momento, desviou o olhar, escolhendo as palavras com cuidado — abrir-se assim era raro; admitir isso em voz alta, ainda mais.

It’s not that I don’t want people close… (Não é que eu não queira pessoas por perto…) — começou devagar. — I just… don’t trust what they’ll do once they’re close. (Eu só… não confio no que elas vão fazer quando chegarem perto.)

Ela não riu, não zombou. Somente assentiu, compreendendo mais do que ele teria coragem de dizer.

You think I’ll hurt you? (Acha que eu vou te machucar?)

Sae hesitou, e a voz saiu mais baixa ainda.

I think… I don’t know what to do if you don’t. (Acho que… não sei o que fazer se você não fizer.)

Clara cruzou os braços, inclinou a cabeça em desafio.

Well, if it helps… I have no idea what I’m doing either. (Bem, se ajuda… eu também não faço ideia do que estou fazendo.)

Ele piscou, surpreso.

Seriously? (Sério?)

Yep. I’m just going with the flow, hoping not to scare off a mysterious, brooding rockstar with trust issues. (Tô só indo com a maré e torcendo para não assustar uma estrela do rock misteriosa com problemas de confiança.)

Sae soltou um suspiro pesado, mas um sorriso tímido escapou.

That’s oddly specific. (Isso é estranhamente específico.)

You’re oddly specific. (Você é estranhamente específico.)

Ela riu baixinho, desviando o olhar por um instante — uma brecha de vulnerabilidade que não se escondeu.

Honestly, I was nervous too, you know? (Para ser sincera, eu também tava nervosa, sabia?)

Sae levantou as sobrancelhas, incrédulo.

Really? (Sério?)

Yeah. Guess even internet stars get butterflies. (Sim. Acho que até estrelas da internet ficam com borboletas no estômago.)

O sorriso dele se abriu, relaxado, desarmado.

Glad I’m not the only mess here. (Ainda bem que não sou o único desastre.)

Um peixe colorido deslizou atrás do vidro, traçando curvas vivas na água. Clara apontou, os olhos brilhando de entusiasmo. Sae olhou para o peixe, mas, sem perceber — ou talvez fingindo não perceber — manteve o olhar nela por um tempo a mais.

Ela não reclamou. Ficaram em silêncio.

E, curiosamente, aquele silêncio era o mais confortável da noite.

A conexão já existia ali, invisível e palpável, como a correnteza suave que só o tempo poderia decidir onde levaria.

Enquanto avançavam diante do maior tanque, seus reflexos se misturavam no vidro — distorcidos, ondulantes, belos demais para serem reais. Um vislumbre tênue do que poderia ser.

Sae sentiu, sem entender o motivo, um desejo silencioso para que aquela imagem se prolongasse, que o momento não fosse interrompido.

Pela primeira vez em muito tempo, a pressa parecia ter desaparecido.

Eles seguiam devagar, embalados pelo som constante da água e das bolhas subindo — uma melodia suave que preenchia os espaços vazios entre as palavras.

Clara ergueu o rosto, seguindo com os olhos o vai e vem dos peixes, como se contemplasse estrelas distantes.

I could stay here forever. (Eu poderia ficar aqui para sempre.)

Sae lançou um olhar de lado, um sorriso maroto se formando.

Wouldn’t recommend. You’d get hungry. (Não recomendo. Você ia acabar com fome.)

Ela riu alto — um riso genuíno, leve, que aqueceu o ambiente — mas logo seus olhos suavizaram.

You’re funny in a weird, subtle way. I like that. (Você é engraçado de um jeito estranho e discreto. Eu gosto disso.)

Ele não respondeu de imediato, somente deixou escapar um sorriso leve, como quem ganhou um presente sem saber.

Foi quando o som seco de uma notificação cortou a atmosfera.

Sae tirou o celular do bolso, franzindo o cenho. A luz da tela iluminou o rosto dele, que ficou mais fechado, tenso.

Algo estava por vir.

Na tela, uma notificação do Twitter piscava com um aviso inquietante:

“SAW SAE ITOSHI AT THE AQUARIUM WITH A GIRL??? IS THAT CLARA HEINE??”

Acompanhada de uma foto tremida, mas clara o bastante para semear o caos.

Sae prendeu a respiração, os olhos fixos na imagem, como se, se olhasse demais, ela pudesse se desfazer.

What is it? (O que foi?) — Clara perguntou, a voz leve, mas carregada de tensão.

Ele apagou a tela devagar, o rosto fechado.

Nothing. Just the ocean turning into a storm. (Nada. Só o oceano virando tempestade.)

Clara estreitou os olhos, desconfiada.

Sae… was that about us? (Sae… isso foi sobre a gente?)

Ele hesitou. Por um instante, a resposta quase escapou.

Maybe. Maybe not. But either way… they already saw us. (Talvez. Talvez não. Mas de qualquer forma… eles já viram.)

Ela mordeu o lábio, os olhos se perdendo nas luzes difusas do aquário. A calmaria do lugar parecia se romper, prestes a se dissipar.

Then what do we do? (E agora? O que a gente faz?)

Sae soltou um suspiro profundo, o peso da situação pesando no peito.

We keep walking. Before it swallows us whole. (A gente continua andando. Antes que isso engula a gente por completo.)

Clara desviou o olhar, um rubor suave tingindo as bochechas. Sae sorriu — tímido, sincero — o tipo de sorriso que derruba muros e apazígua tempestades.

A noite ainda era jovem, cheia de promessas não ditas.

E ali, sob as águas que refletiam estrelas invisíveis, algo frágil e precioso começava a florescer.

 Heeey, lindezas! 💗 O que acharam do sexto capítulo de RKN? Digam aqui pra mim!

 Sei que demorei de novo, mas a vida adulta é complicada, guys 😭😭 Mas espero ter compensado a demora pelo primeiro encontro oficial dos Clasae! 🥹💖💖

 A melhor parte pra mim foi o Sae ensinando a falar grumpy shark em japonês e a Clara ensinando em alemão 😂😂 Rachei de rir escrevendo essa parte!! Ainda vai ter muitas pérolas assim na fanfic! 😂💖

 E já têm fãs flagrando os pombinhos, aiai... A internet vai à loucura!!

 Quero agradecer também pelos 3,5k! Vocês são incríveis demais aaaaaaa 🥹💖💖 Espero ter vocês aqui até o fim! 🤧💖

 Não se esqueçam de votar e comentar, pois isso me motiva bastante a continuar com as atualizações!

 Beijinhos e até a próxima! Muah 💋

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