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47.

LANDO NORRIS
📍Monte Carlo, Mônaco
"Os olhos não mentem"

Meta: 105 votos e 150 comentários
(Não volto antes da meta ser cumprida)
LEIA O AVISO NO FINAL!!!!!

Ao sentir o cheiro familiar de casa, finalmente longe do aroma estéril do hospital e do som irritante daqueles aparelhos apitando a cada instante, um alívio percorreu meu corpo. Estar ali de novo era a melhor coisa.

Ainda assim, não conseguia evitar a frustração com o excesso de cuidados. Tratavam-me como se eu fosse uma criança frágil, incapaz de dar um passo sem supervisão.

— Vocês realmente acham que eu vou quebrar se subir uma escada? — reclamei, jogando-me no sofá com um suspiro exagerado. —

— Com esse braço engessado e a pancada na cabeça? Sim, exatamente isso que a gente acha — minha mãe retrucou, cruzando os braços e me lançando um olhar de advertência. —

Bufei, rolando os olhos.

— Estou bem, sério. Não preciso ser tratado como se fosse feito de vidro.

— Ah, claro, porque você sempre segue as recomendações médicas, né? — ela rebateu, irônica. —

Antes que eu pudesse argumentar, ouvi um pigarro vindo da porta. Emily estava ali, me observando com um misto de exasperação e alívio nos olhos.

— Espero que você esteja ouvindo a sua mãe e se comportando.

Dei um sorriso torto, apoiando o braço saudável no encosto do sofá.

— Defina "se comportar".

Ela suspirou, cruzando os braços.

— Lando…

— O quê? Estou aqui, quietinho, em casa. Isso já é um progresso, não acha?

— Você é impossível.

— E você continua se preocupando comigo — provoquei, erguendo uma sobrancelha. —

Ela não respondeu de imediato, apenas me lançou aquele olhar intenso que sempre me desmontava. Mas antes que pudesse rebater, minha mãe pigarreou, cortando o momento.

— Bom, já que Emily está aqui, vou aproveitar para resolver algumas coisas. Mas fique avisado, Lando. Se eu souber que você fez qualquer besteira, volto e te prendo nesse sofá.

— Sim, senhora — respondi com um sorriso travesso. —

Ela saiu, deixando apenas eu e Emily na sala. O silêncio que se seguiu foi carregado. Eu podia sentir a tensão entre nós, aquela que nunca havia realmente desaparecido.

— Então… — comecei, tentando aliviar o clima. — Vai continuar me olhando assim ou vai sentar?

Ela hesitou por um segundo, mas, por fim, se aproximou, sentando-se ao meu lado.

Emily se sentou ao meu lado, mas manteve uma pequena distância, como se ainda estivesse incerta sobre estar ali. O silêncio entre nós não era confortável, era pesado, quase sufocante.

— Não precisa ficar aqui se não quiser — murmurei, quebrando a tensão. —

Ela virou a cabeça para me encarar, os olhos indecifráveis.

— Você quer que eu vá?

Soltei um suspiro, passando a mão saudável pelo rosto.

— Não foi isso que eu disse.

Ela cruzou os braços, desviando o olhar.

— Então para de agir como se minha presença aqui te incomodasse.

Revirei os olhos.

— Arabella, você sabe que não é isso.

— Sei? — ela retrucou, me olhando de lado. — Porque, sinceramente, não tenho certeza de mais nada quando se trata de você.

O jeito que ela disse aquilo fez meu peito apertar. Eu sabia exatamente o que ela queria dizer, mas ainda não tinha certeza se conseguia encarar essa conversa agora.

— Achei que estivesse aqui porque se preocupava comigo — tentei, mais como uma provocação do que como uma pergunta sincera. —

Ela soltou um riso fraco, sem humor.

— E eu achei que você fosse ter um pouco de juízo depois do que aconteceu, mas acho que espero demais.

Fiz uma careta.

— Nossa, sempre tão carinhosa.

Ela me lançou um olhar que me fez prender a respiração por um segundo.

— Não brinque com isso, Lando.

Suspirei, recostando-me no sofá, tentando encontrar uma maneira de quebrar aquela tensão sufocante.

— Ok, ok… sem piadas — murmurei, levantando as mãos em rendição. —

Emily ainda me olhava com aquela expressão indecifrável, e, por mais que tentasse esconder, eu conhecia bem o jeito dela. Ela podia fingir o quanto quisesse, mas eu via nos olhos dela, ela ainda se importava.

— Você realmente gosta de me ver sofrer, né? — brinquei, sorrindo de lado. —

Ela arqueou uma sobrancelha.

— Não coloque a culpa em mim. Você que quase me matou de susto.

Meu peito aqueceu ao ouvir aquilo. Ela não admitia, mas estava preocupada. E, mesmo que tentasse manter aquela pose séria, o jeito que os olhos dela me analisavam, como se quisesse ter certeza de que eu estava mesmo bem, me fazia querer agarrá-la e nunca mais soltar.

— Você é fofa quando se preocupa — soltei, incapaz de esconder o tom bobo na voz. —

Emily bufou, mas um leve rubor tomou conta do rosto dela.

— Cala a boca, Norris.

— Olha só, te deixei sem palavras — provoquei, chegando um pouco mais perto. —

Ela me empurrou de leve, mas sem real força.

— Se você continuar assim, juro que te jogo da escada.

Soltei uma risada baixa, sentindo aquele calor familiar dentro de mim.

— Desde que você esteja lá para me segurar, acho que vale o risco.

Ela me olhou por um segundo, e, por um momento, achei que fosse me bater de verdade. Mas, então, um sorrisinho pequeno apareceu nos lábios dela, e meu coração deu um salto.

Era isso. Era ela. E, independente do tempo ou da distância, meu coração ainda era completamente dela.

Encarei as mãos dela entrelaçadas, e algo familiar chamou minha atenção. A pulseira no pulso dela. Um sorriso involuntário surgiu nos meus lábios. Sem pensar muito, aproximei minha mão e segurei delicadamente o pulso dela.

— Você ainda usa essa pulseira — murmurei, surpreso e, ao mesmo tempo, completamente encantado. —

Emily hesitou por um momento antes de responder, como se não quisesse admitir o óbvio.

— Uso… Pensei em jogar fora umas mil vezes, mas ela já virou minha preferida — confessou, desviando o olhar. —

Meu peito apertou. Meus dedos deslizaram suavemente sobre o pingente, e lá estava, gravado de um jeito meio torto, mas cheio de significado: Idiota.

Soltei uma risada baixa.

— Ainda me chama assim?

Ela suspirou, rolando os olhos, mas um sorriso brincava nos lábios dela.

— Você ainda me dá motivos pra isso.

Me inclinei um pouco mais perto, sentindo a familiaridade daquela troca, do jeito que ela sempre sabia me desmontar sem precisar de muito.

— Então acho que vou ter que continuar merecendo o título.

Ela abriu a boca para responder, mas hesitou. O clima ao nosso redor ficou mais denso, mais carregado de tudo aquilo que nunca tinha sido dito. Me perguntei se ela conseguia ouvir o quanto meu coração batia forte naquele momento.

— Emily… — comecei, a voz mais baixa, mais cautelosa. —

Ela me olhou nos olhos, e eu vi ali todas as lembranças, todas as histórias que ainda nos ligavam, mesmo depois de tudo.

— Não faz isso, Lando — ela sussurrou, quase implorando. —

Mas era tarde. Eu já estava completamente preso nela de novo.

O jeito que ela me olhava, o tom da voz dela, tudo gritava que eu devia parar. Que eu não devia atravessar aquela linha. Mas como eu poderia, se nunca deixei de estar do outro lado dela?

Engoli em seco, sem soltar o pulso dela.

— Me diz para parar, de verdade — desafiei, a voz baixa, quase um sussurro. —

Emily ficou imóvel, como se estivesse travando uma batalha interna. Ela podia me afastar, me dizer que não sentia nada, que o passado ficou para trás. Mas não disse.

— Lando… — ela começou, mas não completou. —

O nome dela escapou dos meus lábios antes que eu pudesse conter.

— Emily…

Ela fechou os olhos por um instante, respirando fundo, e quando os abriu de novo, algo ali parecia diferente.

— A gente não pode voltar para isso.

Minha mão deslizou devagar até encontrar a dela, entrelaçando nossos dedos quase instintivamente.

— E se eu disser que nunca saí disso? — minha voz saiu baixa, mas carregada de significado. —

Ela fechou os olhos por um segundo, respirando fundo antes de soltar minha mão, como se o toque queimasse.

— É melhor pararmos essa conversa. Tá ficando complicada demais — disse, a voz levemente trêmula. — Esquece isso, Lando. Não quero voltar pra isso.

Meu peito apertou, mas eu não podia simplesmente aceitar.

— Isso o quê, Lily? O que exatamente você não quer voltar? — insisti, tentando encontrar os olhos dela. —

— Isso — ela gesticulou entre nós dois. — Essa confusão. Esse ciclo que nunca termina. A gente se machuca, se afasta, se reencontra… e tudo volta. Mas no final… sempre acaba do mesmo jeito.

Ela se levantou do sofá, cruzando os braços como se quisesse se proteger de mim.

— Mas e se dessa vez for diferente? — me ajeitei, apoiando os cotovelos nos joelhos. —

Ela riu sem humor, balançando a cabeça.

— Você realmente acredita nisso?

— Sim, porque eu te amo.

Emily congelou.

O silêncio tomou conta do ambiente. Eu podia ver o conflito nos olhos dela, a luta interna entre o que sentia e o que queria negar.

— Lando… — ela começou, mas a voz falhou. —

— Não precisa dizer nada agora — levantei-me, dando um passo na direção dela. — Só pensa nisso, Lily. Pensa se realmente quer continuar fugindo de algo que ainda tá aqui.

Ela me olhou por um longo momento, como se procurasse algo em mim. Então, sem dizer mais nada, virou-se e saiu da sala.

Eu suspirei, passando a mão pelo cabelo.

Talvez ela ainda estivesse fugindo. Mas, dessa vez, eu não ia deixar que ela corresse para sempre.

¤¤ 🇬🇧 ¤¤

Encarei Emily do outro lado da sala, conversando com Rosalina. Meus olhos pareciam não conseguir desviar dela, ainda mais depois daquela nossa conversa de mais cedo. Ela estava claramente me evitando, mas eu conhecia bem demais cada gesto dela para não perceber.

— Que tanto você encara ela? Tá querendo dar e não sabe pedir, Norris? — a voz de Carlos soou do meu lado, cortando meus pensamentos. —

Revirei os olhos, cruzando os braços.

— Cara, para de ser inconveniente — retruquei, irritado. — Tá parecendo o Charles.

— Ei! — Charles se manifestou, do outro lado. — Eu tô quieto, e você me mete no meio? Você me ama, Norris, só pode.

— Ele só tá assim porque a minha irmã não quer mais ele — Carlos completou, se divertindo com a própria piada. —

— Vai se ferrar, Sainz — Rebati, bançando a cabeça.—

Apesar das provocações, minha mente ainda estava em Emily.

Ela soltou uma risada baixa conversando com Rosalina, e aquilo mexeu comigo de um jeito que eu não queria admitir.

— Só pra constar, vocês são péssimos amigos — falei, desviando o olhar dela para não dar bandeira demais. —

— E você é péssimo disfarçando que ainda ama ela — Carlos rebateu, dando um tapinha no meu ombro. —

— Vocês já conversaram? — Charles perguntou, curioso. —

Assenti, soltando um suspiro.

— Sim, mas… acho que ela não quer mais voltar comigo.

Carlos coçou o queixo, como se estivesse formulando a solução do meu problema.

— Então faz assim: assim que você tiver cem por cento de novo, eu te levo pro Pacha, em Ibiza. Nada melhor pra esquecer uma ex do que umas festas lá.

Antes que eu pudesse responder, Charles arregalou os olhos, claramente indignado.

— Como assim, Carlos?! Você tá doido? Isso é conselho de melhor amigo pra você? — Ele gesticulava, completamente revoltado. — O que ele tem que fazer é reconquistar ela, ser honesto, falar que ainda gosta dela! Não empurrar ele pra uma festa cheia de gente!

— Calma, Perceval — Carlos ergueu as mãos, rindo. — Eu só tô dando opções.

— Opções péssimas! — Charles rebateu. —

Fiquei olhando de um pro outro, meio divertido, meio cansado.

— Eu tô bem aqui, tá? Eu existo.

— Desculpa, mas ele tá errado, Lando — Charles insistiu. — Você ama ela. E se você ama mesmo, tem que mostrar isso.

Carlos bufou.

— Ou você pode só se divertir um pouco e ver onde a vida te leva…

— Meu Deus, Carlos! — Charles exclamou, exasperado. —

Soltei uma risada, balançando a cabeça.

— Vocês são péssimos conselheiros.

Mas, no fundo, eu sabia que Charles tinha razão. Eu só não sabia se teria coragem de colocar tudo em jogo de novo. Porque, se eu tentasse e desse errado… Eu não tinha certeza se aguentaria perdê-la outra vez.

— Ganhei, seus otários! — Carlos exclamou, jogando as cartas do baralho sobre a mesa com um sorriso vitorioso. —

— Não é possível, você trapaceou! — Charles protestou, pegando as cartas e analisando como se fosse um investigador. —

— Aceita que perdeu, Leclerc — Carlos riu, se recostando na cadeira, claramente satisfeito com a vitória. —

Eu apenas observei a discussão dos dois, tentando não rir. Aquele clima descontraído me fazia bem, me fazia esquecer por alguns minutos o turbilhão que estava na minha cabeça. Mas, inevitavelmente, meus olhos voltaram a procurar Emily do outro lado da sala. Ela ria de algo que Rosalina havia dito, e ver aquele sorriso me fez sentir aquele aperto familiar no peito.

— E lá vai ele de novo… — Charles comentou, me flagrando olhando pra ela. —

— Ele não tem jeito mesmo — Carlos debochou. — Lando Norris, o eterno apaixonado.

— Vocês não vão calar a boca, né? — revirei os olhos, mas o sorriso me denunciava. —

— Não enquanto você não fizer alguma coisa — Charles respondeu, mais sério agora. — Ela tá ali, Lando. Você tem outra chance. Não desperdiça.

Suspirei, passando as mãos pelo cabelo.

— Eu sei… só… eu não quero estragar tudo de novo.

— Então não estraga — Carlos disse, simples. —

Eu ri fraco. Como se fosse fácil assim.

— Cala a boca, Carlos. Você é o encalhado do grupo, não tem direito de falar — Charles alfinetou, cruzando os braços, enquanto exibia aquele sorrisinho provocador. —

Carlos arregalou os olhos, indignado.

— Encalhado é o caramba! — Carlos retrucou, gesticulando com as mãos, claramente ofendido. — Eu só sou seletivo, coisa que vocês não sabem ser!

— Ah, claro — Charles riu, sarcástico. — Seletivo… Ou só ninguém te aguenta?

— Você fala isso agora, mas quando tava lá desesperado pra conquistar a Rosalina, quem te ajudou? — Carlos rebateu, apontando pra si mesmo. — Eu! Então me respeita.

Eu só observava a discussão, rindo baixo. Era sempre assim. Eles podiam passar o dia inteiro trocando farpas, mas no final, todo mundo sabia que se amavam como irmãos.

— E você, Norris? — Carlos voltou-se pra mim de repente. — Vai continuar só babando pela Emily ou vai fazer alguma coisa?

— Eu não tô babando por ninguém — retruquei rápido demais, e Charles riu. —

— Aham, claro. Por isso que seu pescoço tá até torto de tanto olhar pra ela — ele debochou. —

Revirei os olhos, mas não consegui evitar um sorriso sem graça. Porque eles estavam certos. Eu estava, sim, completamente vidrado nela. Só que… E se eu tentasse e desse errado de novo?

Antes que eu pudesse responder, Rosalina e Emily se aproximaram, interrompendo nossa conversa.

— O que vocês estão aprontando agora? — Rosalina perguntou, já desconfiada, olhando pro marido. —

— Nada, só conversando sobre como o Carlos tá solteiro porque é insuportável — Charles respondeu, abraçando ela pela cintura. —

— Dá pra parar com esse grude todo na minha frente? E, aliás, para de roubar o meu companheiro, Rosalina! — Carlos resmungou, puxando Charles pelo braço. —

— Às vezes, eu acho que o Carlos não arrumou alguém até hoje porque, no fundo, ele tem esperança de que o Charles vai pedir ele em casamento — Emily provocou, com um sorriso divertido. —

— Ah, pronto! — Carlos ergueu as mãos, indignado. — Agora eu não posso nem fazer um comentário que vocês já me casaram com o Leclerc.

— É que vocês combinam, sabe? — Rosalina entrou na brincadeira. — Tem uma química diferente…

— Vocês estão doidos! Eu e o Charles somos só amigos! — Carlos rebateu, fingindo indignação, mas não conseguindo segurar a risada. —

— Só amigos, mas que se amam — completei, rindo junto. —

Charles deu de ombros, segurando Rosalina pela cintura.

— Eu e Carlos somos almas gêmeas, o pessoal só não entendeu ainda.

— Vão se ferrar vocês quatro — Carlos mostrou o dedo do meio, mas estava rindo também. —

A conversa entre eles seguiu leve, cheia de risadas e piadas sobre Carlos e Charles, que pareciam não se cansar das provocações. Rosalina já estava acostumada, rindo enquanto se aconchegava nos braços do noivo, e Emily também se divertia, soltando comentários aqui e ali.

Eu estava ali, mas não estava.

Meus olhos voltavam para ela o tempo todo, sem que eu conseguisse evitar. O jeito que ela ria, a forma como jogava o cabelo para o lado e fazia uma careta quando Carlos falava alguma besteira... era como se tudo me puxasse de volta praquela conversa que tivemos mais cedo. Praquele sentimento que eu tentei fingir que tinha superado, mas claramente não tinha.

— Lando? — A voz de Charles me trouxe de volta. —

— Hã?

— Tá me devendo um jogo da revanche no baralho, não esqueci, não — ele disse, rindo. —

— Pode vir, vou ganhar fácil — forcei um sorriso, tentando entrar no clima, mas minha mente estava em outro lugar. —

Ou melhor, em outra pessoa.

Emily parecia perceber que eu a olhava de vez em quando, mas fingia que não. Talvez estivesse tentando manter aquele limite que ela mesma tinha falado. Ou talvez... só estivesse com o mesmo medo que eu.

Me mexi no sofá, desconfortável, tentando focar na conversa dos outros. Mas a verdade é que eu só conseguia pensar em como, mesmo no meio de todos, ela ainda era a única que realmente importava.

¤¤ 🇬🇧 ¤¤

As horas foram passando, e a casa ficou mais tranquila. Charles e Rosalina tinham saído pra resolver algumas coisas, e Carlos tinha sumido sabe-se lá pra onde. Eu fiquei ali na sala, meio largado no sofá, mexendo no celular de vez em quando, mas na maior parte do tempo só olhando pro nada.

Emily continuava por perto, mas daquele jeito dela, sem se aproximar demais, sem se afastar completamente. Ela conversava com a minha mãe na cozinha, ajudava com algumas coisas, mas evitava qualquer situação em que ficássemos a sós.

Até que, depois de um tempo, ouvi passos na direção da sala. Levantei os olhos e a vi se aproximando com duas xícaras na mão.

— Trouxe chá… Achei que você ia gostar — disse num tom calmo, parando ao meu lado. —

— Tá querendo me dopar pra eu dormir e não dar trabalho? — brinquei, tentando disfarçar o quanto meu peito apertava só de vê-la ali. —

Ela riu baixinho, daquele jeito que sempre me desmontou.

— Talvez… Ou só quis ser legal mesmo.

Sentei um pouco melhor e ela se acomodou ao meu lado no sofá, mantendo uma distância mínima, mas que pra mim parecia quilômetros.

Ficamos alguns minutos em silêncio, só o barulho das xícaras de vez em quando, e a respiração dela tão perto que me deixava inquieto.

— Como tá o braço? — perguntou baixinho. —

— Melhorando… Ainda acham que eu vou desmontar se levantar sozinho — dei de ombros. —

Ela sorriu, mas foi um sorriso meio triste.

— É só porque… todo mundo se preocupa com você, Lando.

Assenti, sentindo aquela mesma sensação que me acompanhava desde que voltamos a conversar. Porque, no fundo, eu sabia que o “todo mundo” incluía ela. E talvez fosse isso que me fazia segurar tão forte qualquer migalha que ela me desse.

— Eu sei… Obrigado por… tudo isso — falei, num tom mais sincero do que pretendia. —

Emily me olhou por alguns segundos. Eu senti aquele olhar atravessar todas as barreiras que eu tentava manter.

— Sempre — ela respondeu, simples. —

E, por um instante, pareceu que nada tinha mudado entre nós. Mesmo que, no fundo, eu soubesse que tudo tinha mudado.

— Você tá muito quieto hoje… — Emily comentou, me olhando de lado, com uma expressão que misturava curiosidade e preocupação. —

Desviei o olhar da xícara de chá que eu nem estava bebendo direito e dei de ombros.

— Só… pensando — respondi, tentando não parecer tão óbvio. —

— Pensando em quê? — ela insistiu, com aquele tom leve, mas que eu sabia que escondia uma verdadeira vontade de entender o que se passava na minha cabeça. —

Antes que eu pudesse responder, minha mãe apareceu na sala, segurando algumas sacolas e uma pasta de documentos.

— Ah, vocês estão aqui! Emily, querida, eu tava falando com a sua mãe hoje mais cedo… Ela comentou que você talvez volte pra Madrid em breve, é isso mesmo? — minha mãe perguntou, com aquele jeito curioso e prestativo dela. —

Meu corpo ficou tenso, e eu automaticamente olhei pra Emily, esperando a resposta, mesmo sentindo um aperto no peito só pela possibilidade.

— É… eu devo voltar pra Madrid no final de semana — ela disse, finalmente, depois de um tempo em silêncio. —

Senti meu peito apertar, mesmo tentando fingir que estava tudo bem.

— Já agora? — minha voz saiu mais baixa do que eu queria, e eu odiava quando ela ficava assim perto dela. —

— Tenho umas coisas do trabalho pra resolver lá… Não posso deixar parado por muito tempo — ela explicou, mexendo na pulseira que eu sabia que ela só mexia quando estava nervosa. —

Assenti, forçando um sorriso que eu sabia que não convencia ninguém.

— É… faz sentido. Trabalho é trabalho, né?

Ela deu um sorriso pequeno, mas não parecia tão certa quanto queria parecer.

Minha mãe, percebendo o clima meio estranho, se apressou em sair da sala, inventando qualquer desculpa para nos deixar sozinhos.

Ficamos em silêncio por alguns segundos, até que eu criei coragem de novo.

— Mas… você volta depois? Ou… — tentei parecer casual, mas minha própria ansiedade me entregava. —

— Volto sim — ela garantiu rápido demais, como se quisesse me tranquilizar. — Só vou resolver algumas coisas. Ainda fico mais um tempo por aqui depois.

Respirei aliviado, mesmo tentando disfarçar. Só o fato de saber que ela voltaria me deu um pouco de paz, mesmo que eu odiasse a ideia dela indo embora, nem que fosse por poucos dias.

— Ah, bom… Porque, né… — fiz uma pausa, coçando a nuca — Ia sentir sua falta por aqui.

Ela riu baixinho, e foi o suficiente pra me fazer sorrir também. Porque, apesar de tudo, aquele riso ainda era capaz de acalmar qualquer tempestade que existisse dentro de mim.

Era como se ela fosse a única pessoa no mundo capaz de me trazer paz.

001. Um aviso pra que eu possa voltar em um assunto chato aqui, sobre votos e comentários, uma semana pra conseguir 100 votos? Com 500 visualizações no capítulo, sério tá desmotivado muito a atualizar pra vocês porque eu tenho vários capítulos prontos mais tenho que esperar a meta bater, já estou avisando c isso não mudar não espere que essa fic tenha um fim pq vou arquivar porque estão desvalorizando muito ela.

002. Desculpa qualquer erro ortográfico. Espero que estejam da Fanfic.

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