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37.

EMILY SAINZ
📍Liége, Bélgica
"Grávida"


As férias estavam finalmente próximas, e eu já tinha me organizado para adiantar o trabalho atrasado e deixar tudo em ordem. Passar esses meses longe da empresa acumulou muita coisa, e, apesar da ajuda da minha mãe, ainda havia pendências que precisavam diretamente de mim.

Mesmo com tudo fluindo bem, uma inquietação persistia em mim. Lando parecia distante desde aquela conversa com o pai. Algo naquela conversa claramente mexeu com ele, mas, no fundo, eu tinha a sensação de que não era só isso. Havia algo mais que ele estava guardando, e isso me deixava preocupada.

Enquanto olhava pela janela da hospitalidade da Ferrari, observando as pessoas passarem apressadas, aproveitei o momento de silêncio para organizar meus pensamentos. Decidi tomar café ali para me isolar um pouco. Talvez fosse só o peso de tudo o que aconteceu ultimamente, a briga entre Lando e Mason, que tomou proporções absurdas na internet, era um exemplo. Mas agora, estando na última corrida antes das férias, tudo o que eu queria era que as coisas se acalmassem.

— Lily, que bom te encontrar. — Uma voz familiar me chamou atenção, e virei para encarar Seraphina. —

— Sara? Você por aqui? — Perguntei, surpresa, mas com um sorriso. — 

— Vim a trabalho. — Ela respondeu, retribuindo o sorriso enquanto se aproximava. —

— Não imaginei que estaria por aqui hoje. Mas faz sentido, dado o que você faz. — Comentei, gesticulando para que ela se sentasse comigo. —

— Pois é, correria como sempre. — Ela disse, acomodando-se na cadeira à minha frente. — Confesso que estou feliz por te ver, principalmente.

Sorri, surpresa com o tom sincero dela.

— É bom ter você por perto. Pelo menos, me ajuda a não ficar presa nesses meus pensamentos. — Falei, em um tom simples. — 

— Claro, faço tudo por você, Lily. — Ela piscou, com aquele jeito descontraído que sempre conseguia arrancar um sorriso meu. —

— Bom saber disso. Vou usar isso ao meu favor. — Respondi, cruzando os braços e tentando parecer séria, mas falhando miseravelmente ao rir. —

— Só não abusa, viu, Arabella? — Ela rebateu, arqueando uma sobrancelha e me chamando pelo meu segundo nome. —

— Eu? Aproveitar de você? Jamais. — Fingi indignação, colocando a mão no peito dramaticamente. —

— Claro, como se eu não te conhecesse. — Seraphina riu, balançando a cabeça. — Mas, sério, se precisar desabafar ou fugir do caos, pode me chamar.

— Obrigada, Sara, mas vamos mudar de assunto e falar de você. Como anda a vida depois que deixou de ser uma wag? — Perguntei, tentando desviar o foco. —

— Bem agitada, como sempre foi, mas estou bem. Acho que estou na minha melhor fase. — Ela disse com um sorriso leve, mas logo sua expressão ficou um pouco mais séria. — Apesar de tudo, ainda não foi fácil terminar com o Oscar daquele jeito. Não queria prolongar algo que, no fundo, eu sabia que mais cedo ou mais tarde teria que acabar.

— Imagino que não tenha sido fácil... — Comentei, olhando para ela com empatia. —

— Não foi. Mas também não dava para viver naquela bolha de "vai ou não vai". — Ela suspirou, mexendo na xícara de café. — Hoje, vejo que foi o melhor para nós dois. Ele está bem, eu estou bem, e é isso que importa.

— Você merece estar na sua melhor fase. Sempre foi uma mulher incrível, Sara. — Falei com sinceridade, tocando sua mão sobre a mesa. —

— Obrigada, Lily. De verdade. — Ela sorriu, com o olhar um pouco mais leve. —

— Amigas são para isso. Bom, só faltou a Rosalina aqui para te dar uma bronca agora. — Brinquei, rindo baixinho. —

— Nem me fale. — Seraphina revirou os olhos, mas riu junto. — Já estaria com enxaqueca de tanto ouvir ela falar. Mas sei que a intenção dela é só querer o meu bem.

— Isso é verdade. A Rosalina pode ser insistente, mas sempre tem o coração no lugar. — Comentei, lembrando das inúmeras vezes em que ela tinha insistido para nos mantermos firmes, mesmo quando não queríamos ouvir. —

— Sim, e no fundo, eu sou grata por isso. Mesmo que, às vezes, eu tenha vontade de correr quando vejo o nome dela no telefone. — Ela brincou, arrancando mais uma risada minha. —

— Clássico da Rosalina. Mas é bom termos pessoas assim por perto, que puxam a nossa orelha quando é necessário. — Argumentei, sincera. —

— Concordo. Ela é como uma irmã mais velha. E falando nisso, precisamos marcar algo com ela, faz tempo que não nos reunimos as três. — Ela respondeu, com um sorriso. —

— Verdade. Vou mandar mensagem para ela hoje. Quem sabe conseguimos organizar algo antes das férias acabarem. — Sugeri, animada com a ideia. —

Depois de terminarmos o café, saímos da hospitalidade com passos tranquilos, deixando o ambiente movimentado para trás. O sol brilhava intensamente, e o barulho característico do paddock preenchia o ar. Engenheiros apressados, pilotos conversando com suas equipes e fãs tentando tirar fotos criavam o cenário caótico e familiar.

— Sempre me esqueço de como é agitado por aqui. — Seraphina comentou, ajustando os óculos de sol enquanto olhava ao redor. — Mas ainda assim, sinto falta desse lugar às vezes.

— É como um pequeno mundo à parte. Caótico, mas de um jeito que vicia. — Respondi, acenando para uma funcionária que passava. —

Enquanto caminhávamos, Seraphina olhava ao redor com curiosidade, os olhos atentos a cada detalhe. Ela apontou discretamente para Oscar, que conversava com uma mulher de postura confiante perto da garagem da McLaren.

— Quem é aquela com o Oscar? — Ela perguntou, franzindo levemente o cenho. —

— Ah, essa é a Bela Medeiros. — Respondi, sem muita empolgação. — Ela é a nova engenheira da McLaren.

— Parece ser bem próxima dele, né? — Seraphina comentou, com uma sobrancelha arqueada. —

— Talvez, mas não é das pessoas mais simpáticas que conheci por aqui. — Confessei, revirando os olhos. —

— O que aconteceu? — Ela perguntou, agora claramente interessada. —

— Bom, uma vez acabei esbarrando nela. Fui tentar ajudar porque ela derrubou algumas coisas, mas... — Dei de ombros. — Ela foi super mal-educada, praticamente me ignorou.

— Que deselegante. — Seraphina comentou, cruzando os braços. — Parece que o Oscar tem um gosto peculiar para colegas de trabalho.

— Pode até ser uma ótima engenheira, mas educação não deveria ser opcional, sabe? — Acrescentei, balançando a cabeça. —

Continuamos caminhando enquanto Seraphina ainda dava algumas olhadas discretas na direção de Oscar e Bela, claramente tentando entender a dinâmica entre eles.

— Bom, pelo menos a McLaren está em boas mãos no quesito técnico. — Ela brincou, tentando aliviar a tensão. —

— É, mas seria melhor se também estivesse nas mãos de pessoas que sabem tratar os outros com um mínimo de respeito. — Completei, rindo levemente enquanto seguimos andando pelo paddock. —

— Às vezes, ela só não estava em um bom dia. — Seraphina tentou aliviar a situação, dando de ombros. —

— Claro, talvez seja isso mesmo. — Concordei, mas com um tom um pouco sarcástico. Depois, mudei de assunto rapidamente. — E você vai ficar no motorhome da Ferrari comigo, né?

— Infelizmente, não. — Ela fez uma careta. — Os patrocinadores me colocaram no motorhome da Mercedes.

— Não creio! Isso é injustiça. — Fiz um drama, rindo logo depois. — Mas aproveita, deve ser interessante lá. E se descobrir alguma coisa, me avisa pra eu passar pro Charles e pro Carlos.

— Deixa disso! — Seraphina riu alto, balançando a cabeça. — Desde quando a Mercedes é uma preocupação para a Ferrari?

— Só estou dizendo que conhecimento é poder. — Pisquei para ela, entrando na brincadeira. — Mas tudo bem, aproveita e tenta se divertir com os alemães.

— Com certeza! Vou levar meu charme francês para iluminar aquele lugar. — Ela respondeu, rindo enquanto ajustava os óculos de sol. —

Continuamos caminhando pelo paddock, trocando risadas e histórias, até que nos deparamos com um grupo de fãs que pediam autógrafos e fotos com os pilotos. Algumas pessoas até me reconheceram, acenando animadamente.

— Viu só? Você é quase uma celebridade. — Seraphina brincou, cutucando meu braço. —

— Não exagera. — Respondi, rindo, mas aproveitei o momento para acenar de volta para os fãs, sentindo a energia contagiante do paddock antes de seguirmos nosso caminho. —

— Exagerando? Estou falando um fato, você é uma das wags referência do paddock, eu me inspiro em você, Lily. — Ela disse, sorrindo, envolvendo seu braço no meu. — 

Um sorriso genuíno apareceu em meus lábios, e eu não pude conter. 

— Ok, se você está falando, eu acredito. — Admiti, em um tom leve. — 

— Aliás aquele negócio que o Charles me disse de você usar uma camisa estampada a escrita de “Wag  do Lando Norris” está valendo ainda, não adianta fugir. — Seraphina relembrou, com um sorriso travesso em seu rosto. — 

Eu ri, balançando a cabeça. 

— Eu não acredito que você me lembrou disso, era para o Charles ter enterrado essa história não saindo espalhando.. — Falei, colocando uma mão na minha testa fingindo incredulidade. — 

— Ele teve ótimas intenções, você conhece ele, a língua dele não consegue deixar ele quieto. — Ela brincou, tirando uma risada de mim. — 

— Rosa, tem que rever os conceitos dela e costurar a boca do Perceval, isso sim. — Resmunguei, fingindo estar brava. — 

— Garotas, que bom ver vocês aqui. — A voz famíliar de Lewis, e o braço dele passando por volta do ombro de Seraphina e depois pelo meu e ficando entre nós duas com um sorriso. —

— Lewis, andou muito sumido, pensei que tinham te sequestrado. — Seraphina brincou com ele. — 

Lewis sorriu do jeito espontâneo e contagiador que só ele tinha.

— Eu estava aproveitando a minha vida, sabe as baladas só me fazem lembrar do porque eu amo ser solteiro — Ele respondeu, em um tom casual, antes de olhar pra mim. — Diferente de certas pessoas que esquecem dos amigos depois que começam a namorar.

— Eu concordo plenamente, lew. Acho que não estávamos preparadas pela versão da Lily fiel. — Seraphina completou, negando com a cabeça. — 

Eu parei de andar para poder encará-los melhor, cruzei meus braços.

— Parem de me criticar e, eu não esqueci de ninguém, ok. — Avisei, com o tom de brincadeira presente nas palavras. — Viver indo pra Mônaco e Espanha, não é fácil, tá? 

Os dois se entreolharam e depois voltaram a me olhar novamente.

— Nossa rica, não precisa humilhar. — Lewis foi o primeiro a falar. — 

— Rica não, né, Lewis. Se for parar para pensar bem ela já é milionário por causa da família e para completar namora um milionário, então digamos bilionária. — Disse Seraphina, sorrindo. — 

— Credo, vocês só pensam no dinheiro. — Respondi, voltando a andar mas eles me acompanharam. — 

Lewis riu, ao meu lado.

— Lógico, dinheiro e comida são as melhores coisas do mundo. — Ele comentou, e eu olhei de volta para ele. — 

— Não posso negar a parte da comida. — Admiti, acabando por sorrir. — Mas quando se tem amor, o dinheiro é o que menos importa. 

Seraphina arqueou uma sobrancelha.

— Espera! Lógico que não, vai morar debaixo da ponte com todo esse amor, Lily. — Ela retrucou, sem pensar muito. — 

Antes que eu respondesse, meu celular começou a tocar, peguei ele da minha bolsa e meus olhos encontraram o nome de Rosalina na tela.

— iiih, olha lá, é o Landinho certeza. — Seraphina comentou e eu neguei, virando o celular para ela ver o nome de Rosalina. — 

— Eu vou atender ela, vejo vocês depois, ok. — Comentei, saindo de perto deles e atendendo a ligação de Rosalina. — Alô, Rosa?

— Até que em fim, você atendeu esse celular, Emily. — Ela falou do outro lado, aliviada. — 

— Você está bem? Aconteceu alguma coisa? — Perguntei, um pouco preocupada com ela. — 

— Estou bem, mas eu preciso de uma ajuda sua, mas eu preciso que guarde segredo? — Ela pediu, em um tom baixo. — 

O meu coração acelerou, por não saber o que estava acontecendo com ela.

— Eu prometo. Só me diz o que está acontecendo, não me preocupa, Locatelli. — Falei, encostando-me em uma das paredes em meio ao paddock. — 

— Eu preciso que você venha pro hotel, cheguei agora pouco e preciso da sua ajuda, mas vem com calma não é nada que você deva se preocupar. — Ela tentou me tranquilizar ao falar, com o jeito calmo dela. —

Ela estava aqui e nem me avisou que vinha, mas o importante era a Rosalina depois eu esclarecia essa minha pergunta. 

— Tá bom, eu estou indo. — Respondi, em um tom simples. — Mas depois tenho perguntas para te fazer, Rosa. 

— Eu vou responder tudo, Lily. E muito obrigada, espero você aqui, passo o numero do meu quarto por mensagem. — Ela falou, gentilmente. — Vem com cuidado. 

Assim que terminou de falar ela encerrou a chamada, afastei o celular da orelha e, encarei a tela ligada por alguns segundos antes de desligar, colocando meu celular na bolsa de novo.

Infelizmente teria que convencer o Lando, a me deixar dirigir o carro dele. Carlos não tinha como, pois sei que ele vai fazer mil e umas perguntas antes de entregar as chaves do carro, e se entregar, depois do acidente eles ainda não me deixaram dirigir nenhum carro. 

Soltei um suspiro, apertando a alça da minha bolsa enquanto caminha em passos firmes até o motorhome da McLaren, ao chegar na entrada, olhei em meu arredor e depois para dentro da garagem vendo Lando conversando com o engenheiro dele, os olhos dele não demoraram a me encontrar e ele sorriu discretamente, e eu retribui o sorriso, entrando na garagem e caminhando até parar ao lado dele.

— Oie Will — Cumprimentei o engenheiro dele que acenou com a cabeça, e eu logo olhei para Lando. — Podemos conversar, será rápido?

— Eu volto já. — Ele falou, com um sorriso, antes de entrelaçar nossas mãos e me puxar para um corredor que levava até a sala de descanso dele. — 

— Desculpa, atrapalhar você, Lan. — Eu disse, tentando parecer casual, enquanto entrávamos na sala e ele fechava a porta. — Mas eu preciso de um favor seu? 

— Não precisa se desculpar, amor. Se for algo no meu alcance, eu faço, me diga o que se trata? — Ele perguntou, parando em minha frente e me olhando intensamente com aqueles olhos azuis que me fazia perder o foco. — 

— Me empresta seu carro? — Pedi, em um tom sincero acompanhado de um sorriso. — Eu preciso voltar pro hotel.

— Porque? Aconteceu alguma coisa? — Lando questionou, com a voz preocupada. — 

— Não, comigo não. — Falei rapidamente, tranquilizando ele. — A rosa me ligou, me pedindo para que eu a encontrasse lá. Então vai me emprestar as chaves? 

Lando desviou o olhar por um momento, e eu sabia que ele estava preocupado, talvez porque era a primeira vez que eu iria dirigir depois do acidente.

— Eu não sei… não quero que aconteça… — Ele começou, mas eu logo interrompi. — 

— Eu vou tomar cuidado, prometo. Eu irei respeitar o limite de velocidade e prestar atenção no caminho, mas eu preciso ir ver o que está acontecendo com ela. — Eu disse, tocando o rosto dele com minhas mãos e olhando em seus olhos. — 

Ele suspirou, mas esticou a mão até uma mesa próxima e pegou as chaves, colocando-as em minhas mãos.

— Se cuida, por favor, emy. — Ele pediu, em um tom que mostrava uma certa hesitação se estava fazendo o certo. — 

Eu segurei o rosto dele entre minhas mãos, aproximando o meu rosto do dele e selando nossos lábios em um beijo rápido e carinhoso. Quando meu olhar encontrou o dele novamente, eu sorri.

— Eu vou me cuidar, Lan. — Prometi, fazendo um carinho no rosto dele. — Olha vou estar torcendo por você de lá. Ah, claro, seu beijo dá sorte, meu vencedor.

Os nossos lábios se encontram pela segunda vez e agora era mais intenso e calmo, aproveitando aquele momento, a minha mão desceu pelo seu pescoço e as mãos dele agarrou minha cintura me puxando para mais perto dele.

— O Lando, queria te perguntar… — A voz de Oscar e o barulho da porta se abrindo, fez a gente se afastar rapidamente e eu me virei para olhar ele. — Desculpa, não sabia que você tava aqui, Lily, eu estou indo embora já.

Eu limpei os cantos da minha boca, e me aproximei de Oscar.

— Não precisa, estou indo embora, Oscar. — Falei, com um sorriso, e deixei alguns tapinhas no ombro dele. — Cuida do meu Landinho, Osc.

Olhei para Lando uma última vez e pisquei para ele, antes de sair da sala, e caminhar para fora da garagem o mais rápido possível até o estacionamento do paddock. 

Quando cheguei, o meu olhar encontrou a McLaren 720s e meu sorriso se abriu instantaneamente, acho que nunca senti tanta saudade de um carro como senti desse, ser passageira não tem a mesma sensação de dirigir. Entrei no carro e coloquei o cinto de segurança, minhas mãos logo encontraram o volante do carro. 

— Que saudades, eu estava de você minha garota, espero que seu pai tenha te tratado muito bem. — Murmurei para mim mesma, e dei partida no carro. — 

A sensação de estar dirigindo novamente, era de muita felicidade para mim, apesar de tudo o que houve, ainda amava fazer isso. Espero que Rosalina não queira me matar pela demora, mas convencer um certo namorado britânico é difícil. 

¤¤ 🇪🇸 ¤¤

A pequena caixa rosa com detalhes brancos em minhas mãos parecia pesar o dobro do normal. Um teste de gravidez. Rosalina me chamara para ajudá-la com isso. Além da caixinha, havia um envelope branco do hospital que confirmava se ela estava grávida ou não. Ela queria fazer os dois para ter certeza absoluta.

Olhei para Rosalina, que parecia perdida em seus pensamentos, apertando as mãos nervosamente.

— Eu não estou pronta, Lily. — Sua voz saiu baixa e incerta. —

— Claro que está. — Respondi, tentando soar firme. — Até porque você não me tirou do paddock pra vir aqui e não querer fazer o teste.

— Estou com medo... o Charles... — Ela começou, mas a interrompi suavemente. —

— Eu sei o que você quer dizer. — Coloquei minha mão sobre a dela. — Sim, ele vai surtar com a notícia, mas, Rosa, ele te ama. E você sabe melhor do que ninguém que o sonho dele é ser pai.

Ela desviou o olhar, mas pude ver o brilho de lágrimas começando a se formar.

— E caso contrário... — Continuei, tentando arrancar um sorriso dela. — Eu mato o Leclerc. Mas, sinceramente, acho que isso não será necessário.

Um sorriso tímido surgiu em seu rosto. Ela respirou fundo, levantou-se da cama e pegou a caixinha das minhas mãos.

— Obrigada por estar aqui. Eu só espero que dê tudo certo. — Disse, tentando recuperar a confiança.

— Vai dar. — Assegurei. — E eu estou aqui, qualquer coisa é só gritar.

Ela assentiu, se virou e foi até o banheiro. A porta se fechou, e o silêncio tomou conta do quarto.

Soltei um suspiro profundo. Minha melhor amiga possivelmente grávida. Era surreal. Cresci ouvindo Rosalina falar sobre o desejo de ser mãe. Pensar que ela e Charles poderiam estar prestes a viver isso juntos era emocionante e, ao mesmo tempo, assustador.

Minutos se passaram, e o som do trinco da porta me fez olhar para cima. Rosalina apareceu, segurando o teste na mão, seu rosto uma mistura de ansiedade e expectativa.

— E aí? — Perguntei, levantando-me devagar. —

Ela olhou para o teste e depois para mim, um sorriso se formando lentamente.

— Dois risquinhos... — Ela murmurou, com a voz embargada. —

Um calor tomou conta do meu peito. Abracei-a imediatamente, sentindo sua emoção se espalhar pelo quarto.

— Você vai ser mãe, Rosa. — Disse, emocionada. — E vai ser incrível.

— E o Charles? — Ela perguntou, ainda nervosa. —

— O Charles vai amar essa notícia. Ele pode surtar no começo, mas vai amar. Confia em mim. — Falei, em um tom feliz. — 

Ela assentiu, enxugando as lágrimas enquanto um sorriso mais confiante surgia.

— Agora, só falta contar pra ele. — Disse, com um brilho novo nos olhos. —

Rosalina respirou fundo, ainda segurando o teste como se fosse a coisa mais preciosa do mundo. Ela parecia estar processando tudo, seu olhar alternando entre o teste e o envelope do hospital na cama.

— E como eu vou contar? — Perguntou, quase num sussurro. —

— Simples. — Respondi, pegando o envelope e colocando na mão dela. — Você chega nele, entrega isso e fala "Parabéns, papai."

— Você fala como se fosse fácil. — Ela arregalou os olhos, soltando uma risada nervosa. —

— E é. — Sorri, encorajando-a. — O Charles te ama. Ele pode ficar surpreso, mas ele vai ficar feliz, Rosa. Vocês dois sempre falaram sobre formar uma família, e esse é o momento.

— Acho que vou ter que criar coragem. — Ela murmurou, olhando para o envelope com um misto de medo e excitação. —

— Eu estou aqui pra te ajudar com o que precisar. — Coloquei uma mão em seu ombro. — Mas isso, amiga, só você pode fazer.

— Ok, vou fazer isso hoje à noite, depois da corrida. Acho que ele merece saber em um momento mais calmo. — Ela assentiu, ainda hesitante, mas com um pequeno sorriso no rosto. —

— Boa ideia. — Concordei, dando um tapinha leve no ombro dela. — E, se ele surtar, me liga. Prometo que dou um jeito nele.

— Obrigada por estar aqui, Lily. Não sei o que faria sem você. — Rosalina riu, parecendo um pouco mais relaxada. —

— Sempre estarei, Rosa. — Respondi, puxando-a para mais um abraço. —

Quando nos afastamos, ela parecia mais confiante.
 
 — Te amo muito. Eu não podia ter escolhido uma melhor amiga e futura titia desse bebezinho. — Rosalina disse, me apertando em outro abraço, com um sorriso emocionado no rosto. —

— Ei, não começa que eu choro junto! — Brinquei, piscando para segurar as lágrimas. — E, se eu for ser titia, quero privilégios, tipo mimar esse bebê até não poder mais.

— Claro, você vai ser a responsável por estragar ele com todos os mimos possíveis. — Ela riu, finalmente parecendo relaxada. — Mas sério, Lily, obrigada por tudo. Eu não conseguiria passar por isso sem você.

— Você sabe que estou aqui pra tudo, sempre. — Respondi, apertando sua mão. — Agora abre esse envelope, só para termos certeza mesmo.

Rosalina respirou fundo e pegou o envelope na mesa. Com cuidado, abriu a aba, puxando o papel devagar. Seus olhos se fixaram nas palavras ali impressas e, depois de alguns segundos, um pequeno sorriso começou a surgir em seus lábios, crescendo até iluminar todo o rosto dela, dando a certeza do resultado. 

¤¤ 🇪🇸 ¤¤

Eu não esperava que Rosalina me convidaria para presenciar o momento em que contaria ao Charles que estava grávida. Fiquei imensamente feliz porque queria muito ver a reação dele ao descobrir. Depois de tantos anos convivendo com ele, sei o quanto esse é um dos maiores sonhos da vida dele.

Como sempre, Lando não perdia a mania de encostar no meu ombro e dormir. Hoje não foi diferente, e confesso que nem me importei. Sei que, quando ele faz isso, geralmente está tentando fugir de algo que o incomoda. Pretendo ter uma conversa séria com ele antes de seguirmos para nossas férias. Ou pelo menos tentar, caso ele não decida fugir do assunto.

— Porra, Leclerc! Para de falar como se estivesse ligado nos 220. Dá uma chance pra Rosa falar. Ninguém precisa saber tudo sobre você agora, Réplica de modelo. — Falei em um tom baixo, tentando não acordar Lando, que ainda dormia encostado em meu ombro. —

— Réplica de modelo é o seu... — Charles começou, mas Rosalina o interrompeu. —

— Cala a boca, Charles. E nem pense em ofender a Emily. — Disse Rosalina, cruzando os braços. —

— Nossa, isso porque eu sou seu noivo. Olha só como sou tratado por sua culpa, versão feminina do Carlos. — Ele retrucou dramaticamente, recebendo um olhar fuzilante de Rosalina. —

— Eu só não levanto daqui e bato na sua cara por respeito à Rosa e pra não acordar o Lando. — Respondi, revirando os olhos. — 

— Coitada de você, Emily. E, por favor, avise o Landão aí que aqui não é dormitório. O quarto dele fica no andar de baixo. — Ele provocou, mas logo se rendeu. — Tá bom, calei a boca. Rosa, manda ver.

— Sem mais confusões, vocês dois. Agora, me deixem falar. Ou melhor ainda, Charles, leia você mesmo. — Rosalina entregou o envelope a ele, apontando para o final do documento. —

— Você tá brincando, né? Não vou ler nem que me paguem. — Ele reclamou, mas pegou o papel. —

— É só a parte final, idiota. Não precisa de drama. — Respondi, revirando os olhos. —

Charles bufou, mas começou a ler o papel, os olhos rapidamente percorrendo as palavras. Quando chegou ao final, congelou. Ele piscou algumas vezes, como se não acreditasse no que estava vendo.

— Você... você tá grávida? — Ele perguntou, a voz vacilante, olhando para Rosalina com os olhos arregalados. —

Rosalina assentiu, os olhos marejados, e antes que pudesse responder, Charles já havia se levantado. Ele a puxou para um abraço apertado, erguendo-a do chão enquanto um sorriso imenso iluminava seu rosto.

— Meu Deus, Rosa! Eu vou ser pai! — Ele exclamou, girando-a no ar com uma alegria que contagiava todos na sala. —

Eu não consegui segurar o sorriso ao presenciar aquela cena. Era exatamente como eu imaginava, a felicidade dele era genuína, transbordante.

— O que tá acontecendo? — A voz sonolenta de Lando quebrou o momento. Ele piscava, claramente confuso, ainda tentando se situar. —

— Só o Charles feliz porque vai ser pai. — Respondi, contendo uma risada ao ver o olhar desconfiado de Lando. —

— Tá legal... quanto tempo eu dormi pra perder isso? — Ele perguntou, erguendo uma sobrancelha. —

— Relaxa, pelas minhas contas, foi só uns trinta minutos. E a Rosa só descobriu hoje, então você não perdeu muito. — Falei, dando um leve tapinha no ombro dele. —

— Ah... então era isso que você tava toda animada, né? — Ele comentou, olhando para mim enquanto tentava esconder um sorriso. —

— Claro, né? Tem como não ficar animada com uma notícia dessas? — Respondi, rindo. —

Charles, ainda abraçando Rosalina, olhou para nós com os olhos brilhando.

— Vocês estão entendendo? Eu vou ser pai! — Ele repetiu, como se precisasse dizer em voz alta para acreditar. —

— Sim, já percebemos. — Lando respondeu, ainda meio sonolento, mas com um sorriso genuíno. — Parabéns, cara.

Eu me levantei, me espreguiçando um pouco, antes de olhar para Charles e Rosalina.

— Parabéns para vocês dois. — Disse com sinceridade, cruzando os braços enquanto observava a felicidade estampada nos rostos deles. — Vai ser incrível ver vocês nessa nova fase.

Lando assentiu ao meu lado.

— Sim, parabéns. Vocês vão arrasar como pais. Mas, sério, Charles, tenta não assustar o bebê com essa empolgação toda, tá? — Ele brincou, arrancando uma risada de todos.

Rosalina sorriu, ainda emocionada, enquanto Charles a envolvia novamente em um abraço protetor.

— Bom... acho que nossa missão aqui tá cumprida. — Falei, batendo de leve nas costas de Lando. — Vamos deixar vocês aproveitarem esse momento. Vocês merecem.

— Verdade. — Lando concordou, já caminhando em direção à porta. — E, Charles, promete que vai avisar o bebê desde cedo que o tio preferido vai ser eu, hein?

— Só nos sonhos, Norris. — Charles revirou os olhos, rindo. —

Rosalina balançou a cabeça, divertida, enquanto eu me virava para ela com um sorriso.

— Qualquer coisa, me liga. Estou sempre aqui pra vocês, tá? — Falei, em um tom sincero. —

— Obrigada, Lily. De verdade. Você é a melhor. — Ela respondeu, me abraçando mais uma vez. —

Com isso, Lando e eu deixamos o quarto, fechando a porta atrás de nós. Assim que começamos a andar pelo corredor, olhei para ele, que parecia pensativo, com um sorriso cansado nos lábios.

— Lan, você tá bem? — Perguntei, quebrando o silêncio. — Sei lá, estou te sentindo meio distante nesses últimos dias.

Ele suspirou, passando a mão pelos cabelos bagunçados.

— Estou, só... apenas cansado. Trabalho e mais trabalho estão acabando comigo. — Ele deu de ombros, tentando minimizar a situação. — Acho que a primeira coisa que vou fazer quando tudo isso acabar é dormir até colocar o sono acumulado em dia.

Franzi o cenho, desacelerando o passo ao lado dele.

— Não parece só cansaço, Lando. Sei que tem mais coisa aí. — Insisti, mas sem pressioná-lo. —

Ele hesitou por um momento, mas apenas balançou a cabeça e me deu um sorriso fraco.

— Vamos deixar pra falar disso depois, tá? Só quero descansar agora. — Ele desconversou, suspirando. —

Assenti, respeitando o espaço dele, e continuamos andando em direção ao quarto. Chegando lá, ele destrancou a porta e a empurrou levemente, deixando que eu entrasse primeiro.

— Seu quarto continua sendo o caos de sempre. — Comentei, olhando ao redor para a bagunça habitual. —

— Não julgue. Um gênio trabalha melhor no caos. — Ele respondeu, jogando-se na cama de qualquer jeito e soltando um suspiro aliviado. —

— Tá, gênio. Mas você precisa parar de acumular tudo até explodir. Você sabe que pode contar comigo, né? — Ri baixinho, me sentando na poltrona próxima à janela. —

— Eu sei, Lily. E agradeço por isso. De verdade. — Ele me olhou por alguns segundos, o rosto mais relaxado agora. —

O ambiente ficou em silêncio por um momento, mas não era desconfortável. Apenas o som suave do ar-condicionado preenchia o espaço. Ele parecia prestes a cochilar, então peguei meu celular para dar uma olhada rápida nas mensagens, mas continuei ali, ao lado dele. Afinal, às vezes, tudo o que alguém precisa é da companhia certa.

Talvez amanhã ou em outro momento eu insistisse para saber o que ele tanto guardava para si. 

001. Voltei! A meta bateu a um tempinho mas tive uns probleminhas. Eu tirei a meta mas se voltar a ter poucos comentários e votos irei colocá-la novamente.

002. Desculpa qualquer erro ortográfico. Espero que estejam gostando da Fanfic.

003. Votem e comentem muito para liberação do próximo capítulo ser rápido. Bjos da Bia.

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