29.
LANDO NORRIS
📍Madrid, Espanha
"Volta."
A minha rotina tinha mudado drasticamente. Agora, eu estava morando em Madrid, e confesso que toda a minha vida teve que se adaptar a essa nova realidade. Mônaco sempre foi meu lar, não apenas por anos de convivência, mas também por questões de trabalho. Porém, se fosse necessário, eu deixaria tudo para trás por Emily, até mesmo a minha carreira, se isso significasse ajudá-la.
Ao chegar na casa dos Sainz, fui recebido com um abraço caloroso dela, e aquele gesto fez todo o esforço valer a pena. Estar longe dela nos últimos dias tinha sido difícil, e o calor daquele abraço parecia desfazer todo o cansaço acumulado.
— Que saudade eu estava de você, Lily — Murmurei, apertando-a um pouco mais, sentindo o alívio de finalmente estar com ela. —
Ela recostou a cabeça no meu peito e suspirou suavemente.
— Eu também estava morrendo de saudades, Lando — Disse ela, a voz um pouco abafada, mas cheia de carinho. —
Aquele momento de proximidade fazia tudo valer a pena.
Carlos, que estava ao lado, não perdeu a oportunidade de fazer graça.
— E de mim, nada? — Ele falou, fingindo estar ofendido, enquanto colocava a mão no peito em um gesto dramático. — Eu não sou digno de saudades também?
Emily riu, se afastando um pouco de mim para encará-lo.
— Ah, Carlos, claro que senti sua falta! — Respondeu, entrando na brincadeira. — Mas você sabe que o Lando ganhou uns pontos extras nessa.
— Tô vendo como é — Carlos disse, sorrindo, mas ainda fingindo estar chateado. — Vocês se unindo contra mim, é isso?
— Desculpa, Carlos, mas você sabe como é... tem coisas que só eu posso fazer, tipo ser o favorito do grid — Eu disse, com um sorriso provocador, dando de ombros como se fosse óbvio. —
Carlos revirou os olhos, mas riu junto.
— Ah, claro, o favorito do paddock sempre leva a melhor, né? — Respondeu ele, fingindo frustração, mas se divertindo. — Mas tudo bem, eu aguento... alguém tem que ser o queridinho por aqui.
Emily balançou a cabeça, ainda rindo.
— Vocês dois são incorrigíveis! — Emily balançou a cabeça, ainda rindo, e a alegria no rosto dela me fez sentir como se tudo estivesse certo no mundo. —
Antes que a brincadeira pudesse continuar, Reyes apareceu na sala, com um sorriso caloroso e os braços cruzados.
— Já que estão todos tão animados, que tal continuarem essa conversa à mesa? O almoço está pronto — Disse ela, com aquele tom meio maternal, meio mandona, que ninguém ousava desobedecer. —
— Estamos dentro! — Carlos respondeu prontamente, sempre o primeiro a se manifestar quando comida estava envolvida. —
— Qualquer coisa por você — Respondi no mesmo tom, sorrindo para ela. Era nessas pequenas interações que eu sentia o quanto me importava com ela, o quanto queria estar ali, dando suporte. —
Enquanto nos aproximávamos da mesa, o cheiro delicioso do almoço encheu o ambiente.
Eu a ajudei a se sentar com cuidado, e assim que estávamos acomodados à mesa, me inclinei levemente em sua direção.
— Ah, e antes que eu me esqueça... — Comecei, com um sorriso brincalhão. — Tenho uma surpresa pra você mais tarde.
Ela levantou as sobrancelhas, surpresa e curiosa.
— Sério? O que é? — Perguntou, me lançando aquele olhar intrigado que eu já conhecia bem. —
— Você vai ter que esperar para ver — Provoquei, piscando. — Mas acho que você vai gostar.
Reyes, que estava ouvindo a conversa, não pôde deixar de intervir, seu rosto se iluminando com um sorriso.
— Eu fico tão feliz em ver vocês assim, tão bem juntos! — Disse ela, claramente emocionada. — Até ouvi que a Lily já está torcendo pela McLaren agora!
Sorri, satisfeito com o comentário de Reyes. Não conseguia esconder o orgulho.
— Aí sim! Mais um ponto para a McLaren! — Brinquei, sentindo uma onda de felicidade ao perceber como a Emily estava se adaptando. —
Mas então, Carlos, que estava tomando um gole de água, se engasgou ao ouvir aquilo. Ele tossiu dramaticamente, quase caindo da cadeira.
— O quê?! Ela tá torcendo pela McLaren? — Exclamou, olhando para nós como se tivéssemos cometido um crime. — Isso é um absurdo! Eu não acredito que você a convenceu a torcer pelo lado laranja!
Emily se defendeu rapidamente, rindo da reação exagerada de Carlos.
— Ei, não é bem assim! Eu ainda amo o vermelho, só estou... expandindo meus horizontes — Ela disse, balançando a cabeça com um sorriso divertido. —
Olhei para Carlos e não pude evitar uma provocação.
— Calma, Carlos! Você não precisa ser tão dramático. A gente só está testando novas cores — Disse, tentando segurar o riso. — O que mais você poderia esperar de alguém tão adorável quanto a Emily?
Carlos cruzou os braços, fazendo uma expressão de descontentamento.
— Olha só, vocês dois, traíras! — Ele disse, em um tom exagerado, mas o sorriso no rosto não deixava dúvidas de que ele estava se divertindo. — Um dia estou aqui, sendo o único que defende a Ferrari, e no outro, vocês estão se unindo contra mim!
— Ah, vamos lá! — Eu interveio, com um sorriso malicioso. — Você sabe que no fundo, todos nós amamos a rivalidade. E olha, a Emily só está se adaptando ao que é melhor!
— É, Carlos, talvez você devesse considerar uma carreira como ator, com essa performance toda! — Ela acrescentou, não resistindo à provocação. —
— É, bem dramático! — Concordou, rindo. — Só falta você fazer um monólogo!
Carlos fez uma careta, mas logo se juntou à nossa risada.
— Tudo bem, tudo bem! Mas não esqueçam que eu ainda sou o piloto mais bonito na pista — Ele disse, com um sorriso confiante, fazendo pose. —
— Pode ser, mas isso não vai te salvar da torcida da McLaren — Ela brincoui, piscando para mim. —
— Exatamente! Estamos todos prontos para a nova fase — Completei, claramente me divertindo com a situação. —
O clima leve entre nós tornava tudo mais fácil, e percebi que momentos assim eram exatamente o que ela precisava para se sentir em casa.
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O Meu olhar estava fixo em Emily enquanto ela conversava com Rosalina, rindo e gesticulando como antigamente. Era quase cruel. Cada risada, cada expressão no rosto dela, me fazia lembrar de momentos que, agora, só eu parecia lembrar. Ela ali, sorrindo daquele jeito familiar, parecia tão igual… e, ao mesmo tempo, tão diferente. Era como se eu estivesse observando uma versão dela que existia num tempo em que tudo ainda fazia sentido.
Por mais que eu tentasse desviar o olhar, ele sempre voltava pra ela. Não dava pra evitar. Eu ainda estava preso a cada detalhe, a cada lembrança dela que ainda carregava comigo. Só que agora, ela vivia num mundo em que eu não existia mais.
— Vai com calma, Lando. A Emily está ficando até desidratada já. — Charles se inclinou discretamente ao meu lado, a voz baixa, mas carregada daquele tom provocador que só ele sabia usar. —
Revirei os olhos, mas não pude evitar um sorriso.
— Engraçadinho, Charles — Murmurei, tentando disfarçar o incômodo. —
— Apenas falo a verdade — Ele respondeu, dando de ombros. — Olhando assim, até parece a mesma Emily.
Dei uma risada curta, mas havia uma pontada de tristeza ali.
— É, parece mesmo… — Suspirei, desviando o olhar para o copo à minha frente. — Mas não está nem perto de ser a minha Lilian ainda.
Charles ficou em silêncio por um segundo, como se considerasse minhas palavras.
— Ela não se lembrou de nada ainda? — Ele perguntou, a voz baixa. —
— Nada, Charles. É como se... eu fosse só uma peça fora do lugar na vida dela agora. — Balancei a cabeça lentamente. —
Ele soltou um suspiro, apoiando uma mão no meu ombro.
— Sei que não é fácil, mas você está aqui, cara. Talvez só o tempo ajude ela a reencontrar essas memórias. E, até lá, vou estar aqui pra te aturar — Ele sorriu, tentando aliviar o peso da conversa. —
Sorri de volta para Charles, agradecido pelo apoio. Mas antes que eu pudesse responder, Rosalina se virou para nós com uma expressão curiosa.
— O que é que vocês dois tanto cochicham? — Perguntou, cruzando os braços e nos lançando um olhar desconfiado. — Falando tão baixo que a gente nem consegue ouvir!
Charles, é claro, assumiu a situação com sua típica desenvoltura, já abrindo um sorriso despreocupado.
— Ah, nada demais — Ele respondeu, dando de ombros. — Só estávamos discutindo sobre a próxima corrida. Sabe como é, detalhes importantes, estratégias, coisas de piloto.
Rosalina estreitou os olhos, como se tentasse decifrar se ele estava falando sério ou não.
— Estratégias? — Ela ergueu uma sobrancelha, claramente cética. — Porque, se não fosse, até parece que vocês estavam tentando esconder algo.
Charles soltou uma risadinha e balançou a cabeça.
— Esconder algo? Imagina! — Ele respondeu com um tom exagerado de indignação. — É só o Lando tentando me convencer que ele consegue chegar na minha frente na próxima corrida.
— Ah, mas dessa vez eu tenho uma vantagem, Charles. A torcida da Emily está do meu lado — Falei, dando um sorriso de canto para Emily. — E com esse apoio, você não tem chance.
— Ué, mas a Emily não é uma tifosi? Por que ela iria torcer por você? — Rosalina perguntou, cruzando os braços e lançando um olhar curioso para Emily. —
— Ei, eu posso ser tifosi, mas também posso torcer pelo Lando, tá? Ele tem me ajudado tanto que merece um pouco de apoio. — Emily riu, balançando a cabeça. —
— O quê? Traição descarada! E Carlos sabe disso? Porque, se ele souber, acho que vai precisar de uma boa explicação. — Charles arregalou os olhos, fingindo indignação. —
— Ele não tem do que reclamar. Lando tem sido… bem, ele é um bom amigo. — Emily deu de ombros, ainda sorrindo. —
— E você, Lando? Como ousa roubar uma tifosi para o seu lado? Isso é golpe baixo. Aposto que Carlos ficou exatamente como eu agora, chocado e incrédulo. — Charles me olhou, sacudindo a cabeça com uma expressão dramática de falsa ofensa. —
Soltei uma risada, assentindo.
— Você não tá tão errado, Charles. A reação dele foi exatamente essa — Eu admiti, divertido. — Mas depois de um tempo, acho que ele aceitou.
— Certo, vamos acabar com isso antes que o Charles faça mais drama — Rosalina interrompeu, rindo e lançando um olhar cúmplice para nós. —
Charles levou a mão ao coração, fazendo uma expressão de ofensa.
— Eu? Drama? Nunca! Apenas uma apresentação digna de um ator premiado. — Ele fez uma pose exagerada, levantando o queixo, como se estivesse recebendo um prêmio. —
— Se você fosse um ator, seria aquele que só faz filmes ruins — Eu respondi, rindo. — Tipo aqueles que todo mundo assiste só para rir das trapalhadas.
— Ok, ok, aceito! Mas apenas porque estou generosamente disposto a oferecer meu talento dramático a vocês. — Charles jogou as mãos para o alto, como se estivesse rendido. —
Momentos como esses que me faziam perceber a importância das amizades, especialmente em tempos complicados. A leveza da conversa que compartilhávamos traziam um calor que aquecia o coração.
O jantar foi mais do que uma distração para todos nós, ele parecia ser algo especial para a Emily, uma forma de ajudá-la a se sentir à vontade com Charles e Rosalina, ou, quem sabe, até resgatar um pedacinho do passado. As risadas e as histórias que trocávamos formavam um ambiente acolhedor e descontraído, o tipo de atmosfera que talvez pudesse despertar memórias e sentimentos esquecidos.
Emily parecia se divertir, o que trazia um certo alívio. Era bom vê-la relaxar e sorrir, mesmo sem se lembrar de tudo. E, com Charles e Rosalina ali, ela tinha um suporte extra, algo que, no fundo, eu sabia que poderia fazer a diferença.
Enquanto a noite avançava, senti que o jantar estava cumprindo seu propósito. Emily estava cercada de pessoas que se importavam de verdade, e isso, de algum jeito, parecia um passo importante para ela, e para todos nós. Eu só podia torcer para que, mesmo que suas lembranças não voltassem de imediato, esses momentos pudessem ajudar a construir novas memórias que lhe trouxessem conforto e segurança.
falar com entusiasmo sobre a noite. Seus olhos brilhavam, refletindo a iluminação suave das ruas enquanto ela relembrava os momentos do jantar.
— Sabe, eu gostei deles. Charles e Rosalina são bem legais... Queria ter ficado para conversar mais com eles — Ela comentou, olhando pela janela com um sorriso leve. —
Sorri, satisfeito por ver que a noite teve o efeito que eu esperava.
— Vocês vão ter outras chances, com certeza — Respondi, mantendo os olhos na estrada. — Mas, infelizmente, eu prometi deixar você em casa às dez, e, bem, não quero que o Carlos venha me dar uma bronca depois.
Ela riu, relaxando no banco do passageiro.
— Acho que ele só quer o meu bem... Mas quem sabe ele se acostume se eu começar a chegar um pouco mais tarde — Comentou, divertida. —
Ri, balançando a cabeça.
— Ah, será? Porque eu tenho certeza de que você não ia querer ouvir mais um drama dele, como o de mais cedo — Respondi, rindo. —
Ela virou para mim, com uma expressão desafiadora.
— E quem disse que eu não gosto? É até engraçado ver ele todo preocupado — Provocou, cruzando os braços e fingindo um ar de seriedade. —
— Bom, então já vou deixar anotado, próxima vez, saio com você só se for depois do toque de recolher — Brinquei, tentando manter o tom sério, mas falhando ao segurar o riso. —
Emily riu, balançando a cabeça.
— E eu achando que você era um motorista responsável — Disse, fingindo decepção, mas com um brilho divertido nos olhos. —
Ri, balançando a cabeça e tentando me defender.
— Ei, sou um motorista super responsável! Mas, você sabe, até os motoristas responsáveis têm seus momentos de rebeldia — Retruquei, dando de ombros e fingindo um ar despretensioso. —
Ela riu, revirando os olhos.
— Claro, claro. E o próximo passo é me convencer de que isso faz parte do seu “plano de segurança” — Respondeu, com uma sobrancelha arqueada, me desafiando. —
— Exatamente isso! Eu chamo de “segurança com estilo” — Falei, fazendo uma pose exagerada ao volante e arrancando outra risada dela. — Sabe como é, faço questão de manter minhas passageiras seguras e entretidas ao mesmo tempo.
— Hm, interessante... Se todos os motoristas fossem assim, o trânsito ia ser bem mais divertido, admito.
— Emily cruzou os braços, fingindo refletir. —
— É bom saber que consigo fazer o caminho mais divertido para você, Lily — Falei, lançando um sorriso de canto enquanto ela mantinha aquele ar pensativo, como se estivesse me analisando. — Chegamos.
Ela olhou para a casa e depois para mim, um sorriso suave aparecendo em seu rosto.
— Obrigada pela noite, Lando. Foi... diferente. No bom sentido — Disse ela, com uma leve risada. —
Eu sorri de volta, contente em ver que o jantar e a companhia a deixaram à vontade.
— Fico feliz em ouvir isso. — Lembrei-me de algo e virei para o porta-luvas. — Ah, quase ia me esquecendo do presente que eu trouxe da viagem para você.
Abri o porta-luvas e retirei uma caixinha pequena. Ao abri-la, mostrei uma pulseira delicada, com um pequeno pingente que lembrava a cidade que eu havia visitado. Ela olhou para o presente, surpresa, os olhos brilhando com um toque de emoção.
— Vou trazer uma de cada país que eu passar, até você recuperar a memória — Prometi, com um sorriso encorajador. —
Emily segurou a pulseira com cuidado, um pouco hesitante, e depois me lançou um olhar incerto.
— E se... se isso nunca acontecer? — Perguntou, em voz baixa, como se temesse a própria dúvida. —
— Vai acontecer, Emily. Eu acredito em você. Só precisa de tempo. E, enquanto isso, estarei aqui. — Aproximei-me um pouco mais, firme. —
Ela assentiu, o rosto suavizado por um sorriso que carregava tanto gratidão quanto uma esperança tímida. Colocou a pulseira no pulso, como se aceitar o presente fosse também aceitar a minha confiança nela.
— Obrigada, Lando... por não desistir. — Ela falou, em um tom suave. —
Quando ouvi essas palavras, senti algo apertar no peito. Vê-la tão vulnerável e, ao mesmo tempo, tão determinada a seguir em frente me enchia de uma sensação que eu mal conseguia explicar. Eu queria que ela soubesse que eu estava ao lado dela, independente de qualquer coisa.
— Nunca seria uma opção desistir de você, Lily — Respondi, tentando passar toda a certeza que eu sentia na minha voz. —
Ela sorriu novamente, o brilho nos olhos mais intenso, e por um instante o silêncio entre nós foi confortável, como se as palavras já ditas fossem suficientes. Mas então, ela soltou uma risada leve, quebrando o momento com um toque de suavidade.
— Acho que estou me acostumando a ter você por perto — Ela brincou, ajeitando a pulseira em seu pulso. — Espero que você não se importe com o trabalho extra.
— Pode deixar, trabalho dobrado nunca foi problema para mim. — Eu ri, sentindo uma leveza que não sentia fazia tempo. —
Por ela, cada esforço valeria a pena. Ainda desejava ter de volta a minha antiga Lily, cheia de vida e lembranças compartilhadas, mas, mesmo assim, percebi que estava começando a apreciar essa nova versão dela, talvez mais tranquila, talvez com um brilho diferente no olhar. E isso também tinha seu valor.
001. Estou triste pela McLaren hoje e por ter ouvido o hino holandês, mas isso não é motivo para deixar de atualizar a fanfic do Landinho.
002. Desculpa qualquer erro ortográfico. Espero que estejam gostando da Fanfic.
003. Votem e comentem muito para liberação do próximo capítulo ser rápido. Bjos da Bia.
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