26.
EMILY SAINZ
📍Miami-Madrid
"Lar."
As luzes fortes do quarto tomaram conta dos meus olhos e pisquei algumas vezes para me acostumar e perceber o que estava acontecendo ao redor, era como se um branco tivesse se instalado em minha cabeça. Olhei para o homem à minha frente que segurava a minha mão e que me olhava à espera de uma resposta, o olhar dele me parecia familiar mas eu não me lembrava quem ele era.
— Quem... quem é você? — Perguntei, com a voz fraca e hesitante. —
Ele hesitou por um momento, a preocupação visível em seu rosto.
— Eu sou Lando, um amigo seu — Respondeu, a voz suave, mas cheia de emoção. — Você esteve adormecida por um tempo, mas está segura agora.
Senti um frio na barriga ao ouvir seu nome, mas nada mais vinha à mente.
— Amigo? — Repeti, tentando conectar os pontos, mas tudo parecia tão confuso. —
— Sim, exatamente — Lando disse, assentindo com a cabeça. — Eu vou chamar um médico para verificar como você está.
Ele se levantou, ainda segurando minha mão por um momento, como se quisesse que eu soubesse que não estava sozinha. Enquanto ele se afastava, senti uma mistura de ansiedade e incerteza. Eu estava em um lugar estranho, cercada por rostos desconhecidos.
Lando saiu rapidamente do quarto, e eu me perdi em pensamentos. O que tinha acontecido? Por que eu não conseguia me lembrar de nada?
Logo, a porta se abriu novamente, e vi duas pessoas entrarem. Um homem e uma mulher. Eles se aproximaram com olhares esperançosos, mas quando me fixei neles, uma onda de confusão me atingiu. Eu não conseguia reconhecer aqueles rostos.
— Emily, querida! — Disse a mulher, sua voz tremendo de emoção. — Você está de volta!
O homem a seguiu, colocando uma mão no coração, como se estivesse aliviado. Mas, em vez de alegria, eu sentia um vazio, uma falta de conexão.
— Desculpe... — Murmurei, minha voz ainda fraca. — Eu não... não consigo me lembrar de vocês.
O sorriso deles se desfez lentamente, e vi a preocupação tomar conta de seus rostos. O que estava acontecendo? Eles pareciam tão próximos, mas eu não conseguia encontrar uma única lembrança.
— Sou sua mãe, e este é seu pai — Disse a mulher, com lágrimas nos olhos. — Você passou por um momento difícil, mas estamos aqui agora.
— Mãe? Pai? — Repeti, tentando entender, mas as palavras não traziam nenhuma sensação de familiaridade. A dor de não reconhecê-los era profunda —
Nesse momento, a porta se abriu novamente, e um médico entrou no quarto, acompanhando Lando, que olhou para mim com um semblante preocupado.
— Como você está se sentindo, Emily? — Perguntou o médico, dirigindo-se a mim com um olhar profissional, mas gentil. —
— Eu... não consigo me lembrar de nada — Respondi, a confusão evidente na minha voz. —
O médico assentiu, como se já estivesse antecipado essa resposta. Ele se aproximou e começou a me examinar, verificando meu pulso e observando meu comportamento.
— É compreensível — Disse ele, olhando para os meus pais antes de se voltar para mim. — Você sofreu um trauma e, por isso, pode ter perdido a memória.
— Isso é temporário? — Lando perguntou, quase em um sussurro. —
— Não podemos afirmar isso ainda — Respondeu o médico, mantendo um tom encorajador. — Faremos mais exames e monitoraremos sua recuperação. A memória pode retornar com o tempo, mas é importante ter paciência e permitir que seu corpo e sua mente se recuperem.
Eu apenas assenti, tentando absorver suas palavras, mas uma pergunta urgente surgiu em minha mente.
— O que aconteceu para eu ter perdido a memória? — Perguntei, a voz trêmula. A incerteza e a falta de informações deixavam meu coração apertado. —
O médico hesitou por um momento, observando meu estado.
— Você sofreu um acidente, Emily. Detalhes ainda estão sendo analisados, mas o impacto foi significativo o suficiente para causar esse tipo de perda de memória. O mais importante agora é que você está acordada e se recuperando. — Ele explicou, calmo. —
O vazio em meu peito se ampliou. Um acidente? O que isso significava? Eu queria mais respostas, mas as palavras do médico pareciam ecoar, levando-me a um lugar de incerteza.
— Você vai precisar de apoio durante sua recuperação — Continuou o médico, lançando um olhar significativo para Lando. — E estamos aqui para ajudar no que for necessário.
Senti um aperto na mão de Lando, um gesto que me trouxe um pouco de conforto em meio à confusão. Mesmo sem me lembrar dele, havia algo familiar em sua presença, algo que parecia prometer que eu não estava sozinha nisso tudo.
— Obrigada... — Murmurei, sentindo lágrimas começarem a se formar nos meus olhos. — Eu só quero entender o que aconteceu.
— Você vai entender tudo, Emily. Eu prometo que estarei ao seu lado para tudo o que precisar. Vamos passar por isso juntos. Você não está sozinha. — Lando se inclinou um pouco mais perto, seus olhos cheios de determinação. —
Suas palavras aqueceram meu coração, mesmo que a confusão ainda estivesse presente. Não importava o que tivesse acontecido, eu sentia que podia confiar nele. O que quer que viesse a seguir, eu sabia que teria alguém para me apoiar.
— Eu não sei como você pode estar tão calmo... — Respondi, a voz tremendo. —
— Porque eu acredito em você. E você é mais forte do que imagina — Disse ele, sorrindo com ternura. — Vamos dar um passo de cada vez.
E, por um breve momento, me senti um pouco mais segura, mesmo que a estrada à frente fosse incerta.
¤¤ 🇪🇸 ¤¤
A casa gigantesca me fez olhar cada canto atentamente, enquanto, com a ajuda de Lando, eu caminhava. Essa bota em meu pé me deixava desconfortável e tentava me acostumar com as muletas que eu mal sabia usar.
— Eu moro aqui? — Perguntei baixinho, sentindo-me um pouco perdida. —
— Sim, esta é a casa dos seus pais — Ele respondeu, me dando um sorriso encorajador. —
Enquanto tentava processar essa informação, a porta da entrada se abriu e Carlos entrou, com um brilho nos olhos. Ele parecia radiante, sua energia contagiante iluminando o ambiente.
— Emily! — Ele exclamou. — Eu não consigo acreditar que você está aqui!
Antes que eu pudesse reagir, ele me envolveu em um abraço apertado. O calor e a alegria em sua voz trouxeram uma sensação de acolhimento, mas a confusão ainda pairava sobre mim.
— Estou tão feliz que você está de volta — Carlos disse, afastando-se um pouco para olhar nos meus olhos. — Senti tanto a sua falta!
— Obrigada... — Murmurei, lutando para encontrar as palavras certas. — É bom estar aqui... mas eu não consigo lembrar de nada.
Carlos franziu a testa, sua expressão mudando de alegria para preocupação.
— Tudo bem, vai levar tempo — Ele respondeu, colocando uma mão reconfortante em meu ombro. — O mais importante é que você está segura e rodeada de pessoas que se importam com você.
A verdade nas palavras de Carlos me tocou, mas logo senti o cansaço tomar conta de mim. Meu pé começou a latejar, e o peso das muletas me deixava cada vez mais desconfortável.
— Acho que preciso descansar um pouco — Falei, tentando esconder a dor que começava a incomodar. — Meu pé está começando a doer.
Lando, sempre atento, se aproximou imediatamente.
— Vamos te levo até o quarto, você precisa relaxar — Disse ele, com uma expressão preocupada. —
Com cuidado, Lando me ajudou a subir as escadas, apoiando-me enquanto eu me movia lentamente. Cada passo me deixava mais exausta, mas continuei observando cada detalhe da casa, as paredes, as fotos nas prateleiras, as janelas grandes que deixavam a luz do sol entrar. Era um lugar bonito, mas ao mesmo tempo estranho para mim, como se eu estivesse visitando pela primeira vez.
Ao chegarmos ao quarto, Lando abriu a porta e eu entrei, observando tudo com curiosidade. O espaço era grande e acolhedor. Havia fotos nas paredes, mas eu mal conseguia reconhecê-las. Eu me aproximei da cama, sentindo o alívio de finalmente poder descansar.
— Está tudo bem? — Perguntou Lando, me ajudando a sentar. —
— Sim... só estou tentando me acostumar com tudo — Respondi, olhando ao redor, tentando encontrar uma sensação de familiaridade. —
Ele se sentou ao meu lado, sem dizer nada, mas sua presença era reconfortante, como se, mesmo sem as memórias, eu soubesse que podia contar com ele. O silêncio entre nós era acolhedor, mas ao mesmo tempo, minha mente estava cheia de perguntas sem respostas.
— Como... como realmente aconteceu o acidente? — Perguntei, virando meu olhar para ele. — Eu realmente não consigo entender.
— Bom, pelo que eu realmente descobri, você estava a caminho do paddock para acompanhar a corrida — Começou Lando, escolhendo cuidadosamente as palavras. — Mas no meio do caminho, acabou sofrendo um acidente. Um caminhão colidiu com seu carro. Disseram que o motorista estava embriagado.
Enquanto ele falava, tentei processar a informação, mas o vazio em minha mente persistia.
— Um caminhão? — Repeti, tentando entender, mas a lembrança não surgia. — Não consigo imaginar... parece tão distante.
Lando me observou com uma expressão de preocupação e carinho.
— Eu sei que é difícil — Disse ele, suavemente. — Não precisa forçar. O importante agora é você descansar e se recuperar. As memórias podem voltar com o tempo.
— Eu espero que voltem — Murmurei, ainda frustrada. — Porque parece que uma parte de mim está faltando.
Ele segurou minha mão novamente, apertando-a levemente.
— Vamos passar por isso juntos — Prometeu. — E, se precisar de qualquer coisa, eu estarei aqui.
— Mesmo sem me lembrar de você... — Comecei, hesitante, olhando para ele. — Parece que você é alguém muito importante na minha vida.
Lando sorriu, embora seus olhos estivessem carregados de emoções.
— Você também é muito importante para mim — Respondeu, sua voz suave. — E, mesmo que as coisas estejam confusas agora, o que importa é que você está aqui. O resto... a gente vai descobrir juntos.
Assenti, sentindo uma pontada de alívio e conforto. Eu não sabia o que o futuro reservava ou se minhas memórias voltariam, mas a sensação de ter alguém ao meu lado, alguém que parecia disposto a enfrentar tudo comigo, tornava a incerteza um pouco mais suportável.
— Obrigada — Sussurrei, sentindo o cansaço me dominar. Mesmo perdida em minhas próprias lembranças, havia algo reconfortante em sua presença, algo que me fazia acreditar que tudo ficaria bem. —
— Eu vou deixar você descansar um pouco agora — Disse Lando, levantando-se com cuidado. — Você precisa de tempo para se recuperar.
Olhei para ele enquanto ele se afastava, sentindo uma estranha mistura de medo e alívio.
— Você... vai voltar logo? — Perguntei, minha voz quase um sussurro. Mesmo sem me lembrar de tudo, a ideia de ficar sozinha me deixava desconfortável. —
— Claro que vou. Eu prometi, não foi? — Ele piscou, de um jeito leve que me fez sentir um pouco mais tranquila. — Eu não vou a lugar nenhum, Emily. Volto já.
Assenti, observando-o sair do quarto. Fechei os olhos por um momento, sentindo o cansaço me vencer, mas agora com a certeza de que, mesmo sem as memórias, eu não estava realmente sozinha.
001. Apesar dela não lembrar de nada o cuidado dele com ela, me faz ficar um pouquinho feliz.
002. Desculpa qualquer erro ortográfico. Espero que estejam gostando da Fanfic.
003. Votem e comentem muito para liberação do próximo capítulo ser rápido. Bjos da Bia.
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