
22.
LANDO NORRIS
📍Miami, Estados Unidos
"Fim de amizade."
Esses últimos dias comecei a perceber algo que eu demorei realmente a tomar noção da proporção que estava tomando e onde levaria se eu não colocasse um ponto final antes que fosse tarde demais para isso.
Engoli em seco, tentando achar a coragem que tinha fugido de mim. Os meus olhos logo capturaram Magui que se aproximava da mesa, onde tínhamos combinado de almoçarmos juntos.
— Lando, desculpa a demora, o trânsito até o circuito estava gigantesco. — Magui comentou, com um sorriso, sentando-se na cadeira a minha frente —
— Entendo. O importante é que você está aqui, Magui. — Respondi, tentando transparecer casual. —
— Bom, eu acho que você não me chamou só para isso, a sua cara já está entregando que é algo mais sério que um simples almoço. — Ela disse, em um tom calmo, com um olhar curioso. —
Solto um suspiro, sabendo que não poderia prolongar mais essa conversa.
— Eu nunca pensei que esse dia chegaria, Magui. nesses últimos meses você me ajudou muito e sou grato por isso, pelo seu apoio incondicional no momento que eu mais precisei… — Comecei, tentando achar as palavras certas. — Mas agora eu percebo que esses meses apesar de tudo o que aconteceu, eu ainda amo a Emily, não queria que as suas expectativas que eu possa te corresponder cresçam ainda mais, estou sendo sincero com você. Eu nunca vou poder superar ela, apesar de tudo o que ela me fez eu deveria esquecê-lá ainda mais como foi difícil me reerguer pelo o estrago que ela fez em minha vida. E eu me sinto culpado e tão fútil de não conseguir poder corresponder esse sentimento que você sente por mim, eu só queria deixar claro que em momento algum desvalorizei o que vivemos, você sempre terá um lugar na minha vida mas apenas como amiga e vou entender se não quiser continuar a nossa amizade.
Magui ouviu cada palavra em silêncio, sua expressão neutra, mas os olhos lentamente ficando mais brilhantes. Ela segurou o próprio pulso, como se estivesse tentando manter o controle das emoções que surgiam.
— Eu... eu já imaginava — Sua voz saiu baixa, quase um sussurro. — Desde o início, sabia que você ainda tinha sentimentos por ela. Mas eu pensei que, com o tempo, talvez…
Ela engoliu em seco, lutando para manter a compostura. Seus olhos encontraram os meus, e, por um breve segundo, eu pude ver a dor que ela tentava esconder.
— Não te culpo por isso. Não dá para mandar no coração, né? — Magui sorriu tristemente, respirando fundo antes de continuar. — E, se isso é o melhor para você, eu vou respeitar. Só espero que você consiga se encontrar nessa confusão... e que um dia possa ser verdadeiramente feliz. Talvez eu precise de um tempo. Não sei se consigo ser sua amiga agora, enquanto ainda sinto tudo isso. Mas... quem sabe, um dia, as coisas mudem.
— Me desculpa por não conseguir te corresponder do mesmo jeito, eu nunca quis isso, juro que tentei, mas não consegui. — Minha voz saiu mais baixa do que eu queria, cheia de arrependimento e culpa. —
Magui balançou a cabeça devagar, seu rosto ainda refletindo a dor, mas ela tentou sorrir.
— Lando, está tudo bem. Eu quem criei expectativas onde não deveria. Você não tem que me pedir desculpas. — A voz dela soava firme, mas eu sabia que ela estava se esforçando para parecer forte. —
Fechei os olhos por alguns segundos, buscando forças para continuar aquela conversa, sabendo que, ao final, provavelmente seria o fim da nossa amizade.
— Eu tenho, sim, porque você é uma mulher incrível, que deixou de viver a sua vida para se encaixar na minha rotina, para me ajudar. E eu me sinto um egoísta idiota por estar fazendo isso com você. — Admiti, não conseguindo esconder como eu me sentia mal com o que eu estava fazendo —
Magui respirou fundo, mas seu olhar era firme.
— Lando, você não é egoísta. Você estava passando por um momento difícil, e eu escolhi estar aqui. Foi a minha decisão, eu sabia no que estava me metendo. Não tem por que você se culpar por isso. — Ela falou, tentando transparecer que estava tudo bem, quando claramente não estava. —
Houve uma pausa. Eu podia ver que ela estava lutando entre aceitar minhas palavras ou continuar sendo compreensiva como sempre. Mesmo assim, o peso da situação parecia afundar no ar ao nosso redor.
— Eu só... — Magui hesitou, mordendo o lábio por um segundo antes de continuar. — Eu só queria que fosse diferente, entende? Queria que, em algum momento, você olhasse para mim como olhava para ela. Mas isso nunca aconteceu.
O tom de voz dela soava vulnerável, e aquilo me atingiu. Eu queria que ela não sentisse nada disso, queria poder dizer algo que tornasse tudo mais fácil. Mas a verdade era simples, eu não podia mudar o que sentia.
— Eu só espero que você seja feliz com ela ou com qualquer outra pessoa, sabe todos erramos, Lando. Eu sou a prova disso, ninguém é perfeito, todos cometemos erros e machucamos muitas vezes sem querer, dê uma chance a você mesmo ou até ela se algum dia vocês se encontrarem sem nada que os prendam a ninguém, esquece o passado e seja feliz. — Ela aconselhou, com a voz baixa mas a sinceridade evidente. —
Balanço a cabeça, desviando o olhar por um momento para o outro lado do local. Respiro fundo, logo voltando o meu olhar para ela.
— Eu vou tentar seguir seu conselho, todos merecemos uma segunda chance. — Respondi, tentando me convencer dessas palavras. —
Magui assentiu e levantou-se.
— Desejo o melhor a você, Lando. — Ela sorriu fraco, colocando uma não em meu ombro — Espero que encontre a sua felicidade.
Seu toque se afastou lentamente, e eu a observei dar alguns passos para trás. Dessa vez, ela não hesitou antes de ir embora.
Encarei minha mão a fim de não prolongar ainda mais a despedida. Uma coisa que eu odiava era me despedir de alguém, eu era sentimental o suficiente para não conseguir ver alguém indo embora assim da minha vida, porque eu sei que não veria ela tão cedo novamente.
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A classificatória para a corrida de amanhã tinha conseguido melhorar um pouco o meu ânimo, apesar dos meus pensamentos estarem longes. Consegui ser pole position e largaria em primeiro. Pelo menos algo tinha dado certo nesse dia.
O teto do meu quarto de hotel já tinha perdido a graça total fazia alguns longos minutos que eu o encarava, como se a qualquer momento eu abriria os olhos e ver que esse caos todo não tinha passado de um sonho e tudo se resolveria.
Batidas na porta me fizeram sair desses devaneios e soltar um longo suspiro, por saber que o papel que eu tinha colado na porta de “não me perturbe” literalmente não tinha valido a pena.
— Eu não vou abrir! — Exclamo alto, o suficiente para a pessoa do outro lado possa ouvir e se tocar e ir embora —
— Ah, vai sim! — A voz de Blanca ecoou do outro lado, me fazendo levantar num pulo e correr para a porta. —
— Blan, o que você faz aqui? — Perguntei, ainda surpreso, ao abrir a porta e ver ela. —
— Vim ver meu quase cunhado, não posso mais? — Ela respondeu com um sorriso provocador, como se estivesse completamente à vontade. —
Eu revirei os olhos, mas não consegui evitar um pequeno sorriso.
— Quase cunhado? Nem existe isso — Retruquei, tentando manter o tom leve. —
Blanca deu de ombros, caminhando para dentro do quarto como se fosse a dona do lugar.
— Ah, mas poderia, né? — Ela piscou, se sentando na cama — De qualquer forma, eu precisava ver como você estava. Fiquei sabendo que as coisas andam... complicadas.
Soltei um suspiro, sentindo o peso da última conversa ainda sobre mim.
— Complicadas é pouco. — Falei, sentando-me ao lado dela. — Magui foi embora, e eu não sei se ainda temos uma amizade.
Blanca ficou quieta por um segundo, analisando minhas palavras com seriedade, algo raro para ela. Depois, deu um tapinha no meu ombro.
— Olha, eu sei que você não está bem agora, mas pensa que foi melhor assim. Se você continuasse levando isso adiante, só aumentaria as expectativas dela. Com o tempo, você vai ver que foi a decisão certa, e tudo vai melhorar — Disse ela, com um tom mais suave. —
Eu suspirei, tentando absorver suas palavras. Sabia que ela tinha razão, mas, naquele momento, a culpa ainda pesava. Blanca se levantou, esticando os braços como se quisesse sacudir a seriedade da conversa.
— Ah, e só pra avisar, eu combinei com o Carlos que íamos jantar com ele e o Charles — Ela disse, como se fosse a coisa mais casual do mundo. —
Levantei as sobrancelhas, surpreso.
— O quê? Quando você combinou isso? — Perguntei, meio incrédulo. —
— Hoje de manhã, enquanto você estava mergulhado na autopiedade. — Ela piscou, divertida. — Achei que você ia precisar sair um pouco e, sinceramente, o que poderia ser melhor do que um jantar com seus amigos? —
Eu não sabia se ria ou se reclamava. Blanca sempre tinha essa habilidade de organizar as coisas à sua maneira, e, no fundo, eu sabia que ela estava tentando me ajudar. Soltei outro suspiro, mas dessa vez mais leve.
— Ok, ok, eu vou, Blanca — Argumentei, levantando e pegando o meu celular na mesa de cabeceira e o cartão magnético do quarto. —
Blanca sorriu vitoriosa, como se já soubesse que eu acabaria cedendo.
— Sabia que você não resistiria — Disse ela, cruzando os braços e me observando. — Agora, se apresse, porque eu não quero chegar atrasada. Carlos odeia quando a gente se atrasa, você sabe como ele é pontual.
Dei um leve sorriso enquanto guardava o cartão no bolso e verificava se estava tudo certo no celular. Ela estava certa, Carlos era um perfeccionista quando se tratava de horários, e eu não estava a fim de ouvir um sermão dele.
— Tá bom, tô indo, e eu sou muito pontual — Falei, tentando me defender enquanto pegava minhas coisas. —
— Isso é uma piada, por acaso? — Blanca respondeu com um sorriso sarcástico, arqueando as sobrancelhas. —
Revirei os olhos, mas acabei rindo.
— Eu sou pontual, tá? Só não quando você me obriga a fazer algo de última hora — Respondi em um tom calmo, colocando meu boné. — Pronto, Blan, vamos.
Ela me olhou com aquele sorriso travesso de sempre.
— Olha que fofinho. Não custa nada ser bonzinho com sua cunhada. — Ela brincou, me olhando. —
Revirei os olhos e soltei uma risada, cruzando os braços.
— Você não é minha cunhada. Para isso, eu teria que estar namorando a Lily, coisa que não aconteceu e não vai acontecer. — Argumentei, sério. —
Blanca deu de ombros, fingindo desinteresse, mas ainda com aquele brilho provocativo nos olhos.
— Ah, nunca se sabe... O destino pode mudar as coisas. — Ela respondeu, simples. —
— Você realmente não desiste, né? — Balancei a cabeça, descrente. —
— Jamais. — Ela respondeu, sorrindo de orelha a orelha. — Agora vamos antes que o Carlos comece a mandar mensagem reclamando.
Saímos do quarto, e Blanca já estava animada, como se o jantar fosse uma grande aventura. O peso das últimas horas começava a se dissipar aos poucos, e eu estava, de certa forma, grato por ela ter me arrastado para fora. Talvez, de algum jeito, essa noite não fosse tão ruim assim.
001. Fãs de Lily e Lando podem começarem a sonhar? Talvez. Blanca sendo a minha preferida.
002. Desculpa qualquer erro ortográfico. Espero que estejam gostando da Fanfic.
003. Votem e comentem muito para liberação do próximo capítulo ser rápido. Bjos da Bia
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