
20.
LANDO NORRIS
📍Madrid, Espanha
" Lançamento. "
Essa cidade não era um lugar onde pensei que voltaria tão cedo, não depois de tudo. Só estava aqui para lançamento da marca do Sainz, estava fazendo esse esforço porque não sou uma pessoa de quebrar uma promessa. Eu tinha prometido a Emily a alguns anos atrás que estaria presente no lançamento da marca dela e quando fizemos essa promessa a gente não tinha nada, não podia ficar misturando tudo.
Estava me sentindo um pouco deslocado, até porque não quis que Magui viesse comigo, não queria colocar ela em situações complicadas e muito menos embaraçosas.
Passo as mãos pelo meu cabelo, tinha até perdido as contas de quantas vezes fiz isso.
A conversa com Emily na última corrida, ainda estava tentando digeri-lá. Mas era impossível entender os motivos dela.
— Lando, você veio! — A voz de Blanca me fez sair desses devaneios, olhei para ela —
Levanto-me para puxá-la para um abraço.
— Bom, problemas a parte, né, e um Norris jamais quebra uma promessa, Blan. — Sorri, em meio ao abraço —
— Claro, você como sempre com um coração gigantesco. — Ela argumentou, se afastando para me olhar —
— E como vai esse garotão? — Perguntei, olhando para a barriga dela que era bem perceptível —
Ela riu, colocando a mão sobre a barriga.
— Está bem, não é tão agitado está sendo bem bonzinho comigo nesses meses. — Blanca respondeu, genuinamente —
— Que bom, posso? — Perguntei, olhando para a barriga dela, ela assentiu — Olha, quando você nascer e crescer pode ter certeza que o tio Lando vai te ensinar a pilotar, e não conta para ninguém, mas você será um piloto melhor que o Carlos.
Fiz um carinho na barriga dela, e voltei a olhar para Blanca.
— Meu deus, Lando. Você está morto se Carlos escuta isso. — Ela avisou, negando freneticamente —
— Se eu escutar o que? — Carlos apareceu ao lado de Blanca, com uma sobrancelha arqueada —
— Nada que te interessa, Carlos. — Falei, me afastando um pouco para olhar ele —
— É assim, que você me trata beleza, depois de tudo o que fiz para você. — Ele dramatizou a situação, reviro os olhos —
— Ah, para com isso, um homem com quase trinta anos nas costas e fica fazendo drama. — Blanca saiu em minha defesa, abro um sorriso —
Carlos me olhou indignado e depois para ela.
— Eu sou seu irmão, você deveria me defender não a ele. — Ele disse, cruzando os braços —
— Eu não, você quem pegou o bonde andando e queria se intrometer na conversa. — Ela deu de ombros, sorrindo —
— Nossa eu entendi, não precisa ficar me humilhando não. — Carlos falou, em um tom mais suave —
— Bom, eu tenho que ir, nos vemos, outra hora, Lando — Blanca se despediu, antes de se afastar —
— Agora, a conversa é entre nós dois, Lando. — Carlos passou o braço por volta do meu ombro e saiu me puxando — Que fofoca é essa que você está com a Magui?
Reviro os olhos, pela pergunta.
— Eu não estou com ela. Magui é apenas uma amiga e nada mais, só está me ajudando nesse momento. — Respondi, em um tom calmo —
— Amiga? Ela ficou na sua casa em Mônaco, você aparece com ela em vários lugares e ela é só uma amiga? — Ele perguntou, sem acreditar muito na minha resposta —
— Eu já falei que ela é minha amiga, e não rolou nada entre a gente, eu não teria motivos para mentir. — Falei, sentando-me na cadeira de frente para balcão —
Carlos sentou-se ao meu lado, suspirando.
— Eu sei, que você não tem motivos, Lando. — Ele começou, com a voz compreensiva — Até acho que entenderia você se estivesse com ela, você precisa seguir a sua vida. Eu quero ver você bem, quero o antigo Lando de volta com nós, não esse que se fechou para tudo e tentar ignorar todos. Você não era assim, e não pode deixar uma decepção amorosa fazer isso com você.
Respirei fundo, ao escutar as palavras dele que tinha me desconcertado um pouco.
Eu sabia que Carlos tinha total razão disso tudo. Eu tinha que parar de me fechar para as pessoas.
— Estou tentando… vou tentar pensar nas suas palavras depois, agora eu sei que não conseguirei. — Comentei, tentando soar o mais sincera —
Virei-me para ver as pessoas no salão, e meu olhar parou brevemente em Emily. O sorriso no rosto dela, que era direcionado a Mason, me fez perceber naquele momento que realmente ela estava feliz com ele. Acho que doí admitir, mas era necessário.
Decidi desviar o olhar para outro lado, e parar de me torturar ainda mais com isso tudo.
Peguei o copo de bebida, tomando tudo de uma vez e sentindo um calor momentâneo passar pelo meu corpo.
— Vai com calma, não quero ter que aguentar você bêbado depois, Lando. — Carlos avisou, colocando uma mão em meu ombro —
Pedi outro copo ao barman, e voltei a olhar para Carlos.
— Eu preciso me divertir e para isso o álcool tem que estar presente no meu corpo, Carlitos. — Respondi, levantando-me —
— Mas beba moderadamente. — Ele pediu, assenti, pegando o copo de bebida —
— Pode deixar, eu vou beber moderadamente. — Avisei, antes de sair de perto dele e me afastar entre as pessoas —
Moderadamente. Acho que é uma palavra muito difícil e cruel para mim, pelo menos por hoje, eu não a seguiria e não me importaria com as consequências.
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Acho que levei muito a sério o "não me importar com o amanhã". Tinha me perdido na conta de quantos copos de bebida já tinha tomado. Posso dizer que estava levemente alterado. O barulho da festa se tornava abafado, e as luzes, antes vibrantes, agora pareciam distantes e confusas. Decidi sair para tomar um ar, tentar clarear um pouco a mente. Confesso que ver Emily com Mason, tão feliz, me afetava muito mais do que eu queria admitir. Odiava o fato de que, mesmo depois de tudo, eu ainda não conseguia seguir em frente.
O ar fresco da noite me trouxe um alívio momentâneo, mas a sensação de vazio persistia. Encostei-me na grade da varanda, observando as luzes de Madrid brilhando ao longe. O copo de bebida pesava em minha mão, e encarei o líquido âmbar, tentando encontrar respostas que eu sabia que não estavam lá.
Senti uma presença parar ao meu lado. Não precisei olhar para saber quem era. O perfume familiar de Emily se misturava com a brisa, e eu sentia a tensão no ar. Mesmo assim, mantive meus olhos fixos na vista, como se ignorá-la fosse fazer com que todos os sentimentos conflitantes desaparecessem.
— Lando... — Sua voz soou suave, quase hesitante. Ela estava tentando encontrar as palavras certas, mas eu não queria ouvir —
— Não sei o que você está fazendo aqui, Emily. — Respondi, minha voz um pouco mais áspera do que pretendia. — Não deveria estar com Mason, aproveitando a noite? Ele parecia feliz quando vocês estavam juntos lá dentro.
Emily ficou em silêncio por um momento, e senti que ela estava escolhendo as palavras com cuidado.
— Eu vi você saindo, Lando. Você parecia... — Ela hesitou, tentando encontrar a palavra certa. — Eu só queria saber se está tudo bem.
— E por que você se importa? Já tem o Mason, não precisa se preocupar comigo. Eu estou bem, sempre estive. — Dei uma risada amarga, finalmente me virando para encará-la —
— Lando, você sabe que me importo com você. Nós tivemos algo... especial, e mesmo que as coisas tenham mudado, isso não significa que eu não me preocupe — Emily franziu o cenho, visivelmente preocupada —
Balancei a cabeça, sentindo o álcool nublar ainda mais meu julgamento.
— Especial, claro. Foi tão especial para você que você trocou o que tínhamos tão facilmente pelo Mason. — As palavras saíram mais amargas do que eu pretendia, mas eu não consegui evitar. A dor que eu sentia estava transbordando, e o álcool apenas piorava tudo —
Emily deu um passo para trás, surpresa e ferida pela minha acusação. Seus olhos, antes suaves, agora mostravam uma mistura de tristeza e frustração.
— Não foi fácil, Lando. Nunca foi fácil. — A voz dela tremia, mas ela se manteve firme. — Eu não queria que as coisas acabassem assim entre nós, mas você sabe que as coisas mudaram. Eu... eu não troquei você. Nós dois simplesmente tomamos caminhos diferentes.
— Caminhos diferentes? É assim que você quer chamar? Parece mais que você me deixou para trás porque o Mason era uma aposta mais segura, mais estável — Eu dei uma risada amarga, balançando a cabeça —
— Isso não é verdade, Lando! — Emily respondeu, sua voz um pouco mais alta, cheia de emoções contidas. — Eu me importo com você, mas o que tínhamos... não estava funcionando. Não para mim, e eu já te expliquei sobre o Mason…
As palavras dela eram como uma faca, cortando fundo. Eu sabia que havia verdade no que ela dizia, mas não queria aceitar. Era mais fácil culpá-la, colocar toda a responsabilidade nas escolhas que ela fez, do que encarar a minha própria dor e insegurança.
— Então é isso? — Perguntei, sentindo a raiva misturada com tristeza. — Você encontrou o que precisava, e eu fico aqui, tentando juntar os pedaços. Que ótimo para você, Emily. —
Ela balançou a cabeça, os olhos brilhando com lágrimas que ela tentava desesperadamente segurar.
— Lando, eu não queria que você se sentisse assim. Eu nunca quis te machucar. Mas... às vezes, a vida nos leva por caminhos que não esperávamos. Isso não significa que o que tivemos não foi real ou que não significou nada. Mas também não podemos ficar presos ao passado para sempre. — Ela explicou, com a voz baixa —
Eu só consegui concordar, balançando a cabeça devagar, sem encontrar as palavras certas. A verdade é que, no fundo, eu sabia que ela estava certa. Mas aceitar isso era outra história.
— É talvez eu tenha que aprender a aceitar que te perdi… — Respondi, a voz cansada e resignada. — Eu só… eu só vim aqui hoje para te apoiar. Porque, por mais que tudo tenha mudado, eu nunca quebraria uma promessa.
Ela me olhou por um momento, surpresa e tocada pelo que eu disse. Mas antes que ela pudesse responder, eu terminei minha bebida em um único gole e coloquei o copo de lado.
— Mas acho que já é hora de eu ir embora. — Completei, começando a caminhar em direção à saída, deixando a varanda para trás —.
— Lando, espera! — Gritou, correndo atrás de mim. Tentando me alcançar — Eu não vou deixar você dirigir assim. Você está bêbado, Lando.
— Eu só quero ir para casa. — Disse, com a voz trêmula, tentando manter o controle. As chaves do carro estavam na minha mão, e eu as apertei com força enquanto caminhava. —
— Lando, por favor, você não pode dirigir assim! — Ela insistiu, a voz desesperada. — Deixa eu chamar um táxi!
— Emily, chega! — Eu rebati, a frustração transbordando. — Eu não preciso de um táxi, eu estou bem!
Ela me alcançou quando eu já estava abrindo a porta do carro. Sua mão segurou meu braço com força.
— Não! Eu não vou deixar você fazer isso. Você está bêbado, Lando! Não é seguro! — Ela quase implorava, os olhos cheios de preocupação —
Eu parei, sentindo a raiva e o cansaço se misturando dentro de mim. Olhei para ela, e por um momento, pensei em ignorá-la e entrar no carro de qualquer maneira. Mas algo no olhar dela, algo na maneira como ela estava lutando para me proteger, me fez hesitar.
— Emily... — Comecei, a voz mais fraca. — Eu só quero ir para casa. Eu não quero causar problemas.
— Eu sei. E eu entendo. — Ela respondeu, suavizando a voz. — Mas por favor, Lando, deixa eu dirigir. Eu te levo para casa, em segurança. Não me faça te ver se machucando por causa disso.
Eu fiquei parado por um momento, olhando para ela, ainda querendo resistir, mas sabendo que ela estava certa. Finalmente, com um suspiro pesado, joguei as chaves do carro para ela.
— Tá bom, Emily. — Concordei a contragosto. — Você dirige.
Ela pegou as chaves e deu um suspiro de alívio, mas eu podia ver que ela ainda estava preocupada. Emily se moveu rapidamente, abrindo a porta do lado do motorista e me guiando para o banco do passageiro. Eu entrei no carro, a cabeça pesada, o corpo cansado de lutar.
Enquanto ela dava a volta para entrar no carro, eu olhei para frente, o silêncio entre nós preenchido apenas pelo som distante da festa. Quando Emily entrou e ligou o carro. Eu sabia que tinha exagerado, que estava agindo de maneira imprudente, mas a dor e o álcool tinham me cegado.
— Lily… só me promete uma única coisa, mesmo que não estejamos juntos. — Minha voz saiu em um tom baixo, quase um sussurro, enquanto tombava a cabeça para o lado, tentando manter os olhos abertos. — Promete que vai estar na minha primeira vitória.
O silêncio que se seguiu parecia se arrastar por uma eternidade. Emily, não esboçou nenhuma reação imediata, e por um momento, me perguntei se tinha falado demais. Talvez estivesse pedindo algo que não deveria.
— Eu prometo. — Ela respondeu, e eu pude ouvir a sinceridade em cada palavra. — Isso é uma promessa que a Lilian nunca quebraria.
Eu fechei os olhos por um momento, deixando as palavras dela afundarem. Sabia que essa promessa era algo que significava mais do que apenas estar presente em uma corrida. Era uma promessa que fizemos quando criança e saber que ela iria cumprir me fez sentir-me um pouco melhor.
001. Voltei meu amores com esse capítulo, mas sofrencia entre esses dois.
002. Espero que estejam gostando da Fanfic. Desculpa qualquer erro ortográfico.
003. Votem e comentem muito para liberação do próximo capítulo ser rápido. Bjos da Bia
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