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➥ OO, resquícios do passado.

ㅤ𔓕 𝅄🍰ㅤ˚﹙𝖼𝗎𝗍𝖾﹚+18ㅤׅノ୨ৎ
𓊍ㅤㅤ﹙🌫️﹚ male!oc x jake lockley ' ೀ
ㅤノㅤ𓈒ㅤ⊹ㅤeste capitulo contémㅤׅㅤ✩ㅤ˚ㅤ
GATILHOS!!

Para uma criança normal, o medo e a tristeza vinham de monstros debaixo das camas, de brinquedos quebrados, de joelhos arranhados. Mas, quando Jake apareceu pela primeira vez, ele soube que não era uma criança normal, que sua vinda ao mundo não era a mais típica, de que ele só era forte porque alguém tinha sido fraco. Jake Lockley veio ao mundo sabendo muito bem quem era e para o que serviria.

E que os monstros não vinham de debaixo da cama, mas que atravessavam portas e janelas com cintas na mão, preparados para encontrá-lo onde quer que se escondesse. E, por Deus, ele era ótimo em se esconder; o problema era que Wendy Spector era ainda melhor em achá-lo, sua sombra perseguindo o pequeno corpo infante de Jake, vigiando seus passos, acertando-o onde quer que doesse mais.

Inicialmente, ele era só uma criança, assim como Marc ou Steven.

Mas enquanto o garotinho Spector se escondia em sua própria mente para fugir da mãe e Steven, alheio à dor que viviam, sonhava e existia em sua própria fantasia, quem lidou com a natureza real de suas mentes quebradas e distorcidas foi ele; enquanto Marc batalhava incessantemente pelo ar oxigênio em seus pulmões, para conseguir respirar mesmo sentindo sua pele ardendo em chamas dos golpes, bofetadas e arranhões, com as lágrimas inundando seu rosto ao mesmo tempo que suor, catarro e água escorriam pelas suas bochechas vermelhas e Wendy, a suposta mãe, gritava uma dúzia de palavras feias e xingamentos em seu rosto, o bafo de bebida deixando-o tonto, trêmulo e confuso.

Foi quando o nova iorquino surgiu, com seus olhos revirando dentro das pálpebras, Marc apagou por instantes antes de um novo olhar se pintar em sua face. Jake não entendeu o porquê de sentir tanto medo, mas todos os alarmes em seu corpo disseram a ele o quanto isso era errado. Frustrado, pequeno e aterrorizado, ele cerrou suas mãos e se colocou de pé.

Um tapa o atingiu bem no rosto ao mesmo tempo que as palavras "mamãe" e por favor fugiram por seus lábios.

O golpe entorpeceu sua mente, fez tudo girar ainda mais, dez vezes mais. Ele sentiu o gosto de sangue em sua boca e, com olhos turvos, levou a mão até o nariz, a dor excruciante fazendo seu coração se torcer e pulsar com a decepção e o rancor ao ver tanto do líquido vermelho espalhado pelos seus dedinhos. Wendy tinha quebrado o seu nariz. Desorientado, ainda só uma criança confusa e desamparada, ele não percebeu que o pior de seus, supostos, erros foi ter falado em espanhol.

── Seu doente  ── ela cuspiu, nojo e ódio refletidos nos seus dentes cerrados e olhar fuzilante. Havia um misto de cinismo, sarcasmo e desprezo enquanto sua língua se enrolava naquele idioma que era tão familiar para ambos, mas não para Marc ── Então agora você pensa que pode falar assim comigo? Quem você pensa que é, assassino? Seu irmão devia estar aqui, eu devia ensinar ele as suas origens, não você. Não você!

Ao repetir novamente todas essas palavras cruéis, Jake soube que nada do que fizesse, um dia, adiantaria. Suas palavras doeram mais que socos, mais do que seu nariz quebrado, bochechas em chamas ou lábios rachados. Criaram uma rachadura tão profunda em seu corpo que tudo que o garotinho fez, tremendo e ainda com punhos firmemente fechados, foi rir do desespero dela. A medida que os tapas, socos e golpes de cinta eram desferidos em seu corpo, Jake ria cada vez mais, cada gargalhada explodindo pela sua boca, assustando e irritando Wendy em igual medida. Mesmo os soluços, as lágrimas e a decepção amargurada não impediram que os risos acabassem.

Ele riu e riu, ao ponto de sua barriga arder, do pulso da mãe torcer, da noite cair. Ao ponto de Wendy o virar as costas e sair do quarto do filho, amaldiçoando-o, chamando-o de doente. E foi quando, com as luzes apagadas ao seu redor, o corpo todo em frangalhos e sem lágrimas mais para chorar, que o riso cessou.

E quando passou, Jake se viu completamente sozinho, perdido e desamparado na escuridão profunda, sua porta trancada por fora. A única luz remanescente do corredor invadindo o pequeno cômodo pela fresta entre a madeira e o chão. Com a garganta em carne viva, hematomas por toda a epiderme torturada, sentindo a fome, o cansaço e a exaustão do dia o dominando, Jake sentou-se numa cama que não lhe pertencia e respirou fundo. Um sorriso quebrado brotou em seu rosto, uma espécie de alegria azeda, tóxica e obsessiva nascendo em suas entranhas.

Ele se divertiu com os olhos repletos de dor e desespero da mãe, adorou vê-la quebrar à medida que o Lockley não cedia. Quando o medo dela se tornou maior do que o dele, Jake soube que ganhou. Mesmo que o único ferido fisicamente fosse ele, Wendy teria uma noite ainda pior, com pesadelos a atormentando, com a culpa pelo filho morto assombrando-a.

Com o riso de quem pensava ser Marc ecoando em sua cabeça, torturando-a.

── Por que você fez isso? ── uma pequena voz, cheia de timidez, interrompeu seus pensamentos.

Levando seus olhos até o espelho da cabeceira, Jake se deparou com o seu reflexo, mas ele já sabia que não conversava consigo mesmo. Tristes e cansados olhos de corça refletiam uma dor e um medo que ele se recusou a sentir.

── Ela mereceu ── o tom cru e o espanhol pesou em sua voz e, ele percebeu, foi o que fez outro se encolher. Jake franziu seu pequeno rosto numa careta, sentiu-se frustrado ao perceber, mesmo tão novo, que o menino no espelho estava em pânico e, pior, o medo era dele.

── Mamãe vai bater em mim, por sua culpa, você irritou ela ── o garotinho acusou, olhos repletos d'água ── A culpa disso tudo é sua.

Jake fechou os olhos, se sentindo ainda mais dolorido e cansado. Ele se sentiu golpeado de forma ainda mais cruel e perversa, pior ainda do que tudo que Wendy pudesse ter dito ou feito consigo; toda a sua marra caindo por terra, o Lockley tremeu, algo preso em sua garganta o sufocava, sentimentos, emoções e palavras, todos embolados numa coisa só.

── Você fala como ela.

── E você parece com ela, você estragou tudo, você é assustador — o menininho chorou, tremendo ainda mais do que o próprio Lockley. ── Você devia sumir!

Anos mais tarde é que Jake entenderia o porquê de Steven e Marc serem incapazes de descobrir sua presença no headspace, de nunca escutarem a sua voz independente do quão alto ele gritasse. Não foi apenas o Lockley quem se fechou para o sistema, não, a verdade é que Marc simplesmente fechou sua própria mente à presença do terceiro alter, escolhendo apagar o menino de sua memória e fechando os olhos para cada lembrança que não fosse sua ou do Grant, pensando que tudo pioraria se Wendy descobrisse. Steven era tudo que ele queria e deveria ser para ser um bom filho, Jake, por outro lado, era um atraso de tempo. Era perigoso, porque ele não media as consequências, ele não ligava para a própria segurança, ele não fazia nada para proteger a pouca paz e momentos felizes que tinham.

E Jake, cansado de ser culpado por todos que deveriam amá-lo, se fechou em um quarto de portas trancadas, protegendo tudo que Steven e Marc fossem incapazes de manter, mesmo que não houvesse mais ninguém para cuidar dele.

᱙ 1,238 palavras no total. capítulo não revisado.

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