capítulo um
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" a tristeza não escorre só pelos meus olhos ela verte do meu nariz, jorra da minha boca e sai por cada um dos poros da minha pele, é assim que meu corpo se cura"
Stanley sabia que algo ao redor estava errado, todos os passos que ele dava era como se estivesse sendo observado; algo que realmente acontecia, Onã havia marcado todos os passos do jovem e decorado o seu cronograma, foram dias de pesquisa até ela finalmente conseguir o endereço do jovem garoto. O menino vivia com sua mãe, essa que era uma mulher irresponsável que mal ficava em casa e uma amiga da família - essa que também não ficava em casa, então quando Onã passou porta dentro da residência e a viu vazia não foi uma surpresa.
Onã olhou ao redor da casa, jogando a chave na mesa da cozinha ela sentou no sofá, seus pés foram até a mesa de centro e ela tirou o pacote de biscoito pela metade do bolso de sua blusa de moletom, assim ela esperou o horário do jovem ladrão voltar para casa.
Stanley odiava ir para escola, mas sua mãe - embora sendo ausente - o obrigava a estudar, não era seu melhor hobby e de fato ele odiava aquilo, a única parte que ele gostava era quando ia embora e podia fazer o que quisesse na casa. Assim que entrou em casa o garoto jogou a mochila no canto do corredor, tirando os sapatos ele jogou junto da mochila e em passos arrastados ele foi até a geladeira.
-- Você tem hábitos horríveis, sabia? __ a voz de Onã fez o garoto se afogar com a água que tomava, com os olhos arregalados ele encarou a garota.
-- Como entrou na minha casa? __ exclamou em choque.
-- O velho truque da chave no vaso de flor. __ riu. -- Fácil entrar na casa com a chave.
-- Por que você entrou na minha casa? __ caminhou até a jovem deitada no sofá, Onã deu de ombros ao entrelaçar as mãos sobre a barriga.
-- Eu peguei o seu relógio, você pegou o meu dinheiro. __ deu de ombros. -- Você é um ladrão horrível, aliás. Mas... __ deu ênfase na palavra. -- Por incrível que pareça você roubou o relógio de um soldado. Como fez isso?
-- Eu não roubei nada! __ falou, a voz um pouco aguda, algo que fez Onã sorrir só sentar e se inclinar para o observar melhor.
-- E um péssimo mentiroso. __ deu risada. -- Olhe... eu acho que nós começamos com o pé esquerdo. __ Stanley sentou na frente da jovem, claramente interessado na conversa.
-- Continue!
-- Eu sei roubar e mentir __ o analisou. -- Você é um rosto bonito, mas sabe roubar grande pessoas... quer se juntar comigo?
-- Tipo... amigos? __ questionou com uma careta.
-- Eu não tenho amigos __ Onã murmurou. -- eu tenho parceiros no crime. O que me diz?
-- Eu __ a porta da frente foi aberta e duas mulheres entraram na residência.
-- Eu bebi demais ou essa é o pivete que quebrou o seu nariz? __ a mulher de cabelos pretos apontou para Onã, essa que encarou o garoto.
-- Sua mãe ?
-- Sim. __ Stanley balbuciou. -- Mãe, essa é... qual o seu nome? __ a encarou confuso, a garota rolou os olhos.
-- Onã! __ encarou a mais velha. -- E, em minha defesa... ele começou.
-- Você quebrou meu nariz! __ Stanley exclamou.
-- Oh! Pobre neném, vai chorar ?__ o encarou.
-- Eu gosto dela. __ Lila falou apontando pra garota.
-- Bem __ Onã se levantou. -- eu vou embora. E...
-- Stanley. __ balbuciou.
-- Stanley... se você topar, vou te esperar amanhã no barril. __ caminhou até a porta. -- Às 15h, não se atrase!
QUEBRA DE TEMPO
O dia estava meio chuvoso, sentada no barril Stanley esperava impaciente por Onã, essa que estava 10 minutos atrasada, ele havia perdido a paciência, porém não queria voltar para casa onde sua mãe com toda certeza estaria com um homem qualquer que havia achado na rua, então eles sentou ali e esperou.
Onã andou em passos lentos pelas ruas, o capuz mais uma vez lhe cobrindo dos olhos alheios, o relógio marcava 15h25, pela primeira vez em sua vida ela estava atrasada para algo, ao entrar no beco ela pode ver Stanley no barril, algo que lhe deixou realmente surpresa.
-- Uh... não se atrase! __ Stanley a imitou. -- Você está 26 minutos atrasada.
-- Não vamos poder fazer isso hoje. __ Onã murmurou olhando para seus sapatos. -- Pode voltar pra casa.
-- Espere, o que ?__ exclamou. -- Eu sentei aqui por 26 minutos só para você vir aqui e dizer que eu posso ir para casa? Tá de brincadeira?
-- Eu não estou com ânimo para isso, ok? __ rolou os olhos e saiu andando.
-- Foda-se você! __ Stanley caminhou atrás dela. -- Eu não esperei esse tempo todo pra nada.
-- Vá pra casa, Stanley! __ Onã falou sem parar para olha-lo.
-- Eu não vou pra casa até você me ensinar. __ a segurou pelo braço e a empurrou na parede; seu rosto raivoso se transformou em confusão e ele soltou o braço da garota. -- O que aconteceu com seu rosto ?
-- Nada! __ pôs o capuz e saiu andando.
-- Besteira! __ Stanley voltou a andar lado a lado com a garota. -- Você precisa de curativos ali.
-- Por que se importa? __ Onã questionou sem olha-lo. -- Eu quebrei seu nariz.
-- E alguém quebrou sua cara. __ rebateu. -- Então, pare de ser uma medrosa e vamos fazer um curativo nisso.
Os dois jovens estavam sentados no chão do quarto de Stanley, Onã observava os movimentos do garoto, esse que parecia totalmente focado em seu trabalho como curandeiro, Stanley abriu o band-aid e com delicadeza pôs no corte superficial na testa da jovem, ele a encarou e inclinou a cabeça levemente.
-- É... nada mau. __ deu de ombros, Onã rolou os olhos e examinou o quarto enquanto o garoto ia jogar os usados no lixo. -- Nem pense em roubar algo!
-- Seu quarto é um lixo. __ Onã declarou, algo que fez Stanley rolar os olhos. -- O que é isso?
-- Não toque nisso. __ bateu na mão de Onã, essa que retirou a mão do objeto.
-- Desculpe! __ falou ao automático.
-- É uma bomba caseira. __ explicou. -- Agora... o que aconteceu com você?
-- O de sempre. __ deu de ombros, ela encarou Stanley que a observava como se perguntasse algo com o olhar. -- O que?
-- Sua família bate em você? __ a pergunta fez a garota mover os ombros em desconforto.
-- A sua não? __ se jogou na cama do garoto e encarou o teto.
-- Minha mãe pode ser ruim... mas ela nunca me bateu. __ sentou no final da cama e encarou a garota. -- Ela só vai embora e me deixa aqui.
-- Eu queria que meu pai sumisse __ Onã sussurrou. -- Seria melhor, sabe? Mas eu não culpo ele... foi minha culpa.
-- O que você fez?
-- Fui pega roubando. __ o encarou. -- Por você!
-- Ele te bateu por causa do dinheiro? __ engoliu o nó que se formava em sua garganta, Onã deu de ombros.
-- Ela foi um idiota.
-- Desculpe por isso. __ se deitou ao lado da garota.
-- Desculpe por quebrar seu nariz. __ o encarou, Stanley sorriu.
-- Estamos quites!
Os dois jovens cruzaram as mãos na barriga e em silêncio encararam o teto, ambos aproveitando a companhia um do outro.
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