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capítulo quatro

Votos e comentários são muito importantes para a continuação da história.
Desculpem a demora para as postagens! Eu estava, ainda estou, doente e agora estou a base de medicamentos. Então, mil desculpas a demora.

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"Você não agiu errado quando foi embora, você agiu errado quando resolveu voltar pensando que podia ficar comigo quando fosse conveniente e me deixar quando não fosse mais."

   Stanley estava preocupado, ele e Onã haviam marcado de se encontrarem no barril às 14h50, porém ela não apareceu no local, de início ele pensou em todas as piadas possíveis para poder inferniza-la, mas tudo mudou quando o relógio dedurou que Onã estava atrasada a exatas duas horas. O garoto sabia que Onã odiava atrasos e por isso a aflição de algo ruim ter ocorrido lhe atingiu em cheio.

Pulando do barril o garoto limpou as roupas com a mão e saiu andando em direção a casa de Onã, ele estava decidido a ir até ela e tirar satisfação de seu longo atraso.

-- Se Maomé não vai até a montanha, a montanha vai a Maomé. __ Stanley balbuciou.

 Onã estava sentada em um dos degraus de escadaria que separava os andares da casa, seus olhos fixos na mulher em sua frente, o vestido roxo lhe dava um ar de juventude e a inclinação em sua barriga indicava claramente que ela tinha seguido a vida do outro lado do muro. Marthim estava estático, remoendo toda a mágoa e dor, para depois transformar em raiva a angústia, essa que seria direcionada para Onã.

-- Queria lhe ver mais uma vez. __ a mulher sorriu acariciando sua barriga. -- Mostrar o seu novo irmãozinho, bem, avisar que você vai ter um irmãozinho. __ riu. -- Vou chama-lo de Owen.

-- Legal! __ sorriu sem mostrar os dentes.

-- Eu me pergunto se você ainda tem aquele urso que te dei?! __ sorriu docemente, Onã rolou os olhos e se levantou indo até o andar superior, Marian a seguiu.

  Assim que entrou no quarto Onã deu um sobressalto ao ver Stanley sentado na sua cama, os olhos um tanto quando raivosos e preocupados, com toda aquela bagunça acontecendo a garota havia esquecido completamente de ir com Stanley.

-- Eu esperei você por duas horas. __ Stanley murmurou.

-- Oi para você também, Stanley. __ rolou os olhos indo até o guarda roupas. -- Eu me esqueci, desculpa!

-- Como assim você esqueceu? __ exclamou. -- O que é mais importante?

-- Oh! __ a voz de Marian fez o garoto encarar a mais velha que entrava no cômodo. -- Oi. Quem é o seu amigo?

-- Quem é a mulher grande? __ Stanley encarou Onã que mexia em algumas caixas e apontou para a mulher.

-- É Marian __ Onã puxou uma caixa. -- minha mãe.

  Stanley engoliu o nó de sua garganta, a palavra 'mãe' havia saído em um tom amargo como se fosse a pior palavra do mundo a ser dita, ao olhar para a apresentada Marian o garoto pode ver que ele não foi o único a perceber o veneno na voz de Onã.

-- Sou Stanley. __ se apresentou.

-- É um prazer. __ sorriu. -- Eu sou...

-- A mãe, eu sei. __ rebateu, ela o examinou de cima a baixo. -- É muita cara de pau não acha?

-- O que? __ Onã os encarou.

-- Deixar sua filha e voltar grávida. __ falou. -- Isso só mostra o quão doente você é.

-- Eu não...

-- Aqui! __ Onã entregou o urso. -- Você já tem o que quer... não volte.

-- Onã, eu...

-- Adeus, Marian!

QUEBRA DE TEMPO

-- Você viu a cara dela? __ Onã deu risada enquanto andavam por entre o bosque da cidade. -- Ela estava tipo: "Essas crianças estão falando sério?"

-- E quando você deu adeus. __ Stanley riu pulando algumas pedras. -- Ela quase chorou!

-- Tão patético! __ Onã rolou os olhos. -- Quem ela pensa que é? Voltar anos depois de ter me abandonado, como se nada tivesse acontecido, tentar me levar para o outro lado? Eu prefiro morrer ao ter que ir com ela e aquela família feliz dela.

-- Onã...

-- Eu não sou a porra de um brinquedo que ela coloca na prateleira e depois volta para tirar o pó. __ gesticulou furiosa, naquele momento ela tinha lágrimas rolado por suas bochechas. -- Eu sou um ser humano, eu tenho sentimentos. Eu mereço ser amada! E eu não... __ soluçou.

-- Tudo bem! __ Stanley a abraçou, Onã enterrou a cabeça em seu ombro e cravou as mãos na blusa do rapaz.

  O silêncio das árvores foram cortados pelos soluços de Onã, essa que era amparada por Stanley; o garoto deixou uma mão descansando no final das costas da garota e a outra em sua cabeça, ele acariciou seus cabelos, seu corpo tremia pelo choro incessante e ela puxava a respiração de forma ofegante.

-- Tudo bem, vai ficar tudo bem. __ sussurrou para a garota que ia se acalmando aos poucos. -- Aqui! __ tirou o inalador de asma do bolso da calça jeans, Onã enxugou as lágrimas e pegou o inalador de sua mão, o sacudindo ela fez duas inalações.

-- Desde quando você anda com um inalador no bolso? __ Onã questionou devolvendo o inalador, Stanley sorriu de lado pondo o objeto no bolso novamente.

-- Faz um tempinho. __ deu de ombros, Onã sorriu para o garoto e segurou sua mão enquanto andavam lado a lado pelo bosque. -- Ela não merece você, sabia?

-- O que? __ Onã o encarou.

-- Marian; ela não merece você. __ deu um leve apertou na mão de Onã. -- Ela foi uma pessoa horrível, você é muito melhor.

-- Acho que nós dois não merecemos a família que temos. __ murmurou.

-- Vamos mudar isso! __ Stanley soltou a mão de Onã e deu alguns passos agitados na frente, um largo sorriso no rosto. -- A partir de hoje, nós dois vamos ser a nossa própria família. Stanley e Onã, dois jovens contra o mundo caótico e precário que é Berlim.

-- Podemos sair de Berlim. __ Onã rodou em uma das árvores, Stanley foi ao outro lado da árvore e eles sorriram um para o outro enquanto tentavam se pegar em uma brincadeira de pega pega.

-- E ir para onde? __ Stanley correu atrás de Onã.

-- Paris! __ exclamou. -- Eu sonho com aquela enorme torre desde... sempre.

-- E Brasil! __ Stanley sorriu. -- Nada nas praias.

-- Viajar o mundo. __ Onã parou de correr e foi até uma grande pedra. -- Vamos comigo?

-- Eu vou a qualquer lugar com você. __ sorriu parando ao lado da garota, os dois se encararam na pedra e encararam o céu azul quase não visível pelas folhas e galhos das árvores.

-- Onã e Stanley para sempre? __ a garota o encarou, Stanley sorriu, ele lhe deu um leve empurrão e cruzou os braços sobre o peito.

-- Stanley e Onã para sempre!

-- Nós vamos pensar em um nome. __ se arrumou no local. -- Até lá. Onã e Stanley soa muito bem para mim.

-- Como quiser... Stanley e Onã será.




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