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0.5 | 𝗗𝗘 𝗩𝗢𝗟𝗧𝗔 𝗔 𝗘𝗦𝗧𝗥𝗔𝗗𝗔

2° Temporada

𝖲𝖮𝖴 𝖲𝖯𝖤𝖭𝖢𝖤𝖱....
𝖲𝖯𝖤𝖭𝖢𝖤𝖱 𝖧𝖨𝖦𝖦𝖨𝖭𝖲

CONFUSA.Essa era a palavra que definia Maevie naquele momento. A loira morango ainda se encontrava sentada na grama fria e úmida, os olhos fixos no lago à sua frente. O reflexo da luz do sol sobre a água brilhava de forma quase hipnotizante, mas não conseguia afastar as perguntas que giravam em sua mente como um redemoinho. Seus dedos trêmulos afundaram na terra macia ao seu redor, em busca de alguma sensação de realidade, algo que ancorasse seus pensamentos.

“O que aconteceu?” A pergunta ecoava, misturando-se com o som suave das folhas balançando ao vento. Ela tentou recordar o que havia acontecido antes. Lembrava-se de sair da casa, o corpo febril, o suor frio escorrendo por sua testa. Lembrava-se da água gelada em suas mãos, o choque térmico quando a tocou... e depois, o vazio.

"Eu desmaiei? Eu morri?" A ideia de morte parecia estranha, distante, mas de algum modo plausível. Ela sentia como se tivesse flutuado em um limbo, uma existência vaga entre a vida e a morte. O que era real naquele momento? Estava viva? Ela mesma não sabia ao certo.

O latejar constante em sua cabeça tornava tudo pior. A dor pulsava, afiada e incansável, fazendo sua visão ficar turva a cada batida. O som dos pássaros, que normalmente trazia uma sensação de paz, agora parecia ecoar como mil tambores furiosos dentro de seus ouvidos. O farfalhar das folhas que caíam das árvores ao seu redor soava como um trovão distante, cada mínimo ruído amplificado e distorcido por sua mente confusa.

Ela respirou fundo, tentando acalmar o pânico que começava a apertar seu peito. Fechou os olhos, lutando contra a vertigem que ameaçava dominá-la. O mundo parecia girar, mas ela precisava encontrar um ponto de estabilidade. Algo dentro dela dizia que havia mais do que o simples despertar. Algo havia mudado, mas o quê?

Enquanto o sol subia lentamente no céu, Maevie continuava sentada, imersa em um turbilhão de dúvidas e sensações. Não era apenas o amanhecer de um novo dia. Era o início de algo mais profundo. Mas o que, exatamente, isso significava, ela ainda precisava descobrir.

De acordo com sua limitada experiência em ler o horário pelo sol, Maevie deduziu que eram por volta das 7h30 da manhã. Ela havia passado quase uma hora sentada à beira do lago, tentando processar tudo que tinha acontecido, organizando sua mente, enquanto o frio da manhã começava a se dissipar sob a luz do novo dia. Finalmente, com os pensamentos um pouco mais claros, ela decidiu voltar para dentro da casa.

Ao abrir a porta com cuidado, os olhos de Maevie foram direto para Sophia, que ainda dormia tranquilamente no mesmo lugar, encolhida debaixo do cobertor. O rosto da menina estava calmo, sua respiração ritmada e suave, completamente alheia ao caos da noite anterior. Maevie suspirou de alívio ao ver que nada havia acontecido à menina enquanto ela mesma estava "desmaiada" do lado de fora. Aproveitando o fato de que Sophia ainda estava dormindo, Maevie decidiu explorar o segundo andar da casa. Na noite anterior, o cansaço extremo e a dor a haviam impedido de sequer cogitar subir as escadas, mas agora, sentindo-se um pouco mais em controle, ela queria ver o que mais aquela casa escondia.

Os degraus de madeira rangiam com cada passo que ela dava, ecoando levemente no silêncio da casa abandonada. A cada rangido, Maevie se perguntava quem teria vivido ali antes de tudo desmoronar, antes do mundo se transformar no inferno que era agora. Quando finalmente chegou ao topo da escada, deparou-se com um corredor estreito, mal iluminado, com três portas à sua frente.

Maevie começou pela primeira porta à esquerda. Ao empurrá-la, foi recebida pela visão de um quartinho infantil. Duas camas pequenas estavam dispostas uma em cada lado do cômodo, e nas prateleiras, alguns brinquedos empoeirados e esquecidos pareciam vigiar o quarto em silêncio. Bonecas de pano, carrinhos de madeira e blocos de montar estavam espalhados pelo chão, como se as crianças que ali brincavam tivessem saído correndo e nunca mais voltado. A visão a fez parar por um momento, uma sensação agridoce de nostalgia e tristeza se instalando.

Deixando o quarto de criança para trás, Maevie seguiu para a próxima porta. Ao abri-la, encontrou um quarto de casal simples, mas acolhedor. No centro, uma cama de madeira rústica dominava o espaço, e ao lado, um grande guarda-roupa, também de madeira rústica, parecia guardar os últimos vestígios de quem viveu ali. A mobília era simples, mas havia algo de reconfortante naquele quarto, como se, em algum momento, ele tivesse sido um refúgio seguro em tempos de paz.

Por fim, Maevie se dirigiu à última porta, que dava para um pequeno banheiro. O espaço era apertado, mas funcional, com detalhes em madeira rústica, como o restante da casa. A pia e o espelho estavam cobertos por uma fina camada de poeira, e o azulejo envelhecido parecia ter resistido bem ao tempo.

"Quem quer que tenha vivido aqui, realmente gostava de madeira rústica", Maevie pensou, com um pequeno sorriso irônico enquanto analisava os detalhes ao redor.

Com a exploração concluída, Maevie desceu de volta ao térreo.

Maevie se sentia revigorada após o banho rápido no lago de águas claras. A água fria tinha feito maravilhas para seu corpo exausto, tirando o sangue seco de zumbi que ainda manchava sua pele e cabelos. Após quatro dias sem sequer molhar o cabelo, o ato de mergulhá-lo na água foi uma experiência quase transformadora. Sentiu-se mais leve, como se o peso dos últimos dias tivesse sido parcialmente lavado. Sua mente, antes um emaranhado de pensamentos e dores, parecia um pouco mais clara agora.

Para não ficar usando as roupas ensanguentadas e sujas, Maevie decidiu subir novamente ao segundo andar da casa e procurar algo mais limpo no guarda-roupa do quarto de casal. Ao abrir a pesada porta de madeira, ela encontrou algumas peças esquecidas e cobertas de poeira, mas ainda em bom estado. Escolheu uma calça jeans em um tom verde militar que, embora um pouco larga, parecia resistente o suficiente para o que ela precisava. Pegou também uma blusa regata preta, simples e prática, além de uma jaqueta de couro masculina que, apesar de pesada, lhe transmitia uma sensação de proteção.

Ela olhou a jaqueta em suas mãos por um momento, decidindo não vesti-la por enquanto. O calor da manhã tornava desnecessário carregar mais peso, mas quem sabe mais tarde, se o tempo esfriasse, aquela jaqueta não se tornaria um abrigo bem-vindo? Guardou a peça sobre o ombro enquanto se olhava rapidamente no espelho do quarto. Embora ainda estivesse abatida, sentia-se mais disposta, mais limpa, e um pouco mais preparada para enfrentar o que quer que o dia trouxesse.

Agora, com as roupas trocadas e o corpo refrescado, Maevie desceu novamente as escadas, pronta para verificar como Sophia estava e pensar no próximo passo.

Sophia ainda estava encolhida sob o lençol, mergulhada em um sono profundo. Aproveitando a calma do momento, Maevie decidiu preparar o que poderiam chamar de "café da manhã". A realidade do apocalipse deixava poucas opções luxuosas, mas ela fez o que podia com o que havia encontrado. Separou uma barrinha de cereal para cada uma e abriu uma das latas de pêssego em calda que havia guardado. Embora simples, sabia que aquele era um banquete comparado ao que muitos podiam sonhar naquele cenário.

Ao lado da mesa improvisada, Maevie começou a ferver um pouco de água que havia coletado do lago na noite anterior. Ela sabia que, mesmo com o corpo e a mente cansados, não podia correr riscos desnecessários. Eliminar qualquer bactéria, vírus ou parasita que pudesse estar presente na água era essencial. Pegou uma pequena panela de metal que havia encontrado no armário da cozinha e encheu com a água, colocando-a sobre o fogo que ainda restava da noite anterior.

Enquanto a água borbulhava, Maevie olhou em volta, absorvendo a quietude daquele momento. O som da água fervendo era reconfortante, um lembrete de que pequenos atos de cuidado ainda importavam, mesmo naquele mundo devastado. Ela se aproximou da janela e espiou o horizonte. A luz do sol estava clara, mas o calor suave indicava que ainda era cedo, um tempo perfeito para recarregar as energias antes de mais um dia de incertezas.

Após algum tempo, quando a água já estava fervendo o suficiente, Maevie retirou a panela do fogo e deixou-a esfriar. Ela organizou o pequeno "banquete" com as barrinhas de cereal e a lata de pêssego aberta, empurrando para longe a sensação de ironia que surgia ao pensar no quão distante aquilo era de um verdadeiro café da manhã. Tudo estava pronto para quando Sophia acordasse, e, mesmo nas adversidades, Maevie sentia uma pequena satisfação por proporcionar a menina uma sensação de normalidade.

Enquanto esperava, ela se sentou à mesa e passou a contemplar seus próximos passos. Cada decisão parecia um jogo perigoso de xadrez, e ela precisava estar atenta para garantir a sobrevivência delas.

Assim que Sophia acordou, ainda esfregando os olhos com as costas das mãos, Maevie a observou por um momento. A menina parecia exausta, com o rosto sujo de terra e o cabelo emaranhado. Aproveitando a calma momentânea, Maevie sugeriu:

— Que tal tomar um banho? Vai tirar toda essa sujeira que acumulou ontem — disse ela com um sorriso suave, apontando para fora, onde o lago ainda brilhava com os primeiros raios de sol.

Sophia, meio grogue, olhou para a própria roupa, que estava manchada de terra e suor. Ela hesitou por um instante, mordendo o lábio. — Mas, e as roupas? — perguntou, franzindo a testa. — As minhas estão todas sujas.

Maevie já tinha pensado nisso. Sempre um passo à frente, ela deu de ombros, tranquila: — Lá em cima tem um quarto infantil com um guarda-roupas. Tenho certeza de que tem algo que vai servir em você.

Sophia mordeu o lábio novamente, desta vez parecendo mais preocupada. Ela olhou para Maevie com os olhos arregalados e perguntou baixinho: — Isso não é... errado? — A voz dela era hesitante, quase como se estivesse com medo de fazer a pergunta. — Digo, pegar as roupas de outras pessoas assim... Sem permissão.

Maevie ficou quieta por um momento, processando a pergunta de Sophia. A preocupação da menina era legítima, mas no mundo em que viviam agora, as regras antigas já não faziam tanto sentido. Ela precisava encontrar uma forma de explicar isso a Sophia sem parecer que estava justificando o que, em tempos normais, seria considerado roubo.

Ela se agachou para ficar na altura dos olhos da garota, sua expressão firme, mas gentil. — Olha, eu entendo por que você está preocupada — começou ela, escolhendo as palavras com cuidado. — Em um mundo normal, sim, pegar algo que não é nosso seria errado. Mas as coisas mudaram, Sophia. As pessoas que moravam aqui... elas foram embora, e deixaram tudo para trás.

Sophia ainda parecia insegura, então Maevie continuou: — Pense assim: se eles tivessem a intenção de voltar, não teriam deixado suas coisas assim. E, mais importante, nesse mundo, precisamos nos adaptar para sobreviver. Não estamos pegando por maldade, nem por ganância. Só estamos nos cuidando com o que foi deixado.

Ela sorriu, tentando tranquilizar a menina. — E quem sabe? Se um dia a gente encontrar essas pessoas, podemos devolver ou ajudar de alguma forma. Mas por agora, você precisa de roupas limpas. Eles não precisam mais delas, mas você precisa.

Sophia ponderou por um momento, seus olhos castanhos cheios de dúvida, mas então, lentamente, ela assentiu. O argumento de Maevie fazia sentido. O mundo era outro agora, e as regras tinham mudado. — Tudo bem — disse finalmente. — Acho que você está certa.

Maevie sorriu, satisfeita, e bagunçou de leve o cabelo da garota. — Vai lá, então. Escolhe algo confortável. Você vai se sentir muito melhor depois do banho.

Com isso, Sophia finalmente se levantou, pegando o caminho para o andar de cima enquanto Maevie suspirava, contente que tinha conseguido convencer a garota. Ela sabia que, nesse novo mundo, algumas lições seriam difíceis de aprender, mas também sabia que Sophia estava forte o suficiente para lidar com elas.

Sophia desceu as escadas devagar, ajeitando a blusa de cor amarelo que ela havia encontrado no guarda-roupas. A estampa vibrante de um arco-íris colorido com um unicórnio lilás no centro parecia trazer um toque de leveza para aquele mundo tão sombrio. Combinando com uma calça jeans azul simples, um casaco rosa aconchegante e botinhas da mesma cor, a menina parecia um pequeno raio de sol em meio ao caos. Seu cabelo agora estava mais arrumado, caindo em ondas suaves nos ombros, o que lhe dava uma aparência mais renovada, quase como se o banho tivesse lavado mais que apenas a sujeira.

Maevie observou a cena com um leve sorriso no rosto. Sophia parecia uma criança normal de novo, ainda que estivessem longe de qualquer sensação real de normalidade. Era um pequeno consolo ver que, mesmo em meio ao apocalipse, a menina ainda podia desfrutar de momentos como esse. A loira morango ajustou sua própria roupa — a calça verde militar e a regata preta contrastando com sua pele pálida — e fez um breve alongamento, sentindo os músculos tensos do corpo responderem lentamente.

— Pronta para irmos? — Maevie perguntou, levantando-se e jogando uma mochila sobre os ombros. Elas haviam terminado de comer a barrinha de cereal e compartilhado a latinha de pêssego em calda, que tinha um sabor doce e nostálgico, lembrando os tempos mais simples.

Sophia assentiu, ainda um pouco sonolenta, mas claramente disposta a seguir em frente. — Sim, estou pronta. — Ela puxou o zíper do casaco um pouco mais, protegendo-se da brisa matinal que soprava gentilmente pelas janelas da casa.

— Ótimo — Maevie respondeu, ajustando o peso da mochila. — Temos uma boa caminhada pela frente.

A loira olhou em direção à porta da frente, onde a luz do sol já começava a se infiltrar pelas frestas. Lá fora, o mundo as aguardava — o desconhecido, o perigo, mas também a esperança de que encontrariam algo mais adiante. Enquanto Maevie verificava se tudo estava em ordem, ela lançou um último olhar para Sophia, um pequeno sorriso de encorajamento no rosto.

— Vamos lá — disse, abrindo a porta. — O caminho é longo, mas a gente consegue.

Enquanto Maevie e Sophia se afastavam da casa, a loira morango não pôde evitar lançar um último olhar para o lago onde tudo havia acontecido. A água, agora sob a luz suave do sol da manhã, refletia um brilho sereno e cintilante, com tons de azul cristalino que contrastavam com o caos que elas vinham enfrentando. O reflexo do sol nas pequenas ondulações na superfície do lago criava uma dança de luzes, quase hipnotizante, como se o próprio lago estivesse tentando sussurrar algum segredo antigo ou oferecer uma despedida silenciosa. Maevie parou por um breve momento, os olhos fixos na paisagem. A cena tinha uma calma quase surreal, um contraste gritante com as lembranças das últimas horas. O lago, que antes havia sido o palco de sua luta pela vida, agora parecia um lugar de paz, um santuário natural que oferecia uma última imagem de tranquilidade antes que ela e Sophia enfrentassem novamente as incertezas do mundo lá fora.

Ela suspirou, sentindo uma leve brisa passar por seus cabelos molhados, e esboçou um pequeno sorriso. Havia algo reconfortante naquele instante, como se a beleza simples do lago a lembrasse de que, apesar de tudo, ainda havia momentos de serenidade a serem encontrados. "Sobrevivi mais uma vez", pensou, e com esse pensamento, seu sorriso cresceu um pouco mais.

Virando-se para Sophia, que aguardava pacientemente ao seu lado, Maevie ajustou a mochila nos ombros e deu o primeiro passo em direção ao caminho que seguiriam. Ao longe, o horizonte parecia prometer uma longa jornada, mas Maevie se sentia um pouco mais pronta para enfrentá-la. O som suave das folhas se mexendo nas árvores e o canto dos pássaros ecoavam ao fundo, uma trilha sonora para o novo capítulo que as esperava.

— Vamos lá — disse Maevie, suavemente, enquanto ela e Sophia começavam a caminhar lado a lado. O lago ainda brilhava atrás delas, mas agora seus olhos estavam voltados para o futuro, para a estrada adiante.

As duas já estavam caminhando por cerca de duas horas, e o cansaço começava a se acumular. Maevie estava surpresa por terem entrado tão profundamente na floresta sem perceber. O ambiente denso, com árvores altas que bloqueavam a visão do céu, fazia o tempo passar de forma estranha, como se cada passo as levasse para mais longe da realidade que conheciam.

Agora, sentadas em pedras cobertas de musgo, elas aproveitavam um momento de descanso. O som dos pássaros ecoava pela floresta, enquanto o vento suave balançava as folhas. Maevie sabia que Sophia precisava dessa pausa; apesar de ser uma criança forte, não estava acostumada a andar por tanto tempo sem parar. Ela mesma sentia os músculos das pernas começarem a queimar, mas não deixaria que Sophia percebesse.

— Aqui, Sofi — disse Maevie, estendendo uma garrafinha de água que tirou da bolsa — Temos que nos hidratar. O sol está forte, e a última coisa que queremos é uma insolação ou desidratação.

— Obrigada, tia Evie — respondeu a menina loira, pegando a garrafinha e bebendo alguns goles. Maevie observou Sophia com carinho, notando o quanto a garota se esforçava para parecer forte, apesar do evidente cansaço.

Sophia entregou a garrafinha de volta, hesitando um pouco antes de falar. — Eu tenho uma dúvida...

Maevie arqueou uma sobrancelha, curiosa. — Qual seria a sua dúvida? Pode me perguntar o que quiser.

A expressão de Sophia se transformou em uma mistura de confusão e curiosidade. — Como a senhora sabe que estamos indo na direção certa? — perguntou ela, os olhos brilhando com a sinceridade da infância.

Maevie sorriu. Era uma pergunta legítima, e ela sabia que Sophia estava apenas tentando entender. Segurando a garrafinha com uma das mãos, Maevie olhou ao redor, examinando a floresta.

Então ela olhou para Sophia e, com um sorriso carinhoso, decidiu que poderia transformar aquela explicação em algo mais divertido, algo que a menina pudesse entender melhor.

— Certo, Sofi — começou ela, ainda sentada na pedra —, vou te mostrar um truque legal que meu pai me ensinou. É como usar o corpo como uma bússola, ou uma rosa dos ventos.

Sophia a observava atentamente, curiosa.

— Imagine que você está de pé, como agora. O lugar onde o sol nasce, que é o leste, sempre fica à sua direita pela manhã. Então, se você estender seu braço direito, ele vai apontar para o leste — explicou Maevie, levantando o braço direito em direção ao sol no céu. Sophia imitou o movimento, erguendo o próprio braço direito com entusiasmo.

— Agora, o oeste é o lugar onde o sol se põe, lá no final do dia — continuou Maevie, levantando o braço esquerdo. — Se o leste está à sua direita, então o oeste vai estar à sua esquerda. Entendeu?

Sophia olhou para os dois braços estendidos e assentiu, começando a perceber como aquilo funcionava.

— Então, se o leste é à direita e o oeste é à esquerda, o norte é na sua frente — Maevie apontou para frente, como se desenhasse uma linha imaginária no ar. — E o sul, onde o sol fica bem alto ao meio-dia, é atrás de você.

Sophia franziu o cenho, tentando absorver tudo. — Então, se o sol está à minha direita agora, quer dizer que estamos de frente para o norte?

Maevie sorriu, orgulhosa da compreensão rápida da menina.

— Exatamente, garota esperta! — Maevie disse, dando um leve toque no ombro de Sophia. — E como estamos seguindo para o norte, eu sei que a estrada que estamos procurando está nessa direção. Se a gente continuar andando por mais um tempo, vamos acabar chegando nela. Sophia abriu um sorriso largo, claramente animada com a ideia de estar "navegando" usando o sol e o corpo como uma bússola.

— Então eu sou tipo... uma exploradora? — perguntou Sophia, com os olhos brilhando. Maevie riu suavemente. — Com certeza, uma verdadeira exploradora. E agora que você sabe usar a rosa dos ventos, pode me ajudar a não perder o caminho! — brincou Maevie, enquanto ambas se levantavam para continuar a caminhada.

Sophia parecia mais animada com a ideia, e Maevie sabia que tinha ensinado algo importante, de um jeito que a menina sempre se lembraria.

As duas seguiram em frente, o som suave das folhas secas sob os pés acompanhando seus passos enquanto a trilha da floresta serpenteava à frente delas. O sol já estava alto no céu, lançando seus raios quentes por entre as árvores, iluminando tudo com um brilho dourado. O tempo passava quase sem que percebessem, até que Sophia, com seu olhar atento, ergueu o rosto para o céu.

— São meio-dia? — a menina perguntou, observando o sol brilhando diretamente acima delas.

Maevie sorriu, orgulhosa da observação da garota.

— Resposta certa, pequena exploradora — disse, com um toque de alegria na voz. — Acho que você merece um prêmio por isso.

Maevie então meteu a mão no bolso da calça, tateando até encontrar uma barrinha de cereal. Ela a segurou na frente de Sophia com um sorriso brincalhão.

— Não é uma barra de chocolate da fábrica Wonka, mas está valendo — disse, referindo-se ao clássico filme "A Fantástica Fábrica de Chocolate", esperando que a garota captasse a referência.

Sophia soltou uma risadinha, aceitando a barrinha com gratidão, mas logo lançou um olhar preocupado para Maevie.

— Obrigada, Tia Evie — disse a menina, hesitando um pouco antes de perguntar. — A senhora não vai comer também?

Maevie olhou para a garota com carinho, balançando a cabeça suavemente enquanto pensava na melhor maneira de explicar.

— Não, querida, estou satisfeita por enquanto — explicou a loira morango, já pensando em uma maneira de tornar a explicação divertida para Sophia. — Além disso, temos que poupar comida. Em um apocalipse, é como se estivéssemos jogando um jogo de sobrevivência, e a energia, ou seja, a comida, é o nosso combustível. Se eu comer agora, vou queimar combustível que talvez precise mais tarde.Agora você está em crescimento, seu corpo precisa mais dessa energia que o meu. Então, nada de preocupações, ok?

Sophia mordeu os lábios, pensativa, absorvendo as palavras da mais velha. Ela olhou para a barrinha de cereal por alguns segundos, em silêncio, como se estivesse resolvendo um problema difícil, então, com um sorriso decidido, quebrou a barrinha ao meio e estendeu uma parte para Maevie.

— Aqui, Tia Evie. A gente precisa dividir o combustível, senão o carro não vai funcionar direito, né? — disse, repetindo a metáfora que Maevie usara, mas de um jeito adoravelmente sério.

Maevie ficou surpresa por um momento, com o coração aquecido pela generosidade da menina. Ela se inclinou para pegar a metade da barrinha que Sophia oferecia, sentindo um misto de orgulho e gratidão.

— Você realmente é uma pequena exploradora cheia de sabedoria — disse Maevie, sorrindo e dando uma mordida na barrinha. — Acho que estamos formando uma boa equipe, hein?

Sophia assentiu com entusiasmo, mordendo sua metade da barrinha enquanto elas voltavam a sentar nas pedras para aproveitar o breve momento de descanso. O som do vento nas árvores, o calor do sol sobre suas cabeças e o simples ato de compartilhar aquela pequena refeição criaram um momento de tranquilidade no caos que as cercava.

E enquanto comiam juntas, sentadas no meio da trilha, Maevie percebeu que, embora o mundo fosse incerto e caótico, pequenos momentos como aquele faziam toda a diferença.

As duas ainda estavam sentadas sob a sombra fresca de uma árvore, descansando depois de uma caminhada longa. O estômago "cheio" e o ambiente tranquilo criavam o cenário perfeito para uma conversa mais leve. De repente, uma ideia brilhante surgiu na mente de Maevie, como uma lâmpada acendendo sobre sua cabeça.

— Ei, Sophia — disse Maevie, inclinando-se um pouco para a menina — que tal eu te ensinar alguns truques de sobrevivência?

Sophia olhou para Maevie com os olhos arregalados de entusiasmo, seu rosto iluminando-se com curiosidade.

— Eu adoraria! — respondeu com um sorriso largo.

Maevie sorriu também, sabendo que aquele momento seria importante. Ensinar Sophia truques que poderiam salvar sua vida era essencial, mas ela queria fazer isso de uma maneira leve e divertida, que fizesse a menina se sentir segura e confiante. Começou a falar de um jeito animado, quase como se estivesse contando uma história cheia de aventuras.

— Vamos começar com algo que já aconteceu com a gente — começou Maevie, fazendo gestos com as mãos, como se estivesse pintando o cenário. — Digamos que você esteja andando pela floresta sozinha, e aí, do nada, walkers começam a te seguir. Você olha em volta, e não tem nenhuma arma... E, para piorar, está cansada demais para lutar. O que você faz?

Sophia franziu a testa, pensativa.

— Eu... corro? Maevie riu suavemente, balançando a cabeça.

— Boa ideia, mas vamos supor que não dá tempo de fugir. Nesse caso, você escala uma árvore! Porque sabe o que é engraçado? Walkers são tipo os piores escaladores do mundo. Eles só sabem andar e tropeçar, então nunca vão conseguir te seguir até o alto de uma árvore. Sophia abriu um sorriso.

— É sério? Eles não sabem escalar?

— Sério! Eles não têm coordenação motora suficiente — Maevie respondeu com uma piscadela. — E escalar uma árvore não é tão difícil. É como subir uma escada, mas você precisa prestar atenção em onde pisa e em quais galhos segurar. O truque é distribuir bem o peso entre as mãos e os pés, como numa balança. Lembra da aula de física? Quanto mais você equilibra o peso, mais estável você fica!

Sophia acenou com a cabeça, já imaginando-se subindo numa árvore como um macaco ágil.

— Mas tem outra coisa muito importante que você precisa saber, Sofi — disse Maevie, inclinando-se um pouco mais. — E isso pode ser o que vai te manter viva em muitas situações: como tratar a água que você encontrar por aí. Sophia franziu a testa de novo, intrigada.

— Tratar água? Tipo... água do rio?

— Exatamente! — Maevie pegou sua garrafinha de água e balançou-a no ar. — A água dos rios e lagos pode parecer limpa, mas às vezes tem pequenos invasores que a gente não vê: bactérias, vírus, parasitas... São tipo zumbis microscópicos! — Ela fez uma careta, arrancando uma risada de Sophia.

— E como a gente se livra desses zumbis? — perguntou Sophia, interessada.

— Fácil! O método mais eficiente é ferver a água. Quando a água ferve, lá pelos 100 graus Celsius, ela mata todos esses ‘monstrinhos’. Ou seja, água fervida é água limpa — Maevie explicou, com o entusiasmo de quem está explicando um experimento científico.

— Mas e se eu não tiver fogo? — Sophia perguntou, mordendo o lábio.

Maevie deu de ombros, sorrindo.

— Boa pergunta! Se você não tiver fogo, pode usar um pano ou uma camiseta limpa para filtrar as folhas, pedrinhas e sujeiras maiores. Isso não vai matar as bactérias, mas já ajuda. E, se algum dia você encontrar pastilhas de purificação de água, é só jogar uma na sua garrafa e esperar alguns minutos. Parece mágica, mas na verdade é ciência pura! A química dessas pastilhas mata os germes na água.

Sophia estava completamente encantada com a explicação, seus olhos brilhando com toda aquela nova informação.

— Ah, e tem mais uma coisa super importante — Maevie continuou. — Nunca, jamais coma plantas ou frutas que você não conhece. Algumas podem parecer deliciosas, mas podem ser venenosas! É como se fossem impostoras em um jogo de sobrevivência. Se você não sabe o que é, melhor não arriscar.

Sophia acenou com a cabeça.

— E, por último, sempre tenha uma faquinha ou um canivete com você — disse Maevie, imitando uma apresentação dramática. — Eles são como a varinha mágica dos sobreviventes. Dá pra cortar cordas, preparar comida, e até mesmo abrir latas. São ferramentas multiuso!

Sophia olhou para Maevie com admiração.

— Uau, Tia Evie, você sabe muito! Maevie riu e deu um leve toque no nariz de Sophia.

— E você também vai saber, pequena exploradora. Sobreviver é uma mistura de lógica, ciência e instinto. Agora, você já está um pouco mais preparada para encarar o mundo lá fora. Quem sabe um dia você não acaba ensinando esses truques para alguém?

Mais uma hora havia se passado, e as meninas ainda não haviam chegado à estrada. O caminho era longo, e a necessidade de pequenas pausas para descanso, principalmente para Sophia, tornava a jornada mais lenta. Maevie, com seu olhar atento e experiente, aproveitava cada parada para ensinar à menina alguns truques que poderiam ser úteis mais tarde.

— Olha aqui, Sofia — disse Maevie, agachando-se ao lado de uma pegada leve na terra. — Está vendo essa marca? Isso é o rastro de um cervo. Eles têm os cascos assim, em forma de coração, como se a natureza deixasse uma pequena assinatura. Isso te ajuda a saber para onde os animais estão indo.

Sophia observava com olhos arregalados, absorvendo cada lição como uma esponja. Maevie sabia que cada minuto ali era uma oportunidade de ensinar algo novo, e mesmo em um cenário tão perigoso, ela queria que Sophia estivesse preparada para o que pudesse vir.

O céu começou a ganhar um tom mais escuro, as sombras das árvores se esticavam no chão como braços longos e finos, e a temperatura começava a baixar gradualmente. No meio do silêncio da floresta, Maevie começou a cantarolar, sua voz clara cortando o ar com a melodia familiar de "Whenever, Wherever" da Shakira.

— We're meant to be together... — Maevie começou, dando pequenos passos engraçados, quase uma dancinha improvisada enquanto caminhava. Sophia, que já estava cansada, riu ao ver Maevie dançando e cantando com entusiasmo.

— Canta comigo, pequena! — Maevie incentivou, fazendo uma pose dramática, o que arrancou mais risadas de Sophia.

— I'll be there and you'll be near! — Sophia entrou na brincadeira, cantando com sua voz infantil, embora um pouco desafinada. Ela tentou imitar os passos desengonçados de Maevie, levantando as mãos no ar e girando ao redor da mais velha.

As duas gargalhavam enquanto caminhavam, a música ecoando pela floresta. O riso e o som despreocupado eram um alívio raro em um mundo tão sombrio, uma pequena bolha de normalidade que as envolvia por alguns breves instantes.

— That's the deal, my dear! — as duas cantaram juntas, tentando alcançar as notas altas de Shakira. Maevie colocou as mãos no peito e fez uma voz grave para a parte seguinte da música, o que fez Sophia quase cair de tanto rir.

De repente, o som alegre foi cortado bruscamente por algo que fez as duas congelarem no lugar. Um tiro. Seco, metálico e claro, o disparo cortou o ar, ecoando pela floresta. Maevie sentiu um arrepio subir pela espinha, sua pele reagindo instintivamente ao som que parecia fora de lugar naquela tarde tranquila. Seu corpo ficou tenso, e ela apertou os lábios, seus olhos rapidamente se dirigindo para a origem do barulho, mas sem encontrar nada além de árvores e o céu acima.

Sophia, parada ao seu lado, estava imóvel como uma estátua, os olhos arregalados em puro medo. — Você ouviu isso? — ela sussurrou, quase como se estivesse com medo de que falar mais alto atraísse algo indesejado. Seu rosto, antes descontraído, agora estava pálido, e suas mãos pequenas tremiam levemente.

Maevie piscou, como se acordasse de um pequeno transe. Seu coração disparava, mas ela sabia que precisava manter a calma para que Sophia não entrasse em pânico. — Escutei — respondeu Maevie, sua voz firme, mas seu olhar se tornou sério, quase frio, enquanto analisava rapidamente o entorno. O que havia sido momentos de despreocupação e diversão, agora estava tingido de uma tensão pesada e palpável.

Maevie ergueu a cabeça e olhou em volta, tentando discernir de onde vinha o disparo. — O som não foi aqui perto — murmurou, mais para si mesma do que para a menina.

Sophia se aproximou de Maevie, buscando conforto, seus olhos grandes cheios de perguntas. — Como a senhora sabe? — perguntou, a voz carregada de curiosidade e um toque de ansiedade.

Maevie respirou fundo, tentando manter a lógica e calma que costumava aplicar em situações tensas. — Bom... — começou ela, seu lado nerd rapidamente entrando em ação. — Quando um tiro é disparado, o som faz uma espécie de eco, sabe? Ele rebota nos objetos ao redor. Se o tiro fosse mais perto, teria sido muito mais alto, quase ensurdecedor. Mas o que ouvimos foi mais suave, como um som se espalhando pela floresta. As árvores e as folhas acabam absorvendo parte do som, deixando ele mais baixo.

Sophia, ainda nervosa, assentiu lentamente, tentando processar as informações enquanto seus pés permaneciam firmes no chão. — Então, foi longe? — ela perguntou, buscando algum tipo de alívio na resposta.

— Provavelmente, sim. — Maevie olhou para os rastros que haviam visto antes e sua mente rapidamente conectou os pontos. — Deve ter sido um caçador. Eles caçam cervos por aqui. Lembra das pegadas que vimos mais cedo? Aposto que ele está atrás do cervo que as deixou.

Sophia relaxou um pouco, a tensão em seus ombros diminuindo, mas ainda olhava para a direção de onde achava que o som havia vindo. — Como os das pegadas que vimos? — repetiu a menina, agora com a voz um pouco mais calma.

— Isso mesmo, pequena exploradora. — Maevie deu um leve sorriso, tentando devolver alguma leveza à situação. — Os cervos normalmente se movem nessa direção. — Ela apontou para a trilha onde as árvores se abriam um pouco mais e o chão estava marcado pelas pegadas que haviam identificado antes. — E o som veio de lá. Deve haver algumas fazendas aqui por perto, e o caçador provavelmente mora em uma delas.

Sophia franziu a testa por um momento, olhando para onde Maevie havia apontado. — Então está tudo bem? — sua voz ainda tinha um toque de incerteza, mas a curiosidade parecia estar voltando, suplantando o medo inicial.

Maevie assentiu com confiança, apesar de sua mente ainda estar atenta a qualquer som ou movimento incomum. — Está tudo bem por enquanto. Mas precisamos ficar em alerta. O som pode ter vindo de longe, mas pode atrair outras coisas... walkers, por exemplo. — Ela fez uma pausa, deixando a ideia pairar no ar antes de sorrir suavemente. — Mas não se preocupe. Estamos de olho em tudo, certo?

Sophia suspirou, ainda com um toque de preocupação, mas começou a seguir os passos de Maevie quando a loira morango indicou que deveriam continuar. O ambiente estava mais quieto agora, como se a floresta estivesse esperando para ver o que aconteceria em seguida. Maevie ainda estava em alerta, com os sentidos aguçados, pronta para reagir se necessário.

As duas caminharam em silêncio por um tempo, seus passos mais cuidadosos e o olhar de Maevie constantemente verificando as sombras ao redor. O sol, antes alto, agora começava a baixar, lançando um tom dourado sobre as árvores, mas a beleza da cena estava ofuscada pelo som daquele tiro, que ainda pairava na mente de ambas.

Elas finalmente estavam de volta à estrada. Os carros, enfileirados e cobertos de poeira, foram a primeira coisa que viram ao emergirem da floresta. Maevie respirou fundo, sentindo o cheiro seco da terra misturado ao leve odor de óleo que impregnava o ar. Assim que subiram o pequeno morro, ela e Sophia pararam por um instante para avaliar a cena. A estrada parecia um cemitério de veículos abandonados. O sol já começava a descer, projetando sombras longas e criando uma atmosfera ainda mais desoladora.

Sophia olhava para os lados, sua expressão carregada de expectativa, como se esperasse ver o trailer de Dale e os outros carros logo ali. — Onde eles estão? — perguntou, seus olhos varrendo a estrada sem encontrar nenhum sinal do grupo.

Maevie franziu a testa por um momento antes de responder. — A suposição mais lógica é que saímos do ponto errado na estrada. Eles devem estar mais à frente. — Ela apontou para a extensão da estrada à frente delas. — Estamos praticamente no final desse engarrafamento de carros, e o trailer estava mais para o começo.

Sophia, mordendo o lábio, a olhou com uma mistura de dúvida e receio. — Eles não iriam embora sem a gente, iriam? — Sua voz, apesar de suave, carregava uma nota de pânico contido, o tipo de medo que uma criança tenta esconder.

Maevie rapidamente balançou a cabeça, negando com firmeza. — Tenho certeza que não. — Ela se agachou para ficar na altura de Sophia, colocando uma mão reconfortante em seu ombro. — Sua mãe jamais deixaria eles irem embora sem você. E o Rick... — Maevie parou, refletindo por um segundo.

Sophia a observava de perto, e então soltou uma afirmação que pegou Maevie completamente desprevenida. — E o tio Rick não vai embora sem você.

— Como é? — A loira morango ficou surpresa, franzindo levemente a testa.

— Ele não prometeu ao seu pai que cuidaria de você? — Sophia inclinou a cabeça, um sorriso tímido no rosto. — Ele não te deixaria para trás. Ele não quebraria a promessa.

Por um momento, Maevie ficou sem palavras. Era estranho ouvir algo tão profundo vindo de uma criança. Ela piscou algumas vezes, processando o que Sophia acabara de dizer, e então riu suavemente. — Tem certeza que você tem apenas 12 anos?

Sophia sorriu, levantando o queixo orgulhosamente. — Doze e meio, na verdade! Acho que, com o tempinho que estou passando com a senhora, estou me tornando uma pequena gênia.

Maevie riu de verdade dessa vez, puxando Sophia para um abraço apertado e carinhoso. — Claro que está, pequena gênia. — Ela bagunçou os cabelos da menina, que riu junto.

O momento foi interrompido por um som metálico, alto e inesperado. Um barulho de colisão de carros ecoou pela estrada, fazendo as duas se separarem e olharem na direção do ruído. Maevie avistou um Ford Fusion azul que havia colidido com outro carro do engarrafamento.

Maevie franziu a testa, notando que o carro parecia vazio. Mas por que havia batido? Ela olhou rapidamente para Sophia. — Fique atrás de mim — disse, sua voz firme, mas gentil. Sophia, ainda um pouco assustada, assentiu e se posicionou conforme pedido.

Maevie segurou o cabo do machado mais firme em sua mão, e seus passos se tornaram cautelosos enquanto as duas se aproximavam do carro batido. O coração de Maevie batia mais rápido; a tensão do desconhecido estava no ar. Quando finalmente alcançou a janela do carro, Maevie se inclinou para espiar dentro. Sua surpresa foi grande ao ver um menino, não muito mais velho que Sophia, sentado no banco do motorista, com o rosto pálido e os olhos arregalados.

Ela hesitou por um momento antes de bater levemente na janela, para não assustá-lo. O menino, que até então estava olhando para baixo, ergueu a cabeça rapidamente ao ouvir o som. Quando viu que era apenas duas meninas que estavam do lado de fora, ele abaixou o vidro da janela, revelando um rosto magro e jovem.

— Posso ajudá-las? — perguntou o menino, sua voz carregada de nervosismo, mas tentando manter a compostura.

Maevie, ainda surpresa pela tranquilidade no tom do garoto, pigarreou antes de responder. — Na verdade, eu deveria estar perguntando isso. Você bateu o carro, está tudo bem? — Ela tentou manter a voz suave para não alarmá-lo. — Meu nome é Maevie, e essa é Sophia.

Sophia, meio tímida, acenou com a mão enquanto o garoto olhava para ela.

— Sou Spencer... Spencer Higgins. — O menino respondeu, ainda um pouco desconcertado, mas com um tom educado que não se esperaria de alguém da sua idade.

🥀 ✽+ 000 +✽ • Olha quem voltouuuu!

🥀 ✽+ 001 +✽ • Vamos conversar um pouquinho, porque vou colocar algumas atualizações para vocês. Primeiro de tudo, vocês gostaram da nova estética da história e da nova capa? Segundo ponto: nessa história vai acontecer um trisal e, sim, vocês não leram errado. Quem me segue no TikTok sabe que eu fiz uma edição da Maevie, Rick, e Dean Winchester (sim, ele vai aparecer na história) como um possível trisal, e muita gente já apoia essa ideia maluca. E eu? Bom, eu estou totalmente dentro dessa loucura! Será que isso vai mexer muito no futuro da história? Talvez... mas vamos que vamos!

🥀 ✽+ 002 +✽ • Terceiro e último ponto: vocês apoiam essa ideia? Ainda estou construindo, mas, se tudo der certo, isso vai rolar no futuro. Só para deixar claro: não vai ter traição, ok? Preciso muito saber a opinião de vocês sobre isso.

🥀 ✽+ 003 +✽ • Nesse capítulo, temos várias interações fofas da Maevie com a Sophia. Talvez eu tenha exagerado um pouquinho, mas amei escrever cada detalhe.

🥀 ✽+ 004 +✽ • Ah, e quando a Maevie e a Sophia estavam cantando Whenever, Wherever, foi exatamente o momento em que o Carl foi baleado! Esse momento definitivamente merece uma edição no TikTok, né?

🥀 ✽+ 005 +✽ • A "creche" da titia Evie está começando a tomar forma! Primeiro a Sophia, agora o Spencer, e daqui a pouco o Carl também vai entrar... e no futuro? Bem, sem spoilers! Mas vocês saberão logo logo quem será o próximo.

🥀 ✽+ 006 +✽ • Espero que vocês tenham gostado desse capítulo!

🥀 ✽+ 007 +✽ • Não se esqueçam de votar e comentar, dá aquela moral para a autora aqui!

🥀 ✽+ 008 +✽ • Até o próximo capítulo, sobreviventes. Se protejam e fiquem a salvo... nunca se sabe onde o perigo pode estar à espreita.

🥀 ✽+ 009 +✽ • Think I need someone older.

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