012.
⚽️' ━ chapter twelve ━ '⚽️
Stella Almeida
🇧🇷#Confiança
Meta: 85 comentários
AO ME OLHAR no espelho, ajustando minha roupa, maquiagem e cabelo, senti uma mistura de ansiedade e empolgação para ir a Madrid com Fermin. A festa na casa do Vini era um evento aguardado, reunindo jogadores do Barcelona e outros convidados. Nunca imaginei que aceitaria algo assim, mas quando se trata de festa, parece que ninguém resiste.
Enquanto pegava meus acessórios, meu celular vibrou na penteadeira, mostrando o nome de Carina na tela. Sorri antes de atender.
— E aí, Elita. — A voz familiar de Matheus ecoou do outro lado. —
— O que você está fazendo com o celular da Carina? — Perguntei, rindo. —
— Ela tá terminando de dar uma bronca no João. Então aproveitei e decidi ligar pra você, já que meu celular descarregou. — Ele explicou casualmente. —
— Entendi. Mas o que o João aprontou agora?
— Adivinha. Mais um ataque de ciúmes por causa da Carina, e bem no meio de um evento importante. Fazer o quê, né? Agora sou eu que tenho que aguentar isso.
— Bom, você pode me ligar da próxima vez que estiver com os dois, assim a gente aguenta ser vela juntos. — Brinquei, tentando animá-lo. —
— Obrigado pelo apoio, Ella, ajudou muito. — Ele respondeu, a voz carregada de sarcasmo. —
— Que sarcasmo é esse na voz? Deixa você comigo, Matheus. — Retruquei, rindo. —
— Tô brincando, não leva pro coração. — Ele riu também. — E aí, o que você tá aprontando agora?
— Esperando o Fermin pra irmos para Madrid. Festa de jogadores "rivais". — Respondi, fazendo aspas no ar. —
— Vai passar o rodo em todo mundo lá ou ainda tá enrolada com o Pedro? — Ele perguntou, rindo. —
— A segunda opção, Mat. — Falei, rolando os olhos, mas com um sorriso nos lábios. —
— Não sei nem por que pergunto ainda. — Ele retrucou, rindo novamente. —
— Para de falar assim, eu me sinto mal. — Falei, tentando manter o tom leve, mas havia um peso na minha voz. —
— Não vou estragar sua noite com meus conselhos. — Ele respondeu, rindo. — Só não deixa as oportunidades passarem, Ellita.
Revirei os olhos, mas não pude deixar de sorrir. Matheus sempre tinha algo a dizer, fosse útil ou apenas para provocar. Peguei minha bolsa e saí do quarto, checando se não tinha esquecido nada enquanto descia as escadas.
Assim que alcancei o último degrau, ouvi a campainha tocar.
— O Fermin chegou. Vou desligar, amanhã te ligo e conversamos mais, Matheus. Se cuida.
— Tá bom, Ella. Se cuida também. — Ele respondeu, antes de desligar. —
Abri a porta e lá estava Fermin, encostado no carro com um sorriso despreocupado. Ele ajeitou a jaqueta, como se esperasse por um elogio.
— Achei que você ia me fazer esperar mais. — Ele brincou, olhando para o relógio de propósito. —
— É que eu queria me certificar de que estava perfeita para a festa. — Retruquei, girando para ele dar uma boa olhada. —
— Sempre está, não precisa se esforçar tanto. — Ele respondeu com um sorriso sincero, abrindo a porta do passageiro para mim. —
— Vamos logo antes que eu mude de ideia. — Falei, entrando no carro e ajeitando a bolsa no colo. —
Fermin deu uma risada enquanto fechava a porta e ia para o lado do motorista.
— Você vai adorar a festa. O Vini sabe como organizar essas coisas.
— Só espero que seja divertida o suficiente para me fazer esquecer tudo por algumas horas.
— Então já é sucesso. — Ele falou, ligando o carro e colocando uma música animada para tocar. —
— Pensei que o Pablo viria com a gente? — Perguntei, ajustando o cinto e lançando um olhar curioso para Fermin. —
— Não, ele decidiu ir mais cedo para encontrar uma garota. Sei lá pra quê. Às vezes, aquele lá é muito misterioso.
— Claro, claro, ele e as ficantes secretas dele. Do jeito que anda, duvido que tenha uma mulher capaz de tirar ele dessa vida.
— Sempre tem. Um dia vamos conhecer o Pablo apaixonado, eu vivo pra ver isso. — Fermin soltou uma risada enquanto dirigia. —
— Bom, e você? Não vai ficar com ninguém hoje? — Perguntei, provocativa, enquanto cruzava os braços e o olhava de lado. —
— Não sei, quem sabe? Se aparecer uma garota legal, do tipo que nem você... vai que acontece alguma coisa. — Ele respondeu com um sorriso malicioso, piscando para mim. —
— Fer, você não perde essa mania de me encantar, né? — Falei, balançando a cabeça e segurando o riso. —
— Não mesmo. Só vou parar de fazer isso quando você estiver com uma aliança no dedo e muito bem comprometida. — Ele falou, lançando um olhar divertido na minha direção. — Pedro que me desculpe, mas não é todo dia que tenho uma garota bonita como você no meu carro.
— Você é terrível. — Revirei os olhos, tentando esconder o sorriso que se formava. — Só te aguento porque gosto muito da sua companhia, Fefe.
— Fico lisonjeado. Você sabe que tento sempre ser o melhor pra você. — Ele respondeu, com um tom genuíno. —
Antes que eu pudesse dizer qualquer coisa, meu celular começou a tocar. Peguei-o na bolsa e vi o nome de Balde na tela.
— Todo mundo resolveu me ligar hoje, não é possível. — Resmunguei, mostrando a tela para Fermin. —
— É o Balde. — Falei, atendendo logo em seguida. — Oi, Baldinho.
— E aí, Ellona! Tá vindo já? — Ele perguntou, a animação evidente na voz. —
— Uhum, Fermin e eu estamos a caminho. — Respondi, ajeitando o celular entre o ombro e a orelha. —
— Certo, espero vocês. Aliás, pra não correr perigo, vamos todos dormir na casa do Vini, beleza? Assim ninguém precisa dirigir depois.
— Ótima ideia. Quem mais já chegou aí? — Perguntou Fermin, curioso. —
— O Pablo, Lamine, Ansu, Ferran, Raphinha… deixa eu ver… ah, e claro, eu. — Ele riu. — Só falta vocês dois. Por acaso sabem se o Pedro vem?
— Cara, falei com ele mais cedo. Ele disse que ia ver porque precisava resolver uns problemas. — Fermin respondeu, dando de ombros. —
Ao ouvir aquilo, senti um aperto no peito. Ele não iria à festa? Era como se, de repente, a animação da noite tivesse diminuído. Mas engoli a sensação e tentei manter a voz leve.
— Tá certo, Balde. A gente chega aí em breve.
— Fechou, Ellona! Até já. — Ele disse antes de desligar. —
— Tudo bem aí? — Fermin me lançou um olhar de canto, percebendo meu silêncio repentino. —
— Sim, claro. — Respondi, forçando um sorriso. —
— Tem certeza? Não parece. — Ele insistiu, estacionando em um semáforo e virando-se para me encarar. —
— É só que… sei lá. Eu achei que ele viria. — Suspirei, encarando o celular em minhas mãos. —
Fermin ficou em silêncio por alguns segundos, depois sorriu de lado.
— Relaxa, solzinho. Se ele não vier, é problema dele. A noite é nossa, e a gente vai aproveitar do mesmo jeito. — Ele falou, tentando me animar. —
Assenti, tentando absorver o otimismo dele, enquanto o carro voltava a se mover em direção à Madrid.
᯽
Ainda me custava acreditar que a festa proibia celulares. "O que acontece aqui, fica aqui" era a frase estampada logo na entrada, quase como um aviso de que as regras eram sérias. Fermin entregou o celular dele com tranquilidade, enquanto eu hesitava, segurando o meu com força. Onde iam guardar? E se não devolvessem?
— Fer, eu não quero colocar meu celular aí. — Pedi, lançando um olhar desconfiado para o segurança que segurava uma caixa. —
— Ella, depois, quando formos embora, eles devolvem. Fica tranquila, confia em mim. — Ele disse, com um sorriso calmo. —
Suspirei, relutante.
— Eu vou confiar, mas, caso contrário, você está me devendo um celular. — Murmurei, colocando o aparelho na caixa antes que mudasse de ideia. Passei rápido pela entrada, tentando não pensar no arrependimento. —
— Tá bom. Se não devolverem, te compro uns dez celulares, solzinho. — Ele respondeu, divertido. —
— Eu quero, hein. E vou cobrar. — Retruquei, entrando no clima. —
— Sei. Nem em um você me atende direito, imagina dez. — Ele disse, provocando. —
— Não leva tudo pro lado pessoal, Fer. — Respondi, rindo enquanto ele revirava os olhos. —
Antes que ele pudesse retrucar, uma voz familiar nos interrompeu.
— E aí, meu stermin! Finalmente chegaram! — Ansu apareceu, com um sorriso largo, parando entre nós. —
— Lá vem você com essa história de novo, Ansu. — Fermin respondeu, já rindo. —
— Eu não tô mentindo. — Ansu rebateu, piscando para mim. — Tô vendo que a vibe de vocês hoje tá diferente, mas não tem problema. Vamos nos divertir.
— Só um pouco. E, Fermin, não começa. Muito menos você, Ansu. Parem de fazer complô contra mim. — Avisei, cruzando os braços, mas sem conseguir esconder um sorriso. —
— A gente te ama, Ella. — Ansu disse, me puxando para um abraço. —
— Tá bom, mas não precisa desse contato todo, né, Ansu? — Fermin resmungou, lançando um olhar implicante. —
— Tá com ciúmes, Fer? — Provoquei, arqueando uma sobrancelha. —
— Eu? Não preciso disso. Eu me garanto, solzinho. — Ele respondeu, confiante. —
— Certo, não comecem, meu casal. — Ansu brincou, rindo. — Vamos pegar umas bebidas e encontrar o resto do pessoal.
— Hoje, a palavra "limite" não existe pra mim. Quero beber bastante. — Fermin anunciou, cheio de empolgação. —
— Está louco? Não vou cuidar de você depois, então nem exagera, Fer. — Falei, revirando os olhos. —
— Que isso, eu tenho o Ansu pra isso. — Ele retrucou, com um sorriso travesso. —
— Estou fora! Vou beber e mal vou cuidar de mim, imagina de você, Fermin. — Ansu respondeu, rindo. —
Paramos no balcão improvisado com várias opções de bebida. Ansu preparou um copo pra mim e me entregou.
— Que belo amigo eu tenho. Preciso revisar minhas amizades. — Falei, fingindo indignação, mas rindo em seguida. —
De repente, uma voz familiar chamou minha atenção.
— Stella, é você mesmo?
Me virei rapidamente e dei de cara com uma garota loira, cujo rosto eu conhecia muito bem.
— Marie Wirtz! — Exclamei, surpresa. Ela era uma amiga de longa data que conheci no meu intercâmbio, mas fazia tempo que não nos víamos. Sorri largo e fui até ela, abraçando-a com força. —
— Mari, quanto tempo! Você andou muito sumida. — Falei, ainda sorrindo. —
— Digo o mesmo de você! Achei que não te encontraria mais, mas fico feliz em te ver. — Ela respondeu, com um brilho nos olhos. —
— Eu também. Já estava com saudades. — Admiti. —
— Não querendo interromper, mas já interrompendo... Vai apresentar sua amiga pra gente, não, Stella? — Ansu perguntou, com seu típico tom brincalhão. —
— Claro! Ansu, essa é a Marie Wirtz, uma amiga que conheci no intercâmbio. — Apontei para os dois. — E esse é o Ansu, e aquele ali é o Fermin.
— Um prazer te conhecer, Marie. — Fermin disse, sorrindo com educação. —
— Bom, sem essas formalidades. Vamos beber. Conversar a gente deixa pra depois. — Ansu cortou, pegando mais um copo. —
Marie se inclinou levemente em minha direção e sussurrou, divertida.
— Eles são sempre assim?
— Sempre. Nunca mudam, Mari. — Respondi, rindo. Ž
— Então acho que vou gostar da companhia. — Ela respondeu, rindo também. —
— Esse seu sobrenome... Tem algo a ver com o Florian Wirtz? — Fermin perguntou, curioso, enquanto tomava um gole da bebida. —
— Sim, sou irmã dele. — Marie respondeu com um sorriso orgulhoso. —
— Sério? O Florian Wirtz, do Leverkusen? — Ansu perguntou, surpreso, olhando para ela com mais atenção. —
— Esse mesmo. — Ela confirmou, cruzando os braços. — Mas antes que perguntem, não, eu não sou a porta-voz dele, nem sei todas as fofocas sobre a carreira dele.
— Relaxa, não vou perguntar nada disso. — Fermin respondeu, rindo. — Só achei curioso.
— Sempre acontece. Mal digo meu sobrenome e já ligam a ele. Mas tudo bem, estou acostumada. — Marie comentou, dando de ombros. —
— Bom, se você puxar metade do talento dele, já deve ser uma companhia incrível. — Fermin elogiou, com aquele tom meio provocador que só ele tinha. —
— Pode apostar. E você? Vai me dizer que é tão habilidoso quanto parece ou é só conversa? — Marie devolveu, com um sorriso desafiador. —
— Só tem um jeito de descobrir. — Fermin retrucou, piscando pra ela, enquanto Ansu e eu trocávamos olhares cúmplices. —
— Calma aí, galera, a festa mal começou e vocês já estão competindo? — Intervi, rindo. —
— É sempre assim com ele, Stella. — Ansu falou, balançando a cabeça. — Mas vamos aproveitar a festa antes que vire um campo de batalha aqui.
— Fechado. Só não vou deixar barato se a competição continuar. — Marie riu, pegando um copo de bebida. —
De repente, a voz familiar de Balde ecoou atrás de mim.
— Nossa, achei você, Ste, tava te procurando há séculos. — Ele disse, abrindo os braços. —
— Baldinho! Desculpa, me distraí e acabei me esquecendo de te procurar. — Respondi, indo abraçá-lo. —
— Isso que é amizade, hein? Esquecendo dos amigos... — Ele brincou, mas logo mudou o tom. — Mas sério, você viu o Pablo por aí?
— Já se perdeu dele de novo, Balde? — Perguntei, rindo. —
— Eu não! Quem se perdeu foi ele. Agora, quer ficar correndo atrás de mulher e sobra pra mim ficar procurando depois. — Ele reclamou, cruzando os braços. —
— Boa sorte com isso, porque pelo jeito ele não vai aparecer tão cedo. — Comentei, dando de ombros. —
— Na verdade... — Marie interrompeu, chamando nossa atenção. — Eu tinha visto o Pablo conversando com o Bellingham ali perto da varanda.
— Com o Bellingham? Agora faz sentido ele ter sumido. — Balde revirou os olhos. — Vou lá resgatar ele antes que arrume mais confusão.
— Boa sorte, Baldinho! — Gritei enquanto ele já saía em direção à varanda, resmungando algo sobre sempre ter que cuidar do Pablo. —
Marie me olhou, divertida.
— Então ele é sempre assim?
— Sempre. Um caos ambulante, mas a gente gosta dele mesmo assim. — Respondi, rindo. —
— Parece ser uma boa festa. — Marie disse, levantando o copo dela para brindar. —
— E ainda está só começando. — Ansu completou, erguendo o copo também. —
— Solzinho, vamos lá conversar com o resto das pessoas e, claro, o Vini. — Fermin disse, apontando para o outro lado da festa. —
Olhei para Marie, um pouco preocupada por deixá-la sozinha.
— Eu faço companhia pra ela e apresento o resto do pessoal. Fica tranquila, Stella. — Ansu garantiu com um sorriso confiante. —
— Tá bom, mas sem aprontar, Ansu. — Respondi, apontando um dedo de aviso. — Vamos, Fer.
Nos afastamos, e logo percebi que Fermin parecia quieto, como se estivesse prestes a falar algo que não queria que mais ninguém ouvisse.
— O que você tá querendo falar? — Perguntei, curiosa, enquanto o seguia pelo caminho mais tranquilo da festa. —
— Não gostei dela, Stella. Não vou com a cara dessa Marie. — Ele disse, de repente, com um tom firme. —
— O quê? Por quê? — Parei de andar, surpresa. — Ela acabou de chegar, Fer. Você nem a conhece direito.
— Não sei, só tenho essa sensação... Algo nela não me desce. — Ele cruzou os braços, olhando para trás, onde Marie e Ansu ainda estavam. —
— Você tá sendo paranoico, Fer. Ela é só uma amiga minha. — Revirei os olhos, tentando manter a paciência. —
— Talvez. Ou talvez eu esteja certo e você só não quer enxergar. — Ele deu de ombros. —
— Olha, se tem algo que você viu e eu não, fala logo. Mas, se for só implicância, eu vou ignorar, tá? — Respondi, firme, sem deixar margem para discussões. —
Fermin ficou em silêncio por alguns segundos, como se estivesse tentando encontrar as palavras certas.
— Só... fica de olho, Stella. Às vezes, as pessoas não são o que parecem.
Suspirei, cansada.
— Tá, Fer. Vou ficar de olho. Agora vamos, antes que o Vini ache que a gente se perdeu também.
Ele deu um sorriso leve, mas parecia ainda desconfiado. Segui ao seu lado, tentando afastar aquela conversa da minha mente.
Enquanto caminhava para onde Fermin queria me levar para falar com o resto do pessoal, meu olhar vagou instintivamente pela festa, como se eu esperasse encontrar Pedro em algum canto. Mas nada.
— Fermin, meu parceiro! Veio em boa companhia da nossa querida Stella. — Vini disse, nos recebendo com um sorriso largo. —
— Claro! As festas de vocês não podem mais faltar ela. — Fermin respondeu, colocando a mão no meu ombro com um ar orgulhoso. —
— Vini, a festa tá incrível, mas sério, a parte de confiscarem meu celular foi o auge. — Reclamei, cruzando os braços. —
— Você vai ver que tem coisa mais legal aqui sem o celular, Stella. Relaxa. — Vini piscou, confiante. —
De longe, avistei Rodrygo se aproximando com Mariana e Isabel. Meu sorriso cresceu imediatamente, e sem pensar duas vezes, me desviei de Vini e Fermin, que continuaram conversando, para ir ao encontro deles.
— Stella! — Mariana e Isabel gritaram juntas antes de correrem para me abraçar. —
— Estava com saudade de vocês duas! Nem pra irem me visitar em Barcelona, hein. — Reclamei, fingindo um tom dramático. —
— A gente queria, mas ficou difícil. Tivemos que cuidar do Bellingham e do Camavinga, eles são muito grudentos. — Isabel respondeu, rindo. —
— Parece que o trabalho de babá está intenso por aí. — Brinquei, rindo junto. —
— Nem me fale. — Mariana revirou os olhos, mas com um sorriso divertido. —
— E eu não ganho abraço, Ella? — Rodrygo perguntou, fingindo estar ofendido. —
— Só foi falar em homem dramático. — Comentei, rindo enquanto ia abraçá-lo. —
— Vou fingir que isso foi um elogio. — Ele respondeu com um sorriso convencido. —
— Que fofo, nem parece que trata a gente mal. — Isabel provocou, rindo. —
— É porque a Stella é uma mulher de sorte, isso sim. — Mariana completou, com um tom brincalhão. —
— Sorte, nada! É que eu sei lidar com o drama dele. — Respondi, piscando para Rodrygo, que revirou os olhos, mas continuou sorrindo. —
— Vocês duas não perdem uma, né? — Ele disse, apontando para Isabel e Mariana. — Um dia vou cobrar por cada piadinha.
— Vai sonhando, Rody. — Isabel respondeu, cruzando os braços com uma expressão desafiadora. —
Antes que ele pudesse retrucar, Vini e Fermin se aproximaram, trazendo mais bebidas.
— Olha só, já se reuniram! — Vini comentou, entregando um copo para Rodrygo. — Stella, trouxe algo especial pra você, uma mistura que só eu sei fazer.
— Ah, meu Deus, isso tá com cara de bomba. — Brinquei, pegando o copo e analisando o líquido. —
— Confia no pai aqui. — Vini disse, piscando. —
— Você disse isso da última vez e... bom, melhor deixar pra lá. — Respondi, arrancando risadas de todos. —
— Vocês se divertem demais. Dá até vontade de morar em Barcelona com vocês. — Mariana comentou, sorrindo. —
— Sempre tem espaço pra mais amigos lá. Só não prometo aguentar o drama do Rodrygo por muito tempo. — Brinquei, olhando para ele, que apenas riu e balançou a cabeça. —
— Nós, as mulheres, vamos dançar. Homens, continuem com a conversa de futebol de vocês, que é o que fazem de melhor. — Isabel declarou, com um sorriso provocador. —
— Olha, para de ofender, sua cópia barata da Moana. — Vini retrucou, fingindo indignação. — Vou chamar o Belligol pra você, hein.
— Deus me livre! Deixa aquele lá quieto. Vamos, meninas. — Isabel respondeu, rolando os olhos e agarrando minha mão e a de Mariana. —
— Isso, fujam mesmo. Enquanto isso, a gente resolve o futebol do futuro aqui. — Rodrygo disse, rindo enquanto fazia um gesto teatral de "desistam". —
Seguimos para o centro da pista de dança, que já estava lotada, com luzes piscando e músicas contagiantes. Mariana e Isabel começaram a dançar imediatamente, enquanto eu me deixava levar pelo ritmo, rindo da energia delas.
— Eu disse que você ia se divertir hoje. — Mariana gritou por cima da música, apontando para mim. —
— Não vou negar! Isso tá sendo ótimo. — Respondi, girando no ritmo da música. —
— E nada de pensar no celular, hein! — Isabel brincou, me puxando para mais perto. —
A pista estava cheia de rostos conhecidos e novos, mas era impossível não notar a energia vibrante que a festa tinha. Era como se, por uma noite, tudo fosse sobre aproveitar e esquecer qualquer problema.
Talvez dançar e beber fossem exatamente o que eu precisava para essa noite.
᯽
Depois de passar tanto tempo dançando e bebendo com Mariana e Isabel, que pareciam ter uma energia inesgotável, comecei a sentir o cansaço tomar conta. Meus pés doíam nos saltos, e cada passo parecia mais desafiador.
— Eu vou me sentar um pouco. Preciso me recuperar. — Avisei, tentando não demonstrar o quanto estava exausta. —
— Claro, só não desapareça, Stella. — Mariana respondeu, animada. —
— É mais provável que vocês duas sumam e me deixem perdida. Mas qualquer coisa, eu procuro vocês. — Brinquei, enquanto Isabel terminava de beber mais um gole. —
Ela olhou para mim e sorriu.
— Me espera, preciso falar com o Bellingham. Vou com você. — Isabel disse, já se aproximando. —
— Qualquer coisa, estarei por aqui. Não sumam, hein. — Mariana falou, acenando antes de se virar para a pista novamente. —
Isabel e eu começamos a caminhar para longe da pista de dança, em direção a uma área um pouco mais tranquila da festa. O som da música ainda era alto, mas já era possível conversar sem precisar gritar.
— Está tudo bem? — Isabel perguntou, notando meu silêncio. —
— Sim, só precisava de um momento para respirar. Essa festa é incrível, mas cansa, né? — Respondi com um sorriso. —
Antes que Isabel pudesse dizer algo, uma voz familiar soou atrás de nós.
— Olha só se não são as duas garotas mais bonitas dessa festa. — Pablo apareceu com aquele sorriso característico. —
— Já está bêbado, Pablo? — Isabel perguntou, cruzando os braços e o encarando com diversão. —
— Eu não, Bebel, estou sóbrio o suficiente para saber quem é quem. — Ele respondeu, tropeçando nas palavras e arrancando risadas de nós duas. —
— Claramente muito sóbrio. — Respondi, ironizando, enquanto Isabel soltava uma gargalhada. —
— Ei, estou falando sério! Vocês têm que parar de me julgar só porque... Ok, talvez eu tenha bebido um pouco. — Ele confessou, levantando as mãos em rendição. —
— Um pouco, claro. — Isabel rebateu, pegando o copo dele para cheirar o conteúdo. — Isso aqui não tem "um pouco" de nada, Pablo.
Ele apenas deu de ombros, com aquele olhar travesso.
— E você, Stella? Não vai me zoar também?
— Não preciso, você já está fazendo isso sozinho. — Respondi, sorrindo. —
— Nossa, isso é falta do seu Pedro, e você fica me humilhando? — Pablo soltou, provocativo. —
Senti meu rosto esquentar instantaneamente.
— Pedro? Que Pedro? — Isabel perguntou, claramente interessada. —
— O Pedro do Barcelona, qual mais? — Pablo respondeu, como se fosse óbvio, ainda com o tom arrastado da bebida. —
Isabel me olhou com os olhos arregalados, surpresa.
— Gavira, eu vou te matar! Para de ser fofoqueiro! — Falei, dando um tapa no braço dele, que só riu ainda mais. —
— Eu não tenho culpa! A Bebel aqui é nossa best, ela precisa saber das fofocas também. — Ele disse, apontando para Isabel. —
— Espera aí... Mas o Pedro não namora? — Isabel perguntou, confusa. —
— Namora, mas eles ficam escondidos. — Pablo respondeu sem filtro, como se fosse o porta-voz oficial da situação. —
— Não acredito que você está espalhando isso! — Disse, puxando Pablo pelo braço para encará-lo. — Eu não sei se fico com raiva ou vergonha de você.
— Relaxa, Ste, é só um detalhe. Além disso, Isabel não vai contar pra ninguém, não é, Bebel? — Ele disse, piscando para ela. —
— Claro que não, mas... Stella, isso é sério? Você e o Pedro? — Isabel perguntou, agora olhando para mim com um misto de surpresa e curiosidade. —
Suspirei, percebendo que não tinha como escapar dessa conversa.
— Não é bem como o Pablo falou. A gente... tem algo, mas não estamos juntos. — Respondi, tentando resumir sem entrar em muitos detalhes. —
— Uhum, claro. "Não estamos juntos", mas vivem grudados em todas as oportunidades — Pablo continuou, agora com um tom provocador que só piorava a situação. —
— Pablo, eu juro que você vai se arrepender de ter aberto a boca! — Ameaçei, enquanto ele ria, sem levar a sério. —
— Relaxa, Ella, seu segredo está seguro comigo. — Isabel disse, tentando aliviar a tensão, mas claramente adorando a nova informação. —
— Aliás, o Bellingham tava atrás de você, Bebel, eu esqueci de avisar. — Pablo comentou, casualmente. —
— Tava mesmo. Ele tá lá com o Vini, quer te contar uma coisa muito boa. — Rodrygo apareceu de repente, com um sorriso no rosto. —
— Vou lá então. E você, Pablo, vem comigo. Antes que fale mais alguma coisa que não deve. — Isabel disse, segurando o braço dele com firmeza e começando a puxá-lo. —
— Ei, calma aí, nem falei nada demais... ainda! — Pablo protestou, mas a risada de Isabel mostrava que ela não ia deixar ele escapar tão fácil. —
Quando os dois saíram, Rodrygo ficou ao meu lado, me olhando com aquele sorriso típico.
— Então, Stella, abandonada no meio da festa? Parece que sobrou pra mim te fazer companhia. — Ele brincou, fingindo um ar dramático. —
— Ah, imagina! Você adora ser o centro das atenções. Aposto que já tava planejando isso. — Retruquei, cruzando os braços e tentando segurar o riso. —
— Tá me acusando de quê, exatamente? Sou uma pessoa inocente! — Ele colocou a mão no peito, como se tivesse sido ofendido. —
— Inocente, Rodrygo? Essa foi boa. — Ri, balançando a cabeça. — Vai lá, me conta, o que você tá tramando agora?
— Nada demais, só achei que você parecia precisando de um resgate dessa pista de dança. Vi você olhando pros seus pés umas cinco vezes. — Ele respondeu com um sorriso provocador. —
— É, meus saltos estão pedindo socorro. Acho que vou aposentar eles depois de hoje.
— Ou talvez você só precise de uma pausa. Vamos pegar algo pra beber, que tal? — Ele sugeriu, apontando para o bar. —
— Boa ideia. Só não vai tentar me convencer a experimentar aquelas misturas estranhas que você sempre faz.
— Jamais! Hoje é só coisa leve, prometo. — Ele levantou as mãos, rindo, enquanto caminhávamos juntos para o bar. —
— Não estou tão confiante nisso, mas vou tentar acreditar. — Respondi, arqueando uma sobrancelha, mas não consegui segurar o riso ao ver o jeito como ele fingia estar ofendido. —
— Isso machuca, Stella. Você não confia na minha habilidade de ser responsável por pelo menos uma noite? — Rodrygo perguntou, colocando a mão no peito como se tivesse levado um golpe mortal. —
— Responsável? Você? — Ri alto, balançando a cabeça. — Vamos lá, Rodrygo, você é a definição de "vida louca".
— Vida louca, mas com classe. — Ele piscou, pegando dois copos no bar e começando a misturar bebidas. —
— Ei, o que foi que eu acabei de dizer sobre misturas estranhas? — Cruzei os braços, olhando para ele desconfiada. —
— Calma, calma, confia no chefe. Isso aqui vai mudar sua vida. — Ele respondeu, entregando-me um dos copos com um sorriso satisfeito. —
— Se isso for horrível, vou fazer você beber no meu lugar. — Alertei, levantando o copo e observando a bebida com desconfiança. —
— Ah, Stella, tenha fé! Eu sou praticamente um mestre em drinks. — Ele disse, colocando a mão no peito com um ar dramático. —
— Mestre em quê? Em inventar nomes estranhos para bebidas que ninguém pediu? — Provoquei antes de finalmente tomar um gole. —
Para minha surpresa, a bebida era boa. Ele sorriu vitorioso ao perceber minha reação.
— Viu? O mestre nunca falha. — Ele piscou. —
— Não exagera, Rodrygo. Foi sorte de principiante. — Respondi, tentando não dar muita moral. —
— Sorte? Eu? Nunca! Isso aqui é talento puro, Stella. — Ele brincou, tomando um gole do próprio copo. — Agora vamos voltar antes que todo mundo comece a sentir a nossa falta.
— Sentir falta ou aproveitar para fazer besteira enquanto você está ocupado? — Questionei, já rindo enquanto seguíamos de volta à pista. —
— Um pouco dos dois, talvez. — Ele respondeu, rindo junto comigo. —
— Bom, vamos logo. Preciso ver se o Ansu cuidou bem da Marie. Não confio muito nesses meninos. — Falei, já andando em direção à pista. —
— Estou sentindo uma indireta. O Ansu é a melhor companhia quando se trata de alguém novo. — Rodrygo rebateu, tentando defender o amigo. —
— Para de defender seu amigo, Rodrygo. Vocês são iguais, não vale. — Respondi, revirando os olhos, mas com um sorriso no rosto. —
Ele apenas riu, parecendo satisfeito por me provocar. Já estava vendo que teria que aguentar ele por um bom tempo.
— Você sabe que gosta da minha companhia, Stella. — Ele disse, piscando. —
— Gosto tanto que estou cogitando te abandonar no meio da festa. — Retruquei, brincando, enquanto seguíamos em direção à pista. —
Quando nos aproximamos, avistei Ansu e Marie conversando animadamente. Pareciam estar se divertindo, e isso me deu um pouco de alívio.
— Olha só, o Ansu se superou. — Rodrygo comentou, parando ao meu lado. —
— É, mas ainda vou fazer minha supervisão. Preciso garantir que ele não está aprontando. — Respondi, estreitando os olhos de forma teatral. —
Rodrygo riu e deu um leve empurrão no meu ombro.
— Relaxa, Stella. Ele só quer impressionar.
— Impressionar ou assustar, ainda não decidi. — Falei, enquanto me aproximava dos dois. —
Marie me viu primeiro e acenou, sorrindo.
— Stella! Você demorou! Mas está perdoada porque o Ansu é muito legal. — Disse ela, claramente à vontade. —
— Bom, parece que ele está se comportando... por enquanto. — Respondi, lançando um olhar suspeito para Ansu. —
— Ei, eu sou um perfeito cavalheiro. — Ele disse, erguendo as mãos em defesa, com um sorriso travesso. —
— Vamos ver até quando. — Respondi, mas meu tom era brincalhão, enquanto me acomodava ao lado deles. —
Sei que tinha muita coisa por vim pela noite ainda, que mal tinha começado, ainda mais com esse três.
᯽
Eu não esperava que, bêbada, a Marie fosse contar toda a vida dela. Eu e Rodrygo éramos os únicos que sobraram para escutar a história dela, já que Ansu havia dado um sumiço, o que, convenhamos, não era nenhuma novidade.
Soltei uma risada e peguei o copo de bebida da mão dela.
— Chega, Mari. Acho que a bebida já deu pra você por hoje. — Falei com um tom firme, mas amigável —.
— Não, eu tô ótima ainda, olha só. — Ela disse, se levantando, mas quase caindo. Felizmente, Rodrygo foi rápido e a segurou. —
— Escuta a Stella, Mari. Chega de bebida antes que você passe mal. — Ele disse, tentando ser convincente. —
— Tá bom, vocês são muito chatos. — Ela respondeu, cruzando os braços e fazendo um bico como uma criança contrariada. —
— Não é questão de chatice, é que a gente se preocupa com você. — Respondi com um sorriso. — Toma, bebe um pouco de água. Vai te fazer bem.
Entreguei um copo de água a ela, enquanto Rodrygo e eu trocávamos olhares cúmplices, segurando o riso. Marie tomou um gole, mas fez uma careta dramática.
— Água? Vocês realmente querem acabar com a diversão da festa! — Ela reclamou, mas sentou-se de novo, percebendo que não tinha outra escolha. —
— Amanhã você vai nos agradecer, Mari. Confia. — Rodrygo disse, ainda segurando um sorriso. —
Eu suspirei, vendo Marie já começando a ficar mais mole.
— Acho que pra você já deu por hoje, né? Vamos, eu te ajudo a chegar no quarto antes que você faça ou fale alguma besteira. — Falei, me levantando. —
— Eu? Falar besteira? Jamais! — Ela respondeu, mas sua risada desmentiu qualquer tentativa de parecer séria. —
Rodrygo também se levantou, parecendo pronto para ajudar.
— Melhor eu ir junto. Se ela decidir desmaiar no meio do caminho, você não vai conseguir carregá-la sozinha. — Ele disse, com um sorriso divertido. —
— Ei, eu não vou desmaiar! — Marie protestou, mas tropeçou um pouco ao tentar ficar de pé. —
— Claro que não. — Brinquei, segurando-a pelo braço para garantir que ela não caísse. — Vamos lá, Mari do drama.
Rodrygo caminhava ao nosso lado, e, apesar do clima leve, ele parecia atento a qualquer sinal de que Marie realmente precisasse de mais ajuda. Enquanto íamos em direção ao quarto, ela continuava tagarelando sobre qualquer coisa que lhe vinha à mente, nos arrancando risadas.
— Eu juro que amanhã vou fingir que nada disso aconteceu. — Disse a mim mesma, rindo baixo enquanto ajudava Marie a entrar no quarto. —
Depois de deixar Marie confortavelmente no quarto, Rodrygo e eu nos entreolhamos, ambos com um sorriso cansado, mas divertido. Ela já estava adormecendo quando saímos, depois de garantir que um copo d’água e um balde estivessem ao alcance, caso ela precisasse.
— Missão cumprida. — Rodrygo brincou, fechando a porta suavemente atrás de nós. —
— Por hoje, pelo menos. — Respondi, soltando um suspiro aliviado. — Agora, podemos voltar pra festa?
Ele sorriu e começou a caminhar ao meu lado. O som da música voltava a ficar mais alto conforme nos aproximávamos da pista.
— Lembra, nada de loucuras, hein. — Ele disse de repente, parando e me olhando de maneira quase séria, mas o tom era claramente brincalhão. —
— Eu? Fazer loucura? Jamais. — Respondi com um sorriso desafiador. —
Antes que ele pudesse responder, uma voz chamou ao longe.
— Rodrygo! Anda logo, mano! — Era o Vini, acenando com uma garrafa na mão, claramente aproveitando a noite ao máximo. —
Rodrygo suspirou, mas riu.
— Preciso ir, o capitão tá me chamando. Se cuida, tá? E... sério, nada de loucuras. — Ele repetiu, apontando para mim com um olhar teatralmente ameaçador antes de se afastar. —
— Vai logo antes que ele venha te buscar! — Gritei de volta, rindo enquanto via Rodrygo e Vini se encontrarem no meio da festa. —
Quando me virei, porém, quase tropecei ao dar de cara com Pedro, que estava bem mais próximo do que eu esperava.
— Pedro?! — Soltei, surpresa, enquanto ele me olhava com aquele sorriso meio torto que fazia parecer que ele sabia exatamente o impacto que tinha. —
— Oi, Estrelinha. Parece que você está se divertindo. — Ele disse, cruzando os braços e me analisando com um olhar casual, mas atento. —
— E você finalmente saiu do esconderijo, pelo jeito. — Respondi, tentando recuperar a compostura. — Já achei que tinha dado um perdido na festa.
Pedro deu de ombros, inclinando levemente a cabeça.
— Não queria estragar o seu momento com o seu amiguinho. — Ele disse, com um tom provocador. —
Revirei os olhos, mas sorri de lado.
— Não me diga que está com ciúmes. — Retruquei, arqueando uma sobrancelha, mantendo o tom descontraído. —
Ele riu, um som curto e quase debochado.
— Ciúmes? Do Rodrygo? — Perguntou, cruzando os braços e inclinando o corpo para frente, me encarando com aquele sorriso que ele sabia que mexia comigo. — Me dá um pouco mais de crédito, Stella.
— Então por que essa cara? — Questionei, cruzando os braços também, encarando-o de volta. —
Pedro deu um passo à frente, diminuindo a distância entre nós. O olhar dele estava firme, mas havia algo mais ali, algo que fazia meu coração disparar.
— Talvez porque não gosto de dividir a sua atenção. — Ele respondeu, com a voz baixa, quase como se estivesse me desafiando a reagir. —
Tentei ignorar o calor que subiu ao meu rosto e forcei um sorriso, tentando não mostrar o quanto as palavras dele me afetaram.
— Se for assim, teria que colocar a Valentina no meio, já que você divide a sua atenção entre mim e ela. — Respondi, cruzando os braços e erguendo uma sobrancelha, tentando esconder a pontada de ciúmes que escapou. —
Pedro inclinou a cabeça, um sorriso provocador brincando nos lábios.
— Não precisa ficar com ciúmes, estrelinha. — Ele sussurrou, aproximando-se devagar. Antes que eu pudesse reagir, senti seus lábios tocarem levemente meu pescoço, um gesto rápido, mas suficiente para me fazer prender a respiração. — Você sabe que me importo só com você.
Minha mente tentava encontrar uma resposta rápida e ácida, mas meu corpo não colaborava. O toque dele, mesmo breve, parecia ter acionado algo dentro de mim que eu estava tentando ignorar há muito tempo.
— Pedro... — Comecei, mas minha voz saiu mais suave do que eu pretendia. —
— Sim? — Ele respondeu, a voz baixa e carregada de expectativa, enquanto seus olhos permaneciam fixos nos meus. —
— Você não pode fazer isso... — Tentei manter minha compostura, mas ele deu um passo à frente, diminuindo ainda mais a distância entre nós. —
— Fazer o quê? — Perguntou, desafiador, enquanto sua mão tocava levemente minha cintura. — Mostrar o quanto você realmente significa pra mim?
A tensão entre nós era quase palpável. Eu sabia que devia parar aquilo, que não era certo, mas quando ele inclinou a cabeça, seus lábios a centímetros dos meus, toda a minha lógica foi para o espaço.
E então aconteceu. Seus lábios tocaram os meus com suavidade, como se ele quisesse me dar a chance de recuar. Mas eu não recuei. Em vez disso, me aproximei ainda mais, deixando que o beijo se aprofundasse.
O mundo ao nosso redor pareceu desaparecer. Não havia música, pessoas, nem sequer o peso das complicações que nos cercavam. Só havia nós dois, entregues a algo que parecia inevitável há muito tempo.
Quando finalmente nos afastamos, ele manteve o rosto próximo ao meu, o olhar intenso, como se estivesse tentando decifrar o que eu estava pensando.
— Nunca me cansaria de ter momentos assim com você. — Respondi, minha voz suave, mas cheia de intensidade, enquanto ainda sentia o calor do beijo percorrendo meu corpo. A tensão entre nós estava agora quase palpável, e algo dentro de mim dizia que eu não queria que esse momento acabasse. —
Pedro me olhou com aquele olhar profundo, os olhos fixos nos meus, e um sorriso preguiçoso apareceu em seus lábios. Ele sabia exatamente o que eu estava sentindo. Ele me puxou levemente para mais perto, até que nossas testas quase se encostaram.
— Isso foi só o começo, Estrelinha. — Pedro murmurou, a voz rouca carregada de promessas. —
Senti meu rosto esquentar enquanto tentava recuperar o fôlego e a compostura. Ele não fazia questão de esconder o sorriso satisfeito, como se soubesse exatamente o efeito que tinha sobre mim.
— Bom, acho que é melhor voltarmos. Não posso sumir por muito tempo. — Falei, tentando soar casual, mas a minha voz ainda entregava a intensidade do momento. —
— Claro, sua presença é muito requisitada, Estrelinha. — Ele respondeu, com um tom brincalhão. —
Antes que eu pudesse responder, uma voz conhecida soou atrás de nós, carregada de provocação.
— Espera aí... É isso mesmo que eu tô vendo? Vocês tão se beijando aqui, pra todo mundo ver? — Ferran apareceu com um sorriso travesso, cruzando os braços enquanto nos encarava. —
Revirei os olhos, tentando ignorar a onda de constrangimento.
— O único que tá vendo aqui é você, Ferran. — Respondi, dando um passo para o lado e ajeitando a roupa, enquanto Pedro apenas ria da situação. —
— Bom, isso é verdade. Mas vai que chega outra pessoa? Ainda bem que fui eu! — Ferran respondeu, caminhando até Pedro e passando o braço ao redor do ombro dele, com um sorriso exagerado. — Cara, tô felizão por vocês. Eu e o Pablo somos os maiores apoiadores. De brinde, claro, o Balde.
Pedro soltou uma risada curta, balançando a cabeça.
— Entendemos já, Ferran. Agora, quer me soltar?
— Não! Você vai me abandonar pra ficar com a Stella. Isso é falta de consideração com nossa amizade, cara! — Ferran retrucou, fingindo indignação, apertando Pedro ainda mais. —
— Tá vendo o que eu tenho que aguentar? — Pedro disse, me lançando um olhar cúmplice enquanto tentava escapar do aperto de Ferran. —
— Eu tô achando é bem feito. — Respondi, cruzando os braços e segurando o riso. — Mas solta ele agora, Ferran.
Ferran me olhou com um sorriso provocador.
— Tá defendendo ele agora, ella? É isso? Achei que ia ficar do meu lado.
— Vai sonhando, Ferran. — Retruquei, revirando os olhos. —
Pedro finalmente conseguiu se livrar do aperto e empurrou Ferran de leve.
— Se você terminou o show, acho melhor a gente voltar antes que o Pablo apareça pra piorar as coisas.
Ferran deu de ombros, mas manteve o sorriso.
— Tá bom, eu vou ser bonzinho e não conto pra ninguém... Por enquanto. Mas só porque sou um ótimo amigo.
— Grande amigo, hein? — Pedro rebateu, rindo. —
Ferran piscou pra mim antes de se afastar, deixando nós dois sozinhos novamente.
— E aí, quer mesmo voltar pra festa? — Pedro perguntou, olhando pra mim com um sorriso no canto dos lábios. —
— Acho que não temos escolha. — Respondi, tentando soar indiferente, mas ainda sentindo a energia do momento anterior entre nós. —
Ele estendeu a mão pra mim.
— Acho melhor não, vai que vaza isso pra mídia... — Respondi, um pouco apreensiva, sem querer que algo escapasse para fora daquele momento privado. —
Ele sorriu, percebendo minha hesitação, mas sua voz foi tranquila.
— Não vai, fica tranquilo, ninguém está com o celular aqui, estrelinha. — Ele disse, apertando minha mão com mais firmeza, transmitindo uma segurança que me fez relaxar um pouco. —
Ainda com um sorriso no rosto, ele me guiou de volta para a festa. O som da música parecia mais distante, e por um momento, tudo o que eu queria era continuar ali, longe dos olhares curiosos e da pressão.
— Confia em mim, está tudo sob controle. — Ele sussurrou, se aproximando de mim enquanto caminhávamos entre as pessoas. —
A tensão entre nós ainda estava lá, mas de uma forma diferente agora, mais confiante, mais... leve.
— Eu confio. — Respondi, sorrindo para ele. —
Acho que confiava até demais.
DEMOREI mas voltei, peço deculpa por demorar a atualizar, mas eu peço que batam a meta logo posto o segundo capítulo daqui a pouco.
DESCULPA qualquer erro ortográfico. Espero que estejam gostando da Fanfic.
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro