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011.

⚽️' ━ chapter eleven ━ '⚽️
Stella Almeida
🇧🇷#Apoio

O DIA TINHA começado com um ar diferente hoje. Algo que eu não conseguia identificar apertava meu peito, uma sensação que me preocupava por não saber se era boa ou ruim. Enquanto terminava de arrumar meu cabelo em frente ao espelho, tentei ignorar, mas não consegui evitar pensar que algo estava por vir.

Peguei meu celular sobre a penteadeira e saí do quarto, caminhando em direção à cozinha. Antes mesmo de descer completamente as escadas, já podia ouvir as vozes familiares ecoando.

— Bom dia. — Cumprimentei ao entrar na cozinha, encontrando meus pais sentados à mesa e Artur comendo distraidamente. Sentei ao lado dele, recebendo olhares calorosos de todos. —

— Bom dia, querida. Dormiu bem? — Perguntou minha mãe com o tom doce de sempre, enquanto servia mais café para meu pai. —

— Dormi sim, mas acordei com uma sensação estranha. — Respondi, pegando uma fatia de pão para passar manteiga. —

— Estranha como? — Artur perguntou, franzindo o cenho, agora mais atento. —

— Não sei, só parece que algo vai acontecer. Talvez seja coisa da minha cabeça.

— Você anda pensando demais, Stella. Relaxa, pode ser só ansiedade por alguma coisa. — Ele deu de ombros, voltando a cortar o bolo que estava no prato. —

— Pode ser. — Concordei, mas não estava convencida. Algo dentro de mim dizia que esse dia seria diferente. —

— Filha, você tem planos para hoje? — Meu pai perguntou, desviando o olhar para mim enquanto deixava o celular sobre a mesa. —

— Ainda não. Talvez eu saia mais tarde, se der tempo. — Respondi, tentando manter o tom despreocupado. —

— Que bom, filha. Então você não terá problemas em dar uma passadinha na empresa para conhecer tudo melhor. O Artur já está por dentro de tudo e vai te mostrar como as coisas funcionam. — Ele afirmou com um sorriso satisfeito, olhando rapidamente para Artur, que apenas assentiu. —

— Claro, pai, vou adorar conhecer melhor a empresa. — Respondi com um sorriso forçado, tentando esconder meu desânimo. —

Por dentro, a verdade era outra. Eu queria dizer que aquilo não fazia parte dos meus planos, que eu tinha outras coisas em mente. Mas, como sempre, a coragem para desapontá-los não vinha. Recusar seria como quebrar expectativas que eu nem sequer tinha pedido para carregar.

Depois de terminar o café, subi para me arrumar. Escolhi uma roupa confortável, mas elegante o suficiente para parecer profissional. Olhei para meu reflexo no espelho enquanto prendia o cabelo em um coque baixo, um gesto automático para aparentar maturidade que eu não sentia.

Suspirei ao encarar meu reflexo. Eu deveria estar empolgada por conhecer mais sobre a empresa, mas a verdade é que não conseguia afastar o peso que vinha crescendo no meu peito. Sentia que estava seguindo um caminho traçado por outras pessoas, e não por mim mesma.

Peguei minha bolsa e desci as escadas. Artur já estava esperando na porta, girando as chaves do carro com impaciência.

— Finalmente, hein? Achei que tinha desistido. — Ele brincou, abrindo a porta para mim. —

— Bem que eu queria. — Respondi, forçando um sorriso enquanto passava por ele. —

— Relaxa, Stellinha. Vai ser tranquilo. Eu vou te mostrar só o básico hoje, não precisa ficar nervosa.

— Não estou nervosa. — Menti, ajustando a alça da bolsa no ombro. —

Ele deu de ombros e abriu a porta do carro. Assim que entrei, olhei pela janela, tentando afastar os pensamentos que insistiam em se acumular.

— Você está bem? — Artur perguntou de repente, com a voz mais suave do que o normal. — Sei que o nosso relacionamento como irmãos não é lá essas coisas, mas eu me preocupo com você, Stella. Sabe que pode contar tudo pra mim, né?

Virei meu rosto para ele, surpresa pela sinceridade no tom. Artur raramente era tão direto sobre essas coisas.

— Estou bem. — Respondi, tentando soar convincente. — Eu sei que posso contar com você, Art. Só que... às vezes, eu não sei como colocar as coisas em palavras.

Ele manteve os olhos na estrada, mas deu um sorriso de canto.

— Nem sempre precisa de palavras, sabe? Só não quero que você sinta que tá sozinha nisso tudo.

Seu comentário trouxe um peso estranho ao meu peito. Por mais que as coisas entre nós fossem boas agora, não era fácil me abrir, nem mesmo com ele.

— Obrigada, Art. De verdade.

— Sempre. — Ele respondeu, dando um tapinha leve no volante antes de mudar de assunto. — Agora vamos focar na empresa. Quem sabe você não descobre algo que gosta por lá?

Sorri de leve, mas a ideia de me encontrar naquele ambiente ainda parecia distante.

O toque do celular de Artur chamou minha atenção. Olhei para a tela e vi o nome "Valentina" piscando. Ele franziu o cenho, procurou o aparelho com uma mão e, sem hesitar, desligou a chamada.

Franzi o cenho, desconfiada, e o encarei.

— Por que você não atendeu? — Perguntei, cruzando os braços. —

— Estou dirigindo, Stella. Não tá vendo? — Ele respondeu, sem desviar os olhos da estrada. — Ela só deve estar querendo ajuda.

— Certo... — Murmurei, inclinando um pouco a cabeça. — Mas ajuda com o quê?

— Com o Pedro, com o que mais? — Ele respondeu com um tom impaciente. — Agora chega, Stella.

Fiquei em silêncio, mas a resposta dele não me convenceu. Algo na forma como ele desligou a ligação parecia... estranho. Não era típico do Artur evitar alguém, ainda mais Valentina, que ele sempre dizia ser tão confiável e uma grande amiga.

Voltei a olhar pela janela, mas minha mente estava ocupada demais para prestar atenção na paisagem.

— Você está escondendo alguma coisa? — Perguntei, finalmente, sem olhar para ele. —

— Não começa, Stella. Eu já disse que não é nada. — Ele bufou. —

— Tá, então por que desligar assim, em vez de atender?

— Porque não é o momento. Eu não vou discutir isso agora. — Artur me lançou um olhar rápido, claramente irritado. —

Revirei os olhos, mas decidi deixar pra lá. Insistir só iria piorar as coisas e aumentar o mau humor de Artur. Ainda assim, algo naquela situação me incomodava, como se tivesse algo que ele não queria compartilhar. Talvez fosse só paranoia minha, ou talvez não.

Quando finalmente chegamos à empresa, desci do carro devagar, sentindo o peso da obrigação. Só de olhar para o prédio, já me dava uma vontade imensa de estar em qualquer outro lugar.

— Vamos? — Artur perguntou, batendo a porta do carro com mais força do que o necessário. — Quanto mais rápido resolvermos isso, melhor. Você tá com uma cara de quem não quer estar aqui.

— Ok, Art, você tem razão. Seu mal-humorado. — Retruquei, tentando disfarçar o desânimo. —

— Obrigado pelo "elogio", Ella. — Ele rebateu com um sorriso curto, acenando para que eu o seguisse. —

Respirei fundo e ajustei a bolsa no ombro antes de caminhar atrás dele. O ambiente da empresa era ainda mais intimidante do que eu imaginava. Paredes de vidro, pessoas andando de um lado para o outro, todas com expressões sérias. Eu mal tinha entrado e já sentia como se não pertencesse àquele lugar.

— Essa é a sala de reuniões principal. — Artur começou a explicar, apontando para um espaço imenso com uma mesa comprida no centro. — É onde as decisões importantes acontecem.

— Parece... intenso. — Murmurei, tentando parecer interessada. —

Ele me lançou um olhar rápido, percebendo minha falta de entusiasmo, mas decidiu não comentar. Continuamos andando enquanto ele explicava o funcionamento dos setores, até que paramos em frente a uma sala menor, com uma vista incrível da cidade.

— Aqui é o seu futuro escritório, caso decida assumir um papel mais ativo na empresa. 

— Meu... escritório? — Repeti, olhando ao redor. —

— Sim. Nosso pai quer que você se sinta preparada para assumir responsabilidades. Ele acredita em você, Ella. — Artur disse, agora com um tom mais sério. —

Aquelas palavras me atingiram de um jeito estranho. Por um lado, era bom saber que meu pai confiava em mim. Por outro, era um peso que eu não tinha certeza se queria carregar.

— Artur, não pensei que viria para cá hoje. — Aquela voz me cortou, me fazendo estremecer e o ar sumir dos meus pulmões. Não podia ser ele. Por favor, que não fosse ele. Quando me virei, e ao olhar para ele, a vontade de sair dali imediatamente foi quase insuportável. Era Víctor. —

O homem que, ao longo dos anos, havia me causado mais desconforto do que eu gostaria de admitir. Ele era amigo de Artur, mais velho, com um sorriso encantador que escondia uma malícia que eu nunca consegui ignorar.

Eu sentia um arrepio percorrer minha espinha. Ele se aproximou com aquele olhar fixo, como se não visse o impacto que sua presença tinha sobre mim.

— Olá, Stella. — Ele disse, com uma calma que só aumentava o incômodo em meu peito. —

Tentei controlar a expressão e manter a voz estável, mas tudo o que eu queria era desaparecer dali.

— Oi, Víctor. — Respondi, forçando um sorriso, tentando manter as aparências. —

— Cara, nem eu sabia, só vim mostrar pra Stella a empresa, nossa futura companheira de trabalho. — Artur disse, tentando aliviar a tensão no ar. —

Víctor sorriu, aquele sorriso que sempre me deixava desconfortável.

— Vai ser um prazer dividir os dias com você, Stella. — Ele falou, a voz suave e com uma intenção que me fez sentir uma onda de repulsa. —

Eu tentei manter a compostura, mas meu corpo estava grato por cada segundo que passava longe dele. Artur, aparentemente, não notava a maneira como Víctor me fazia sentir, e isso só aumentava o meu desconforto. Eu queria sair dali, correr para longe, mas me forcei a ficar.

— Claro... — Falei, tentando disfarçar o medo que começava a surgir no peito. — Vai ser ótimo trabalhar com todos vocês.

Senti uma necessidade crescente de me afastar, a ansiedade tomando conta de mim. Era difícil respirar, como se o ambiente tivesse ficado mais pesado de repente. Olhei rapidamente para Artur, tentando encontrar alguma ajuda, mas ele estava distraído conversando com Víctor.

Eu precisava de um tempo sozinha. O que eu estava sentindo não era normal, não era algo simples de ignorar.

— Eu... vou ao banheiro, já volto. — Falei rapidamente, me afastando sem esperar por uma resposta. Caminhei apressada até o banheiro mais próximo, e ao entrar, tranquei a porta atrás de mim. A sensação de alívio foi imediata, mas não durou muito. Minha respiração ainda estava irregular, e o pânico estava começando a se instalar. — 

Eu me encostei na parede fria, tentando controlar as emoções. Eu só queria que aquela sensação passasse.

Minha respiração estava ficando cada vez mais difícil. Eu me apoiei na pia, tentando desesperadamente me recompor, mas quanto mais tentava controlar, mais o pânico se intensificava. Meu peito apertava e a sensação de desespero só aumentava. Eu precisava de ajuda, precisava de alguém que me tirasse daquela situação.

Com as mãos trêmulas, peguei o celular e tentei discar o número de Carina, mas a ligação caiu na caixa postal. Gritou na minha mente, desesperada, e tentei novamente, com a esperança de que ela atendesse. Mas mais uma vez, só ouvi a gravação da caixa postal.

— Não, não, por favor, Carina... — Sussurrei para mim mesma, minha voz falhando. —

Eu senti que ia desabar ali, naquele banheiro. Me afastei da pia e comecei a andar de um lado para o outro, tentando controlar a respiração, mas não conseguia. O pânico estava me engolindo, e eu me sentia completamente sozinha.

Quando eu estava quase sem esperanças, o celular vibrou em minha mão. Era uma ligação. Com as mãos ainda trêmulas, olhei para a tela e vi o nome de Fermin.

— Fermin... — Murmurei, quase chorando. Eu quase não conseguia falar, mas atendi a ligação. —

— E aí, solzinho. Está ocupada? — A voz de Fermin chegou até mim, com aquele tom animado, e eu não consegui controlar mais. As lágrimas começaram a cair. —

— Fermin... eu... não estou bem. — Minha voz saiu abafada, entrecortada pelos soluços. — Eu não consigo... Eu só... não consigo respirar direito.

— Calma, respira comigo. — Fermin falou, sua voz suave, mas carregada de preocupação. — Respira fundo, solzinho, me escuta. Respira fundo, só acompanha minha respiração.

Eu tentei seguir as instruções dele, embora minha respiração ainda estivesse descompassada. Ele continuou, sua voz firme, me dando segurança.

— Fala pra mim onde você está, vou te buscar. — Ele insistiu. —

Eu estava com um sentimento de medo, mas a certeza de que Fermin estava lá, do outro lado da linha, tentando me acalmar, trouxe uma leve sensação de conforto.

— Eu... estou na empresa. No banheiro. — Falei, tentando respirar mais devagar. —

— Estou indo aí agora, solzinho. Aguenta firme. — Ele disse com firmeza, e eu senti um pequeno alívio por saber que ele estava indo me buscar. —

Fiquei segurando o celular contra o rosto, tentando me acalmar enquanto aguardava. Eu sabia que ele estava vindo, e isso me dava forças para enfrentar o pânico que tomava conta de mim.

Eu respirei fundo mais uma vez, tentando seguir as instruções de Fermin. A pressão no peito ainda estava ali, mas a ideia de que ele estava a caminho, vindo me buscar, fazia a sensação de desespero diminuir um pouco. A cada segundo, minha respiração ficava um pouco mais controlada, mas eu ainda não conseguia afastar a sensação ruim de rever uma pessoa que eu odiava do meu passado.

O tempo parecia passar tão devagar, e Fermin nunca chegava. Talvez fosse a confiança que eu tinha nele, a sensação de que, em poucos segundos, ele poderia me ajudar, que me dava algum alívio. Eu odiava essas crises de ansiedade. Apesar de já as ter controlado muitas vezes, ver Víctor depois de todos esses anos, depois de tudo o que aconteceu, fez com que um gatilho fosse disparado em mim. Não esperava encontrá-lo aqui, e a ideia de saber que ele estava no mesmo ambiente me fazia querer fugir. Eu odiava saber que ele trabalhava ali, não conseguia suportar ficar na presença dele.

— Stella, sou eu, o Fermin. — A voz de Fermin soou do lado de fora, calma e familiar, fazendo meu corpo relaxar um pouco. —

Eu quase não consegui acreditar que ele realmente estava ali. Abri a porta rapidamente e, ao vê-lo, uma onda de alívio tomou conta de mim. Ele me abraçou de imediato, envolvendo-me com os braços de uma forma protetora, como se fosse possível afastar todas as minhas inseguranças com aquele gesto. Fechei os olhos, permitindo-me um momento de paz, aliviada por finalmente estar em seus braços.

Fermin, com sua presença calma e reconfortante, me fez sentir que tudo ficaria bem. Eu respirei fundo, tentando controlar as lágrimas que ameaçavam cair.

— Você está bem? — Ele perguntou, seu tom suave e preocupado, enquanto me afastava um pouco para olhar em meus olhos. —

Eu balancei a cabeça, ainda sentindo o peso da ansiedade me consumindo, mas ao mesmo tempo, sua presença me dava forças para enfrentar isso.

— Eu... não sei. Eu só... — Minha voz falhou, e as palavras me escaparam. Eu me sentia vulnerável e fraca, mas sabia que ele não me julgaria. —

Fermin me segurou pelas mãos, suas palavras cheias de calma.

— Vai ficar tudo bem, solzinho. Eu estou aqui, vamos sair daqui. Só me diga onde você quer ir, ok?

Eu olhei para ele, sentindo a vontade de ficar ali com ele, longe de tudo que me fazia mal naquele momento. Sabia que ele me daria a segurança de que eu precisava para respirar novamente.

— Só me tira daqui… — Respondi baixinho, tentando ganhar força para sair dali. —

Fermin fez um sinal para Artur, que estava na porta, olhando com uma expressão preocupada, mas se afastou para nos deixar passar. Ele me guiou até o carro, seu apoio firme me fazendo sentir que não estava mais sozinha.

Ao entrar no carro, Fermin se sentou ao meu lado, ainda me segurando com cuidado. O alívio começou a se instalar lentamente, mas eu sabia que precisava de um tempo para me recompor.

— Eu estou aqui, solzinho, vai ficar tudo bem — Fermin disse, a voz tranquila e firme, enquanto passava a mão nas minhas costas, tentando me acalmar. Ele não soltava minha mão e sua presença parecia me envolver, diminuindo o peso da ansiedade que ainda me sufocava. —

Eu respirei fundo, tentando focar no conforto que ele me trazia. Mas a imagem de Víctor, o encontro inesperado com ele ali, ainda pairava em minha mente. A sensação de sufocamento voltava a me engolir a cada pensamento que passava.

— Eu não sei o que faria sem você, Fer... — Minha voz saiu baixa, mas cheia de gratidão. —

— Olha, não pensa nisso agora. Eu tô aqui. Se você se sentir pronta ou quiser conversar, tô aqui, tá bom? — Fermin respondeu com um tom suave, tentando me acalmar ainda mais. —

Eu sorri levemente, sentindo um pouco de alívio com suas palavras. Era como se o simples fato dele estar ali me fizesse sentir mais segura.

— Tá bom, obrigada de novo, Fer... — Respondi, tentando não deixar transparecer o quão frágil ainda me sentia. —

— Não precisa agradecer, eu jamais te deixaria sozinha em uma situação assim. Eu gosto muito de você e quero ver você bem. Que tal irmos pra minha casa? O Gavi tá lá, quem sabe ele anima um pouco você. — Fermin sugeriu, com um sorriso leve, tentando me distrair. —

Eu assenti, sentindo que talvez um pouco de companhia fosse o que eu precisava agora, algo que me tirasse um pouco do turbilhão que estava na minha cabeça.

— Pode ser... — Falei, tentando disfarçar a fraqueza na minha voz, mas não conseguindo esconder completamente a sensação de alívio por estar com ele. —

Fermin sorriu de volta e deu partida no carro, segurando uma das minhas mãos com cuidado, como se quisesse me dar ainda mais conforto. Eu me recostei no banco, fechando os olhos por um momento, tentando me acalmar e absorver a sensação de segurança que ele me proporcionava.

Eu nunca fui boa em contar o que estava sentindo para alguém. Sempre que tentava, parecia me confundir ainda mais, e a única coisa que conseguia fazer era chorar. Isso me deixava em uma situação difícil, presa em um ciclo que parecia impossível de sair. Apesar de Fermin ser tão atencioso e gentil, eu não consegui contar nada a ele. Não me sentia bem em colocá-lo em uma situação complicada, principalmente porque ele e Víctor eram amigos. Eu não queria que ele fizesse algo que pudesse prejudicá-lo por minha causa.

Passar a tarde com Fermin e Pablo, no entanto, aliviou um pouco o peso que eu sentia no peito. Com eles, consegui esquecer, mesmo que por algumas horas, a sensação ruim que havia tomado conta de mim. Mas uma coisa era certa, eu não voltaria a pisar naquela empresa, muito menos dividir o local de trabalho com Víctor.

Quando Fermin parou o carro em frente à minha casa, soltei um longo suspiro, olhando para a casa familiar.

— Se cuida, tá bom, solzinho? Qualquer coisa, me liga sem pensar duas vezes. — Fermin disse, segurando meu rosto com cuidado e deixando um beijo na minha testa antes de me puxar para um abraço apertado. — Eu me preocupo com você e quero te ver bem, Ellinha.

— Obrigada, Fer. Você e Pablo conseguiram melhorar meu dia.

— Amigos são para isso. Pode contar com a gente sempre. Agora vai lá, antes que alguém fique ainda mais preocupado. — Ele falou, com um sorriso. —

— Tá bom, vai com cuidado. Nos vemos amanhã? — Disse, reafirmando. —

— Uhum, passo aqui às sete da noite para irmos a Madrid. 

— Ok. Tchau, Fer.

Sorri uma última vez antes de sair do carro e caminhar em direção à porta, abraçando meu próprio corpo. O peso no peito estava menor, mas ainda não havia desaparecido completamente.

Quando entrei na casa, percebi que as luzes ainda estavam acesas. Ao chegar à sala, vi Artur sentado no sofá, mexendo no celular. Assim que me viu, ele desviou a atenção para mim, a preocupação estampada em seu rosto.

— Stella, finalmente chegou. Estava preocupado. Você me deixou preocupado por ter saído daquele jeito. Aconteceu alguma coisa? — Ele perguntou, em um tom compreensivo mas que havia preocupação. —

— Não, Art. Só não estava bem. Acabei passando mal e pedi para o Fermin me buscar. Mas não foi nada, não precisa se preocupar. — Respondi, tentando soar despreocupada. —

— Mas você já está melhor, né?

— Sim, estou muito melhor. Só estou cansada. Vou subir agora. Boa noite, Art.

Sem esperar por mais perguntas, subi as escadas rapidamente, sentindo o olhar dele me seguir. Quando cheguei ao meu quarto, fechei a porta, encostei-me nela e soltei um suspiro pesado.

Eu precisava de um tempo para processar tudo. Saber que teria que lidar com Víctor novamente era algo que ainda me deixava apreensiva, mas, por ora, estava decidida a focar em outras coisas. Amanhã seria um novo dia, e talvez Madrid me trouxesse a distração que eu tanto precisava.

Assim que entrei no meu quarto, fui surpreendida pelo perfume familiar que tomava conta do espaço. Ele sempre fazia isso, sempre invadia minha bolha de um jeito inesperado. Olhei em direção à minha cama e lá estava Pedro, sentado, me observando com aquele sorriso que sempre mexia comigo.

Não pude evitar sorrir também. Tranquei a porta rapidamente para evitar que alguém entrasse.

— Você e essa mania de aparecer por aqui de surpresa.

— Vim fazer uma visitinha para minha estrelinha. Ouvi dizer que você não passou muito bem hoje.

— Pablo não consegue guardar a língua dentro da boca mesmo, né? Mas, sério, não é nada demais. Não precisa se preocupar.

— Você sabe que tudo o que envolve você me preocupa. Por isso estou aqui, por você. — Ele respondeu, levantando-se e se aproximando. Sua mão quente tocou meu rosto com delicadeza, seus dedos deslizando suavemente em um carinho que me desarmou. — 

Eu respirei fundo, tentando afastar o cansaço e o nó que ainda insistia em permanecer em minha garganta.

— Eu estou bem, Pedro. É só… muita coisa acontecendo ao mesmo tempo, entende?

Ele assentiu, seus olhos fixos nos meus, lendo o que eu não conseguia dizer em palavras.

— Eu não vou forçar você a falar nada. Mas quero que saiba que pode contar comigo. Sempre.

Seu tom era sério, mas ainda assim suave, o suficiente para me fazer sentir segura por um momento.

— Obrigada por isso. Eu nem sei o que fiz para merecer você, sabia?

Pedro sorriu, inclinando-se para deixar um beijo suave na minha testa.

— Você merece muito mais do que imagina, estrelinha.

Ele me puxou para um abraço apertado, e, por alguns minutos, o mundo pareceu um lugar menos caótico. Por mais que minha cabeça ainda estivesse cheia de pensamentos e dúvidas, estar ali, com Pedro, me fez sentir que eu não estava sozinha.

— Você consegue me deixar sem palavras, sem precisar falar muito. — Murmurei, sentindo meu coração desacelerar pela primeira vez no dia. — Mas você não acha arriscado alguém te encontrar aqui?

Pedro soltou uma risada baixa, sua expressão descontraída contrastando com a minha preocupação.

— Ninguém vai me encontrar aqui. Eu deixei meu carro na casa do Balde. Ele é praticamente seu vizinho, sabia? — Ele falou, sorrindo. —

— Sério? — Perguntei, arqueando uma sobrancelha. — Eu não sabia disso. Algum dia vou fazer uma visita para ele lá.

— Bom, amanhã vocês vão se ver e matar a saudade também. Ele e Pablo conseguem ser as pessoas mais insuportáveis do mundo quando querem, principalmente porque acham que têm que nos juntar de qualquer jeito. — Pedro respondeu, rolando os olhos, mas com um sorriso divertido no rosto. —

Eu ri, sentindo a leveza que sua presença trazia.

— Você sabe que eles só fazem isso porque gostam de você, né? E... talvez tenham uma pontinha de razão. — Falei em tom brincalhão, mas senti o ar mudar levemente quando Pedro inclinou a cabeça para o lado, me observando com atenção. —

— E você, o que acha disso, estrelinha? — Ele perguntou, sua voz mais baixa, como se o momento exigisse cuidado. —

Senti minhas bochechas esquentarem. Pedro sempre soube como deixar meu coração disparado, mesmo com perguntas simples como essa.

— Acho que... você é importante pra mim. — Murmurei, desviando o olhar, mas ele tocou meu queixo delicadamente, me forçando a encará-lo. —

— Você também é importante pra mim, Stella. Muito.

A intensidade no olhar dele me fez engolir seco, e antes que eu pudesse dizer qualquer coisa, Pedro se aproximou, quebrando a distância entre nós. Seus lábios encontraram os meus de forma inesperada, mas suave, carregados de uma certeza que eu não sabia que precisava. Fechei os olhos, sentindo o calor do momento, e percebi que, naquele instante, era exatamente o que eu precisava, Pedro mais perto do que nunca, me fazendo esquecer o caos do dia.

Quando ele se afastou lentamente, sua testa encostou na minha, e um pequeno sorriso brincava em seus lábios.

— Eu nunca vou cansar de te beijar. — Ele disse baixinho, sua voz rouca de emoção. —

Meu coração disparou, e um sorriso involuntário se formou nos meus lábios.

— Por mais que isso seja errado, só sei que estar com você me faz bem, Pe. — Confessei, sentindo um nó de contradição se formar no peito. —

Pedro segurou meu rosto com delicadeza, seus olhos firmes nos meus.

— Esquece isso. O importante é sermos felizes, não importa o que tenha que custar, estrelinha. — Sua voz carregava uma determinação que me deixou sem resposta. — 

Eu me deitei na cama, sentindo o cansaço do dia inteiro finalmente me alcançar, e Pedro se acomodou ao meu lado, puxando-me para perto. Sua mão deslizou para minha cintura enquanto sua respiração quente tocava a minha pele. Por mais complicado que tudo fosse, estar com ele me trazia uma sensação de segurança que eu não conseguia explicar.

— Pedro, você já pensou no que vai acontecer depois? — Perguntei baixinho, quebrando o silêncio. —

Ele suspirou, como se já esperasse a pergunta.

— Não importa o depois, Stella. O que importa é o agora. Eu só sei que quero estar com você, independentemente das consequências.

Seus dedos entrelaçaram os meus, e por um momento eu quis acreditar em suas palavras, me agarrar ao conforto que ele me oferecia. Mas a realidade nunca era tão simples, e o peso de tudo aquilo ainda estava ali, pendurado sobre nós.

— Só me promete que não vai me deixar, Pe. Não importa o que aconteça. — Sussurrei, minha voz carregada de vulnerabilidade. —

Ele virou o rosto para mim, seu olhar sincero.

— Eu prometo. Não importa o que aconteça, não vou te deixar.

Fechei os olhos, permitindo que aquelas palavras me trouxessem um pouco de paz. Naquele instante, com ele ao meu lado, o resto do mundo parecia insignificante.

E TEM capítulo, com um personagem novo aparecendo do passado da nossa Stella. Serio estou amando escrever a relação do Fermin com a Stella, apesar de tudo. Bom, o Pedro invadir o quarto dela já não é novidade.

ESPERO que estejam gostando da Fanfic. Desculpa qualquer erro ortográfico.

VOTEM e COMENTEM para a liberação do próximo capítulo ser rápido. Bjos da Bia.

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