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005.

⚽️' ━ chapter five ━ '⚽️
Stella Almeida
🇧🇷#Festa²

A FESTA que tinha tudo para dar certo simplesmente se tornou um caos. A notícia publicada durante a festa, que todos os convidados viram, era algo que eu estava tentando esconder. Não queria que descobrissem que tinha ficado com Fermin, principalmente por ele ser jogador, as pessoas iriam falar, e eu não gostava de lidar com os comentários de fãs malucas por ele.

Engoli em seco, tentando sair dali, mas meu braço foi puxado abruptamente. Assim que meu olhar encontrou o de Artur, percebi que estava ferrada.

— Que merda de notícia é essa, Stella? — Perguntou ele, com uma expressão que misturava preocupação e irritação. — 

Senti meu coração acelerar. A preocupação no rosto dele só aumentou minha ansiedade.

— Artur, eu... — Comecei, mas as palavras falharam. — 

Ele puxou meu braço, levando-me para fora do salão, onde a música e as vozes se tornaram distantes. Assim que saímos, ele soltou um suspiro exasperado e virou-se para mim.

— O que você estava pensando, Stella? — Perguntou, sua expressão mostrava a irritação que ele sentia. — Todo mundo lá dentro está falando sobre isso. Você sabe que a reputação é importante, especialmente para alguém como você.

Tentei me explicar, mas as palavras simplesmente não saíam. Ele parecia tão decepcionado, e isso doía mais do que eu esperava.

— Eu não queria que as coisas acontecessem assim — Finalmente consegui dizer, tentando manter a voz firme. — Não foi intencional. 

— Não foi intencional? — Ele repetiu, a incredulidade evidente em seu tom. — Você precisa se cuidar! Isso pode afetar você e nossa família.

— Eu estava tentando esconder, Artur, para que ninguém descobrisse — Confessei, baixando a cabeça, envergonhada. — Eu não queria que as pessoas falassem de mim assim.

Ele respirou fundo, como se estivesse se esforçando para manter a calma.

— Sabe que não é assim que as coisas funcionam, Stella — Disse ele, o tom sério. — O que você fez pode ter consequências. As pessoas vão falar, e você sabe disso.

— Eu sei, mas não posso controlar o que as pessoas pensam. Eu só queria me divertir, Artur. Não pensei que isso iria se espalhar tão rápido. — Olhei para ele, a frustração crescendo dentro de mim. —

— Se era para você trazer problemas, deveria ter ficado no Brasil. — Artur balançou a cabeça, claramente frustrado. — 

— Eu não fiquei no Brasil para não decepcionar a mamãe e o papai! Eles já tinham organizado toda a festa para mim. Eu queria estar aqui com você, mas, honestamente, eu queria ter ficado no Brasil, com os meus amigos e com as pessoas que realmente se importavam comigo, em vez de estar aqui sendo julgada. — Senti uma onda de revolta crescendo dentro de mim. — 

— E agora você vê o que aconteceu? — Ele respondeu, a seriedade em seu tom deixando claro o quanto aquilo o afetava. — Isso não é só sobre você. É sobre como suas ações impactam os outros também. 

— Eu só queria um pouco de liberdade. Queria aproveitar a festa sem que tudo fosse um julgamento. — Eu fechei os olhos por um momento, tentando encontrar as palavras certas. — 

— Eu entendo, mas às vezes é preciso pensar nas consequências. Você sabe que todo mundo está falando sobre isso agora, e isso pode prejudicar sua reputação aqui. — Artur suspirou, passando a mão pelos cabelos. —

— Eu só quero que as pessoas vejam quem eu realmente sou, não a garota que ficou com um jogador — Murmurei, sentindo a frustração se transformar em tristeza. — Não sei mais o que fazer para que me aceitem de verdade. 

— Então pense nas consequências da próxima vez — Ele respondeu, sua voz firme e sem espaço para discussão. — 

Artur se virou e saiu, entrando novamente no salão, enquanto eu ficava paralisada, sentindo a tensão da conversa se dissipar em meu peito. Caminhei para longe daquele lugar, o peso da frustração e da decepção se acumulando. O vento da noite me envolveu, e, de repente, lágrimas escorriam pelo meu rosto, um choro que eu não sabia que estava prestes a acontecer.

A sensação de estar perdida me levou até um banco em uma praça próxima, onde me sentei, tentando recuperar o fôlego. O silêncio da noite parecia refletir minha solidão. Olhei ao redor, a iluminação suave da praça criando sombras dançantes nas árvores.

Era tudo tão diferente do Brasil, da vida que eu deixei para trás. Senti uma onda de tristeza me dominar, enquanto me perguntava se algum dia conseguiria ser vista além dos rótulos que os outros colocavam em mim. O frio do metal do banco contrastava com o calor das lágrimas que continuavam a cair.

Ouvi passos leves se aproximando e, quando olhei para o lado, vi Pedro parado, me observando com um olhar preocupado. Ele hesitou por um momento antes de se aproximar mais.

— Posso ficar aqui com você? — Ele perguntou suavemente, apontando para o banco ao meu lado. — 

Assenti levemente, tentando limpar as lágrimas que ainda escorriam. Ele se sentou em silêncio, sem pressionar.

Pedro tentou quebrar o silêncio com cuidado, escolhendo as palavras com atenção.

— Eu me preocupo com você, sabe? — Ele disse, mantendo o olhar fixo à frente, a voz baixa, mas sincera. — 

Respirei fundo, tentando não deixar mais lágrimas caírem, mas ainda assim, minhas palavras saíram mais duras do que eu pretendia.

— Não deveria — Respondi, com um toque de firmeza na voz. — Eu não preciso que ninguém se preocupe comigo.

Pedro franziu o cenho, não se afastando, mas claramente confuso com minha resposta.

— Por que você tá assim? — Ele perguntou, olhando para mim com mais intensidade agora. — Desde que você voltou do Brasil, parece que mudou. O que aconteceu?

Eu sabia que ele ia perceber. Pedro sempre foi atento, sempre se preocupou, e talvez isso fosse o mais difícil de lidar. Apertei as mãos no colo, tentando controlar a avalanche de emoções que ameaçava me dominar.

— As coisas... só mudaram, Pedro — Respondi, tentando soar casual, mas minha voz saiu mais fraca do que eu esperava. — Voltar foi... mais difícil do que eu pensei.

Ele continuou me encarando, esperando por mais. Eu podia sentir o peso da expectativa dele, mas como eu poderia explicar algo que nem eu conseguia organizar na minha cabeça? Muito menos contar que a razão de eu ter mudado tanto era ele.

— Só isso? — Ele insistiu, sem querer me deixar escapar com uma resposta vaga. — Você sabe que pode me falar qualquer coisa, né?

Assenti de leve, sentindo o nó na garganta crescer. Eu queria dizer tudo. Contar que voltar a vê-lo, estar perto de novo, trouxe de volta todos aqueles sentimentos que eu tentei esconder. Mas eu sabia que não podia. Ele nunca entenderia, e a última coisa que eu queria era estragar o que tínhamos.

— Só preciso de tempo, Pedro — Murmurei, desviando o olhar. —

Pedro suspirou, claramente preocupado, mas tentando ser gentil.

— Tudo bem, Stella. Você pode ter o tempo que precisar. Só... não precisa passar por isso sozinha, tá? — Ele colocou a mão sobre a minha, um toque suave e reconfortante. — Eu me preocupo com você, e eu tô aqui, não importa o que seja.

Senti um aperto no peito com as palavras dele. Era tão típico de Pedro ser cuidadoso e atencioso. Eu queria me sentir bem com isso, mas em vez disso, a dor só aumentava. Saber que ele estava ali, tão próximo e ao mesmo tempo tão inalcançável, tornava tudo mais difícil.

— Obrigada — Murmurei, tentando sorrir, mas a tristeza ainda estava presente no meu olhar. —

Pedro apertou levemente minha mão, como se quisesse me garantir que eu não estava sozinha.

— Vai ficar tudo bem, estrelinha — Ele disse suavemente, com aquele tom reconfortante que sempre usava. —

Suspirei, olhando para baixo antes de responder

— Eu espero que sim... — Murmurei. — Mas não é fácil quando o Artur não tem me apoiado em nada. Ele só me julga e piora tudo. 

— Você pode contar comigo, sempre — Pedro falou, com um sorriso tranquilizador. — E, sério, o Artur tem essa mania de ser chato mesmo. Não leva tão a sério. Ele deve estar só fazendo pose de irmão protetor.

A piada sobre a "chatice" do Artur me pegou de surpresa, e acabei soltando uma risada curta, a primeira da noite. O sorriso de Pedro se alargou ao perceber que tinha conseguido me fazer rir.

— Tá vendo? Até você concorda! — Ele brincou, balançando a cabeça. — Agora, vamos lá, não deixa esse mal-humorado estragar sua noite.

Ele estendeu a mão para mim, seu olhar firme e encorajador.

— Vamos voltar para a festa. Não podemos deixar uma notícia estragar sua noite. — Ele sorriu, olhando nos meus olhos com determinação. — 

— Tá bom, você tem razão. — Respondi, com gratidão. — 

Voltamos para o salão, e, enquanto a música alta e as risadas se misturavam ao ambiente, hesitei um momento antes de entrar. O receio de encarar a festa e os olhares curiosos me fez parar.

— Vamos? — Disse ele, com um sorriso, estendendo o braço para mim. — 

— Não sei se é uma boa ideia, Pedro. E se a sua namorada… — Eu me segurei por um instante, considerando. — 

— Ela já foi embora — Ele interrompeu, com um gesto despreocupado. — Vamos. 

— Tudo bem, só por hoje. — Respirei fundo, ainda nervosa, mas a sinceridade nos olhos dele me encorajou. Relutantemente, aceitei o braço dele, sorrindo. —

Ele sorriu de volta, enquanto entrávamos juntos no salão.

— Viu? As pessoas não estão olhando — Disse ele, despreocupado. —

— Você tem razão — Respondi, relaxando um pouco. — Obrigada, por me ajudar, Pedro.

Ele se virou para mim, parecendo se lembrar de algo importante.

— Espera aí, eu estou esquecendo de dar feliz aniversário para você! — Exclamou, puxando-me para um abraço. —

A proximidade dele fez meu coração acelerar e um frio na barriga tomou conta de mim. Eu tentei ignorar os sentimentos que estavam emergindo, mas era difícil quando ele me segurava assim, como se eu fosse a coisa mais importante do mundo.

— Feliz aniversário! — Disse ele, afastando-se um pouco para olhar nos meus olhos. — Espero que este ano seja incrível para você.

— Obrigada! — Respondi, tentando esconder a mistura de emoções. — 

Pablo apareceu de repente, cambaleando levemente e com um sorriso largo no rosto, claramente já um pouco bêbado.

— Olha só quem tá aqui! — Disse ele, apontando para nós dois. — Eu sempre soube que ia ver vocês juntos como casal! Sempre sonhei com esse momento!

Eu congelei no lugar, sentindo meu rosto queimar de vergonha. Pedro deu uma risada descontraída, mas não parecia nem um pouco incomodado.

— Para com isso, Pablo — Pedro falou, ainda rindo. — Você tá vendo coisa onde não tem, cara.

— Ah, fala sério, vocês sempre foram perfeitos um pro outro! — Pablo insistiu, piscando para mim de um jeito exagerado. — Só não via quem não queria!

Eu não sabia o que fazer, e olhei para Pedro de novo, esperando alguma reação. Ele só balançou a cabeça e deu um tapinha nas costas de Pablo.

— Você já bebeu demais, Pablo. Vamos te arranjar um lugar para sentar — Pedro disse, tentando tirar o foco de mim. —

Pedro e eu guiamos Pablo até uma mesa próxima, onde ele se jogou na cadeira, ainda rindo e falando sem parar.

— Vocês estão fugindo da verdade! — Ele disse, apontando o dedo para nós de maneira exagerada. — Um casal perfeito... desde sempre!

Pedro soltou uma risada leve, mas olhou para mim, talvez checando como eu estava reagindo a tudo aquilo. Eu tentei manter o sorriso, embora a confusão por dentro estivesse me deixando nervosa.

— Pablo, chega disso — Pedro falou de novo, agora com uma calma mais firme. — Vai beber uma água, antes que você fale mais besteira.

— Besteira? — Pablo deu um sorriso malicioso. — Não é besteira, Pedro! Vocês dois, juntos... é destino!

Eu ri nervosamente, sem saber onde me esconder, enquanto Pedro balançava a cabeça em descrença.

— Você vai ver, Stella — Pablo continuou, balançando o copo vazio no ar. — Um dia, ele vai perceber.

— Tá bom, tá bom, já chega — Pedro interrompeu, bagunçando o cabelo de Pablo antes de se virar para mim com um sorriso tranquilizador. — Não leva a sério o que ele tá dizendo, Stella. Ele só está... bem, sendo o Pablo.

Nesse momento, Ansu apareceu, notando a cena com uma expressão de diversão misturada com preocupação.

— Ei, você precisa controlar o seu amigo, Ansu — Falei, apontando para Pablo, que continuava rindo e balançando o copo no ar. — Ele já tá falando coisa demais.

Ansu deu uma risada, balançando a cabeça enquanto se aproximava.

— De novo, Pablo? — Disse ele, inclinando-se sobre a mesa. — Toda festa é a mesma coisa. Vamos, vou te tirar daqui antes que você estrague tudo.

Pablo fez um gesto exagerado de tristeza, mas acabou rindo de si mesmo enquanto Ansu o ajudava a levantar.

— Vocês vão me agradecer um dia! — Ele insistiu, piscando para mim e Pedro. — Só esperem!

— Claro, claro, a gente te manda um cartão de agradecimento depois — Pedro respondeu, brincando, enquanto observávamos Ansu guiar Pablo para longe. —

Soltei um suspiro de alívio quando eles saíram do campo de visão, finalmente me permitindo relaxar.

— Ele não tem jeito, né? — Perguntei, rindo levemente. —

— Definitivamente não — Pedro respondeu, balançando a cabeça. — Mas ele tem um bom coração. Só não sabe quando parar. 

Nesse momento, Carina apareceu, atravessando a multidão com um sorriso no rosto.

— Até que enfim te achei! Tava te procurando por toda parte! — Disse ela, chegando perto de mim e me dando um abraço. — Oie, Pedro.

— Oi, Carina — Pedro respondeu com um sorriso amigável, acenando levemente. —

Ela não perdeu tempo e me puxou pelo braço, me envolvendo na conversa de novo.

— Stella, vem comigo, tem uma galera querendo te dar os parabéns! — Ela brincou, puxando meu braço de leve. —

Olhei para Pedro por um instante, hesitando.

— Vai lá, aproveita sua noite — Ele disse com um sorriso encorajador. — A gente se vê depois.

Assenti, agradecendo em silêncio enquanto Carina me levava para o outro lado da festa.

— Que clima foi aquele? — Carina perguntou, me lançando um olhar curioso enquanto me puxava entre as pessoas. —

— Que clima? — tentei desconversar, embora soubesse exatamente do que ela estava falando. —

— Ah, não se faça de desentendida, Stella. Você e o Pedro estavam super próximos! — Ela continuou, com um sorriso sugestivo. — Não me diga que tem algo rolando?

— Não tá acontecendo nada, Carina. Ele namora, lembra? — Respondi rapidamente, tentando manter a compostura. —

Carina cruzou os braços, me analisando por alguns segundos antes de dar de ombros.

— É, você tem razão. Mas olha, só porque ele namora, não quer dizer que vocês não possam ter uma conexão, sabe? — Ela piscou, ainda com aquele sorriso provocador. — Só tô dizendo.

— Carina... — Revirei os olhos, tentando afastar aquela ideia. — Somos só amigos.

— Não acaba com minha história de amor! Na minha cabeça, vocês vão se casar e você vai estar em todos os jogos dele com um mini Pedro no colo — Carina disse, rindo e gesticulando como se já visse a cena. —

— Ah, pronto, encarnou o Gavi 2.0 agora? — Respondi, rindo, apesar de tudo. — Sem chances disso acontecer.

— Só tô dizendo que as melhores histórias de amor começam assim, com "só amigos". Mas vou deixar você viver sua negação por enquanto. — Carina soltou uma risada alta e deu de ombros. —

— Isso aqui não é um filme, Carina — Retruquei, balançando a cabeça, mas sem conter um sorriso. — E, honestamente, não tem nada entre nós. 

Ela ergueu as sobrancelhas com um olhar conspirador, mas acabou mudando de assunto, respeitando meu limite por ora.

Respirei fundo, sentindo o cansaço pesar sobre meus ombros, e me sentei de costas para a pista de dança vazia. O salão também estava praticamente deserto. Peguei o copo de bebida ao meu lado e, ao engolir, fiz uma careta, o gosto amargo me incomodando.

— Olha, não é porque fez dezoito que deve ficar abusando do álcool — A voz de Pedro soou próxima demais, quase sussurrada perto da minha orelha, me fazendo arrepiar de surpresa. —

Me virei rapidamente, tentando controlar o nervosismo que surgiu de repente.

— O que você ainda tá fazendo aqui? — Perguntei, tentando soar casual, mas sentindo o arrependimento bater por deixá-lo se aproximar tanto. —

— Eu estava conversando com o Artur — Ele disse, apontando para a pista vazia — Mas ele já foi embora.

— Ele o quê?! — Exclamei, indignada. — O Artur tinha que me levar pra casa!

— Não é mais ele quem vai te levar. Ele pediu pra mim te levar, então relaxa, tô aqui pra isso. — Pedro deu de ombros com um sorriso tranquilo. — 

Suspirei, sentindo a frustração crescer, e tomei mais um gole da bebida, deixando o gosto amargo deslizar pela garganta.

— Eu odeio essa mania do Artur de não saber ser maduro o suficiente pra separar nossas brigas — Desabafei, já me sentindo cansada daquele ciclo repetitivo. Levei o copo aos lábios novamente, mas antes de conseguir beber mais, senti a mão de Pedro envolvendo a minha, interrompendo o movimento.

— Ei, calma aí — Ele falou suavemente, olhando nos meus olhos enquanto segurava minha mão com firmeza. — Não desconta isso na bebida. Não vai resolver nada.

Eu hesitei, encarando o copo por um segundo, antes de baixar lentamente a mão. Pedro tinha razão, mas era difícil ignorar aquela sensação de frustração.

— Só acho que ele podia ser mais adulto, sabe? — Murmurei, desviando o olhar, enquanto Pedro ainda mantinha a mão sobre a minha. — Eu cansei de lidar com essas atitudes.

— E você tem todo o direito de se sentir assim — Pedro respondeu, seu tom calmo e reconfortante. — Mas, se encher de bebida agora, não vai mudar o que você está sentindo.

Eu respirei fundo, ainda sentindo aquele nó na garganta, mas baixei o copo de vez, olhando para o vazio por um instante.

— Pedro, podemos ir embora? — Perguntei, quase em um sussurro. — Tô cansada. Não aguento mais ficar aqui.

Ele me olhou com compreensão e assentiu, soltando a minha mão e se levantando da cadeira.

— Claro, vamos sim. — Ele sorriu levemente, estendendo a mão para me ajudar a levantar. — Você precisa descansar.

Me apoiei na mão dele e, com um último olhar para o salão vazio, comecei a caminhar ao lado de Pedro, finalmente aliviada por estar indo embora.

Enquanto caminhávamos em direção à saída, Pedro quebrou o silêncio.

— Você não se sente bem aqui, né? — Perguntou ele, com uma leve preocupação na voz.

Suspirei, olhando para frente, tentando encontrar as palavras certas.

— Não é isso... — Comecei, dando de ombros. — Só que... meu lar sempre foi no Brasil, sabe? Por mais que eu tente, aqui nunca vai ser o mesmo. Sinto que estou sempre fora do lugar, como se faltasse algo.

Pedro assentiu, entendendo.

— Imagino que seja difícil — Ele disse, mantendo o tom calmo e acolhedor. — Mas tenho certeza de que você vai achar seu espaço aqui também, com o tempo.

Sorri, mesmo que fosse um sorriso triste.

— Sabe o que você devia fazer? — Ele disse, com um tom mais leve. — Ir no próximo jogo. Eu sei que você sempre gostou de futebol, e isso pode te distrair um pouco.

Olhei para ele, meio surpresa, mas considerei a sugestão.

— Talvez… — Murmurei, dando de ombros. — Faz tempo que não vou a um jogo, e acho que poderia ser bom.

Pedro percebeu que eu estava começando a considerar a ideia e aproveitou o momento para tentar me animar ainda mais. Enquanto entrávamos no carro, ele abriu um sorriso brincalhão.

— Aposto que, se for, vai até me ver marcar um gol e ficar torcendo na arquibancada, com cartazes e tudo mais — Ele disse, rindo enquanto dava partida no carro. —

Eu não pude deixar de rir também, balançando a cabeça.

— Ah, claro! Vou até pintar meu rosto com as cores do time, fazer uma faixa com seu nome e gritar “Vai, Pedro!” o mais alto possível — Respondi, entrando na brincadeira. —

Ele riu, feliz por ter conseguido me fazer sorrir.

— Agora sim, é esse o espírito! — Disse, enquanto acelerava o carro suavemente pelas ruas ainda tranquilas da noite. —

Pedro lançou um olhar de lado, com um sorriso satisfeito.

— Viu só? Só eu consigo te fazer sorrir assim, até em momentos como esses — Ele se gabou, com aquele tom divertido de sempre. —

Eu revirei os olhos, decidindo entrar na provocação.

— Ah, claro, só você... — Brinquei. — Mas não esquece do Fermin. Ele também tem seus momentos, sabe?

Pedro fingiu uma expressão ultrajada, batendo de leve no volante.

— Fermin?! — Ele exclamou, dramaticamente. — Não acredito que você tá me comparando com ele! Isso é quase uma ofensa!

Eu ri, sacudindo a cabeça.

— Relaxa, Pedro, tô só brincando — Respondi, ainda sorrindo. — Mas é engraçado ver sua reação. Parece que mexi com o orgulho de jogador de futebol.

— Mexeu mesmo — Ele brincou, mas logo deu uma risada. — 

Pedro me lançou um olhar curioso enquanto mantinha uma expressão de leve surpresa.

— Então, você e o Fermin... vocês têm algo? — Ele perguntou, de forma mais descontraída, mas com um tom que revelava certa curiosidade genuína. —

Suspirei, virando um pouco no banco para olhá-lo.

— Não, Pedro, não temos nada — Expliquei, tentando esclarecer de uma vez por todas. — A gente só ficou uma vez, foi algo bobo. Depois disso, viramos bons amigos e nada mais. Não tem sentimento envolvido, só amizade mesmo.

— Claro, claro, entendi. As pessoas só adoram aumentar a fofoca, né? — Ele comentou, balançando a cabeça de leve. — Eu já ouvi tantas histórias por aí que você nem imagina. Só que agora faz sentido.

— Pois é, é impressionante como todo mundo gosta de inventar uma novela quando não tem nada de mais — Respondi, aliviada por ele parecer ter entendido. —

— Mas que bom que você explicou. Agora, se alguém vier com essa história de novo, eu posso desmentir — Ele disse, ainda com aquele ar despreocupado, mas que me fez sentir mais leve. —

— Bom, obrigada por querer me ajudar. Você salvou minha noite um pouquinho. — Agradeci, sorrindo. —

— Só um pouquinho? — Ele perguntou, fingindo uma expressão de pura decepção. — Eu achando que estava fazendo um serviço completo e você me agradece por "um pouquinho"?

Eu revirei os olhos, mas não pude evitar sorrir.

— Tá, talvez tenha sido mais que isso — Brinquei, segurando o riso. — Mas não quero te dar muito crédito, senão você vai ficar convencido.

Pedro colocou a mão no peito, como se tivesse levado um golpe.

— Convencido? Eu? Jamais! — Ele disse, em tom dramático. — Eu sou humildade pura, só tô aqui fazendo meu papel de salvar a noite de uma amiga.

Eu ri, balançando a cabeça, e decidi entrar mais na brincadeira.

— Tá bom, Pedro. Você não ajudou só um pouquinho... — Fiz uma pausa teatral, olhando para ele de lado. — Você ajudou muito. Pronto, feliz?

Ele sorriu, satisfeito.

— Ah, agora sim, estou satisfeito! — Ele respondeu, com um sorriso triunfante. — O que seria de mim sem essa gratificação?

Enquanto Pedro dirigia, o clima no carro estava leve e divertido. Em pouco tempo, chegamos à minha casa, e eu olhei pela janela, percebendo que a noite tinha realmente passado rápido.

— Bom, chegamos — Disse ele, estacionando o carro. — Espero que você tenha se divertido um pouco mais.

— Eu me diverti sim, obrigada — Respondi, sentindo uma onda de gratidão. — Você realmente fez a diferença hoje.

Pedro virou-se para mim, um sorriso genuíno no rosto.

— Fico feliz em ouvir isso — Ele disse, com um brilho nos olhos. — Você merece se divertir, mesmo que as coisas estejam complicadas.

— Obrigada, Pedro. Às vezes, só preciso de um empurrãozinho — Respondi, apreciando a sinceridade dele. —

Ele assentiu, parecendo refletir por um momento.

— Então, já que você se divertiu, espero que esteja pronta para o próximo jogo. Vou precisar da sua torcida! — Ele disse, um tom brincalhão na voz. —

— Pode deixar! Estarei lá, torcendo por você — Respondi, rindo. —

— Ótimo! Agora, não esquece de me chamar. E, por favor, sem cartazes exagerados — Ele brincou, piscando. —

— Pode deixar, só vou te apoiar discretamente! — Brinquei, piscando de volta. —

— Boa noite, então. Cuida de si, tá? — Pedro sorriu, dando-me um aceno de cabeça. —

— Você também! — Disse eu, enquanto abria a porta. — E, novamente, obrigada por tudo.

— De nada! Sempre que precisar, é só falar — Ele respondeu, com um sorriso sincero. —

Eu ainda custava a acreditar que, mesmo após todos esses anos, nossa amizade permanecia a mesma. Tudo parecia intacto, como se o tempo não tivesse passado. Mas no fundo, meu coração sabia que, para mim, ele era bem mais do que um amigo.

PROMETI e está entregue a segunda parte da festa, amigos como o Pablo nem precisa de inimigo.

DESCULPA qualquer erro ortográfico. Espero que estejam gostando da Fanfic.

VOTEM e COMENTEM para a liberação do próximo capítulo ser rápido. Bjos da Bia.

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