🚏09
Hoje faz uma semana que estamos vigiando a garotinha de 7 anos, no Hospital. Seguimos a orientação do nosso segundo chefe, Jeremy, que nos obrigou a procurar diversas vezes por uma pista que nos daria a verdadeira informação sobre ela. Hoje é quarta vez que o doutor Marçal, acompanhado da enfermeira Joyce, faz diversas perguntas para a tal garotinha.
― Qual é o seu nome? ― perguntou a enfermeira e a garota ficou confusa, depois olhou para mim. ― Seu nome é…
― Eu não sei. ― ela respondeu confusa. ― Eles dizem que o meu nome é Aurora Cortez. ― a garotinha olhou para o Daniel. ― Não consigo me lembrar de nada... A dor na minha cabeça está muito melhor...
― Seu nome é Aurora Cortez. ― Otávio sussurrou da cadeira próxima. ― Doutor, vai demorar muito para ela se lembrar de tudo? Ainda bem que as dores passaram.
― Aurora, você sabe quem são eles? ― a enfermeira indagou, apontando para nós três. ― Consegue se lembrar de alguma coisa importante ou de algo sobre eles?
― E-eu não sei quem são eles e também não consigo me lembrar de nada! ― a menina respondeu um pouco alterada.
― Aurora se acalme... Não precisa se preocupar com nada, ouviu? Estamos aqui para te ajudar. Essas perguntas irão te ajudar a se lembrar de algo... ― a enfermeira segurou as mãos pálidas dela. ― Vamos continuar com os tratamentos. Amanhã voltarei com alguns docinhos e também irei fazer outras perguntas...
― Ei, menininha, você não se lembra de nada do acidente? Nada de nada? ― Daniel perguntou sentindo um certo desconforto.
― Eu não consigo me lembrar de nada. ― ela respondeu olhando para a enfermeira.
― E do seu pai? ― Joyce perguntou, cautelosamente. ― Aurora, você consegue se lembrar de alguma coisa que vivenciou com ele? Um momento muito especial?
― Não muito... Não sei se são lembranças. ― ela respondeu, ainda confusa. ― Tenho a impressão que é ele que sempre vem me visitar pela noite quando estou dormindo. Sei que ele trabalha muito...
― Aurora, como você sabe que é o seu pai que sempre aparece aqui à noite? ― Daniel perguntou, interrompendo a garotinha.
― Eu finjo que estou dormindo... Ele chega normalmente e fica sentado na cadeira. ― ela apontou para o banco próximo à sua cama. ― Ele fica segurando a minha mão.
― Aurora tem certeza que era o seu pai? ― a enfermeira indagou mais uma vez, e ela balançou a cabeça em forma de positivo. ― Que ótimo! Isso é um bom sinal... ― a ruiva olhou para o Daniel. ― Ah, e o senhor deveria ir na sala 12 fazer outro curativo.
― É... Obrigado. ― ela me olhou, desconfiada. ― Daqui a pouco eu passo lá.
O doutor Douglas Marçal foi o primeiro a se retirar da sala e em seguida a enfermeira Joyce, que parecia suspeitar de alguma coisa entre nós. Ela me parece que está desconfiada de algo e não para de fazer perguntas para a garotinha. Joyce é a única enfermeira que faz isso. Não sei o que me incomoda mais entre isso e o fato do nosso chefe se envolver em um esquema envolvendo a garotinha.
― Isso é tão chato. ― Aurora resmungou tentando se levantar da cama. ― Porque eu não posso sair daqui e me lembrar das coisas? Eu não me sinto muito bem...
― É por que você deveria descansar. ― Otávio encarou. ― Ou não se lembra do que aconteceu ontem? Eu tive que limpar a bagunça que a senhorita fez no corredor e isso não está no contrato do emprego.
― Ele tem razão. ― Daniel respondeu ajeitando a faixa de curativo em sua testa. ― A senhorita deveria descansar mais.
― Eu não quero! ― ela cruzou os braços. ― Por que eu não posso sair? Eu não quero ficar aqui sendo vigiada por vocês três!
― Aurora tenha cuidado para não se alterar, lembra do que a enfermeira disse? ― digo me aproximando dela. ― O que acha da senhorita descansar um pouquinho? Sei que isso tudo é um tédio.
― E o dia já começou cansativo. ― Otávio acrescentou.
― Vocês tem razão. ― ela abriu um sorriso. ― Tô precisando descansar.
― Está vendo? ― Daniel sorriu. ― Essa garotinha é a carinha do nosso chefe...
― Não me chamem de garotinha! ― ela gritou se revoltando, mas voltou para cama. ― Será que os senhores podem sair do meu quarto para que eu possa dormir?
― Hum.... ― todos sussurraram. ― Tem certeza que a senhorita vai descansar?
― O que vocês acham que eu vou fazer? Sabe muito bem que eu não posso sair correndo... Não posso, mesmo querendo.
― Pessoal vamos deixar a menina em paz. ― Daniel comentou o próximo à porta. ― Ela só quer descansar um pouquinho.... Vamos aproveitar para ir comprar algo?
― Está bem… ― respondi indo até a porta. ― Otávio você vem? Podemos comprar....
🔲
Saímos do quarto e nos escondemos perto do corredor ao lado na expectativa de ver a garotinha sair correndo outra vez. Não seria a primeira vez que ela tentaria fugir. O meu celular vibrou indicando que havia chegado uma mensagem do próprio Jeremy Renner que dizia: "Se a pirralha for deixada sozinha por um segundo, haverá consequências. Quero olhos bem atentos o tempo todo. Não tolerarei negligência."
― Já se passaram cinco minutos e a menina não saiu. ― Otávio comentou escorado na parede. ― Vamos embora?
― E se ela estiver nos enganando? ― Daniel respondeu se esticando um pouco. ― Além do mais, eu preciso passar na sala 12 para fazer outro curativo.
― Ei! Nós não podemos deixar a garota sozinha de jeito nenhum. Vocês já viram a mensagem que eu acabei de receber? ― aproximei o meu celular próximo deles.
― Tenho a impressão que ela já foi dormir. O que acha da gente ir comprar lanches? ― Otávio sorriu. ― Isso não é nada. A garota está dormindo igual a um anjinho.
― Podem ir, eu vou ficar aqui vigiando. Não quero que as coisas deem errado...
― Qual é Will? Vai ficar fazendo o quê aqui? Você tem que vir junto! Se você ficar sozinho pode estragar tudo com sempre!
― Olha quem fala, hein? Se não fosse por você, Otávio, a gente não estaríamos aqui trabalhando como babás de uma garota que nem conhecemos. ― Daniel respondeu. ― Não tínhamos entrado nessa confusão. Então meu amigo, a culpa é todinha sua! Você é o responsável.
― Tá bom, tá bom! Pessoal, vamos nos concentrar no nosso trabalho. ― digo olhando para eles. ― O que acham da gente ir comprar alguma coisa? A menina está dormindo... Ninguém vai aparecer.
📟
Contei no relógio como de costume, e demoramos uns sete minutos para voltarmos para o hospital. Se não fosse por causa do Otávio, teríamos voltado mais cedo. Qual a diferença do café gelado para o café quente? Ninguém se importa com a concentração da bebida.
― Claro que é diferente. ― Otávio argumentou fazendo com que parassemos no meio do corredor do hospital. ― O café gelado é preparado com a adição de gelo, leite ou água, o que o torna mais diluído. Ele pode ser feito a partir do café expresso quente, com o objetivo de resfriar a bebida.
― E o café quente? ― Daniel indagou.
― É sério isso? ― abaixei a minha cabeça.
― O café quente é mais concentrado, resulta em uma maior quantidade de cafeína. ― ele respondeu, e assim prosseguimos a nossa caminhada. ― Temos que concordar que qualquer tipo de café é viciante...
― O engraçado da história é que temos vários problemas acumulados e agora estamos discutindo uma bobagem dessa. ― Daniel gargalhou alto chamando a atenção de algumas enfermeiras. ― Ô pessoal? ― ele parou de caminhar. ― É impressão minha ou a porta está aberta?
― Para ser específico a porta entreaberta. ― digo dando passos lentos. ― Isso só pode significar uma coisa...
― A menina sumiu de vez. ― Otávio tapou a própria boca com as mãos ― O senhor Cortez vai nos matar...
Entrei no quarto da pequena Aurora, como fazia todas as vezes. Mas, desta vez, algo estava diferente. A porta, sempre fechada, principalmente quando chegava a esse horário, agora estava entreaberta. Fui o primeiro a entrar no quarto e parei na frente da cama vazia. O cobertor estava jogado no chão e não parecia ser uma cena forjada. Daniel, mesmo com dificuldade, procurou por alguma pista.
― E se ela apenas saiu para buscar algo? ― Otávio sugeriu já dentro do quarto. ― Ou será que algo mais suspeito aconteceu?
O que mais me intrigava era saber realmente quem era essa garota que havia aparecido em nossas vidas. E o que realmente aconteceu com essa Aurora?
― Quem vai entrar em contato com o Jeremy? Eu mesmo que não vou....
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