🚏05
Que eu saiba eu não levei nenhuma pancada forte na cabeça ao ponto de delirar essa cena. Desde quando que o poderoso chefão tem uma filha? Isso está mais estranho do que a vitória do Leon ontem à noite na corrida de carros, pois aquele babaca nem sabe dirigir direito. E agora isso? Aposto que Will e Otávio são os culpados de tudo!
― Não se preocupe, senhor, vamos consertar o que aqueles dois imbecis fizeram de errado. ― Jeremy disse na porta do quarto, antes de ir fazer uma ligação urgente. ― Com licença, senhor.
Uma linda enfermeira se aproximou do quarto fazendo com que eu perdesse todo o meu foco em meu serviço ali.
― O senhor já pode entrar no quarto e ver a sua filha. ― ela respondeu ao comando.
Eu rapidamente abri a porta para o poderoso chefão entrar, em seguida o Jeremy entrou e eu pude esperar até que a enfermeira fosse embora dali.
― Binho, por acaso você vai ficar aí fora?
― Claro que não, senhor. ― entrei com a permissão dele, e fiquei apenas olhando para a garota que estava dormindo. ― Que menininha bonitinha. Ela é uma gracinha.
― Fica quieto. ― Jeremy me encarou enquanto ainda conversava na ligação.
― Eu só tenho uma perguntinha... Ela é mesmo filha do chefe? Não que ela não pareça... Ela parece só um pouquinho...
― Fica quieto. ― ele respondeu outra vez.
― Jeremy... Quem aprontou tudo isso foi Will, né? Aquela cabeça de coco não sabe fazer nada direito. Era para ter me...
― Jeremy? ― a voz do poderoso chefão me fez arrepiar com medo dele. ― Avisa para esse garoto que se ele não ficar quieto, eu prometo que eu mesmo vou calar a boca dele de uma vez.
De repente o ambiente do quarto ficou gelado e tenso e eu só pude ficar quieto.
― Com licença? ― outra enfermeira entrou no quarto com a permissão do chefe, seu nome era Joyce, pois estava escrito no jaleco da moça. ― Não se preocupem, ela vai acordar bem melhor amanhã. ― ela sorriu. ― O senhor tem uma menina muito bonita e bem forte por sinal...
― Ela é sim, a garota se parece muito com o poderoso chefão. ― digo olhando para ela, quero dizer a enfermeira. ― É bonita.
― Se acontecer alguma coisa, é só me chamar. ― ela respondeu, me ignorando. ― Senhores, ela vai ficar bem logo.
― Ok.
A enfermeira foi embora e Jeremy desligou a ligação enquanto o poderoso chefão me encarava como se eu fosse o seu rival nos negócios da família.
― O que vamos fazer? ― perguntei. ― Eu não fiz nada, ok? Vamos fazer algo...
― O que quer fazer? ― o chefão cruzou os braços, e imaginei que ia fazer outra coisa. ― Por que continua fazendo tantas perguntas? O garoto sabe o meu desejo?
― Senhor, o dia de hoje foi bastante corrido, por isso acho melhor votarmos para o hotel para que o senhor descanse um pouco. ― Jeremy argumentou, interferindo ele em fazer algo. ― Podemos deixar o Binho vigiando o quarto da garota, pois acredito que os pais verdadeiros vão aparecer a qualquer momento. Não seria bom um encontro tão confuso como da outra vez...
― Jeremy, você tem razão. ― ele assentiu.
― Jeremy? ― digo me aproximando dele para sussurrar algo baixinho, preferindo que o chefão não ouvisse. ― Jeremy, eu não posso ficar aqui no hospital. O senhor sabe o quanto a corrida de hoje é importante? Nós não podemos perder.
― Ô garoto essa corrida não importa mais. A corrida de hoje já desceu pelo ralo muito antes de começar, entendeu? ― o próprio chefe me respondeu, me fazendo ficar em alerta. ― Sem dúvida hoje é meu pior dia. Caramba! Eu não me senti bem na reunião com o meu próprio pai pela manhã, e agora isso me acontece para piorar todos os meus negócios. ― ele acrescentou, se aproximando da garota.
― Chefe quem é ela? ― perguntei, me arriscando. ― E quem são os pais dela?
― Binho, não sabe ficar quieto? ― Jeremy me encarou, talvez um pouco preocupado.
― Tudo bem. ― Derick respondeu calmo. ― A culpa não foi dele e por isso você pode ficar tranquilo porque eu não vou descontar a carga em uma pessoa inocente. O que me preocupa mais é o fato da garota ter sido encontrada naquele lugar... Está muito difícil de entender.
― Ela foi encontrada na onde? ― indaguei.
― Jeremy eu tenho um trabalho para você. ― o chefe ordenou, ignorando a minha pergunta. ― Eu quero que você investigue tudo sobre o ocorrido e interrogue aqueles dois. Quero saber de tudo e com detalhes.
― Sim, senhor! Amanhã eu mesmo vou investigar tudo sobre a garota e vamos encontrar um jeito de resolver toda essa confusão e o seu outro problema.
― Qual? ― o chefão perguntou entediado.
― Estou me referindo às ações da empresa do seu pai, senhor Cortez.
― Isso pode nos beneficiar em alguma coisa? ― perguntei cruzando os braços. ― Senhor, o que vamos fazer quando essa garotinha acordar amanhã?
― Isso é o de menos.
― De menos?
― Fica quieto Binho. ― Jeremy me encarou mais uma vez, em seguida olhou para o poderoso chefão. ― Senhor, acho melhor irmos para a sede agora pois não podemos perder a corrida de hoje. Eu havia me esquecido da corrida de hoje. ― ele concluiu aflito, olhando para o relógio.
― O que seria de mim sem você em Jeremy? Ainda bem que eu tenho você, meu amigo. ― ele respondeu, sorrindo. ― Vamos de uma vez. Ah, e que o garoto Daniel fique no hospital olhando a garota e vai me informar toda a situação. ― ele acrescentou, na frente da porta do quarto.
― Sim, senhor! ― respondi, rapidamente.
― Ah! E só mais uma coisinha importante. Eu quero que fique bem longe das enfermeiras curiosas do hospital. Não abra a sua boca grande para dizer nem um piu sobre o acidente com a garota, ou não, você vai piorar mais as coisas. Isso não pode mais sair do controle, entendeu?
― Sim, senhor! ― digo endireitando a minha postura em frente dele. ― Eu vou fazer o meu serviço bem feito! O melhor!
― Ok. ― ele respondeu, saindo primeiro.
― É melhor você não bobear igual aos outros, está me escutando, Binho? ― Jeremy passou pela minha frente. ― Você é uma pessoa muito valiosa para o chefe.
― O senhor vai ter que confiar em mim. ― olhei para a garotinha deitada na cama. ― Ninguém vai desconfiar de nada...
― Eu espero. ― Jeremy assentiu e foi-se embora logo após o poderoso chefão.
― Quem diria, um dia eu sou o piloto de carro mais famoso da corrida. E no outro eu viro a babá de uma garotinha? Muito interessante. ― dei uma boa observação no quarto da paciente do chefe. ― Até que esse lugarzinho me parece chique. Legal tem até umas cadeiras aconchegantes. ― acrescentei, me aproximando da garota. ― Se você não é filha do chefe, então porque ele está te protegendo? Sabe, o chefe é muito ambicioso... Eu tenho muito medo dele. Esse pessoal não tem coração. ― digo sentando-se no banco ao lado da garota. ― Isso é mesmo aconchegante...
Eu me aconcheguei e dormi ali mesmo.
Eu sonhava aproveitando o meu salário com todas as coisas que sempre tive vontade de experimentar, mas graça ao imbecil do Will, eu me acordei com facilidade.
― Bom dia, Binho! ― ele gritou olhando para mim, com aquele semblante. ― Vai lá pegar o seu café e pegar um para mim.
― Bom dia? ― cocei os meus olhos um pouco atordoado. ― Como assim? Eu estou morto, não aguento mais respirar esse cheiro de hospital. ― digo me levantando de uma cadeira aconchegante. ― As minhas costelas estão doloridas e vocês dois sabem porque?
― Vou ignorar sua pergunta imatura. ― Otávio resmungou baixinho.
― Ah, cara! Isso tudo aconteceu por causa das suas irresponsabilidades em cumprir o que o chefe mandou, caramba! ― gritei. ― Foi eu quem teve que vigiar essa garota a noite toda! Eu tive que perder a corrida e isso não faz parte da nossa organização!
― Vigiando? Binho, meu amigo, você ficou dormindo e babando a noite toda. ― Will me encarou, talvez achando que eu teria medo dele. ― E agora você está colocando a culpa na gente assim?
― Eu estou mentindo? Então me expliquem como é que a garota tem o sobrenome do chefe, hein? ― perguntei enquanto os dois homens à minha frente. ― Otávio, você tem algo a dizer em sua defesa? ― ele se manteve em silêncio. ― Está vendo? Depois diz que não são os culpados por essa confusão toda. Por acaso os dois já pensaram no que vai acontecer com a gente quando hospital descobrir que a garota foi sequestrada? Estamos omitindo uma coisa grave...
― Você está com medo da polícia, justamente você, Binho?
― O que você quer, Otávio? Como não posso ter medo da polícia? ― digo olhando para a porta do quarto. ― Vocês sabem que a qualquer momento nós vamos ser pegos por eles, né?
― Parem de falar essas coisas tão alto! Seus imbecis, alguém pode entrar e escutar tudo. Vocês querem isso?
― Quem são vocês? ― uma voz doce nos pegou despercebidos, foi um susto. ― E o que estão fazendo aqui?
― Ela acordou... Pessoal, ela acordou! ― Will comentou sem saber o que fazer. ― O que é que vamos fazer agora mesmo?
― Temos que chamar a enfermeira!
― Quem são vocês? ― ela perguntou novamente, querendo sair da cama.
― Will, você vai ficar com ela e eu vou avisar para o chefe que ela acabou de acordar. ― Otávio disse saindo do quarto.
― Quem são vocês?
― Oi, nós somos da família. ― Will tentou se aproximar de um jeito ou de outro. ― Prazer, sou seu tio, o Will.
― Socorro! ― a garota começou a gritar de várias maneiras. ― Alguém me ajuda! Eu não conheço vocês... Socorro!
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