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Nathalie's point of view
— A pesquisa de vocês está perfeita! Vocês apontaram ótimos pontos, muito bom! Está realmente excelente, parabéns! — ela sorriu para a gente e nos voltamos para as nossas cadeiras.
— Eu tô quase desmaiando de tanto sono — Henrique dizia enquanto se sentava.
— Nem me fale! Tive que fazer um reboco na minha cara para conseguir vir — rimos.
— Nath, você vai querer passar o intervalo comigo ou vai fugir novamente? Posso te chamar de Nath, né? — ele fazia uma expressão engraçada que me fez soltar uma risada descontraída.
— Claro, só preciso ir ver minha irmã antes de ficar contigo.
— Sem problemas, eu vou com você para ter certeza de que você não vai fugir — ele me deu uma piscadela.
Por mais que eu estivesse adorando tudo aquilo, achava meio estranho. Em menos de um dia, nós estávamos com uma intimidade de anos. Mas tudo bem; ele era super gatinho, engraçado e legal, então estava saindo no lucro só por tê-lo como amigo.
˖˙ ៹
— Nathalie e Henrique, acordem! — levantei minha cabeça que doía demais e me espreguicei. Eu havia dormido nas três aulas antes do recreio. — Já vai tocar para vocês descerem, e essa foi a primeira e última vez. — ouvimos o sinal tocar e nos levantamos ainda meio lentos.
— Caramba, passou muito rápido! Eu só encostei e ela me acordou. — falei enquanto ele concordava.
— Sim, concordo. A propósito, sua irmã é de qual sala?
— Primeiro B, olha ela ali — apontei para a Nina que estava vindo em minha direção. Ela me abraçou e cumprimentou Henrique. — Nina, esse é Henrique, um amigo da minha sala. Henrique, essa é a Nina, minha irmã.
— E aí, eu acho que te conheço de algum lugar — Nina olhava com uma expressão confusa para Henrique. — Você deve ser famoso no TikTok.
— Na verdade, eu tenho uma banda.
— QUE? — eu e Nina falamos em uníssono.
— Ah, é a Quatrok, né? — Nina perguntou
— Isso!
— Ei, do caralho as músicas! Tu canta demais, viado — Nina fez uma expressão exagerada enquanto ele ria do seu vocabulário. — A Babi também canta.
— Babi?
— É um dos meus apelidos.
— Que fofo! Não sabia que você cantava, Babi.
— Eu não tenho lá essas vozes todas. Faz muito tempo que eu não canto; acho que desaprendi.
— Que mentira, Nathalie! Tu é toda afinada; parece um anjo cantando — ri do comentário dela. — Depois eu te mostro um vídeo dela cantando, Henrique. Juro que tu vai se apaixonar. — Rimos com seu comentário.
— Tá bom, chega desse assunto. Mamãe te deu dinheiro pra comprar comida?
— Eu nem pedi!
— Quer ir comprar alguma coisa? — vi um sorriso se formando no rosto dela quando peguei meu cartão para lhe dar.
— Nem tava com fome, mas aceito. Quer que eu compre algo pra você?
— Quero uma coxinha e uma coca. — Ela seguiu em direção à cantina enquanto eu e Henrique fomos para o pátio, nos sentamos perto de um banco sob uma árvore.
Estávamos em uma conversa leve quando nossos celulares apitaram, avisando sobre a mensagem no grupo da escola.
— Festa? Mas a gente nem teve uma semana de aula!
— Esqueci de te dizer: nossa turma é super festeira desde o ano passado, então em qualquer oportunidade vão querer fazer festa. E pelo visto já encontraram a primeira oportunidade — vimos o comunicado "Festa em comemoração ao primeiro dia de aula" que seria na sexta-feira lá na escola. — Você vai?
— Não sou muito de ir a festas, mas é o último ano escolar. Com certeza eu vou! Você também vai, né?
— Se você for, eu vou! — ri da sua resposta.
— Não sabia que você tinha uma banda.
— Ah, a gente conversou por pouco tempo... — interrompi-o.
— Pouco tempo? — olhei incrédula enquanto ele ria. — Henrique, a gente conversou por quase doze horas!
— Reformulando minha fala: o papo estava tão bom que acabei esquecendo! — ele disse enquanto apoiava o braço no banco.
— Qual o nome da banda de vocês? — perguntei enquanto abria meu Instagram.
— Quatrok — ele disse e eu digitei na barra de pesquisa; assim que entrei no perfil levantei imediatamente o olhar.
— O que foi? A gente foi cancelado?
— Henrique, olha quantos seguidores vocês têm! — virei meu celular para ele. — Calma! Me diz seu Instagram.
Lhe dei meu celular enquanto ele colocava meu Instagram em seu celular.
— HENRIQUE BONADIO, VOCÊ É FAMOSO! — falei em um tom mais alto enquanto ele ria. — Não acredito! Tô chocada! Eu sou amiga de um popstar?
— Nem é pra tanto; quem realmente é famoso é o Theo e o Pedro; eles fizeram novelas pro SBT.
— O Pedro que você fala é o Pedro Miranda?
— É sim! Ele fez "Carinha de Anjo".
— Eu fiz aula de teatro com ele!
— Não sabia que você tinha feito aula de teatro!
— A gente se falou por pouco tempo... — disse imitando-o.
— Então se vocês tiveram aula de teatro juntos, ele deve te conhecer!
— Faz muito tempo; acho que não…
— Calma! Vamos tirar uma foto! — ele dizia enquanto tirava o celular do bolso.
— Visionário você; já querendo uma foto pra quando eu me tornar uma atriz famosa você dizer que me conheceu antes da fama! — disse ajeitando meu cabelo enquanto ele ria.
— Você é bem esquisitinha!
— Você me ama! — minha resposta foi quase instantânea.
˖˙ ៹
— Vai ter bebida? — Um aluno da nossa sala perguntava para o representante da festa.
— A escola não deixou porque alguns ainda são menores, mas uma dica pra vocês que querem beber: coloquem em garrafas normais e bebam disfarçadamente. Resolvido!
— Vocês poderiam fazer umas brincadeiras, tipo barraca do beijo ou futebol de sabão. — Outra garota dava a ideia para a representante.
— Boa ideia! Todos concordam? — As duas salas juntas concordavam. — Ótimo, vou perguntar quanto custa o aluguel e nós passaremos a cotinha para vocês.
— Se tudo der certo, iremos mudar a data e o horário para sábado à tarde, e à noite fazemos a festa, já que dá pra tomar banho aqui. — Outro representante concluía. — Sobre os trotes e as festas, alguém tem alguma sugestão?
— A gente podia fazer uma festa do pijama na escola, mas tipo de noite mesmo. Poderíamos ficar de sexta até segunda. — Ouvimos alguns alunos murmurando sobre como seria legal, e o representante anotou.
— Ao invés da formatura, a gente podia alugar uma chácara perto da praia. — Essa ideia foi simplesmente genial.
— Ah, depois das aulas meu grupo vai assistir a algum filme no cinema. Você quer ir? Seria uma boa oportunidade para você conhecer mais gente. — Henrique sussurrou para mim.
— Ah, pode ser! Quando eu chegar em casa falo com meus pais. Que horas vai ser?
— Às duas. Se quiser, posso te dar carona. — Sorri para ele e ele retribuiu o sorriso.
˖˙ ៹
Cheguei em casa com a Nina e nossos pais não estavam lá. Estranhei, pois eles sempre estavam em casa nesse horário. Liguei para eles, mas não atendiam.
— Nina, o pai ou a mãe falaram contigo? — perguntei preocupada ao entrar no quarto dela.
— Não, eu liguei e só dá caixa postal. Babi, será que aconteceu alguma coisa com eles? — Suspirei frustrada.
— Vou ligar pro Nathaniel. — Saí do quarto andando em círculos pela casa enquanto escutava a ligação chamar. A cada segundo que passava, meu coração apertava mais. Será que aconteceu algo com a minha mãe? Ultimamente ela estava bem mal de saúde.
— Oi Nathalie! — Ouvir sua voz me trouxe um alívio imediato.
— Nathaniel, você sabe onde os pais estão? — minha voz entregava a frustração e a preocupação que percorriam minhas veias.
— Não, achei que eles estivessem com vocês. — Senti meu corpo fraquejar após ouvir a resposta. Sentei-me no sofá, sentindo lágrimas escorrerem pelo meu rosto. — Aconteceu alguma coisa?
— A gente chegou da escola e eles não estão aqui em casa. Já ligamos e nada. A gente acha que aconteceu algo com a mamãe. — minha voz estava trêmula e minhas mãos suadas.
— Estou indo para a casa de vocês. Vai ligando para o pai enquanto isso. Vou desligar. — ele disse, e eu continuei tentando ligar para meu pai.
Após longos minutos insistindo, finalmente ele atendeu.
— PAI, pelo amor de Deus, onde vocês estão? O que aconteceu? — coloquei no viva-voz para que meus irmãos escutassem.
— Oi filha, sua mãe passou mal antes de vocês chegarem e eu acabei trazendo ela para o hospital, mas ela está bem melhor. Daqui a pouco nós voltamos para casa. — suspiramos, relaxando toda a tensão que estava entre nós três.
— Pai, em qual hospital vocês estão? A gente vai ver a mamãe. — Nina falou.
— Amor, não precisa vir. Eu só estou esperando a medicação acabar para ir pra casa. Além disso, preciso de um favor da Nathalie. — ouvimos mamãe falando do outro lado da ligação.
— Pode falar, mamãe.
— Amor, tem uma sacola da Riachuelo no meu armário com uma saia. Preciso que você vá ao shopping e troque por alguma maquiagem. Hoje é o último dia de troca.
— Mamãe! A senhora está no hospital se preocupando com isso?
— Por favor, Babi, me manda foto das maquiagens que têm lá e eu te digo qual pegar.
Concordei em ir, já que era uma boa desculpa para eu ir ao shopping com Henrique.
— Me dá carona?
— Aham! Quer ir em qual shopping? Eu te deixo lá e vou ver a mamãe. — Nathaniel me respondeu.
— Eu quero ir junto ver a mamãe. — Nina falava enquanto ia até a cozinha.
— Então se organizem!
Subimos cada uma para seu quarto. Olhei no relógio que marcava 13h16. Acho que vou chegar cedo. Peguei meu celular e mandei uma mensagem para Henrique perguntando em qual shopping iríamos. Desliguei o celular sentindo-o vibrar; certeza de que era ele falando sobre qual seria o shopping.
Bixinha da Nathalie só se lasca.
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Beijos da floweer 💜
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