↪¹𝗣𝗥𝗢́𝗟𝗢𝗚𝗢𖥦 ،، ࣪
────𝐂𝐀𝐏𝐈́𝐓𝐔𝐋𝐎 𝟎𝟎1﹆ׂׂ ˖
🧟‍♀️

AVISO DE CONTEÚDO SENSÍVEL! ESTÁ FANFIC CONTÉM MORTE, SANGUE, MENÇÃO DE AGRESSÃO, VIOLÊNCIA EXPLÍCITA, TENTATIVA DE ABUSO, MENÇÃO DE SEXO E SEMELHANTES. CONTINUE POR SUA CONTA E RISCO.

ELISABETH DIXON. Esse era o seu nome.

A vida de Elisabeth nunca fora justa, o mundo não fora justo com ela. Sofria na própria casa, vivia em uma constante solidão e, tentava conciliar as dificuldades que o sobrenome Dixon a proporcionava.

Ela passava por diversas dificuldades, engolia o choro, já havia se cansado de se encolher no canto no quarto. Era difícil, e seria pior se não tivesse o apoio de Daryl.

Suas palavras a confortava, Daryl era um anjo em sua vida, um tipo de escape das turbulências naquela casa.

Não era sua culpa, sua mãe havia sumido, seu pai descontava nela.

Nunca imaginou que o mundo fosse se dizimar pouco depois de sua fuga de casa. Mas cá estava ela, arrumando sua mochila em plena madrugada.

A mulher de cabelos ondulados, bocejou e encarou o teto por instantes, era agora ou nunca. Ela nunca teve coragem, por toda a sua adolescência naquela casa, seu pai reforçava a ideia de que ela não saberia se virar sozinha, mas àquela moradia não era uma casa dos sonhos.

Lisa mordeu os lábios e calçou o tênis, caminhou até o canto do quarto, cujo já havia se familiarizado, e apanhou a mochila verde musgo.

Usou uma cadeira qualquer para subir no armário, e observou a caixa empoeirada. Era de Daryl. Uma pistola carregada, e uma pequena foto: sua mãe com uma enorme barriga.

Lisa sorriu, passou a mão pela imagem a fim de tirar a poeira, não demorou muito até colocá-la na mochila, e a arma sob o bolso traseiro da jeans.

Um sentimento estranho inundava Lisa, ela engoliu em seco e continuou.

Pegou a maioria das roupas, tinha de economizar espaço na mochila, mas não sabia que seria a última vez naquela casa.

Não havia ao menos bolado um plano, ela só queria sair daquele lugar, e, tentar esquecer do passado conturbado.

Continuou a pegar algumas coisas, itens de higiene, absorventes, roupas íntimas. Algumas peças ainda se viam jogadas no cabide em cima da cama.

Fechou a mochila, suspirou e arregalou os olhos ao lembrar-se de algo importante. Seus fones.

A mulher agachou sob a cômoda iluminada com uma abajur velha, chegou a observar o rosto com algumas cicatrizes, seu olho ainda tinha um roxo visível.

Se desvencilhou do espelho, abriu a gaveta e pegou o par de fones, afinal, eles eram sua melhor companhia.

Agora sim, ela iria embora.

Com um moletom, a mulher apertou a alça da mochila nas costas e se preparou, ela teria de sair sem fazer barulho.

Abriu a porta do quarto, se xingou mentalmente quando causou um pequeno rangido. Continuou a andar, desceu as escadas em passos lentos. Estava uma completa escuridão, soltou o ar de seus pulmões e se virou bruscamente com o barulho vindo do andar de cima.

Ele estava bêbado, de novo.

Ela teria de sair já, ou seria vítima de suas frustrações outra vez.

Sentiu seu rosto inundar de lágrimas, fungou e saiu da casa.

A rua estava um completo breu, Lisa observou, sua casa era uma das únicas com o quintal de aspecto horrível.

Era por volta das 3:00 da madrugada.

Elisa não se imaginaria na rua este horário, mas estava lá.

Sua mente estava uma completa bagunça. Para onde iria? O que comeria? Como seria daqui para frente? E Daryl?

Era com ele que Lisa contava, não Merle, nem ninguém. Somente Daryl a entendia.

Merle nunca fez questão de ajudar, todas as crises, as agressões, ela sabia que ele já havia sofrido da mesma forma, mas não havia feito nada.

Continuou andando, sentiu as gotículas caírem sobre a touca do moletom. Teria de encontrar um lugar rápido.

O ritmo de Enjoy the silence tocava através de seu fone, era quase impossível deixar de aproveitar.

Um sorriso inundou seu rosto, Elisa avistou uma cabine de ligações.

A mulher apressou os passos, adentrou a cabine, pensou por instantes e, digitou o número.

Ouviu o som da discagem, por instantes preferiu deixar Daryl longe de toda essa situação.

- Quem fala? - Ouviu seu típico sotaque. Sentiu uma imensa saudade do moreno.

- Sra. Dary. - O chamou pelo apelido engraçado. Típico dela.

- Lisa? Onde está? Não reconheço esse número.

- Eu queria te avisar que fugi de casa. - Soltou um riso anasalado. - Vou ficar em um motel aqui perto.

Ouviu um suspiro do outro lado da linha. Daryl estava preocupado, as vezes se esquecia de que ela era a mais nova.

Parecia tão madura em todas as conversas.

- Eu 'to indo te busc-

- Não. Daryl, tá tudo bem. - Sorriu. - Já estou bem grandinha, não acha? Sabe onde fica o motel de que estou falando, não sabe?

- Sei. Vou aí amanhã 'pra te ver.

- Não precisa, eu-

- Eu vou.

- Não traga o Merle, ele vai contar ao nosso pai.

OS RAIOS DO SOL notificaram a manhã, fizeram questão de pousar sobre o rosto da Dixon.

A mulher bufou com a luz, se virou de um lado ao outro e desistiu quando perdeu o sono.

O quarto não era um completo luxo, pelo contrário, as paredes com manchas escuras, o carpete cheirando a mofo. Bom, era provisório, até encontrar algum emprego.

Se levantou, suspirou.

Pensou em algo: na noite passada, ouviu uns sons estranhos vindo do quarto ao lado, inclusive chegou a reclamar na recepção.

Mas claro, aquilo era um motel, então deixaria de pensar naquilo. A mesma entrelaçou os dedos no cabelo e resolveu tomar uma ducha rápida.

Adentrou o banheiro, se despiu, e em questão de segundos, sentiu a água bater contra suas costas repletas de machucados.

Grunhiu no início, o roxo em sua costela ainda era doído, mas depois se acostumou.

Esfregou o corpo, aproveitou o máximo o banho. Estava prestes a sair, mas ouviu sons estranhos na parede ao lado. Desligou o registro, se aproximou da parede, eram sons semelhantes aos da noite passada, como grunhidos, ou algo do tipo.

Lisa estava começando a ficar curiosa, será um tipo de fetiche da pessoa imitar esses sons? Riu ao pensar nisso.

A mulher se enrolou na toalha, saiu do banheiro e pegou uma peça de roupa. Uma regata preta e uma jeans qualquer.

Se vestiu, deixou o cabelo solto.

Prestes a ligar a televisão, soltou um espasmo com a silhueta em frente a janela, pouco cobria a cortina. A quanto tempo estara aquela pessoa?

Era estranho, soltava grunhidos, arrastava o rosto contra o vidro.

Lisa se aproximou aos poucos, andou sob o carpete e arrastou a cortina para o lado de forma brusca. A mulher arregalou os olhos com a cena.

O homem estava encharcado de sangue, arregaçava os dentes para fora, cujo estava cheio de carne. Sua pele tinha um tom não muito diferente, mesmo assim nada normal, mas, o que mais lhe chamou a atenção fora seus olhos.

Parecia desumano, não existia nada ali. O homem parecia atraído por algo dentro do quarto, Lisa não sabia o que. Será que era algum tipo de brincadeira?

Resolveu se afastar, tal ato gerou um tipo de gatilho no homem, já que começou a atingir a janela com o próprio rosto.

Lisa sentiu a respiração acelerada, seu peito subia conforme tentava respirar. Voltou para trás em um espasmo e, sem querer sentou em cima do controle na cama.

Ligou a televisão sem querer, e virou a atenção até a tela notificando uma notícia.

Parecia importante, dando conta de que mostrava vídeos de um tipo de multidão, uma mulher gritava pedindo ajuda através da câmera, e a apresentadora parecia assustada.

Sua atenção se desvencilhou novamente, agora até um som estrondoso vindo do lado de fora. Lisa viu fogo, um carro pegando fogo, e, pessoas se aproximando dele, inclusive o homem da janela.

As pessoas não pareciam normais, andavam mancando, cobertas de sangue, grunhiam.

Ela estava assustada, completamente aterrorizada.

Sua respiração começou a falhar, Elisa não queria que acontecesse justo ali, não agora. Outra crise.

Se arrastou até a mochila, abriu com arrogância os bolsos a fim de procurar seus comprimidos. Achou.

Engoliu com rapidez, fechou os olhos, estava tudo uma completa confusão, pessoas gritando do lado de fora, tiros, isso era um completo baque.

Lisa deixou as lágrimas soltas, cabisbaixou, ainda no chão apoiando as costas na cama.

Fora surpreendida por Daryl. O homem adentrou o quarto, notou a situação da caçula, mas não pôde fazer nada quanto a situação, não dava tempo.

- Vamos Lisa, precisamos ir! - Pegou a mochila da mulher.

- O quê? Pra' onde? - Se levantou fungando.

- Vamos nos afastar, por enquanto. - Lisa o seguiu para fora do cômodo. - Precisamos ficar longe dessas coisas. - Apontou para uma silhueta longe.

- Aí meu Deus. - Tampou os lábios.

Estava em completo choque. Pessoas jogadas no chão, algumas pegando fogo, outras com partes do corpo abertas, mordidas aparentemente.

Chegou a ver uma silhueta andando, os órgãos eram arrastados no chão conforme andava, a barriga aberta.

Seu irmão a sacudia, o ouvia chamar por si, não conseguia se mexer, fazer algo a respeito.

- Lisa! - De repente voltou. Se virou para o irmão. - Preciso que seja forte.

Elisabeth acenou, respirou fundo e correu junto do irmão. Ambos chegaram até a moto do homem, o mesmo a entregou sua mochila.

- O que ele está fazendo aqui?! - Lisa se viu entre Merle e Daryl, os encarava com um olhar incrédulo.

- Oi 'pra você também, caçula. - Sorriu.

- Não é hora 'pra isso, vamos antes que eles nos alcance. - Daryl pediu.

Lisa subiu na moto, entrelaçou os dedos pela cintura do irmão. O homem ligou a moto e acelerou.

Elisabeth pôde observar, olhou para trás, a rua estava um caos, aquelas coisas andavam de um lado ao outro, e, as únicas pessoas sã corriam pelas suas vidas.

Passaram pela rua conhecida, Elisa não pôde deixar de observar sua casa se tornando apenas uma memória. Deixou as lágrimas correrem, pendeu a cabeça para o lado oposto quando enxergou uma silhueta conhecida. Seu pai.

As lágrimas se tornaram geladas com o vento, cujo levava consigo seus fios soltos. Fechou os olhos.

Aquele era outro mundo. Aquele era um mundo diferente, a Dixon teria de se acostumar com isso, teria de arranjar as rédeas para sobreviver.

Uma fotinha da minha dupla Dixon favorita ☝️

Essa foto são eles na adolescência. O Daryl uns 10 anos mais velho q ela, e a Lisa nos 15.

──𖦹ׂ 𓈒𝓐𝐕𝐈𝐒𝐎𝐒 .ᐟ

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