Capítulo 33
MARCUS BAKER
Uma hora.
Já se passaram uma hora que estamos aqui, e ninguém diz nada, a cada minuto meu coração se aperta mais, eu preciso saber como ela está, eu preciso que me falem que ela está bem, preciso toca-la, preciso ouvir ela dizer que tudo vai ficar bem, eu preciso dela.
Max estava com a cabeça deitada em meu ombro enquanto eu com lágrimas nos olhos, olhava pra porta onde entraram com ela, eu perdi Noah, não posso a perder também, porque ela fez isso? Porque ela está tentando ir? Eu deveria ter cuidado melhor dela.
Um médico saí da porta em que tinham entrado com ela, e eu e Max nos levantamos, limpamos as lágrimas e esperamos ele falar
- Como ela está? - pergunto o olhando.
- Não vou mentir para vocês...A situação dela é delicada, além de perder muito sangue pelos cortes que foram profundos, ela ingeriu remédios fortes, eu não quero dar falsas esperanças para vocês, estamos fazendo o possível e o impossível, mas não sei se vai ser o suficiente - ele diz e as lágrimas voltam a cair, eu não vou desistir, eu sei que ela vai sair dessa - Vou deixar que vocês a vejam, porque...Não sei se ela terá muito tempo.
Max então saí de lá correndo e vai para o banheiro feminino, eu sei exatamente o que ela está sentindo, S/N está nos deixando, eu estou a perdendo antes mesmo de tê-la por inteiro.
- Posso ir ver ela? - falo mas minha voz saí quase como um sussurro por conta do choro.
- Claro - ele diz - pegue uma pulseira de visitante, e vá.
Obedeço, e depois de pegar a pulseira, vou para o quarto em que ela estava. Meu coração se aperta ao ver a situação que ela se encontrava, estava com o braço cheio de agulhas e conectada a vários aparelhos, e nos braço que ela cortou tinha alguns curativos.
Caminho até ela e seguro sua mão sentindo uma dor enorme e me sentindo culpado por nunca ter percebido a dor que ela sentia, se ela não resistir, eu nunca vou me perdoar, nunca mesmo, pensamentos ruins invadiram minha mente e quando eu menos percebi meu rosto estava completamente encharcado de lágrimas.
- oh minha princesa - falo olhando para seu rosto um pouco pálido - porque fez isso? Porque está tentando ir embora? Eu ainda te quero, eu ainda preciso de você, me deixe pegar a sua mão, e eu vou consertar tudo, eu vou cuidar de você por toda minha vida, eu não vou desistir de você, sei que não sou tão forte assim, eu só quero ouvir você dizendo: vamos para casa, eu só quero te levar para casa, você trouxe o melhor de mim, uma parte de mim que nunca tinha visto, você pegou minha alma e a purificou, eu já me acostumei a te ter por perto, então por favor, não vá - falo chorando e aperto sua mão, seus batimentos se aceleram assim que eu termino de falar e eu sinto ela apertar minha mão de volta não forte porque ela estava fraca, mas ela apertou, me dando esperança de que eu não vou perde-la.
Max entra no quarto chorando, e me olha, eu entendo o que ela quer dizer sem ela ao menos falar, então dou um beijo na testa de S/N, e saio do quarto. Espero que esse não seja o último beijo que darei nela.
Volto pra recepção e me sento em uma cadeira, pego meu telefone, e dou notícias para Cínthia que ficou responsável por informar os alunos, vou para minha galeria, e lá, vejo as fotos que eu coloquei junto ao texto para S/N, os lugares que tínhamos nos beijado, sorrio me lembrando de todos os beijos, todos os momentos, até mesmo os que eu fiz merda e a deixei chateada ou brava.
Me lembro de tudo, implorando mentalmente para que ela não me deixe, eu não posso ser tão azarado ao ponto de perder duas pessoas extremamente importantes em menos de quatro meses.
A cada segundo eu ficava mais apreensivo, Max sai da sala chorando e eu me levanto indo a abraçar, passo minhas mãos pelos seus cabelos sentindo suas lágrimas molharem minha camisa, sei o quanto S/N é importante para ela, Max nunca teve muitas amigas, a maioria delas a deixavam de lado quando descobriam sobre sua sexualidade, e S/N não foi embora, muito pelo contrário, ela amou e aceitou Max, e ela aceitou a mim mesmo eu sendo um drogado idiota que só faz merda.
☁️𝙌𝙐𝙀𝘽𝙍𝘼 𝘿𝙀 𝙏𝙀𝙈𝙋𝙊☁️
Já estava amanhecendo, eu acabei dormindo e Max também, acordei e escorei a cabeça de Max na parede me sentindo culpado por ter dormido nesse momento, mas meus olhos ardiam eu não aguentaria por muito tempo.
Caminho até a porta da sala em que S/N estava sentindo meu corpo estremecer ao ver que a sala estava vazia. Meu coração se acelera e eu caminho até um médico que tinha ali.
- onde está S/N Miller? Ela estava nessa sala - falo e ele me olha.
- os medicamentos estavam a matando, então estão tentando os retirar de seu organismo, é a última chance, se não funcionar, não sabemos se ela irá resistir - ele diz - Estamos fazendo o possível e o impossível, reze para que de tudo certo - ele fala dando duas batidinhas em meu ombro e depois entra em uma porta escrito "Somente funcionários".
Me sento no chão e passo a mão pelos cabelos e meus olhos voltam a arder anunciando que as lágrimas estavam voltando, meu celular vibra anunciando uma nova mensagem, era Cínthia dizendo que já tinha avisado os alunos e tentou os acalmar.
E pela primeira vez em anos, eu me lembro de falar com Deus, eu me odeio por ter lembrado disso apenas no momento em que eu preciso quando na verdade deveria me lembrar disso todos os dias.
Fecho meus olhos sentindo arrepios pelo meu corpo, então começo a falar
- oi, eu sei que não costumo vir aqui falar contigo, me desculpa, eu sou uma pessoa horrível por só lembrar de Você quando eu preciso de Você, na verdade, eu preciso de Você todos os dias, mas eu só me lembro disso quando tudo está desmoronando, mas, mesmo assim, eu imploro, não me deixe perder ela, não deixe que ela vá, faça tudo dar certo, e que nós possamos voltar pra casa - termino e suspiro sentindo as lágrimas voltarem a cair.
(N/A: se alguém não acredita em Deus, peço que apenas respeite)
O momento em que eles as levaram naquela maca, eu desejei que fosse eu no seu lugar, era pra ser eu ali, estou até agora me perguntando o que a impulsionou a fazer isso.
Me sinto sozinho só de me imaginar sem ela, mas sei que mesmo quando estiver só, eu não vou estar sozinho, tatuadas no meu coração estão palavras da sua música favorita.
"Eu estarei com você do anoitecer ao amanhecer, amor, eu estou bem aqui"
Espero que mesmo desacordada ela saiba disso, ela saiba que eu estarei aqui independente de qualquer coisa, e eu não vou desistir até que não exista mais nada.
Me levanto do chão tentando conter minhas lágrimas, e caminho até a recepção, Max ainda dormia, fui até o banheiro e lavei as mãos e passei álcool em gel pra tirar as bactérias, depois sai do hospital, eu precisava comer, comer sempre me acalma, e ficar o tempo todo naquele hospital só me faria pensar coisas que iriam doer ainda mais.
Caminhei até uma padaria que tinha do outro lado da rua, e comprei algumas coisas, me sentei em uma das mesas que tinha lá, e comecei a comer, eu estava acabado em todos os sentidos, assim que terminei de comer, comprei coisas para Max também, e sai de lá voltando para o hospital.
Max já estava acordada e seus olhos estavam inchados, era nítido que em breve ela iria chorar novamente.
- Trouxe comida, lave as mãos e venha comer - falo forçando um sorriso.
Ela apenas sorri de canto e se levanta indo até o banheiro, depois de alguns minutos, ela volta e se senta ao meu lado.
- Quer comer em outro lugar? - pergunto.
- Não, não quero sair daqui sem ter notícias dela - ela diz e eu suspiro concordando.
Max começa a comer, enquanto eu apenas olhava para o nada. Me levanto rápido quando vejo os médicos trazendo S/N para o quarto que ela estava antes, Max faz o mesmo.
- pode comer, eu vou lá - falo e ela concorda.
Caminho até o mesmo médico que falou comigo mais cedo e ele sorri.
Isso é uma coisa boa não é?
- Como ela tá? - pergunto o olhando.
- Ela tá livre - ele diz e meu coração se acelera, ela não vai nos deixar - os médicos conseguiram tirar os medicamentos de seu organismo, ela ainda está desacordada, mas não corre mais riscos, e nem irá precisar de uma doação de sangue como pensamentos que iria precisar - ele diz e eu não pude deixar de sorrir e agradecer a Deus mentalmente.
- Quando vamos poder vê-la? - falo.
- Apenas amanhã de manhã, ela precisa de repouso absoluto, por isso recomendo que voltem para casa, daremos notícias.
- Tem certeza que ela não corre mais riscos?
- Tenho, rapaz, fique tranquilo, sua namorada está bem - ele diz.
Dou uma risada sem graça e ele percebe.
- Ela não é sua namorada? - ele diz.
- Não - falo - somos amigos.
- São amigos bem próximos né? Pela forma que você ficou ela não parecia ser só uma simples amiga.
Um sorrisinho surge no meu rosto ao lembrar de todas as vezes que eu beijei a minha "amiga".
- Sim, somos - falo e ele sorri - acho que vou pra casa então, vou deixar meu telefone e o de minha irmã com a moça da recepção, alguém pode me ligar quando ela acordar?
- claro, ligaremos sim - ele diz - e parabéns, você é um amigo incrível, e a garota com você também.
- Muito obrigada - respondo e dou um último sorrisinho e olho para a sala em que S/N estava, e meu coração se acelera só em ver ela.
Porra, S/N, o que está fazendo comigo?
Suspiro aliviado ao saber que ela não corre risco de vida. Caminho até a recepção deixando meu número e o de Max.
- Vamos Max? - falo.
- Pra onde? - ela diz terminando de comer - e a S/N?
- Ela não corre mais riscos - falo e Max abre um grande sorriso - amanhã de manhã já podemos vê-la.
- ah meu Deus - ela diz e se levanta sorrindo.
Foi como se todo seu corpo estivesse sido iluminado novamente, ela me abraça e eu sorrio também.
Não vejo a hora de ver S/N indo pra casa conosco.
Peguei meu celular e pedi um Uber, e eu e Max ficamos esperando, quando ele chegou nós entramos a caminho do colégio.
☁️𝙌𝙐𝙀𝘽𝙍𝘼 𝘿𝙀 𝙏𝙀𝙈𝙋𝙊☁️
Depois de finalmente responder todas as perguntas referente a S/N, eu e Max fomos para o nossos quartos, retirei as roupas que eu usava e as joguei no cesto de roupas sujas, entrei no chuveiro sentindo a água quente entrar em contato com meu corpo e relaxei o corpo.
Depois que terminei o banho, enrolei uma toalha na cintura e escovei os dentes, entrei no quarto e procurei no guarda roupa uma coisa confortável, já que eu iria dormir, ou tentar, não sei se conseguiria dormir sabendo que S/N ainda não acordou dês da hora que ela chegou no hospital.
Tento deixar os pensamentos de lado e coloco uma calça de moletom e uma camiseta preta e por cima um moletom, já que como sempre, fazia o maior frio em Ohio, peguei meu celular e não tinha nenhuma ligação, muito menos do hospital, suspirei e me deitei na cama.
Demorou um tempo, mas depois de muitos pensamentos bons e ruins, eu finalmente consegui dormir.
Acordo com meu celular tocando, olho pela janela e já era noite, eu realmente consegui dormir o dia todo. Pego o telefone e era um número desconhecido.
Chamada on
Olá, boa noite, aqui é do hospital Ohio Clinic,
gostaria de falar com Marcus Baker.
Boa noite, pode falar.
Bom, o senhor deixou seu número caso S/N acordasse,
ela acordou mas voltou a dormir novamente, mas amanhã de manhã já estará bem.
Sério? Muito obrigado por ligar, amanhã de manhã estarei aí, tenha uma boa noite.
Igualmente
Desligo o telefone sorrindo aliviado, por um momento eu realmente pensei que iria perder ela, mas ela está viva, eu não a perdi, entre sorrisos e suspiros eu acabo dormindo novamente.
Porra Marcus, vai hibernar mesmo?
oi corninhxs😭🙏
desculpem a demora pra atualizar, prometo que vou ficar mais ativa aquiii.
não esqueça de seu comentário e sua🤸🏻♀️ isso incentiva muito a continuar escrevendo.
xoxo🥂
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