
𝟎𝟔𝟎 ┆𝘙𝘶𝘮𝘱𝘦𝘭𝘴𝘵𝘪𝘭𝘵𝘴𝘬𝘪𝘯
➯˚₊☁️↳ 𝐒 / 𝐧 𝐃𝐚𝐫𝐥𝐢𝐧𝐠 𝐏𝐨𝐯'𝐬
Eu estava sentada, de frente a lareira da sala, pensando no que eu iria fazer.
Mas eu já estou ciente do que tenho que fazer. Não terá outra alternativa. Eu terei que dar a minha alma a ele, para que ele não mate o bem mais precioso da minha vida. Meu coração doía no peito. Essa é a decisão mais difícil que já tomei em minha vida, mesmo que eu tenha ficado com dúvidas de matar o Peter quando eu estava em Neverland.
—Você não pode fazer isso! — diz Sadie, andando de um lado para outro como uma barata tonta. — Não pode dar a alma dele de bandeja!
— Mas é a nossa irmã que está em perigo Sadie! — falei, sem expressão. — Não posso deixá-la morrer. Eu me iria me culpar o resto de minha vida.
— Eu sei disso. Mas temos que fazer alguma coisa para salvar as duas!
Suspirei. Já tentei fugir do Peter. Mas eu não iria fugir de novo se não tivesse uma solução.
— Não tem solução. Ele não vai parar. — me levantei da poltrona.
— De fato, ele não vai parar. — diz Millie, séria. Ela se aproximou de mim.
— temos que dar um jeito! — Sadie parou por um momento, olhando para Mills. — Tem alguma maneira,Millie?
Millie não respondeu por um momento. Ela parecia pensar nos riscos que cometeríamos se tem uma solução. Ela olhou para mim e depois para Sadie.
— Tem um jeito. A única maneira de fazer o Peter mudar de ideia, é trazer o Louis de volta.
Claro. Louis jamais iria querer machucar Alice ou a mim. Era o único jeito.
— Sabe como trazê-lo? — sussurrei, receosa.
Millie pensou por um momento. Acho que ela pensava nos riscos que cometeríamos caso trazer o Louis de volta. Ela suspirou e assentiu.
— Sim. Mas o único que sabe é Rumpelstiltskin.
Aquele que transformou palha em ouro nos contos de fadas? Até ele existe? Vou começar a acreditar que existe os heróis e todos os seres sobrenaturais dos contos.
— Sério? E onde ele está? — perguntei sem rodeios.
— Ele vive entre as realidades. As vezes ele ia passar um tempo em Neverland e depois voltava para outra realidade alternativa.
Meu Deus. Então essas coisas existem. Realidades. Assenti e me sentei, colocando a cabeça entre as mãos.
— Temos que chamá-lo. Ele aparece sempre na hora que precisam. E sempre faz acordos. Temos que dar um jeito para resolver essa questão. — diz Millie.
Me levantei novamente e a encarei, decidida. Ou isso, ou eu morrerei. Tenho que pelo menos tentar.
— Está bem Millie. Vamos resolver isso com Rumple.
— Está disposta a fazer um possível acordo com ele?
— Estou. Pelo Louis eu faria.
Millie assentiu e olhou para Sadie que estava de olhos arregalados. Parecia que os olhos dela iam saltar para fora em descrença.
— Irmã... Isso é tão arriscado. — diz ela receosa, enquanto olha para o chão.
Me aproximei dela. — É sim. Mas isso tudo é para salvar a vida de nossa irmã. E também pelo Louis. Ele tem que deixar esse lado sombrio para trás e se tornar o Peter Pan das histórias. O Peter Pan bom. O sangue do Louis tem que correr nas veias do Peter. Você entende né?
Ela assentiu e a vi se levantar decidida. Ela veio ao meu lado e abraçou meus ombros. — Ele mexeu com uma Darling. Então ele mexeu com todas. Vamos salvar a nossa irmã e acabar logo com o Pan Pan malvado.
Sorri fraco pelo apelido familiar. Olhei para Millie que já estava com suas asas magníficas expostas. Elas brilhavam como milhões de estrelas no céu quando refletiam sobre a luz do sol que vinha da janela aberta. Ela estendeu a mão.
— Prontas para voltar a Neverland? — diz ela, tentando soar menos receosa.
Eu me sentia nervosa por voltar aquele lugar. Onde tive alguns momentos felizes da minha vida. Assim como minha mãe sentiu uma vez. Mas também eu sentia felicidade, como sempre para escapar do meu mundo real e cruel.
Assenti com a cabeça e eu e Sadie esperamos Millie se aproximar. Ela subiu no ar com as suas asas magníficas e pousou um pouco mais acima das nossas cabeças, jogando uma quantidade certa de pozinho mágico. Fechei os olhos, sentindo as partículas da púrpura e do poder que se infiltravam em minha pele. Senti meus pés saírem do chão e eu flutuei pelo espaço da sala de estar. Sadie também flutuava levemente, com seus cabelos ruivos arrumados.
— Vamos. — Millie voou pela janela e como um puxão de um barbante invisível, nos puxou junto com ela, indo para a terra mágica.
✧✧✦
Pisamos em terra firme depois de poucos minutos. Estávamos em um lugar de Neverland onde eu não conhecia. Havia uma casa com um vidral, que eu nunca imaginava que havia aqui. Aqui seria o covil de Rumple. Estremeci quando vi Millie se aproximando da casa. Andei logo atrás da fada, com Sadie atrás de mim.
Millie não precisou bater. Ela simplesmente levantou a mão e fez a porta se abrir com um baque silencioso. Ela nos olhou e vi que ela tentava nos tranquilizar.
— Venham. está tudo bem.
Entramos na casa silenciosa. Os corredores eram escuros mas ainda refletiam a luz do sol pelas cortinas escuras, ainda deixando um pouco claro o ambiente. Andamos por alguns segundos pelo escuro mas rapidamente mostrou uma frecho de luz pela porta entre aberta. Millie empurrou a porta e escutamos um barulho irritante de algo. Eu não sabia o que era até eu ver do que se tratava.
Um homem estava de costas para nós, em frente a uma roca de fiar antiga de madeira. Os dedos pardos com as unhas grandes estavam apoiadas na madeira e a outra no fio de ouro que estava sendo feito. Quando entramos, ele parou por um longo tempo e depois deu uma risadinha.
Estreitei os olhos e Millie revirou seus olhos.
— Tinker Bell, aí está você! — ele olhou por cima do ombro. — O que te traz aqui depois de tanto tempo? Sentiu minha falta?
Millie fez uma expressão de nojo. Ela deu um passo a frente e cruzou os braços, suas asas farfalhando com o movimento.
— Você sabe porque vim aqui. Tem sempre o mesmo motivo.
Vi Rumple se virar e eu gelei. A pele parda e oleosa brilhou através das lamparinas fracas da sala. Os olhos pretos sem pupilas pretas me olharam quando ele se aproximou. Ele sorriu com seus dentes amarelos e balançou levemente os cabelos mal cuidados enquanto ria novamente.
— Quem são elas? Tão bonitinhas...
— Elas são as Darlings. — Millie apontou para Sadie. — Sadie Darling. E essa é S/n Darling.
A surpresa passou pelos olhos de Rumple e ele olhou de Sadie para mim. Ele sorriu e se aproximou de mim e permaneci parada, como uma estátua. Senti o cheiro de fumaça da lareira acesa vindo dele.
— Então é ela quem Peter é extremamente apaixonado? — diz ele perto de onde eu estava.
— Sim. Sou eu.
Escutei um bufo atrás de mim. Ele apareceu em meu campo de visão novamente e parou a minha frente. Ele usava roupas de couro detalhadas dos pés até o pescoço.
— Ele quebrou toda a regra que eu ensinei. Nunca se apaixonar por uma garota bonita. Patético.
Revirei os olhos e cruzei os braços. Já vi quem Peter puxou a arrogância.
— Fui eu que dei todo o poder para ele. E fui seu tutor e lhe ensinei tudo. Mas vi que ele não seguiu a regra que eu mais pedi para ele não quebrar.
— Não vinhemos aqui para conversar sobre meu relacionamento com Peter ou o seu relacionamento com o dele — falei, tomando coragem de encarar aquele ser que me encarava de volta com os olhos pretos em uma noite sem estrelas. — Eu quero o meu Louis de volta. Quero me livrar do lado sombrio dele para sempre
Ele estalou a língua e se desencostou da mesa. Ele riu com escárnio.
— Porque iria querer se livrar dessa parte dele assim, se é a melhor parte? — perguntou ele, estreitando os olhos.
— Porque ele se torna um maldito psicopata e ameaça todos que amo até mesmo a mim.
Ele riu e juntou as próprias mãos. — Eu ensinei direitinho então.
Millie pigarreou e ele olhou para ela irritado.
— Vinhemos até aqui para salvar o Louis e precisamos de você para isso.
Ele sorriu malicioso. — Você sabe que eu não falo nada de graça.
Millie revirou os olhos, mas antes que ela falasse, dei um passo a frente.
— Eu estou disposta a fazer um acordo com você.
Ele me olhou e bateu palmas, como uma criança. Ele riu e se aproximou de mim. — O que vai me dar?
— Me diga o seu preço.
Ele nem precisou pensar. Ele estalou os dedos e sorriu. — Eu quero que você traga algo para mim e então eu direi a resposta.
Cruzei os braços. Isso é tão familiar. Tentei não me lembrar do ocorrido com o gancho.
— O que você quer?
— Quero que traga algo que Peter possui em seu domínio. Minha adaga. Ele me mantém em Neverland, me controlando com ela. E a quero de volta.
Suspirei. — Se você me disser a maneira como salvar Louis, eu pegarei a adaga.
Ele estreitou os olhos e abriu a boca. Mas antes que ele falasse, eu o calei.
— Eu prometo. Uma promessa minha não é nunca descumprida. Eu juro.
Ele pareceu desconfiado por um momento, mas Millie assentiu com a cabeça, tentando convencê-lo. Ele bufou e assentiu.
— Está bem. Não existe maneira de apagar o lado sombrio dele. A única maneira é matando ele.
Ouvi aquilo outra vez, me fez ansiar por ar. A sala girou e senti vontade de vomitar. Me encontro novamente no navio com gancho, aquelas palavras ecoando em minha mente novamente para matá-lo.
— Oque? — exclamei sem fôlego. — Não! Tem que ter outro jeito!
Millie olhou para o chão com decepção e Sadie colocou a mão em meu ombro.
— Ela não pode fazer isso. — diz Sadie. — Ela o ama.
— Que pena. É o único jeito. Mate-o e veja o que pode acontecer. Talvez ele volte ao normal. Ou talvez ele morra. Isso só é uma teoria.
Passei as mãos pelo cabelo. Não pode ser.
— Se eu fizer isso, tem como ele voltar? — pergunto, me apoiando contra Sadie.
Ele pareceu pensar por um momento e assentiu com a cabeça.
— Talvez ele volte. Mas não só o Louis. Como o Peter pan também. Isso vai juntar os dois como um só. Não vai ficar as personalidades separadas.
Assenti. — Está bem. Se isso fizer com que isso acabe de uma vez por todas, eu farei.
Rumple bateu palminhas. — Então temos um acordo?
Hesitei por um momento mas balancei a cabeça. Assenti enquanto ele se aproximava com um contrato que apareceu magicamente em sua mão. Antes que ele me desse a pena para assinar, eu peguei o contrato e li linha por linha. Vi que os termos estavam certos e assinei meu nome.
— Quando eu fizer, eu pegarei sua adaga e a devolverei.
Me viro para sair junto com Millie e Sadie, mas antes que eu saísse, escuto a criatura me chamar. Me virei para olhar para ele e ele apontou para o meu coração.
— Você deve apunhá-lo no coração. Se não, não fará efeito algum.
Estremeci e assenti, saindo da casa antiga como um furacão, antes que a náusea assumisse meu controle completamente.
Notes
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001 - Olá meus amores, a Margarida apareceu 😭👍
002 - espero que tenham gostado e sim, o Rumple é o de Once Upon a Time, porque adoro a série 🫶🏻
003 - amo muito vocês e desculpem pelo grande atraso, como sempre.
Xoxo, nih💐
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