24.
LUNA MONTENEGRO
📍 BARCELONA, ESPANHA
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A luz do sol atravessava as janelas abertas, iluminando suavemente o quarto de Lamine. Pisquei algumas vezes, ajustando minha visão ao brilho, e percebi que estava deitada no peito de Héctor. Ele dormia tranquilamente, sua respiração lenta e constante. A conversa da noite anterior passou pela minha mente, trazendo um leve calor ao meu rosto.
O som de vozes e passos do outro lado da porta me fez levantar rapidamente, afastando-me dele. Sentei-me na cama, tentando parecer casual. A porta se abriu em seguida, revelando Lamine e Katrina, ambos com expressões curiosas.
— Bom dia, Luna. — Katrina sorriu. — E então, já se resolveram?
— Ele ainda está dormindo. — Respondi, apontando para Héctor. — Mas antes que você pergunte, estamos nos resolvendo com calma. Ele vai ter que me reconquistar primeiro.
— Ah, é? — Lamine arqueou a sobrancelha, fingindo surpresa. — Nesse caso, acho que vou jogar um balde de água fria nele.
— Vai sonhando. — A voz rouca de Héctor surgiu enquanto ele se mexia na cama. — Dá pra falar mais baixo?
— Folgado! — Lamine exclamou. — Já passou da hora de acordar, sabia?
— Bom, fico feliz por vocês. E Héctor, não desperdiça essa chance. Estamos esperando vocês lá embaixo pro café da manhã. — Katrina soltou uma risada e balançou a cabeça. —
Eles saíram, fechando a porta, enquanto Héctor se espreguiçava preguiçosamente.
— Então, estamos nos resolvendo, é? — Ele sorriu de canto, me lançando aquele olhar que sempre mexia comigo. —
— Sim. E isso significa que você vai ter que se esforçar muito. — Falei, tentando soar séria, mas o sorriso escapou antes que eu pudesse evitar. —
— Aceito o desafio. — Ele respondeu, levantando-se com um sorriso travesso. — Agora, vamos descer. Não quero dar motivos pro Lamine aparecer com o tal balde de água.
Assenti, tentando ignorar o quanto me sentia leve com a presença dele ao meu lado novamente.
— Eu só vou usar o banheiro rapidinho. — Falei, caminhando até a porta do banheiro do quarto de Lamine. —
Encarei meu reflexo no espelho, o cabelo bagunçado e o rosto levemente marcado o estado pós-sono. Suspirei e comecei a arrumar meu cabelo, prendendo-o em um coque simples para parecer mais apresentável. Depois, lavei o rosto com água fria, o que ajudou a despertar completamente.
Saí do banheiro e encontrei Héctor sentado na cama, concentrado no celular. Ele parecia absorto, os dedos deslizando pela tela enquanto um leve sorriso brincava nos lábios.
— Pelo jeito, agora o celular vai roubar toda a sua atenção, né? — Comentei, cruzando os braços, fingindo estar ofendida. —
Ele levantou os olhos na mesma hora, deixando o celular de lado.
— Que nada. Eu nem me importo com isso quando estou com você ao meu lado. — Respondeu, o tom descontraído, mas sincero. —
Revirei os olhos, tentando esconder o pequeno sorriso que se formava em meus lábios.
— Você sabe mesmo como escapar de uma bronca, não é? — Retruquei, enquanto pegava meu casaco que estava jogado na cadeira ao lado da cama. —
— Não é questão de escapar. Eu só sou bom em te lembrar que você é prioridade. — Ele disse, levantando-se com aquele sorriso confiante que sempre me fazia perder a postura. —
— Certo, "prioridade". — Brinquei, enquanto ajeitava o casaco. — Agora vamos logo antes que o Lamine comece a gritar.
— Vamos, minha rainha. — Ele falou, oferecendo o braço de forma exagerada. —
Soltei uma risada, balançando a cabeça antes de aceitar. Héctor sabia como me desarmar, mesmo sem esforço.
Enquanto descíamos as escadas e seguíamos em direção à cozinha, os três já estavam na mesa. Marc estava debruçado sobre a mesa, parecendo derrotado.
— Bom dia, Marczito. — Cumprimentei, me sentando ao lado dele. —
— Bom dia, Luna. Você, por acaso, tem remédio para dor de cabeça? Porque, olha, nessa casa gigante do Lamine, ele não tem nem isso. — Marc reclamou, sua voz arrastada. —
— Acho que tenho, sim. Está na minha bolsa. Kat, depois você pega para ele? — Falei, olhando para Katrina, que assentiu. —
— Por isso eu te amo, Lu... como amiga, ok? — Marc completou, levantando um pouco a cabeça para me encarar. —
— E eu? Ninguém me ama? — Lamine perguntou, com um falso tom dramático, colocando a mão no peito. —
— Esse teu espírito chato não, Lamine. Fecha a boca e come que é melhor. — Héctor retrucou, pegando uma fatia de pão. —
— Obrigada por isso, Héctor. — Katrina disse, estendendo a mão para um toque, que ele retribuiu com um sorriso de lado. —
Soltei uma risada baixa, aproveitando a cena. Era bom estar ali, sentir que, apesar de tudo, as coisas estavam se ajeitando. Olhei para Héctor, que já parecia à vontade com os outros. Talvez essa fosse a primeira de muitas manhãs assim.
— E aí, Luna, dormiu bem? — Katrina perguntou, mudando o assunto. —
— Mais ou menos. O clima aqui foi... agitado, para dizer o mínimo. — Respondi, lançando um olhar rápido para Héctor, que fingiu não perceber. —
— Pois eu acho que esse "agitado" deu resultado. — Lamine disse com um sorriso malicioso, mas antes que pudesse continuar, Katrina o cutucou. —
— Não começa, Lamine. — Ela o repreendeu com um olhar sério. —
— Estou falando a verdade, precisa ser comentada a volta do melhor casal de Barcelona, depois do Pablo e da Maya. — Lamine continuou, sem se intimidar. —
— Por que você não vai arrumar uma namorada, Lala? Ganharíamos todos com isso. — Falei, revirando os olhos. —
— Ele não contou a vocês? O Lamine reencontrou uma tal de Malena, da infância dele, e só fala dela para mim. — Katrina deu um sorrisinho conspiratório antes de soltar a bomba. —
— Katrina! Não era para contar! — Lamine exclamou, visivelmente constrangido, enquanto todos riam. —
— O nosso garotão está com o coração fisgado? — Héctor perguntou, com um tom provocativo. —
— Coitada da garota. Enxergou beleza nele aonde? — Marc zombou, recebendo um olhar mortal de Lamine. —
— Vão rindo. Vocês não entendem o que é amor à primeira vista. — Lamine cruzou os braços, tentando manter a compostura, mas sua expressão entregava o embaraço. —
— Amor à primeira vista ou obcecação à primeira conversa? — Provoquei, incapaz de segurar a risada. —
— Vocês são insuportáveis. — Ele bufou. — Pelo menos eu tenho algo que vocês não têm, história de infância com a garota.
— Isso é verdade, Lamine. Não posso competir. — Héctor riu, levantando as mãos em rendição. — Mas espero que ela tenha paciência pra lidar com você.
— Eu não queria ser ela. — Marc soltou, provocando. —
— Você fica quieto, seu ex-calopsita. — Lamine rebateu com um sorriso vitorioso. —
— Ex-calopsita? Não entendi. — Katrina arqueou a sobrancelha, confusa. —
— Você não contou pra sua namorada, Marc? Que feio. — Falei, segurando o riso. —
— Vou te mostrar. — Héctor pegou o celular com um brilho travesso nos olhos. — A gente apelidou ele assim porque ele pintou o cabelo uma vez e ficou igualzinho a uma calopsita.
Ele virou o celular para Katrina, mostrando uma foto de Marc com o cabelo descolorido de forma desastrosa.
— Como eu te defendo aqui? Não tem como, amor. — Katrina riu, tentando manter a seriedade, mas falhando miseravelmente. —
— Ah, que isso! O assunto tava no Héctor e na Luna, e já veio parar em mim? — Marc reclamou, cruzando os braços. — Isso é bullying! Pra sua informação, eu estava estiloso nessa época.
— Estiloso? — Lamine gargalhou. — Você parecia um integrante de boyband dos anos 2000.
— E era exatamente essa a intenção. — Marc ergueu o queixo, fingindo orgulho. —
— Bom, pelo menos ele tentou inovar. — Falei, dando de ombros. — Melhor do que alguém que só repete o mesmo corte de cabelo desde os 15 anos, né, Lamine?
— Ei! Meu cabelo é clássico. — Lamine rebateu, apontando para si mesmo. —
— Clássico ou preguiça de mudar? — Héctor provocou, ganhando um coro de risadas na mesa. —
— Prefiro chamar de assinatura de estilo, tá? — Lamine rebateu, cruzando os braços. —
— Assinatura de estilo... Claro. — Marc ironizou. — Se for assim, meu cabelo de calopsita também era assinatura de estilo.
— Não, seu cabelo era um erro, Marc. — Lamine retrucou. —
— E o seu cabelo é o quê, então? Um corte padrão de quem não sabe arriscar? — Katrina entrou na brincadeira, rindo enquanto Marc fazia uma cara de vitória. —
— Uau, Katrina, agora até você? — Lamine colocou a mão no peito, fingindo estar ofendido. —
— Desculpa, lala, mas eu sou obrigada a concordar. — Ela riu, apertando a mão de Marc em solidariedade. —
— Tá bom, tá bom. — Lamine levantou as mãos com um sorriso travesso. — Pelo menos eu nunca precisei de três potes de gel pra tentar deixar meu cabelo decente, como o Héctor.
— Ridículo, isso não tem graça. — Héctor rebateu, cruzando os braços e fingindo indignação. —
— Provoca e não aguenta. — Lamine deu de ombros, rindo ainda mais. —
— Lamine, se para de encher a paciência. — Falei, tentando manter um tom sério, mas não consegui esconder o sorriso. —
— Tá bom, vou pegar leve com o Héctor. — Ele disse, piscando para mim. — Afinal, não quero atrapalhar a reconquista.
— Reconquista que tá indo muito bem, diga-se de passagem. — Katrina acrescentou, lançando um olhar cúmplice para nós dois. —
Héctor olhou para ela com um sorriso satisfeito.
— Sempre indo bem quando se trata da minha rainha.
— Ai, que romântico. — Marc zombou, fingindo um tom meloso. — Só não esquece que precisa reconquistar o Lamine também, porque ele tá claramente magoado.
— Magoado nada. — Lamine retrucou, fazendo uma careta. — Eu só queria lembrar a Héctor que nem tudo é sobre ele.
— Claro, Lamine. O centro do universo é você. — Héctor retrucou, rindo. —
Enquanto o café da manhã seguia, as conversas não diminuíam. O drama de Lamine ainda era o ponto alto, e todos faziam questão de não deixá-lo esquecer.
— Só queria dizer que vocês me perseguem demais. — Lamine reclamou, cruzando os braços. — É injusto, eu sou o mais equilibrado desse grupo.
— Equilibrado? — Katrina soltou uma gargalhada. — Você caiu da escada na semana passada porque estava dançando com a vassoura.
— Era treino, Kat. Treino! — Lamine tentou justificar, mas a mesa inteira já ria. —
— Treino para o quê? Uma competição de desajeitados? — Marc provocou, arrancando mais risadas. —
— Vocês são muito cruéis. — Lamine fingiu indignação. — Vou sair dessa mesa, ninguém merece isso logo de manhã.
— Não vai sair nada. — Falei, apontando para ele com um pedaço de pão na mão. — Vai sentar aí e continuar aguentando porque você adora essa atenção toda.
— Ela tá certa. — Héctor concordou, apontando para Lamine. — Se não tivesse, você não faria tanto drama.
— Tudo bem, tudo bem. — Lamine suspirou, fingindo derrota. — Mas só porque eu amo vocês.
O clima continuou descontraído enquanto terminávamos o café da manhã. Era o tipo de momento que fazia qualquer problema parecer menor, e todos sabiam que esses pequenos encontros eram o que tornavam a amizade tão especial.
▪︎ 🇪🇸 ▪︎
Ao chegar no meu apartamento, não esperava encontrar meu pai. Ele estava fazendo uma visita surpresa para mim e Matteo. Confesso que fiquei surpresa, já que o tinha visto há poucos dias. E, como sempre, ele veio com o mesmo assunto, desde que descobriu que o Javi é filho de um dos melhores amigos dele, insiste na ideia de que deveríamos ser um casal. Para ele, isso seria ótimo para o bem financeiro da família e para a imagem social. Ridículo! Não aguento mais ouvir isso. Mas, como de costume, tentei ignorar, porque nunca ficaria com alguém por interesse.
E aqui estava eu, sentada em um jantar forçado com os pais do Javi, meu pai, Matteo e, claro, o próprio Javi.
— Muito interessante esse jantar, não acha? — Javi sussurrou ao meu lado, tentando disfarçar o tédio. —
— Nossa, super. Estou transbordando de felicidade. — Respondi no mesmo tom, entrando na brincadeira. —
Ele riu baixinho, balançando a cabeça.
— Seu pai ainda está naquela ideia de me arrumar como seu pretendente? — Ele perguntou, desviando o olhar rapidamente para meu pai. —
— Sim, claro. Ele insiste, mas não entende que somos só amigos.
— Ainda bem que somos. — Javi disse, com um tom descontraído. — Porque se eu tivesse que te convencer, ia perder feio. Você é teimosa demais.
— Olha quem fala! Como se você não fosse teimoso. — Retruquei, tentando segurar um sorriso. —
— Ok, talvez. Mas eu só queria que eles parassem com isso. Minha mãe está doida com essa ideia também.
— Nem me fale. Parece que estamos em um casamento arranjado do século passado.
Antes que ele pudesse responder, meu pai chamou nossa atenção.
— Vocês dois estão se dando bem, não é? — Ele perguntou, com um sorriso cheio de segundas intenções. —
— Super. — Respondi, sem esconder o sarcasmo. — Javi é praticamente meu irmão.
— Pois é, senhor. Acho que a amizade é a melhor base pra qualquer coisa, né? — Javi acrescentou, claramente se divertindo com a situação. —
O olhar frustrado do meu pai e o da mãe do Javi foram quase sincronizados, mas eu não me importei. Eles poderiam tentar o quanto quisessem, mas minha decisão já estava tomada.
— Claro, filho, mas quem sabe essa amizade não se transforma em algo a mais? — Meu pai disse, com aquele tom esperançoso que só ele conseguia ter. —
Suspirei, tentando manter a paciência.
— Pai, acho que você devia aceitar que nem tudo precisa "se transformar em algo a mais". Javi e eu estamos muito bem assim, não é, Javi? — Falei, lançando um olhar cúmplice para ele.’
— Exatamente. Somos o exemplo perfeito de como uma amizade funciona sem nenhuma complicação. — Javi respondeu, com um sorriso divertido, enquanto tomava um gole de água. —
— Vocês ainda vão mudar de ideia. — Disse a mãe de Javi, com um olhar sonhador. — Vocês combinam tanto.
— Combinamos em discordar de vocês. — Brinquei, tentando aliviar a tensão na mesa. —
Matteo, que até então estava calado, soltou uma risada e decidiu entrar na conversa.
— Acho que vocês deviam desistir dessa ideia. Eles já parecem mais irritados do que interessados.
— Exatamente, Matteo! — Respondi, agradecida por sua intervenção. —
Mas meu pai não se deu por vencido.
— Vocês podem não perceber agora, mas essas coisas levam tempo.
— Pai, sério, você tá mais interessado nesse relacionamento do que a gente. — Falei, revirando os olhos. —
— E muito mais iludido. — Javi completou, rindo. —
Meu celular vibrou no meu colo, e peguei para ver. Era uma mensagem do Héctor, e um sorriso apareceu no meu rosto de imediato.
"Lua, tá afim de dar um perdido no jantar e sair comigo e os meninos?"
Olhei para meu pai, que conversava distraidamente com os pais de Javi, e mostrei a mensagem discretamente para Matteo, que estava sentado ao meu lado.
— Aceita. Eu te encubro com o Javi. — Matteo falou, tentando segurar o riso. —
— Aproveita a nossa ajuda. — Javi completou, me incentivando com um sorriso. —
— Obrigada, amo vocês dois. — Respondi baixinho, com uma ponta de nervosismo e empolgação. —
Voltei minha atenção para a tela do celular e digitei rapidamente.
"Aceito. Consegui ajuda pra sair escondida."
A resposta de Héctor veio quase na mesma hora:
"Já estamos aqui embaixo."
Olhei para Matteo e Javi, tentando controlar a ansiedade.
— Qual o plano agora?
— Você finge que vai ao banheiro. — Matteo sugeriu, calmamente. —
— E nós cuidamos do resto. — Javi disse, com um sorriso travesso. —
— Com licença, vou ao banheiro. — Anunciei casualmente, levantando-me com cuidado. —
Meu pai apenas assentiu, distraído com a conversa. Caminhei em direção ao corredor, tentando parecer o mais tranquila possível. Assim que fiquei fora do alcance dos olhares, mandei outra mensagem para Héctor.
"Estou saindo agora. Me espera na frente."
Abri a porta da frente devagar e, assim que saí, vi Héctor encostado no carro, ao lado de Lamine e Marc. O sorriso de Héctor ao me ver foi imediato, e só aumentou quando ele se afastou do carro para vir até mim.
— A fugitiva chegou. — Lamine brincou, cruzando os braços com um ar teatral. —
— E com estilo. — Marc comentou, erguendo uma sobrancelha. —
— Corajosa, hein? — Héctor disse, parando na minha frente com aquele sorriso que fazia meu coração acelerar. — Mas fico feliz que conseguiu escapar.
— Só consegui porque tenho cúmplices. Matteo e Javi são oficialmente parceiros no crime. — Respondi, rindo. —
— Vamos ter que recompensá-los depois. — Marc acrescentou, abrindo a porta traseira do carro. —
— Já compensamos saindo logo daqui antes que alguém dê falta dela. — Lamine provocou. —
— Agora vamos, que o piloto de fuga tá aqui. — Marc declarou, assumindo o volante com um sorriso confiante. —
— Só não mata a gente, Marc. — Brinquei, ajustando o cinto de segurança. —
— Que isso, Lulu. O pai aqui é profissional. — Ele respondeu, piscando pelo retrovisor. —
— Profissional? Você tirou a habilitação faz o quê? Um mês? — Lamine alfinetou, cruzando os braços no banco de trás. —
— Pelo menos temos um Uber de graça. — Héctor comentou, rindo enquanto olhava pela janela. —
— Uber nada. Vou cobrar o passeio depois. — Marc rebateu, girando o volante com exagero teatral. — Seguro ou não?
— Nem vou responder. Só dirige. — Falei, rindo junto com os meninos. —
O carro seguiu pelas ruas tranquilas, com música baixa tocando no rádio e uma conversa descontraída preenchendo o ambiente. Cada curva parecia ser feita com um toque de cuidado, ou talvez um pouco de exagero dramático de Marc, só para brincar.
— Então, qual é o plano, Héctor? — Perguntei, virando para olhar para ele. —
— Surpresa. — Ele respondeu, piscando para mim. — Mas eu prometo que você vai gostar.
— Só não deixa a gente de vela, ok? — Lamine comentou, arqueando uma sobrancelha. —
— Exatamente! Não é porque somos os maiores apoiadores de vocês que vocês têm o direito de nos deixar abandonados no rolê. — Marc reforçou, com uma expressão teatralmente ofendida. —
— Vocês falam como se não fizessem isso com a gente o tempo todo. — Héctor rebateu, rindo. —
— Detalhes, Héctor. Detalhes. — Lamine retrucou, fingindo não ouvir. —
— Podem relaxar. O plano é pra todo mundo se divertir. — Héctor garantiu. —
— Que plano? Você só falou “vamos sair” e, até meia hora atrás, disse que não sabia onde íamos. — Marc retrucou, cruzando os braços. —
— Bom, eu tive a intenção de salvar minha namorada de um jantar chato, e vocês concordaram em vir. Mas ninguém falou nada sobre o que fazer depois. — Héctor deu de ombros, com um sorriso despreocupado. —
— Então é sério? Você fez um plano pra me salvar e não pensou no que fazer depois? — Falei, arqueando uma sobrancelha. —
— Relaxa, eu sou um garoto de improvisos. — Héctor respondeu, divertido. —
— Vamos naquela casa de shows que a gente conhece. Parece que vai ter um show legal hoje. — Lamine sugeriu, olhando para o celular. —
— Só o Lamine pra salvar a noite. — Marc comentou, fingindo reverência. —
— Cadê a Kat nessas horas? Aliás, por que ela não veio? — Perguntei, lembrando da namorada de Marc. —
— Teve que voltar pra Londres a trabalho. — Marc explicou, parecendo um pouco frustrado. —
— Aposto que ela tá odiando te deixar livre com o Lamine. — Héctor brincou, arrancando risadas de todos. —
— E você acha que eu fico o quê? Um santo? — Marc respondeu, rindo. — Bora logo antes que a fila da casa de shows fique insuportável.
Seguimos para a casa de shows, o clima já mais animado e cheio de expectativa. A fachada iluminada e a música alta que escapava pelas portas davam o tom perfeito para a noite. Entramos rapidamente e encontramos um canto próximo ao bar, com vista para o palco.
— Beleza, agora só falta decidir quem vai na fila do bar. — Héctor falou, apontando para o balcão lotado. —
— Isso é fácil. Lamine, é com você. — Marc disse, empurrando o amigo. —
— Por que sempre eu? — Lamine reclamou, mas acabou indo, resmungando algo sobre exploração. —
Enquanto isso, Héctor se inclinou na minha direção, falando mais baixo.
— Valeu por confiar no meu plano, mesmo sendo meio de última hora.
— Ainda não sei se mereço te agradecer, mas a companhia já valeu. — Respondi, sorrindo, enquanto nossos olhares se encontravam brevemente. —
— Dá pra parar com esse clima todo? Eu estou aqui, sabia? — Marc interrompeu, fingindo indignação, mas com um sorriso no rosto. —
— É só desviar o olhar, Marc. Não é difícil. — Héctor respondeu, rindo e jogando o braço ao redor dos meus ombros. —
— Difícil mesmo é achar paciência pra vocês dois. — Marc provocou. — Ainda bem que o Lamine tá no bar, porque só ele pra me salvar desse romance meloso.
— Se não quer ver, dá meia volta e vai ajudar ele. — Retruquei, dando de ombros e sorrindo de canto. —
— Acha que eu vou deixar vocês aqui sozinhos? Nem pensar. — Marc disse, se recostando na cadeira. — Sou praticamente a vela oficial desse grupo.
Héctor apenas riu e puxou minha mão, entrelaçando nossos dedos.
— Não sei como a Katrina tem tanta paciência pra te aguentar. — Héctor provocou, entrelaçando nossos dedos enquanto sorria. —
— Porque ela me ama, diferente de você que só tolera a companhia alheia. — Marc retrucou, cruzando os braços. —
— Tolerar? Você é praticamente um irmão pra mim, Marc. Não se sinta excluído. — Héctor respondeu, piscando em tom brincalhão. —
— Se eu sou irmão, você devia me tratar melhor. — Marc fingiu ofensa, mas não conseguiu segurar o riso. —
— Cheguei, trazendo a alegria de vocês. — Lamine anunciou, colocando duas garrafinhas de água na mesa. — Marc, como você tá dirigindo, trouxe água pra você.
— Olha só, o Lamine pensando em alguém além dele mesmo. Milagre! — Marc respondeu, pegando a garrafa. —
— Eu sou um cara generoso, vocês que não reconhecem. — Lamine rebateu, se jogando na cadeira ao lado de Marc. —
— Generoso? Só se for com suas piadas ruins. — Héctor provocou, me fazendo rir enquanto ele ainda segurava minha mão. —
— Bom, pergunta pra Luna. Eu sou um ótimo melhor amigo e muito generoso, não é? — Lamine rebateu, colocando as mãos na cintura com um ar convencido. —
— Claro, só quando me traz chocolates. — Respondi, rindo e arqueando uma sobrancelha. —
— Viu? Sou um exemplo de generosidade... quando me convém. — Lamine disse, piscando. —
— Então eu vou começar a cobrar chocolate também. Quem sabe assim você aprende a ser generoso de verdade. — Héctor comentou, dando um leve aperto na minha mão enquanto me olhava com um sorriso divertido. —
— Tá bom, todo mundo agora quer me explorar? Eu só sou generoso com a Luna porque ela merece. — Lamine retrucou, fingindo indignação. —
— Ah, e a Katrina? Ela não merece? — Marc perguntou, com um sorriso de canto, claramente pronto para provocar. —
— A Katrina é diferente, tá? Ela já me aguenta, isso por si só é suficiente. — Lamine respondeu, arrancando risadas de todos. —
— Acho que você devia trazer chocolates pra todo mundo, Lamine. Só pra garantir sua reputação de "ótimo melhor amigo". — Sugeri, provocando. —
— Vou pensar no caso de vocês. Mas, por enquanto, só a Luna está no meu plano de chocolates. — Lamine disse, apontando para mim com um sorriso divertido antes de se recostar na cadeira. —
Héctor aproveitou a deixa, passando o braço pela minha cintura e me puxando para mais perto dele.
— Então eu sou o único que não precisa de chocolate pra mostrar como te adoro. — Ele disse, baixando o tom de voz, me olhando diretamente com um brilho nos olhos que me fez sorrir involuntariamente. —
Eu senti meu rosto esquentar com o comentário, mas antes que eu pudesse responder, Marc se inclinou para frente com uma expressão exageradamente entediada.
— Pronto, começou o momento meloso. Vamos, Lamine, acho que podemos pedir a conta e deixar o casal aqui. — Ele resmungou, revirando os olhos teatralmente. —
— Boa ideia, Marc. Eles podiam colocar uma plaquinha "Reservado para o romance" e poupar o resto de nós. — Lamine concordou, fingindo pegar o celular. —
— Vocês podiam parar de reclamar. Isso aqui é equilíbrio. Vocês trazem o caos, e eu trago a paz. — Héctor rebateu, sem tirar os olhos de mim, enquanto um sorriso provocante surgia no canto dos lábios dele. —
— Ah, claro, "o grande pacificador Héctor Fort". Que piada. — Marc zombou, rindo enquanto apoiava o queixo na mão. —
— Pelo menos ele é criativo no romantismo, porque vocês dois... — Retruquei, levantando uma sobrancelha e olhando para Lamine e Marc com um sorriso desafiador. —
— Opa, opa! Sem comparar! A gente é o apoio moral que todo casal precisa. — Lamine respondeu, levantando as mãos como se estivesse se defendendo. —
Héctor riu baixo, se aproximando mais de mim e ignorando os comentários deles.
— Ignora eles, Lua. Só querem ser o centro das atenções porque não têm ninguém pra segurar a mão deles. — Ele murmurou, piscando para mim. —
— Alguém tira esse príncipe encantado daqui antes que eu tenha uma crise de enjoo. — Marc brincou, cruzando os braços enquanto tentava segurar o riso. —
— Ah, para de graça! Isso tudo é falta da Kat. Logo ela vem te ver de novo. Enquanto isso, você tem a mim, Marczito. — Lamine provocou, dando um sorriso debochado. —
— Sério, você falando assim parece até que vocês namoram. — Comentei, segurando o riso. —
— Deus me livre aguentar o Lamine. Tô fora, Lunita. — Marc respondeu, colocando as mãos para o alto, como se quisesse afastar a ideia. —
— Você não negou com muita convicção... — Héctor entrou na brincadeira, arqueando uma sobrancelha e lançando um olhar sugestivo. —
— Tá louco, Héctor? Não dá nem pra imaginar. Lamine é insuportável só como amigo. Como namorado, seria o caos. — Marc respondeu, gesticulando exageradamente, enquanto Lamine fingia estar ofendido. —
— Insuportável, Marc? Olha que eu conto pra Kat que você prefere passar o tempo comigo. — Lamine rebateu, cruzando os braços com um olhar de quem estava se divertindo. —
— Vai fundo. Ela sabe que eu te aturo por pura caridade. — Marc retrucou, fazendo todos na mesa caírem na risada. —
E a noite seria longa se dependesse desses dois, porque aguentar eles não seria fácil.
▪︎ 🇪🇸 ▪︎
— Pelo amor de Deus, você é muito pesado, Marc. — Resmunguei, quase perdendo o equilíbrio enquanto entrava no apartamento do Héctor com ele apoiado em mim. —
— Não me julga, tá? Eu sou levinho. — Marc murmurou, claramente fora de si, tentando justificar enquanto mal conseguia ficar de pé. —
— Uhum, claro. Só faz um favor pra todo mundo, nunca mais beba escondido. Não quero carregar você de novo na minha vida. — Falei, soltando um suspiro frustrado. —
Héctor fechou a porta atrás de nós, rindo baixo. Ele balançou a cabeça enquanto olhava para a cena.
— Melhor você carregar o Marc mesmo. O Lamine parou umas quinhentas vezes no caminho pra vomitar. — Héctor comentou, apontando para Lamine, que agora estava jogado no sofá com a cabeça caída para trás. —
— Vocês dois são um caos. Como alguém deixa vocês sozinhos? — Perguntei, ajudando Marc a se sentar no sofá. —
— A culpa não é minha. Eu só segui o clima da noite. — Marc disse, apontando vagamente para Lamine antes de rir sozinho. —
— Clima da noite? Vocês transformaram a diversão em missão de sobrevivência. — Héctor respondeu, pegando um copo de água e entregando para mim. —
— Bem, pelo menos agora estão todos em segurança. Mas eu vou dizer uma coisa, Héctor, da próxima vez, não sou eu que vou carregar nenhum deles. — Falei, tomando um gole de água. —
— Pode deixar. Eu assumo o próximo resgate. — Héctor respondeu, sorrindo de canto, enquanto se aproximava e passava o braço pelos meus ombros. —
— Por favor, deixa a Katrina carregar o Marc da próxima vez. Talvez assim ele aprenda. — Sugeri, provocando. —
— Ei! Eu sou um bêbado adorável. Ninguém reclamou. — Marc rebateu, levantando a mão como se defendesse sua honra. —
— Adorável só quando está dormindo. — Héctor retrucou, arrancando risadas de todos. —
— Sério, vocês precisam parar de beber. Não é porque estão de férias que podem exagerar no álcool. Você principalmente, Lamine. — Falei, cruzando os braços e lançando um olhar de reprovação para ele. —
Lamine levantou a cabeça lentamente do sofá, com uma expressão sonolenta e culpada.
— Ei, relaxa, Luna. Foi só hoje... Quer dizer, tá, talvez tenha passado um pouco do limite, mas foi só dessa vez. — Ele tentou se justificar, esfregando os olhos. —
— "Um pouco do limite"? Você quase precisou de um GPS pra chegar aqui. — Héctor provocou, jogando uma almofada em direção a Lamine, que desviou por pouco. —
— Tá bom, tá bom, lição aprendida. Próxima vez, só refrigerante. — Lamine respondeu, levantando as mãos em rendição. —
— Aham, vou acreditar nisso quando eu vir. — Retruquei, tentando esconder o sorriso. —
— Relaxa, Luna. Da próxima vez, a gente te chama pra ser nossa motorista. — Marc brincou, sorrindo. —
— Deus me livre. Depois dessa experiência, só aceito dirigir por mim mesma. Vocês são um caso perdido. — Respondi, rindo. —
— Obrigado pela parte que me toca. — Marc retrucou, olhando para mim. —
— Olha, desculpa por termos estragado a noite de vocês, sério. — Lamine disse, com um tom de voz sincero e um sorriso meio culpado. —
Héctor soltou uma risada curta, balançando a cabeça.
— Relaxa, Lamine. Vocês não estragaram nada. Só tornaram a noite mais... memorável, digamos assim. — Ele disse, lançando um olhar divertido para mim. —
— Memorável mesmo, porque não vou esquecer tão cedo vocês dois sendo carregados que nem peso morto. — Respondi, tentando parecer séria, mas acabando por rir. —
— Ei, pelo menos eu colaborei. — Marc rebateu, erguendo as mãos. — Quem estava parando a cada cinco minutos era o Lamine.
— E quem tá se desculpando aqui? Eu! Aceita minha redenção e segue a vida, Luna. — Lamine retrucou, jogando uma almofada em mim. —
— Tá bom, tá bom. Só não me façam carregar vocês de novo. — Respondi, jogando a almofada de volta nele. —
Héctor puxou minha mão e entrelaçou nossos dedos, chamando minha atenção.
— Da próxima vez, prometo que não vai ter interrupções. Só nós dois. — Ele disse com um sorriso que fez meu coração acelerar. —
Antes que eu pudesse responder, Marc e Lamine começaram a rir.
— E lá vem o príncipe encantado com as promessas de romance. — Marc zombou, arrancando risadas de Lamine. —
— Vocês dois deviam ser proibidos de atrapalhar. — Héctor reclamou, mas ainda sorrindo. —
— Concordo plenamente. — Respondi, cruzando os braços e fingindo estar séria. — Vocês são especialistas em destruir qualquer clima.
— Ei, não é culpa nossa se vocês não sabem ser discretos. — Marc retrucou, apontando para nós dois com um sorriso travesso. —
— Discretos? O Héctor praticamente carrega uma placa dizendo "Estou apaixonado pela Luna". — Lamine provocou, arrancando risadas de Marc. —
Héctor revirou os olhos, mas não conseguiu esconder o sorriso.
— Tá bom, fechem a boca e vão dormir, porque hoje vocês deram uma de insuportáveis. — Ele retrucou, apontando para os dois. —
— Vocês sabem onde fica o quarto e, pelo tanto que estão falando, conseguem chegar sozinhos. — Comentei, cruzando os braços com um sorriso divertido. —
— Isso mesmo, boa noite. — Héctor disse, segurando minha mão e me puxando em direção ao quarto dele. —
Marc e Lamine começaram a protestar ao mesmo tempo.
— Ei! Vocês vão mesmo nos abandonar? — Marc fingiu indignação. —
— Só porque somos incríveis e animamos a noite inteira? — Lamine acrescentou, mas o tom de provocação era evidente. —
Héctor virou a cabeça, já perto da porta do quarto.
— Vocês animaram tanto que agora merecem um descanso. Boa noite! — Ele respondeu, fechando a porta atrás de nós antes que eles pudessem dizer mais alguma coisa. —
No quarto, Héctor soltou uma risada baixa, me puxando para um abraço.
— Finalmente, só nós dois. — Ele murmurou, descansando o queixo no topo da minha cabeça. —
— Até parece que eles vão nos deixar em paz por muito tempo. — Brinquei, mas me permiti relaxar nos braços dele. —
— Não importa. Cada segundo contigo vale a pena. — Ele disse, inclinando a cabeça para me olhar com um sorriso suave.
Eu ri, balançando a cabeça.
— Sei... Mas você ainda vai ter que me provar isso pra eu acreditar de verdade. — Respondi, cruzando os braços, mas um sorriso escapou dos meus lábios. —
— Isso não vai ser problema. Logo eu reconquisto você, Lua. — Héctor garantiu, com aquele olhar confiante que só ele tinha. —
E ele sabia muito bem como mexer comigo. Talvez fosse por isso que eu era tão apaixonada por ele. Era o jeito como ele conseguia me desarmar com tão pouco, transformando momentos simples em algo especial.
001. Oie amores, voltei com eles, peço que votem e comentem na fanfic.
002. Deculpa qualquer erro ortográfico. Espero que estejam gostando da Fanfic.
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