18.
LUNA MONTENEGRO
📍BARCELONA, ESPANHA
Ao terminar de organizar a última planilha de documentos, foi como se um alívio tomasse conta do meu corpo. Depois de horas, dentro de uma sala resolvendo os últimos assuntos pendentes, para os dois dias de folga.
Essa folga não poderia ter chegado em um momento melhor. A minha vida estava uma bagunça, e ainda me sentia muito mal por Lana, ainda me custava a acreditar que não podia mais sequer falar com ela. Ainda mais com a pequena briga que tive com Héctor ontem, só piorou ainda mais a situação. Eu saí do apartamento dele, sem falar um “bom dia” hoje.
Pego a minha bolsa colocando em meu ombro, e as chaves de casa. Abro a porta, dando de cara com Héctor. É só falar que a bênção de deus aparece. O sorriso no rosto dele de quem tinha algo para me falar, o típico sorriso que me fazia ficar rendida por ele.
— Meu amor, que bom que te encontrei. Temos que conversar. — Ele entrou na sala, fechando a porta atrás dele — Na verdade é mais um convite.
Solto um suspiro, sabendo que se eu não escutasse ele não me deixaria em paz.
— Fala, Héctor… — Respondi, em um tom baixo. deixando a bolsa na mesa —
— Ainda está chateada comigo? — Ele perguntou, em um tom menos alegre, olhando-me com os olhos brilhando —
— Não, só estou cansada. — Falei, em um tom mais suave, olhando para ele —
Ele balançou a cabeça, com um sorriso pequeno.
— Você me disse a mesma coisa ontem e adivinha você estava chateada. — Héctor rebateu, aproximando-se de mim —
— E o que te faz ter certeza disso? — Retruquei, ainda mantendo meu olhar fixo no dele, tentando não demonstrar que estava nervosa pela nossa aproximidade —
— Essa sua marra, lua…. — Ele inclinou-se, sussurrando perto do meu ouvido — E bom, acho que você está ficando nervosa, amor.
Héctor me conhecia muito bem, e eu sabia disso. O ruim é que é impossível esconder algo dele, muito menos como ele sabia me desarmar.
— Eu não estou, não. — Tentei me manter firme, em uma última tentativa —
— Ah, minha estrela, você sabe que isso é mentira. — Ele falou, em um tom mais humorado. Deixando um chupão em meu pescoço —
— Para com isso! Vai ficar a marca! — Reclamei, empurrando-o levemente. —
O sorriso presunçoso nos lábios, de quem tinha conseguido o que queria estava estampado no rosto dele. Ele segurou minha cintura, me puxando para mais perto.
— É bom, que todos fiquem sabendo que você já tem dono, Lua. — Ele falou, ainda sorrindo. —
O sorriso presunçoso não desapareceu do rosto dele, e eu senti um misto de irritação e algo mais quente crescendo dentro de mim. Ele sempre soube exatamente como me provocar.
— Ah, é? E quem te deu tanta garantia assim? — Perguntei, tentando manter a expressão desafiadora enquanto levantava uma sobrancelha —
Héctor inclinou-se um pouco mais, o sorriso nos lábios se transformando em algo mais suave, quase íntimo.
— Eu me garanto, meu amor. — Ele murmurou, seus olhos castanhos brilhando com uma confiança que sempre mexia comigo —
Eu queria resistir, queria dizer algo sarcástico, mas a proximidade dele e o tom de voz rouco fizeram minhas palavras sumirem antes mesmo de saírem. Ele estava tão perto que eu podia sentir o calor do seu corpo, o cheiro familiar que sempre me trazia conforto.
— Você fala como se fosse tão fácil... — Respondi, tentando manter a firmeza na voz, mas já sentindo minhas defesas caírem —
— Não é fácil. — Ele disse suavemente, enquanto seus dedos gelidos entraram em contato com pele da minha cintura por debaixo da minha blusa. — Mas eu vou fazer o que for preciso pra te mostrar que você é minha, e eu sou seu. Sempre.
Meu coração acelerou, e por mais que quisesse manter a resistência, era difícil quando ele falava daquele jeito.
— Não acha que é muita confiança pra quem tá dormindo no sofá hoje à noite? — Retruquei, tentando recuperar o controle da situação.
Ele soltou uma risada baixa, puxando-me para mais perto.
— Talvez, mas vale a pena. — Respondeu, com aquele sorriso provocante que eu tanto amava —
Eu bufei, fingindo irritação, mas acabei cedendo um pequeno sorriso.
— Você é impossível, Héctor. — Disse, finalmente relaxando um pouco nos braços dele —
— Impossível, mas seu. — Ele rebateu, deixando um beijo suave no meu pescoço, logo acima da marca que ele fez —
— Para de enrolar, Héctor. — Eu disse, tentando recuperar o controle da conversa. — Diz logo o que você quer.
Ele sorriu, um brilho travesso surgindo em seus olhos.
— Me diz primeiro se você aceita? — Héctor Falou, em um tom baixo, me olhando —
Eu franzi o cenho, desconfiada.
— Aceito o quê? — Perguntei, com uma certa desconfiança dessas coisas que ele me propunha —
Héctor inclinou a cabeça, o sorriso ainda mais provocante.
— Aceita passar esses dois dias de folga comigo na casa de campo da minha família? Só nós dois. Longe de tudo e de todos. — Ele sugeriu, ainda com os sorriso —
Senti uma onda de surpresa misturada com uma leve ansiedade. A ideia de passar dois dias isolada com ele, sem as distrações de sempre, me deixou nervosa, mesmo que uma parte de mim quisesse ceder imediatamente.
— Na casa de campo? — Perguntei, tentando manter o tom neutro, mas ele percebeu a hesitação na minha voz —
— Isso mesmo. — Ele respondeu, acariciando meu rosto de forma reconfortante. — A gente precisa desse tempo juntos, só nós dois. Sem interrupções. O que acha?
As palavras ficaram presas na minha garganta. A verdade era que eu queria aquilo. Queria escapar da rotina, da pressão, e passar um tempo só com ele.
— Não sei, Héctor... — Tentei resistir, mordendo o lábio inferior. — E se…
— E se nada. — Ele me interrompeu suavemente, segurando meu queixo e me fazendo olhar diretamente nos seus olhos. — Confia em mim, vai ser bom pra nós dois. Eu só quero te fazer feliz, te dar um pouco de paz.
Meu coração começou a derreter aos poucos com o jeito que ele me olhava, como se eu fosse a única coisa que importava no mundo naquele momento. Respirei fundo, ainda tentando lutar contra a vontade crescente de ceder.
— Tudo bem, mas se eu não gostar, a culpa é sua. — Murmurei finalmente, fingindo uma relutância que eu não sentia mais —
Héctor riu baixo, satisfeito, e me puxou para mais perto.
— Vou fazer valer a pena, prometo. — Ele sussurrou antes de me beijar, selando o acordo de forma que me fez esquecer qualquer dúvida que ainda restava. —
Esse garoto ainda me deixaria maluca por ele.
▪︎ 🇪🇸 ▪︎
A viagem que faria com Héctor era amanhã de manhã, eu já estava arrumando todas as coisas. Mas ele decidiu ficar deitado na minha cama, mexendo no celular invés de ajudar a própria namorada. Ainda acho que estou castigando ele pouco em deixá-lo dormir no sofá.
— É sério? O celular está mais interessante do que ajudar a sua namorada? — Perguntei, colocando o último par de roupa dobrado dentro da mala e fechando-a. Finalmente desviando o olhar apara ele —
— Você já terminou de arrumar tudo, além do mais quem tá cansado hoje, sou eu. — Ele se defendeu, sem desviar o olhar do celular em nenhum momento —
— Héctor Fort, sai desse celular agora! — Ordenei, levantando-me e pegando o celular da mão dele, estressada por não estar recebendo atenção — Da próxima vez que você não me der atenção e ficar com esse celular, esquece que somos namorados.
Ele me puxou pela cintura, fazendo-me cair em cima dele.
— Amor, você é a única mulher da minha vida e não faria isso comigo. — Héctor falou em um tom convencido —
— Dúvida? — Perguntei, seriamente, tentando me levantar mais foi uma tentava falha — Me solta!
— Eu não duvido. Fica calma, Bravinha. — Ele brincou, com um sorriso travesso —
— Não tenta me agradar, não. — Falei, tentando manter a voz firme, soltando-me do toque dele e levantando-me —
Saio de perto dele, pegando a mala e colocando em canto do quarto.
— Lua, eu tô brincando, vem aqui. — Ele pediu, fazendo uma cara de pidão. —
— Não! — Respondi, em um tom alto e firme. Eu não estava brava, apenas estava fazendo o mesmo jogo que ele —
Caminho para fora do quarto em direção a cozinha, sem olhar para trás. Mas eu senti a presença dele logo atrás de mim, além do mais ele com os pés descalços conseguia fazer um barulho gigantesco, um costume que eu odeio.
Entro na cozinha e pego um copo da água me encostando no balcão que dividia a cozinha, enquanto olhei para ele que estava parado na entrada.
— Você me desculpa, eu não queria te deixar brava, minha estrela — Ele falou em um tom manhoso, fazendo menção para dar um passo mais levantei a mão —
— Não se aproxima, se não jogo seu celular na água. — Argumentei, abrindo a torneira e esticando a minha mão que segurava o celular em direção a água —
— Não faz isso! Eu já pedi desculpa, lua. — Héctor disse, em um tom quase desesperador, e meu sorriso aumentou no rosto —
— Então o celular é mais importante do que eu? — Perguntei, em um tom que eu estava me divertindo com a situação —
Ele negou rapidamente, aproximando com cuidado.
— Não, você é a pessoa mais importante na minha vida, minha rainha, lua. — Ele começou, em um tom suave — Você sabe disso, né, eu te amo.
E após aquelas três últimas palavras dele, foi como se tudo tivesse parado ao meu a redor e meu olhar parou brevemente nos olhos dele.
— Héctor… você… você disse que me ama? — Repeti, ainda perdida nas minhas palavras. Senti um no se formar na minha garganta —
— É Lua, eu te amo. — Ele repetiu, em um tom calmo, parando na minha frente e colocando a mão em cada lado do meu rosto — Porque você tá chorando?
Percebi que as lágrimas já rolavam pelo meu rosto do quando ele me falou.
— Porque essa é a primeira vez que escuto isso. — Falei, com a minha voz transparecendo o meus sentimentos —
Héctor me olhou com surpresa e preocupação, os polegares acariciando minhas bochechas enquanto limpava as lágrimas que continuavam a cair.
— A primeira vez? — Ele perguntou suavemente, os olhos castanhos cheios de ternura. — Como assim, Lua?
Eu respirei fundo, tentando encontrar as palavras enquanto o nó na garganta parecia crescer. Nunca imaginei que ouvir aquelas palavras de alguém fosse me deixar tão vulnerável.
— Ninguém nunca me disse isso antes, Héctor. — Confessei, a voz trêmula. — Pelo menos, não de um jeito que eu realmente acreditasse. Sempre achei que... que talvez eu não merecesse.
Héctor franziu o cenho, a tristeza nublando o brilho em seus olhos.
— Ei, olha pra mim. — Ele disse, inclinando-se para que nossos olhos ficassem na mesma altura. — Você merece, mais do que qualquer outra pessoa. Eu te amo, e não vou deixar você duvidar disso nem por um segundo.
As palavras dele me atingiram com força, quebrando as últimas barreiras que eu tentava manter. Soltei um soluço, incapaz de segurar as lágrimas enquanto ele me puxava para um abraço apertado, o calor do corpo dele me envolvendo completamente.
Eu tentei falar, mas as palavras não saíam. Minha garganta estava apertada, e minha mente se esforçava para encontrar algo que fizesse sentido no meio daquela onda de emoções.
— Héctor, eu... — Comecei, mas as palavras pareciam fugir, o que eu queria dizer. —
— Não precisa dizer nada agora. — Ele disse suavemente, os olhos cheios de carinho e compreensão. — No momento certo, você vai saber o que dizer. Não se sinta pressionada.
As palavras dele me trouxeram um alívio imediato, como se um peso tivesse sido tirado dos meus ombros. Ele me abraçou novamente, sem pressa, sem cobranças, apenas me deixando sentir.
— Eu só quero que você saiba que eu tô aqui, sempre. — Ele sussurrou contra o meu cabelo, segurando-me firme. —
Um alívio, de gratidão por ter alguém que me entendia tão profundamente, alguém que não precisava de palavras para saber o que eu sentia.
001. Demorei um pouquinho mais voltei. Amo tanto eles, impossível deixá-los separados.
002. Desculpa qualquer erro ortográfico. Espero que estejam gostando da Fanfic.
003. Votem e comentem muito para liberação do próximo capítulo ser rápido. Bjos da Bia.
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro