17.
HÉCTOR FORT
📍BARCELONA, ESPANHA
A última semana tinha sido um sufoco com os treinos tão intensos. O final da temporada se aproximando a cada dia, e só conseguia pensar nas férias, não porque eu estava cansado do futebol, pelo contrário eu jogaria temporada por temporada sem férias. Até porque eu amo o que eu escolhi para exercer.
Com tudo isso, acho que tenho passado bem menos tempo com a Luna. E além de tudo, os acontecimentos dos últimos dias ela tem se fechado mais do que eu esperava, mesmo eu tentando alegrá-la, nada parece funcionar.
Eu estava disposto a fazer uma surpresa para ela nem que fosse para tirar ela um pouco da rotina só de trabalho, estudos e casa.
Maya era a minha melhor opção, por ela estar quase casada com Pablo. E o relacionamentos deles terem sobrevivido a tantas coisas. E também eu não iria pedir ajuda para o Lamine ou o Marc, era quase impossível sair algo que preste deles.
— Então, você vai parar de enrolar e me dizer o que você quer, Héctor? — Maya perguntou, ainda esperando por uma resposta —
Eu sorri para Maya, sabendo que ela tinha razão. Eu estava realmente enrolando, talvez por ainda estar um pouco inseguro sobre como pedir ajuda.
— Tá bom, tá bom. — Respondi, levantando as mãos em sinal de rendição. — É sobre a Luna. Eu queria fazer algo especial para ela, sabe? Algo que a tire um pouco dessa rotina pesada que ela anda tendo. Mas sinceramente, não sei por onde começar.
Maya arqueou uma sobrancelha, cruzando os braços como se estivesse esperando por mais detalhes.
— Ok, já entendi que você quer fazer uma surpresa para ela. Mas por que você acha que precisa da minha ajuda, Héctor? — Ela perguntou, agora mais interessada —
— Porque você e Pablo têm um relacionamento que sobreviveu a tudo. Vocês sabem como manter as coisas interessantes, como se apoiar nas dificuldades. E, sinceramente, preciso de um pouco dessa magia que vocês têm. — Admiti, sentindo que talvez estivesse me expondo demais, mas não via outra forma —
Maya riu, mas foi uma risada suave, compreensiva.
— Ah, agora faz sentido. — Ela disse, pensativa. — Bom, a primeira coisa que você precisa fazer é pensar no que realmente faria Luna se sentir especial. O que a faria sorrir, relaxar, esquecer um pouco desses problemas todos?
Parei para pensar, tentando me lembrar dos momentos em que Luna parecia mais feliz. Ela sempre amava pequenas surpresas, momentos íntimos e pessoais, longe de toda a pressão e expectativa.
Enquanto eu pensava, uma ideia surgiu na minha cabeça, algo que poderia realmente tirar Luna de toda essa pressão e ajudá-la a relaxar.
— Bella, você se lembra daquela casa de campo da nossa avó? — Perguntei, animado com a ideia que começava a se formar. —
— Sim, claro que lembro! — Maya respondeu, curiosa com a direção da conversa. — A gente passou alguns dias lá uma vez, lembra? É um lugar maravilhoso. Por que, o que você está pensando?
Eu sorri, começando a visualizar o plano mais claramente.
— Então, eu estava pensando em levar a Luna para lá. — Expliquei, sentindo a empolgação crescer. — Ela nunca foi lá, e acho que seria uma surpresa perfeita para tirá-la dessa rotina pesada. É calmo, cercado pela natureza... um lugar onde a gente pode simplesmente relaxar e se desconectar de tudo.
Maya assentiu, agora compreendendo completamente a ideia.
— Eu fico tão feliz em saber que você pensa assim. Luna realmente mudou a sua vida e é bom saber que você está disposto a fazer tudo por ela, acho que essa ideia não poderia ser melhor. — Ela disse, com um sorriso genuíno —
— Ela realmente me mudou, Maya. — Concordei, sentindo um calor no peito ao falar de Luna. — E eu faria qualquer coisa para vê-la feliz, especialmente agora que as coisas têm sido tão difíceis para ela.
— Vocês dois têm algo especial, Héctor. Não deixe que essas dificuldades de agora abalem isso. — Ela disse, com uma convicção que me fez sentir ainda mais determinado. — E essa surpresa... vai ser incrível. Tenho certeza de que Luna vai amar.
— Eu também espero que sim. — Respondi, mais seguro da minha decisão. — E obrigado, Maya. Você sempre sabe como me ajudar a ver as coisas com mais clareza.
— Sempre que precisar, maninho. — Ela respondeu, com um sorriso carinhoso. — E trate de me apresentar melhor para ela, quando vocês voltarem.
— Pode deixar, maninha. — Respondi, usando o mesmo tom divertido. — Prometo que, quando voltarmos, você vai ter todo o tempo do mundo para conhecer melhor a Luna. Acho que vocês duas vão se dar muito bem.
Maya sorriu, contente com a ideia.
— Espero que sim. Ela parece ser incrível, e se faz você tão feliz, já tem minha aprovação. — Ela disse, me dando um leve empurrão de brincadeira. — Agora vai, antes que eu comece a planejar mais do que você.
Eu ri de novo, sabendo que Maya estava falando sério.
— Já estou indo. E obrigado, de novo. — Disse, levantando-me e deixando um beijo na testa dela — Se cuida, Bella.
Além de ansioso, estava querendo chegar em casa para contar a Luna a novidade.
¤ 🇪🇸 ¤
Cheguei no apartamento, cansado do dia longo, e assim que entrei, a primeira coisa que notei foi o silêncio. Isso me deixou um pouco preocupado. Luna gostava de dormir tarde, quase sempre era a última a ir para cama. Era raro ela estar dormindo antes de mim.
Deixei a mochila em qualquer lugar na sala, caminhei em direção ao quarto. Assim que abri a porta, fiquei aliviado ao ver a luz acesa, mas o quarto estava vazio. Estranhei, mas antes que pudesse pensar em qualquer coisa, ouvi um som suave vindo do banheiro. A porta se abriu lentamente, e Luna apareceu, com o rosto abatido, e algo dentro de mim se acendeu em alerta.
— Amor, você tá bem? — Perguntei, preocupada por ver o jeito que ela estava —
— Uh-hum, só estou cansada. — Ela respondeu, tentando transparecer normal, mas havia algo errado, muito errado —
Era como se ela dissesse algo, e meu coração parecesse saber que tinha algo de errado nas palavras dela.
— Meu amor, olha para mim… pode contar o que está havendo, eu te conheço e sei que não é só cansaço — Falei, me aproximando dela, tentando entender o que estava acontecendo —
Luna levantou o olhar para mim, a decepção evidente em seus olhos me atingiram como um soco. Meu coração acelerou, e um frio tomou conta do meu estômago.
— Porque você não me falou a verdade aquele dia… que você foi até a casa de Fermin para tentar resolver as coisas, do seu jeito, você falou que não estava escondendo nada de mim… porque me escondeu isso então? — Ela perguntou, a voz baixa, mantendo o seu olhar fixo no meu —
— Luna… — minha voz falhou um pouco, enquanto tentando entender o que ela estava dizendo — Eu… eu não queria te preocupar, só…
Ela me interrompeu, antes que eu pudesse completar.
— Você mentiu para mim, Héctor. — Ela falou, e a tristeza em sua voz me cortou fundo — E eu odeio mentiras, eu sempre fui sincera com você independente de tudo, e na primeira oportunidade você já menti para mim?
— Eu sei, lua… eu sei que errei. — Comecei, tentando achar alguma justificativa, em meio a tudo isso — Eu deveria ter sido honesto com você, como você sempre foi comigo. Só não achei que deveria te preocupar com isso naquele momento, e não queria que o nosso momento de paz estragasse por culpa dele, como sempre acontece. Nossas brigas sempre são pelo mesmo motivo, Fermin tem virado o principal alvo das nossas brigas, e agora estamos nós brigando por culpa dele de novo.
Luna me olhou com os olhos cheios de dor e frustração, e eu soube que minhas palavras, por mais sinceras que fossem, não estavam ajudando.
— Héctor, não é so sobre Fermin. — Ela disse a voz tremendo com a emoção — É sobre nós. Sobre como a nossa relação é construída na confiança, na verdade. Eu entendo que você queria nos proteger, mas esconder algo tão importante... isso não é proteção, é afastamento.
Ela estava certa. No meu desejo de manter as coisas tranquilas entre nós, acabei colocando uma barreira onde deveria haver abertura e comunicação.
— Eu só não queria que ele continuasse sendo um fantasma entre a gente. — Admiti, sentindo-me vulnerável e impotente — Mas, ao tentar fazer isso, eu acabei deixando esse fantasma crescer ainda mais entre nós, não foi?
Luna balançou a cabeça lentamente, os olhos marejados.
— Sim, Héctor. E agora é você que está criando essa distância entre nós. Eu não quero que ele continue sendo um motivo de briga, mas se a gente começar a esconder as coisas, aí sim ele vai conseguir destruir o que a gente tem. — Ela falou, com um suspiro resignado —
A realidade das palavras dela bateu forte. Eu sabia que havia falhado em proteger o que mais importava para mim, nosso relacionamento.
— Eu sei, só não queria que chegássemos a ficar assim de novo. Eu odeio brigar com você, Lua. Mas eu entendo, você está certa. — Concordei, com um suspiro pesado —
Luna respirou fundo, como se estivesse tentando controlar a mistura de emoções que a dominavam. Seus olhos estavam fixos em mim, e eu podia ver a dor e a frustração ainda presentes ali.
— Eu também odeio brigar com você, Héctor. — Ela disse, a voz mais suave mas carregada de emoção. — Mas o que mais doi é sentir que estamos nos afastando, quando tudo o que eu quero é que estejamos juntos.
A culpa que eu sentia se intensificou. O amor que eu tinha por ela era profundo, e saber que minhas ações estavam colocando isso em risco era devastador.
— Eu quero o mesmo, Lua. — Respondi, me aproximando mais dela, esperando que ela me deixasse fazer isso. — Sei que errei, e estou disposto a fazer o que for preciso para consertar as coisas. Não quero que nada ou ninguém fique entre nós.
Ela olhou para mim por um longo momento, e finalmente, deu um pequeno suspiro, como se estivesse aliviando um pouco do peso que carregava.
— Eu também quero isso. — Ela disse, a voz um pouco mais suave. — Mas precisamos ser honestos um com o outro, Héctor. Se começarmos a esconder as coisas, a confiança entre nós vai se desfazer... e eu não quero perder isso.
Aproximei-me ainda mais e, com hesitação, toquei suavemente o rosto dela, como se pedisse permissão para estar perto. Ela não se afastou, mas também não relaxou completamente.
— Eu prometo, Lua. — Disse, a voz firme. — Eu vou fazer de tudo para manter nossa relação forte. Não vou mais esconder nada de você.
Ela assentiu, um gesto pequeno, mas significativo. Lentamente, ela se aproximou de mim, e eu a abracei, sentindo o corpo dela ainda tenso, mas aceitando o conforto que eu oferecia.
— Só um aviso, você dorme na sala hoje. Não quero voce de gracinha. — Ela avisou, em um tom firme, mas que havia um leve humor —
Afastei-me para poder olhar para ela, tentando saber se ela estava brincando. Mas não, ela estava falando sério.
— Isso é tortura, sabia? — Reclamei, com uma voz meio manhosa, tentando despertar um pouco de compaixão —
Ela apenas ergueu uma sobrancelha e cruzou os braços, um sorriso ligeiro brincando em seus lábios.
— É, talvez seja. — Ela respondeu, sem um pingo de arrependimento. — Mas hoje você vai ter que aguentar.
— Eu só queria ficar perto de você… — Murmurei, com o olhar mais pidão que consegui fazer —
Luna soltou uma risadinha, balançando a cabeça como se estivesse tentando não ceder.
— Héctor, não adianta tentar, isso é um pequeno castigo por você ser um mentiroso. — Ela disse, sem perder a leveza na voz, mas deixando claro que o que estava dizendo era sério —
Eu suspirei, aceitando a derrota. Não havia muito que eu pudesse fazer para contornar a situação. Ela estava certa em querer me dar uma lição, e eu sabia que precisava aceitar isso.
— Tá, eu entendo. — Concordei, levantando as mãos em rendição. — Eu mereço.
Ela assentiu, parecendo satisfeita com minha resposta.
— Merece mesmo. — Ela respondeu, mas dessa vez, havia um toque de suavidade no olhar dela, como se minha aceitação tivesse aliviado um pouco da tensão entre nós. — Mas amanhã… a gente vê como as coisas estão.
Eu sorri, mesmo sabendo que ainda tinha que passar a noite no sofá.
— Então, eu tenho uma chance de redenção amanhã? — Perguntei, com um tom brincalhão, enquanto já me dirigia para a sala —
— Talvez. — Ela disse, dando um meio sorriso antes de se virar para a cama — Boa noite, Héctor.
Uma parte de mim ficou aliviado por saber que talvez tudo poderia estar melhor amanhã. Porque as brigas ou discussões com Luna sempre conseguiam me afetar e fazer eu realmente me perder.
¤ 🇪🇸 ¤
Além de não falar com a Luna de manhã, porque ela acordou antes de mim e saiu. Quando cheguei no ct tive que aguentar Lamine dizendo as mesma coisas durante o café da manhã.
Que ele estava certo e que eu deveria ter sido sincero com a Luna.
— Eu te avisei, mas você é um cabeça dura e não escuta. — Ele disse, balançando a cabeça como se estivesse lidando com uma criança teimosa — Se eu fosse ela, não te perdoava tão fácil.
— Primeiro, você não tem que se intrometer em nada, segundo, o relacionamento é meu, terceiro, quem é minha namorada e deve querer ou não me perdoar é a Luna. — Rebati, em um tom sério, cansado de escutar a mesma coisa —
Marc apareceu e se aproximou da mesa onde estávamos. Sentando ao meu lado.
— O clima tá pesado aqui, né, consegui perceber de longe. — Ele falou, em um tom suave. Enquanto olhava de Lamine para mim —
— É o seu amigo, que quer estar certo quando ele está claramente errado. — Lamine falou, negando freneticamente —
Reviro os olhos, cruzando os meus braços e encostando-me na cadeira.
— Tá bom, eu não estou entendo nada, dá para alguém me explicar? — Marc perguntou, ainda perdido na situação —
— Para de ser lerdo também, Marc. — Argumentei, seriamente, recebendo um olhar indignado dele — O Lamine tá assim só porque não contei que tinha batido no Fermin para a Luna. Mas em minha defesa, ela não estava bem para mim ficar contando isso.
Marc assentiu, finalmente compreendendo a situação.
— Porque você não me convidou para bater nele também? Apesar que você sozinho já fez um estrago nele. — Ele disse, em um tom divertido. Lamine negou do outro lado da mesa —
— Ei, para de apoiar agressão, Marc. Você sabe que se o clube descobrir essa situação vai se complicar, já pensou se o Fermin conta isso? — Lamine Falou, preocupado, balançando a cabeça —
— Ele não vai contar. Fermin tem muito mais a perder do que eu. — Respondi, em um tom convicto em minhas palavras. —
— Mas eu não colocaria minha mão no fogo por ele. — Marc comentou, levantando as mãos em formas de rendição —
— Eu não coloco também, só não acho que isso convém para nenhum dos dois. — Falei, sem muita importância, apoiando os braços na mesa — Agora tenho que concentrar em fazer a Luna me perdoar totalmente.
— Já tem algo em mente? — Lamine perguntou, curioso. —
— Tenho, mas para isso ela terá que aceitar primeiro. — Argumentei, em um tom mais suave — E eu não falei com ela hoje.
— A gente trabalha com detalhes, Héctor. — Marc falou, ainda mais curioso —
Lamine assentiu, olhando diretamente para mim.
— É, se acha que a vida é um morango. — Ele falou, em um tom mais humorado —
— Tá, tá, eu estava pensando em passar os dois dias de folga em uma casa de campo da minha família com ela. — Explico, calmo. —
— Usa preservativo, não quero ser tio, sou muito novo. — Marc falou, divertido. Reviro os olhos, negando —
— Cara, eu tenho dezessete anos, não é coisa que se fale para mim. — Argumentei, com uma expressão indignada olhando para ele —
Lamine soltou uma risada, chamando a minha atenção.
— Eu conheço uma pessoa que foi pai aos dezesseis, sabia. — Ele comentou, com um sorriso. arqueio uma sobrancelha na direção dele — Não sou eu. É outra pessoa.
Marc passou o braço por volta do meu ombro.
— Para de colocar medo no Héctor, Lamine. — Ele falou, me apertando levemente — Isso só irá acontecer se você não tomar os cuidados necessários.
— Vocês dois são muito desnecessários. — Revirei os olhos novamente, desvencilhando do toque de Marc —
— O que vem de baixo não me atinge. Por isso, vou passar minha folga em Ibiza. — Lamine falou, sorridente — Sem namorada e sem problemas, bem que os dois são a mesma coisa.
— Você fala isso agora, quando você estiver namorando é outra coisa. — Marc argumentou, ele fez uma careta —
— Está repreendido, nunca vai acontecer isso. — Ele falou, em um tom confiante. Mas logo volto a me olhar — Mas o foco da conversa é o Héctor. Talvez, esse dois dias seja o que vocês precisem para finalmente voltar a ser um casal grudento de novo.
— Eu espero isso, não gosto de ficar em uma situação assim com ela. — Respondi, soltando um longo suspiro. —
Eu espero que esses dois dias seja o suficiente para que tudo volte ao normal. Bom, ainda tinha um desafio pela frente fazer Luna aceitar o convite.
001. Gente esse Fermin tá dando trabalho pro casal. Eles brigam e se resolvem, não consigo deixá-los longe um do outro.
002. Espero que estejam gostando da Fanfic. Desculpa qualquer erro ortográfico.
003. Votem e comentem muito, estou sentindo falta dos comentários nessa fic, e isso me deixa indecisa se estão gostando ou não. Bjos da Bia.
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