15.
HÉCTOR FORT
📍BARCELONA, ESPANHA
Arrumo o moletom, puxando a toca sobre a cabeça, e dei uma última olhada para Luna, que dormia tranquilamente. Finalmente em paz depois de tudo o que havia passado mais cedo. Era um alívio saber que ela estava segura aqui, ao meu lado, mas a raiva ainda queimava dentro de mim, alimentada pela imagem do que Fermin tentou fazer com ela.
Eu sabia que Luna odiava brigas, e a última coisa que queria era causar mais problemas para ela, mas o que Fermin fez era imperdoável. Ele tinha passado dos limites, e eu não podia simplesmente ignorar isso. Respirei fundo, tentando acalmar o ódio que pulsava nas minhas veias, mas era inútil. A decisão já estava tomada.
Luna teria que me perdoar depois, porque hoje ele terá o que merece. Vou encontrar aquele desgraçado, e ele vai aprender que ninguém, absolutamente ninguém, machuca a minha mulher e sai impune.
Com cuidado, me afastei da cama, tentando não fazer barulho para não acordá-la. Quando sai do quarto, fechei a porta atrás de mim e fiquei ali por um momento, respirando fundo. Eu sabia que esse caminho que estava escolhendo não era o ideal, que Luna provavelmente ficaria magoada ou assustada se soubesse, mas também sabia que não conseguiria descansar enquanto Fermin não pagasse por isso.
Durante o caminho a minha mente estava a mil, e meu coração só pensava na Luna, e torcendo para ela não acordar enquanto eu não chegasse. Decidi ir de táxi, para não dar pistas, invés de pedir para algum dos meus amigos.
Cheguei em frente à casa de Fermin, e o silêncio da rua contrastava com o turbilhão que se passava dentro de mim. Saí do carro, batendo a porta, e caminhei decidido até a entrada. Eu sabia que isso não era o que Luna queria, mas não havia como voltar atrás. Fermin tinha que entender que o que ele fez era inaceitável.
Bati na porta com força, sem me importar com o barulho que fazia. Alguns segundos depois, ouvi passos do outro lado. Quando a porta se abriu, e eu vi o rosto de Fermin, a raiva tomou conta de mim de uma vez.
— Héctor? O que você está... — Ele começou a falar, mas não o deixei terminar. —
— Isso é por ter encostado na Luna! — Gritei, antes de acertar um soco no rosto dele com toda a minha força. —
Fermin cambaleou para trás, segurando o rosto onde eu o acertei. O impacto do soco foi forte o suficiente para fazê-lo recuar.
— Você tá maluco? — Ele tentou reagir, ainda atordoado, mas eu não estava disposto a ouvir nada. —
— Cala a boca! — Gritei, avançando sobre ele e acertando outro golpe, desta vez no estômago. Fermin se curvou de dor, e eu aproveitei para empurrá-lo contra a parede, segurando-o pelo colarinho. —
— Como você se atreve a encostar na Luna, hein? — Minhas palavras saíram entrecortadas pela raiva — Você acha que pode fazer o que quiser, não é? Que não vai ter consequências?
Fermin tentou se defender, mas eu o empurrei com força contra a parede novamente.
— Eu não vou deixar você machucar ela de novo! — Continuei, enquanto ele ofegava de dor e medo — Você não vai mais ameaçar a Luna. Se eu souber que você sequer pensou em chegar perto dela, eu juro que vou acabar com você, Fermin.
Ele finalmente conseguiu falar, a voz trêmula e cheia de ódio.
— Héctor, você está cometendo um erro... — Ele disse, tentando soar ameaçador, mas eu só sentia desprezo. —
— O único erro aqui foi o seu — respondi, pressionando-o ainda mais contra a parede — Fica longe dela. Essa é sua única chance.
Soltei o colarinho dele com um empurrão, fazendo-o tropeçar para trás. Fermin caiu no chão, gemendo de dor e me encarando com um misto de raiva e medo.
— Você vai pagar por isso. — Ele murmurou, mas suas palavras soavam vazias. —
— Pode tentar, mas não vai adiantar nada — Respondi, voltando em direção à porta — Eu estou falando sério, Fermin. Se você chegar perto da Luna de novo, eu juro que vai se arrepender.
Sem esperar por uma resposta, abri a porta e saí, sentindo a adrenalina correr pelas minhas veias. Enquanto caminhava de volta para o carro.
¤ 🇪🇸 ¤
Abro a porta do apartamento fazendo o mínimo de barulho possível, fecho-a atrás de mim, deixando as chaves na mesa de centro. Caminho até o quarto, ao chegar, solto um suspiro aliviado de vê-la dormindo.
— Héctor… onde você estava? — A voz de Luna saiu sonolenta, mas preocupada. Olhei para ela —
Fiquei parado por um momento, tentando decidir o que dizer. Eu não queria mentir, mas também não queria deixá-la ainda mais assustada.
— Eu estava lá embaixo, tomando um ar. — Respondi, tentando manter a voz calma. Dei alguns passos em direção a cama —
— Tá tudo bem? — Ela perguntou, com a preocupação evidente —
Sentei na berada da cama ao lado dela, tentando disfarçar a tensão que ainda corria pelo meu corpo.
— Sim, só precisava de um momento para pensar. — Falei, tentando soar convincente —
Luna inclinou a cabeça, me observando em silêncio por alguns segundos.
— Entendo. Você não está escondendo nada de mim, né? — Ela disse, mantendo o olhar fixo no meu —
Hesitei por um momento, não gostava de mentir. Mas se eu disser a verdade, provavelmente a paz que está entre nós vá embora.
— Não, lua. Eu não estou escondendo nada de você. — Menti, olhando para ela — Agora chega, né. Você está melhor?
Ela assentiu, com um sorriso pequeno nos lábios.
— Estou, acho que amanhã eu me distraio com o trabalho e esqueço isso tudo. — Luna falou, sem importa muito —
— Não, amanhã você vai passar o dia comigo. — Argumentei, sério —
Luna me olhou com a sobrancelha arqueada.
— Se você não sabe, eu tenho um trabalho e não posso ficar passando o dia com você, Héctor. — Ela respondeu, balançando a cabeça —
— Eu resolvo tudo depois, só basta você aceitar, meu amor. — Sorri, olhando com esperança para ela —
— Você está louco, né? — Ela disse, rindo —
— Louco de amor por você, minha estrela. — Retruquei, tirando uma risada dela —
— Você consegue achar uma resposta para tudo, incrível. — Ela falou, ainda com um sorriso, mas havia um toque de carinho na voz dela — Com tudo o que aconteceu esqueci de avisar você, meu pai convidou você para almoçarmos juntos amanhã e vocês se conheceram.
— Tipo seu pai? O meu sogro? — Perguntei, ainda tentando processar as palavras dela —
— É Héctor. — Luna disse, rindo do jeito que eu tinha ficado — Você aceita?
— Claro, eu não estou louco de fazer uma desfeita dessa, Lua. — Argumentei, rapidamente —
— Certo, vou avisá-lo e aproveito para dizer que estou bem, com tudo isso nem avisei Matteo também. — Ela falou, procurando o celular — Você viu o meu celular?
Neguei freneticamente, levantando para ajudá-la a procurar.
— Usa o meu, acho que você deve ter esquecido na casa da Lana ou deixado cair em algum lugar. — Tirei o celular do bolso e entreguei para ela —
— Obrigada, Héctor. — Ela argumentou, pegando o celular e olhando para mim — Qual a senha?
— A data do dia que nos conhecemos. — Respondi, tirando o moletom —
— Sabe que a minha senha também é a data que nos conhecemos. — Ela comentou, com um sorriso carinhoso —
Sorri ao ouvir isso, sentindo um calor no peito, ao perceber que aquele dia era importante para nós dois.
— Eu não sabia, mas fico feliz de saber que é especial para você também — Falei, olhando para ela —
Luna digitou a senha no celular e, enquanto esperava a tela desbloquear, ela olhou para mim.
— Claro que é especial. Foi o dia que minha vida mudou para melhor. — Ela disse, com a voz carregada de sinceridade —
— E a minha também, meu amor. — Respondi, inclinando-me para deixar um selar nos lábios dela — Eu vou tomar um banho, pode ficar a vontade e mexer no que quiser no meu celular.
Luna sorriu contra meus lábios antes de eu me afastar, seus olhos brilhando com um carinho que sempre me fazia sentir completo.
— Tá bom, vou aproveitar para falar mal de você com Lamine. — Ela respondeu, olhando para o celular nas mãos dela —
— Nossa eu também te amo, Lua. — Brinquei e caminhei até o banheiro —
Enquanto tomei um banho, os meus pensamentos ainda vagavam pelos acontecimentos de horas atrás.
Depois de alguns minutos, apenas coloquei uma bermuda e voltei ao quarto. Luna estava deitada, ainda mexendo no meu celular, mas havia um sorriso tranquilo no rosto.
— Que foi? Tá tão bom assim falar mal de mim? — Perguntei, chamando a atenção dela —
Luna levantou os olhos do celular e sorriu, aquele sorriso travesso que eu conhecia bem.
— Ah, você sabe que falar mal de você é sempre divertido — Ela provocou, rindo — Mas, na verdade, eu só estava zoando com o Lamine. Ele acha que você precisa de uma lição de vez em quando, e eu concordo com ele.
Fingi estar chocado, levando a mão ao peito.
— Nossa, estou vendo que a conspiração contra mim está forte, hein? — Brinquei, me aproximando da cama —
— Ah, mas é tudo por amor. — Ela respondeu, rindo e me puxando para mais perto — Afinal, alguém tem que te manter na linha.
Eu ri e me deitei ao lado dela. Luna se acomodou ao meu lado, deitando a cabeça em meu peito enquanto eu a envolvia com o braço. Sentir o calor dela junto a mim sempre me trazia uma sensação de paz.
— Acho que você faz um ótimo trabalho em me manter na linha — comentei, acariciando seus cabelos. — Não sei o que faria sem você.
Ela riu suavemente, traçando círculos no meu peito com os dedos.
— Ah, sei lá... Provavelmente se perderia todo. Quem mais ia lembrar você de tudo? — Ela brincou, seu tom leve e descontraído —
— Provavelmente — concordei, rindo junto com ela. — E por isso sou tão grato por ter você.
Ela levantou o olhar para mim, seus olhos brilhando com um carinho que me fazia sentir meu peito se aquecer.
— Eu também sou grata por ter você, Héctor — ela murmurou, antes de subir um pouco e me dar um beijo suave nos lábios —
— Amanhã, vamos esquecer tudo e apenas aproveitar o dia, como você sugeriu — ela continuou, sua voz cheia de determinação. — Acho que precisamos disso.
Assenti, feliz por ela estar disposta a deixar os problemas de lado, nem que fosse por um dia.
— Vamos fazer isso, sim. Eu prometo que será o melhor dia da sua vida. — Apertei-a levemente em meus braços, deixando o cansaço do dia se dissipar —
Luna se aconchegou mais ainda, fechando os olhos.
— Perfeito. — ela repetiu, sua voz ficando cada vez mais sonolenta — Boa noite, amor.
— Boa noite, Lua. — Desejei, percebendo a respiração dela ficar cada vez mais suave —
Pouco a pouco, o silêncio tomou conta do quarto, e logo, Luna adormeceu em meus braços. Fiquei ali, ouvindo a respiração tranquila dela, sentindo-me completamente em paz. Era em momentos como esses que eu sabia, sem sombra de dúvida, que tudo valia a pena.
¤ 🇪🇸 ¤
Revirei os olhos novamente ao escutar a mesma pergunta feita por Lamine pela milésima vez. Ele insistia como se conseguiria arrancar a resposta que ele queria escutar, mas eu não iria dar esse gosto para ele tão fácil.
Além dele atrapalhar o meu dia com a Luna, já que ele se auto convidou para nos acompanhar. Um intrometido, em vez dele procurar alguém para aturá-lo, tem que me atrapalhar.
Encaro Luna que estava no balcão da cafeteria fazendo os nossos pedidos.
— Vai me contar a verdade? Foi você quem bateu no Fermin, né? — Lamine perguntou, novamente, me encarando em busca de uma resposta —
— Não, eu já falei que não. — Respondi, entediado com a pergunta —
— Eu sei que foi você, eu o encontrei mais cedo e ele me contou, Héctor. — Ele comentou, dei de ombros sem me importar —
— Da próxima eu bato nele mais ainda e ele vai parar de sair explanando para todo mundo — Argumentei, cruzando os braços e encostando-me na cadeira —
— Na verdade ele não me disse nada, e eu muito menos vi ele. Obrigado por me contar algo que eu já sabia. — Ele disse, com um sorriso travesso —
— Tanto faz, só não quero que você conte isso a Luna, ela não sabe disso e é o melhor. — Pedi, tentando soar mais calmo e olhando em direção a ela —
— Você acha que esconder isso vai ser o melhor? A verdade sempre aparece, e você não pode ficar omitindo as coisas da sua namorada. — Ele avisou, dando uma lição de moral —
— Eu não estou pedindo a sua opinião, só me promete que não vai contar a ela? — Falei, tentando soar o menos grosseiro possível, ele assentiu —
— Eu não vou contar, mas não fala que eu não avisei. — Lamine respondeu, dando de ombros —
Mexi na minha pulseira que Luna tinha me dado, eu sei que mentir não era o melhor, mas não iria contar algo que não era tão importante.
Luna se aproximou da mesa e sentou-se ao meu lado.
— Então o que vocês estavam falando? — Ela perguntou, sorrindo genuinamente —
— Nada de importante, só na viagem que iremos fazer com o time daqui dois dias, Lua. — Respondi, sorrindo. —
Lamine negou discretamente em minha direção.
— Isso é importante, eu vou ficar longe de você, Héctor. — Ela falou, fingindo estar indignada —
Solto uma risada, puxando-a para um abraço.
— Eu pensei que o Marc e a Luanara eram grudentos, mas vocês se superaram. — Lamine falou, chamando nossa atenção —
— Isso é falta de namorada, logo você acha a sua garota, Lala. — Luna argumento, sorrindo. —
— Credo, está repreendido estou bem com a minha solteirice. — Ele falou, ajeitando a postura —
— Eu falava isso e você viu no que deu, né. — Admiti, olhando para Luna —
— Então você era assim? — Ela perguntou, me olhando —
Balanço a cabeça, com um sorriso.
— Só um pouco, Lua. — Me defendi, olhando nos olhos dela —
— Mentira! Essa carinha dele não me engana, Luna. Você não sabe o tanto que ele já aprontou. — Lamine se intrometeu, olho em direção a ele —
— Cala a boca! Não fica fazenddo uma má reputação de mim para a Lua. — Disse, negando. —
— Eu quero saber, como o Héctor era antes de mim, Lala — Luna falou, interessada. —
— Não! Você não quer saber, meu amor. — Falei, olhando seriamente em direção ao Lamine —
— Está devendo? — Ela retrucou, com uma sobrancelha arqueada —
Neguei rapidamente, voltando a olhar para ela.
— Não, mas apenas acho desnecessário. — Dei de ombros, mudando a minha expressão para seria —
Luna riu, me olhando.
— Tá bom, não vamos falar sobre você mas não precisa ficar assim. — Ela falou, com um sorriso —
— Eu estou normal, Luna. — Argumentei, sem olhar para ela —
— Você sabe que só me chama de “Luna” quando está incomodando com algo. — Ela disse, cruzando os braços e me encarando —
— Tá, tá, eu só estou incomodado que você fique ligando para o que o Lamine fala, ele é um mentiroso — Suspirei fundo, ela riu —
— Ah, para, amor. Eu sei, que Lamine fala mais que a língua. — Luna disse, sorrindo, e me abraçou —
— Ei, vocês dois! Parem de falar mal de mim como se eu não estivesse aqui. — Lamine falou, olhando para nós — E será que dá pra não ficar de grude na frente dos outros?
Luna se afastou um pouco de mim, rindo, e olhou para Lamine.
— Ah, para, Lamine! Tá com ciúmes, é? — Ela respondeu, piscando para ele —
— Eu? Ciúmes? Jamais! Só estou cuidando para não serem banidos por excesso de carinho público — Lamine respondeu, tentando manter um tom sério, mas rindo logo em seguida —
— Não é público, estamos em uma cafeteria! — Retruquei, levantando uma sobrancelha —
— Cafeteria pública, meu amigo. A diferença é mínima, mas o ar aqui é de todos! — Lamine respondeu, ampliando o drama com gestos exagerados —
Luna revirou os olhos, mas estava claramente se divertindo.
— Tá bom, a gente pega leve, prometo — Ela disse, empurrando Lamine brincalhona —
— Os incomodados que se mudem. — Cruzei os braços, olhando para ele —
— Eu tenho que ficar de vela de casal e sou tratado assim ainda, tenho que rever minhas amizades mesmo. — Lamine falou, negando freneticamente —
— Problema seu, arruma uma namorada que passa. — Argumentei, com um sorriso —
— Amor, para, coitadinho as garotas não estão enxergando a beleza dele. — Luna provocou, sorrindo —
— Vocês dois se merecem. — Ele falou, não contendo o sorriso — Mas eu sou o fã número um de vocês.
Com toda certeza ele era nosso fã número um, como também um intrometido. Mas Lamine tinha um coração gigantesco para todos.
E sou muito grato a ele por sempre, tentar me ajudar com a Luna em alguns momentos difíceis.
E temos uma rivalidade mais que confirmada, Héctor × Fermin, serio tô amando. Coitado do Fermin em menos de dez capítulo já apanhou duas vezes do Héctor.
Deculpa qualquer erro ortográfico. Espero que estejam gostando da Fanfic.
Votem e comentem muito para liberação do próximo capítulo ser rápido. Bjos da Bia.
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