13.
HÉCTOR FORT
📍BARCELONA, ESPANHA
O dia estava completamente sem cor para mim, depois do que fiz com Luna, terminar e não dar um motivo para ela, isso está me matando. Odiava saber que não podia mandar uma mensagem para ela, para conversarmos.
Era um silêncio ensurdecedor em meu quarto, a risada dela ainda ecoava pela minha cabeça. A voz doce que me fazia sentir aquele friozinho no estômago.
Mas que merda eu estava fazendo da minha vida. Seguir ordens e regras, eu nunca fiz isso porque decidi obedecer tudo calado justo agora.
Ver a mulher que estou completamente apaixonado chorando por minha causa. Me fez sentir um lixo como pessoa. Luna não merecia isso o que eu fiz com ela, não depois do que ela passou com aquele idiota do Fermin. E eu estava me tornando um idiota na vida dela igual a ele.
Estar sentado nessa mesa tentando ser uma família normal com os meus pais e Maya era completamente ridículo. Era evidente a preferência deles por ela.
— Não se esqueça, Héctor. Treino e depois casa. — Minha mãe ordenou, sem me olhar direito —
Senti uma pontada de raiva e frustração. Estava cansado disso tudo, principal dessa mentira.
— Não, mãe. Eu cansei de sempre fazer o que vocês sempre querem e não vou ficar seguindo ordens de vocês. — Respondi em um tom firme. —
Um silêncio pesado caiu sobre a mesa. Meu pai largou os talheres e olhou para mim, com uma expressão nada boa. Maya, ao lado dele, parecia desconfortável, mas não disse nada. Minha mãe, no entanto, apertou os lábios e seus olhos se estreitaram.
— O que você disse? — Ela perguntou, como se não acreditasse no que acabava de ouvir —
— Você me ouviu. Estou cansado de ser tratado como se eu não importasse. Vocês já me fizeram tanto mal e continuam fazendo, por culpa de vocês tive que terminar com a mulher que eu amo. E você sabe o motivo, Maya? Eles me ameaçaram de contar isso ao clube apenas para me prejudicar, não porque eles estavam preocupados ou algo assim e não queira me dizer que isso pode ter sido um mal entendido que eles mesmo me falaram outra coisa — Comentei seriamente, levantado-me —
— Héctor, do que está falando? — Maya olhou para mim, confusa e preocupada —
— Héctor, chega. Você está exagerando. — A voz de minha mãe estava mais severa —
— Exagerando? — Eu ri, mas não havia humor no riso — Acho que demorou para mim enxergar a família feliz que vocês são sem mim, e eu não irei ficar mais um dia nessa casa. Não é a primeira vez que saio de casa, e assim que eu sair vocês podem voltar a ser família feliz.
Minha mãe ficou imóvel enquanto me olhava, e seu olhar ainda repudiava sobre mim, olhei para meu pai qua não estava nenhum pouco afetado. Desvio o olhar para Maya que estava apreensiva.
— Héctor, por favor, não vá. Não precisa ser assim. — Ela levantou-se, com os olhos cheios de lágrimas —
Senti uma pontada de dor ao ver Maya tão desesperada, mas sabia que não poderia ceder agora.
— Maya, eu entendo o que você está dizendo, mas não dá mais para mim. Estou cansado dessas discussões constante, e se eu quiser recuperar a Luna, preciso estar bem comigo mesmo — Expliquei calmo, olhando no fundo dos olhos dela —
— Só quero que você seja feliz. Se acha que sair de casa vai te ajudar, eu vou te apoiar, mas… — A voz dela falhou — Mas eu sinto muito por tudo ter chegado nesse ponto.
— Tudo isso por uma garota que na primeira oportunidade irá te largar. — Minha mãe cruzou os braços, a expressão de desdém ainda mais evidente —
— Você está disposto a abandonar a sua família por causa de uma mulher? Isso é ridículo, Héctor. — Meu pai bufou, como se a ideia fosse absurda —
Olhei para eles sentindo a raiva e a frustração crescerem ainda mais.
— Não é só por ela. É por mim. Eu não posso viver nessa casa onde não tenho um minuto de paz, e vocês deveriam estar felizes. Vocês nunca importaram comigo mesmo. Então, o que eu faço ou deixo de fazer não importa — Argumentei, seriamente —
— Você está cometendo um grande erro, e não pense que poderá voltar quando as coisas não derem certo. — A voz seria de minha mãe, e a expressão que se tornou ainda mais fria —
— Pode ter certeza que não irei voltar. — Respondi, friamente —
Saio daquele cômodo da casa sem me despedir de Maya, muito menos olhar para trás. Subi as escadas de casa, pela última vez. Não pretendia voltar nunca mais nessa casa. A mala já estava pronta a alguns dias, acho que só me faltou coragem.
¤ 🇪🇸 ¤
Abro a porta do quarto de hotel, que passaria alguns dias até achar algum lugar. Lamine tinha se convidado para me acompanhar.
— Você não acha que foi um pouco precipitado essa mudança? — Ele perguntou, fechando a porta atrás de nós —
— Não, acho que até demorei demais para tomar essa decisão. — Disse, com um tom monótono —
— Está certo. Mas você está seguro disso? — Lamine insistiu, a voz cheia de preocupação —
Deixei a mala em um canto do quarto, que era grande o suficiente para uma pessoa só. Me joguei na cama, sentindo o cansaço e a tensão do dia me atingir.
— Sim, Lamine. Estou seguro. Eu não aguentava mais viver naquela casa. Cada dia era uma discussão, preciso de um tempo para mim. — Expliquei, cansado —
Lamine sentou-se na poltrona ao lado da cama, observando-me com atenção.
— Eu entendo, Héctor. Só estou preocupado com você, sair assim, de casa tão repentinamente, é um grande passo — Ele comentou, compreensivo —
— Eu sei. Mas as vezes, precisamos de grandes passos para encontrar a paz. Eu sinto que fiz a coisa certa — Suspirei, fechando os olhos por um momento —
Ele assentiu, entendo a minha situação.
— E enquanto a Luna? Você não irá me contar o porquê você terminou com ela? — Lamine perguntou, me olhando sério —
Sento-me na cama, tentando me recompor. Respiro fundo.
— Foi pelos meus pais, eles me ameaçaram de contar ao clube se não deixasse ela, e eu não queria estragar um sonho dela, terminar foi minha única opção. E estou realmente arrependido, mas o clube raramente permitirá relacionamentos que podem prejudicar o lado externo do clube. — Respondi, encarando-o —
— Então foi isso, eu sabia que você não terminaria com ela sem um motivo relevante. — Ele falou, com a voz suave — Mas isso de você tentar protegê-la não está dando certo, porque ela estava pensando em largar o trabalho no Barcelona. E ela mal está falando comigo e o Marc.
— O'Que? Ela não pode fazer isso é o sonho dela. — Falei, tentando processar as palavras dele ainda —
— Acho melhor você resolver isso e contar a verdade para ela antes que seja tarde, Héctor. — Lamine avisou, volto a olhar para ele —
Eu sei que precisava me resolver com ela.
Ela não podia fazer isso. Não por mim.
— Eu vou fazer isso e tentar consertar a merda que eu fiz, espero que ela queira me escutar — Disse, com determinação —
— É o melhor que você pode fazer. Seja honesto com ela. Luna vai te entender. — Ele sorriu, encorajador —
— Eu sei, vou procurá-la mais tarde. — Argumentei, soltando um suspiro —
— Só toma cuidado para o Matteo não te bater, ele está puto que você fez isso com a Luna — Ele brincou, rindo —
Reviro os olhos, empurrando o ombro dele de leve.
— Para de ser idiota. Não sei porque te considero meu amigo, você ao invés de ajudar atrapalha. — Retruco, no mesmo tom de voz —
— Você sabe que é impossível viver sem um Lamine Yamal na vida, né. — Ele falou se gabando, arqueou uma sobrancelha —
— Eu consigo viver e não vai fazer diferença, até porque quem é meu melhor amigo é o Marc. — Argumentei, levantando-me —
— Nossa, Você mágoa meus sentimentos. Insensível. Eu te apoiando aqui e sou tratado assim. — Lamine dramatizou a situação. —
— Ah, para de ser dramático. Eu estava brincando, você sabe que você é best friend também. — Respondi, sorrindo —
— Uh-hum, eu não acredito nessas suas palavras. — Ele falou, cruzando os braços —
— Então isso é um caso a parte, Animal. — dei de ombros, pegando o meu celular no bolso —
Sinto uma tristeza ao ver o meu papel de parede do celular. Era uma foto minha e da Luna na nossa última festa juntos.
Eu precisava resolver isso urgentemente. Eu tenho dependência emocionada nela e isso está me matando.
¤ 🇪🇸 ¤
Fecho os olhos ao ouvir a porta se abrindo, tentando me acalmar. Matteo foi quem atendeu. Esperei levar um soco na cara mais ele apenas me olhou sério.
— Matteo, é… a Luna está? — Perguntei, tentando manter minha voz firme, ele assentiu —
— Eu sei pelo o que você veio, pode entrar. — Ele falou dando espaço para que eu entrasse —
— Você não está bravo? Ou irritado? — Olhei para ele me virando após entrar no apartamento —
Ele arqueou a sobrancelha, mas negou rapidamente.
— Não, eu sei que você é um cara legal. Mas da próxima vez que fizer algo assim com a minha irmã não me responsabilizo por nada. — Ele brincou, tentando aliviar a tensão —
— Tá bom, eu não vou demorar só preciso me explicar com ela — Argumentei, em um tom suave —
— Ela está no quarto dela, só tenta ir com calma. — Ele pediu, assenti — Eu vou sair, então a casa está liberada só para vocês, então conversem tranquilamente.
Matteo pegou as chaves da casa e saiu pela porta a fechando logo após sair.
Respirei fundo, caminhando em direção ao quarto dela. Quando cheguei à porta do quarto de Luna, bati levemente.
— Eu não quero conversar com ninguém. — Ela respondeu, a voz abafada pelo som da porta —
Ignorei a resposta e, antes que pudesse mudar de ideia, girei a maçaneta e entrei. Luna estava sentanda na cama, os olhos inchados de tanto chorar. Ela me olhou, surpresa.
— Héctor, o que você está fazenddo aqui? Eu disse que não queria conversar com ninguém. — Luna disse, levantando-se rapidamnte —
Fechei a porta atrás de mim, tentando manter a calma.
— Eu sei que você não quer falar, mas precisamos conversar. Por favor, me escuta. — Pedi, dando passos em direção a ela e encurtando a distância entre nós —
— Você vai me dIzer o que? Você já falou tudo, aquele dia não é mesmo. — Ela falou em um tom mais duro, do que costumava a falar comigo —
Olhei nos olhos dela sem quebrar o contato visual em nenhum momento.
— Olha, eu sei que errei com você. Mas eu vim aqui para te explicar o motivo, Lua. — Falei, parando em frente a ela —
Ela suspirou fundo, cruzando os braços.
— Tá bom. Fala. — Ela falou finalmente, voltando a me olhar —
— Eu quero te pedir desculpas antes de tudo, e vou entender se não quiser falar comigo depois disso, até porque terminar com alguém sem dar um motivo é completamente idiotice. Luna… eu… eu terminei porque não queria que você perdesse o emprego no Barcelona, você está tão feliz lá. E não acho justo que tudo isso acabe por minha culpa. Meus pais tinham me ameaçado de contar isso ao clube e não queria que eles te prejudicassem. E terminar foi o único jeito, não podia te prejudicar, Lua.— Expliquei, pouco me importando do quão abalado isso tinha me deixado —
— Você acha que esconder de mim foi a melhor solução? — Ela perguntou, com a voz tremendo um pouco — Eu poderia ter lidado com isso, poderíamos ter lidado com isso juntos. Mas ao invés disso, você preferiu fazer do seu jeito pouco importando com o que eu sinto.
— Eu sei, e me arrependo profundamente — Disse, com sinceridade — Estava com tanto medo de te magoar ainda mais que acabei fazendo exatamente isso. Mas estou aqui agora, tentando consertar esse erro.
Luna suspirou novamente, soltando os braços e deixando-os cairem ao lado do corpo.
— Héctor, você precisa entender que eu não me importaria com nada disso se você estivesse ao meu lado. Emprego, eu consigo achar em qualquer outro clube. Mas você não… — Ela falou, com os olhos brilhando de emoção —
Passei as mãos pelo rosto, tentando me recompor.
— Me perdoa, eu não queria estragar tudo entre nós — Falei em um tom baixo, desviando o olhar para outro canto do quarto —
Senti as mãos dela em contato com meu rosto, fazendo-me voltar a olhar para ela, encontrando os olhos azuis mais suavizados.
— Só me promete que não irá mais tomar decisões impulsivas sem ao menos falar comigo, você tem que confiar mais em mim, Héctor. — Ela pediu, em um tom calmo —
— Eu prometo, Lua. Eu prometo que vou confiar mais em você e nunca mais tomar decisões sem falar com você. — Assenti, sentindo um nó na minha garganta — Então você irá me dar uma nova chance?
— Tudo bem, Héctor. Eu vou dar uma chance para você. — Ela sorriu levemente, ainda com a mão no meu rosto —
— Espera, se nos voltarmos, precisamos de um rótulo melhor que ficante ou amigos. O compromisso tem que ser sério, Minha estrela — Encaro os olhos dela, com um sorriso —
— Você está querendo dizer o que? — Ela perguntou, fazendo um carinho em meu rosto —
— Namorados. Eu quero você como a minha namorada, como a única mulher na minha vida. — Respondi, em um tom suave —
Ela arregalou os olhos levemente, me encarando.
— Está falando sério? — Luna perguntou, tentando conter o sorriso, assenti — Eu aceito.
— Então pronto. Você é Minha namorada agora, Lua. — Argumentei, não esperando ela responder e selando nossos lábios em um beijo —
Eu nunca vou me cansar de ter seguido os conselhos do Lamine, uma vez na vida ele tinha me ajudado.
Luna estava na minha vida de volta.
001. Não consigo deixar eles separados. Amo o casalzinho Luctor.
002. Desculpa qualquer erro ortográfico. Espero que estejam gostando da Fanfic.
003. Tik Tok Biah.jr e Instagram Autorabiah_
004. Votem e comentem muito para liberação do próximo capítulo ser rápido. Bjos da Bia.
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