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006 • 𝗧𝗨𝗗𝗢 𝗕𝗘𝗠

A maratona de filmes e séries se estendeu mais do que deveria, fazendo os quatro adolescentes adormecerem na sala. Dormiam todos juntos no mesmo sofá, um por cima do outro. O que chega a ser irônico, já que haviam mais duas poltronas e um sofá naquela sala.

Melissa chegou do plantão às seis e quarenta, beirando as sete. Ela ficou um bom tempo apenas admirando a cena que acaba de presenciar. Não via os quatro garotos dormindo assim desde que tinham doze anos, e se sentia mais tranquila em ver os dois sobrinhos fora de seus quartos, vivendo suas vidas. Mas, mesmo que ela gostasse mais deles dormindo, teve que acordá-los.

- crianças, vão se atrasar para a escola - ela gritou, passando para a cozinha - eu fiz café da manhã, tomem um banho e desçam para comer alguma coisa antes de sair. E Stiles, o seu pai ligou, estava preocupado.

O primeiro a acordar foi Scott, que se assustou com a voz da própria mãe e deu un pulo do sofá, caindo direto no chão da sala. Caleb acordou logo em seguida, percebendo que Stiles dormia com a cabeça apoiada em seu ombro, ele empurrou o garoto com toda a força, fazendo o corpo magro cair em cima de Scott e acordar Charlotte com o barulho.

- qual o seu problema, marica? - questionou irritado, esfregando a cabeça dolorida - se ficar roxo eu te mato.

- é melhor você se manter longe de mim, seu careca inquieto - o outro diz, se levantando.

Farpas diárias entre Stiles e Caleb.

- garotos, não briguem tão cedo. - Melissa grita

Charlotte se levantou sem dizer uma palavra, é bem silenciosa pela manhã, principalmente quando acorda. E provavelmente gritaria com a primeira pessoa que tentasse se comunicar com ela logo cedo.

A loira subiu para seu quarto, em busca de um banho quente que a fizesse despertar por completo. Ela se enfiou debaixo da água gelada, ainda com roupa, escorregando pela parede do box até o chão. Charlotte pode se divertir o quanto quiser, rir o mais alto possível e contar as mais cruéis piadas, mas no fim do dia ela irá se culpar por toda essa felicidade.

Para ela, a felicidade é algo fora do alcance, algo que ela não deveria viver. Pelo ou menos não sem os seus pais presentes. Como alguém que perdeu o pai e a mãe em tão pouco tempo pode ser feliz? Era o que ela se perguntava. Então, após tanta diversão entre os amigos, Charlotte foi chorar no banho.

(...)

Pegou carona com o melhor amigo para a escola, deixou que Scott levasse o irmão e seu amigo em seu carro. Stiles já havia notado os olhos vermelhos da garota, mas resolveu questionar apenas quando estavam à sós.

- vai, me conta.

Charlotte lhe deu um olhar vago, juntando suas sobrancelhas em confusão.

- do que está falando?

- eu não sou bobo, Lottie. Sei que há algo de errado com você que não quer nos contar.

Há muita coisa errada.

- não tem nada de errado, você está ficando maluco de verdade, Michis.

- eu nunca estou errado, Charlotte. Pelo ou menos não quando o assunto é conhecer você - ótimo, ele tem um ponto - te conheço melhor que qualquer outra pessoa nessa cidade.

Fato. Se tem alguém que conhece Charlotte Delgado de verdade, essa pessoa definitivamente é Stiles Stilinski, o filho do xerife.

A garota se perguntava se valeria a pena esconder seus problemas do melhor amigo e sofrer tudo aquilo sozinha. Quer dizer, seria menos doloroso se alguém a apoiasse, não seria? Uma dúvida que a assombraria por um tempo.

- você me entendeu quando a minha mãe morreu - ela começou, olhando o garoto por um curto segundo - se sentou ao meu lado no funeral e segurou a minha mão durante todo o processo.

- sim, porquê eu sei como é perder a mãe para uma doença mortal. E também porque sou o seu melhor amigo e você fez o mesmo por mim.

Ela deu um sorriso pequeno.

- uma vez me falou que se sentia mal por estar sorrindo.

E então, sem precisar dizer mais nada, Stiles a entendeu. Seu semblante foi mudando aos poucos, sabendo exatamente o que Charlotte sentia naquele momento. É uma culpa momentânea. Pessoas se martirizam o tempo inteiro durante o luto, seja por um riso curto ou uma gargalhada alta. Não conseguem lhe dar com o fato de que, mesmo que seu ente querido esteja morto, você ainda está vivo e merece mais do que o sofrimento eterno.

- a sensação é horrível - ele diz, prestando atenção na estrada - parecia que ela estava ali, me julgando por estar dando risada por alguns segundos.

- agora aumente a dose para um casal de pais mortos - ela diz, em seu tom sarcástico de sempre - sinto que eles estão sempre atrás de mim, me crucificando por algo que me incentivavam a fazer quando eram vivos.

- conhecemos eles bem o bastante para saber que só crucificariam você caso fizesse algo contra a lei.

- talvez tenham ficados desapondados em saber que faço muita coisa fora da lei quando estou com vocês.

Stiles deu uma risada curta.

- é, talvez eles achem a gente ainda mais satânicos.

O garoto conseguiu fazer a amiga sorrir por um momento, mas ela logo parou.

- precisa de uma sessão de terapia, iria ajudar com o seu problema.

- sentir culpa por sorrir é o menor dos meus problemas, Stiles. - ela diz, olhando as árvores passando rapidamente pela janela do jipe - estou afundando em merda e não sei o que fazer para evitar isso. Eu estou enlouquecendo, Stiles. Sozinha, o meu barco está afundando e eu estou dentro dele, indo junto a ele para o fundo do mar.

O garoto ficou um curto período em silêncio. Era possível sentir a dor de Charlotte em suas palavras, o desespero grudado a ela era transmitido através de seu tom de voz totalmente perdido e vazio.

- não era isso que eu queria, não foi assim que eu me imaginei na adolescência. Isso era para ser a fase mais feliz de toda a minha vida, mas eu estou péssima. Eu perdi os meus pais, moro de favor na casa da irmã do meu pai e tenho um irmão de quatorze anos que está tão quebrado quanto a mim, mas eu não consigo conversar com ele porque simplesmente não consigo lhe dar com os meus próprios problemas.

Ela soltou tudo isso em questão de segundos, tão rápido quanto uma metralhadora. Respirou fundo após terminar seu desabafo, os olhos brilhantes cheios de lágrimas ali, prontas para serem derramadas. Stiles encostou o carro, tirando o cinto de segurança e envolvendo Charlotte em seus braços, afagando seu lindo cabelo loiro.

- está tudo bem - ele sussurrava tranquilo. - vai ficar tudo bem.

(...)

Eram quase duas da tarde e os últimos tempos de aula de Charlotte estavam vagos, o que significa que ela voltaria para casa andando por pura impaciência. Ela dobrava o corredor quando encontrou as pessoas que mais fugiu hoje, seu grupo de amigos.

- Lottinha - Helena diz, sorrindo para a garota.

Estavam todos ali, até mesmo Sarah, que foi ignorada durante todo o dia. Charlotte até tentou pegar outro caminho, mas já era tarde demais. Agora ela seria forçada a ser simpática e conversar com os amigos.

- ah, oi pessoal - disse ela com um sorriso forçado nos lábios.

- por onde você andou? Não respondeu a nenhuma das minhas mensagens, chegou atrasada e depois saiu correndo da aula de história - Sarah diz preocupada

- eu estava meio ocupada com uma coisa - mentiu, dando de ombros - e sobre as mensagens, eu estava sem rede de sinal, ele caiu derrepente - outra mentira.

Sarh fitou a amiga por inteiro, sentindo sua tensão.

- tudo bem com você hoje, Chaz? - Laila questiona, está apoiada no namorado.

Charlotte deu um meio sorriso para a garota, balançando a cabeça em afirmação.

- sim, eu só estou meio atrasada para uma coisa. - outro sorriso forçado - eu preciso ir agora, a gente se vê depois, pode ser?

A loira saiu sem nem esperar por uma resposta. Mas, nem Sarah e nem Helena compreenderam aquilo. A ruiva, na companhia da garota de cabelos castanhos, deixaram seu grupo de amigos para trás, indo em direção a Charlotte que saia da escola em passos rápidos.

- qual o seu problema agora, Charlotte? - Sarah gritou

A loira fechou os olhos por um milésimo segundo, não parando de caminhar.

- estou atrasada para uma coisa, Sarah.

- hoje é quinta, você não faz nada nas quintas. - Helena diz, soando bem óbvia.

- mudei meu cronograma na semana passada, tenho uma pilha de caixas me esperando em casa.

- tudo bem, a gente te ajuda então - disse a ruiva, alcançando seu lado.

Charlotte parou de andar, encarando as duas garotas ao seu lado. Helena e Sarah significam muito, são melhores amigas desde muito tempo, evitar as duas não foi algo que se passou por sua cabeça, não foi planejado. É o que pessoas quebradas fazem, agem por impulso.

- eu sei o que está tentando fazer, Charlotte. - Sarah começou - e eu sinto muito em te decepcionar, mas me afastar de você não é uma opção. Eu venho te dando espaço, fazendo o que me pede e tentando não interferir em nada na sua vida, estou te deixando cicatrizar sozinha. Eu passei dois dias sentada na porta do seu quarto, te esperando sair para estar lá e poder dizer que estava tudo bem. Não tente me afastar agora, Charlotte.

A loira por sua vez torceu o lábio, enquanto Helena estava parada ao lado dela, pensando se deveria ou não dizer algo sobre o assunto.

- eu sei que é difícil, Charlotte. Mas você não pode fazer isso, não pode fugir, não de nós.

- até porque tentar fugir da Helena é complementamente inútil. - a castanha diz, arrancando um sorriso do rosto da amiga - para onde está indo, meu bem? Eu posso te dar uma carona.

Ela suspira, se dando por vencida finalmente.

- para casa, a minha casa. Eu preciso fazer uma coisa que ando evitando a algum tempo.

Enfrentar a verdade.

Helena sorriu docemente para a amiga, entrelaçando seus braços com as duas garotas ao seu lado.

- ótimo, Sarah e eu estávamos indo para casa e consequentemente, você era minha vizinha. Te deixamos sozinha quando chegar lá, mas isso não significa que vai se livrar de nós por muito tempo.

Charlotte sorriu para as garotas, aceitando sua proposta. Afinal, sua antiga casa - que ainda estava com tudo o que era seu e de sua família dentro - era um pouquinho longe da escola e ela não queria ter que andar tanto.

Durante o caminho foi tudo muito tranquilo, apenas Sarah e Helena sendo elas mesmas, animadas e indecentes, o que arrancava algumas risadas de Charlotte algumas vezes.

A garota foi deixada em frente sua antiga residência. As cercas brancas separando um quintal do outro estavam do mesmo jeitinho, a grama estava um tanto alta e as cortinas da casa ainda estavam fechadas, como ela mesma havia deixado. Charlotte finalmente estava em casa.

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